O Passado nunca Morre escrita por no-chan


Capítulo 6
Cap. 6 Caminho começado é meio caminho andado


Notas iniciais do capítulo

Olha só que milagre!!! heeheheheheh Foi mais cedo dessa vez hein? Ou não!! hahahahahah
Mas bem, chega de enrolar. Comento mais lá em baixo. (com um pequeno presente)
Boa leitura!!^^



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Anteriormente...

– E desde quando Jonathan Ivashcov diz algo que seja verdade?!

– O que foi? Está com nojo de si mesma, meretriz?

– Você é... forte. Sorte a sua.

–Você não é como elas. Você é uma guardiã honrada e talentosa, e odiosamente disciplinada.

– Obrigada... Ibrahim.



Janine Hathaway (Turquia - 19 anos antes)

Não sei por quanto tempo chorei. Naquele momento eu não me preocupei em fraquejar. Pela primeira vez em muito tempo, eu me senti segura, protegida. Na verdade, não sei se já havia me sentido assim antes. Eu era uma guardiã hora! Eu é que precisava proteger, não o contrário.

Mas aconteceu. Pela primeira vez alguém não se importou com a verdade. Pela primeira vez alguém questionou minha auto-piedade. Pela primeira vez, alguém acreditou em mim quando nem eu mesma acreditava! E esse alguém era um maldito mafioso turco. Meu Deus, eu definitivamente tenho problemas!

As lágrimas rolavam pelo meu rosto com facilidade. Eu chorava por ter sido tão idiota no passado. Por saber que aquilo jamais seria esquecido. Que eu jamais esqueceria. Que sempre haveria essa mancha negra em minha vida. Esse passado nunca iria morrer com o tempo. Ele me acompanharia para sempre, não importava o que eu fizesse. Ainda assim, eu chorava de alívio. Uma vez, nem que tivesse sido uma única vez, eu podia sentir o peso sumir. Meus ombros estavam mais leves graças a ele.

As lágrimas bloqueavam minha visão e meu olfato, mas, de alguma forma, eu ainda podia sentir o seu perfume. Ibrahim estava ali. Com seus braços e seu cheiro agridoce me envolvendo e eu me surpreendi em perceber que esse simples fato estava conseguido me acalmar. Estava aliviando a dor que me consumia. Mas eu não podia. Eu não podia me acomodar ali. Aquele não era o meu lugar. Não nos braços de um moroi. Eu precisava ser forte. Forte o bastante para resistir àquele sentimento idiota que estava tentando brotar. Eu não podia depender dele.

Respirei fundo e fiz um enorme esforço para segurar as lágrimas. Afastei-me de Ibrahim com um pouco de dificuldade tentando não olhar em seus olhos. Precisava limpar o rosto o quanto antes e retomar o controle.

–Me desculpe pela cena. – falei com toda a segurança que consegui, mas já devia ser tarde demais. Depois do que viu, Ibrahim provavelmente estaria me achando uma fraca e isso me doía mais do que eu pensava.

– Não se preocupe com isso.- disse ele com a sombra de um sorriso nos lábios. Mas não era um sorriso sarcástico ou superior como ele costumava sorrir. Algo me dizia que era real. Sincero.

Naquele momento eu percebi o quanto estava ciente de sua presença. Seus movimentos pareciam agitar o ar ao meu redor e eu não precisava olhar seus olhos para adivinhar como estavam intensos. Tentei me concentrar em qualquer outra coisa que não fosse Ibrahim parado a apenas alguns centímetros de mim. Tentei pensar em Vanessa e me convencer de que eu deveria pedir para voltar, mas as palavras não me saíram, assim como meus pés não me afastavam dele.

Baixei a cabeça fazendo o cabelo que escapava do rabo de cavalo cair em meu rosto. Ainda sentia as lágrimas ali, úmidas e humilhantes, mas tinha mais vergonha ainda de erguer os braços para secá-las. Como se lesse minha mente, Ibrahim estendeu um lenço de pano em minha direção. Eu só vi a ponta de seus dedos entre o véu vermelho dos meus cabelos e ergui a mão rapidamente pegando o lenço e virando-me de costas tentando secar o rosto o mais discreta que eu podia.

– Você está bem? Nós podemos conversar sobre isso... se você quiser é claro.

A hesitação na voz de Ibrahim me forçou a olhá-lo de soslaio. Sua face era incerta, sem a segurança e autoridade habitual. Não havia uma ordem ali, ou um comando esnobe. Ele estava me dando uma escolha. E era a primeira vez que eu o via me dar uma escolha! E não só isso. Eu juro, juro pelo meu título de guardiã que ele parecia... preocupado. Mesmo que isso não fizesse o menor sentido para mim, pois aquilo não podia ser real. Porque um moroi se preocuparia comigo? Ainda mais um moroi como ele?

Desviei o olhar novamente e ergui o rosto decidida a não fraquejar mais. Ele já me vira chorando, não iria ainda desabafar na frente dele.

–Não há nada para falar. Você já provou o seu ponto. Podemos voltar agora? – tentei dizer com toda a frieza. Eu estava sendo mal-agradecida, eu sei, mas eu não queria lidar com isso agora, então comecei a me afastar.

Senti um toque na minha mão assim que dei um passo. Digo toque porque não era o mesmo aperto forte de antes. Era leve, gentil ou ainda carinhoso. Como se ele estivesse me tocando com cuidando, para não me machucar.

– Não é errado fraquejar, sabia? Você é forte Jane, mas não é inabalável. – murmurou ele como se contasse um segredo e eu não agüentei ficar de costas.

Assim que o olhei, quase me perdi na imensidão daqueles olhos de buraco-negro. Eles estavam me encarando com intensidade e tinham um misto de mistério e perigo que era praticamente impossível resisti. Hathaway! Repreendi-me mentalmente. Não dê chance para esses sentimentos! Não deixe ele começar!

Então por que não se afasta? Uma pergunta estranha surgiu na minha mente. E eu tolamente me vi procurando uma resposta que, é claro, eu não encontrei. Por que... Por que eu não me afasto?

A pergunta então se perdeu. Eu só via aqueles olhos, nada mais. Ele estava tão perto que eu podia ver-me refletida naqueles espelhos da noite. Em nenhum momento ele desviou o olhar. Eu muito menos. Estava enfeitiçada demais para controlar inclusive minha respiração que parecia estar presa nos pulmões.

Ibrahim aproximou-se um pouco mais e levantou a mão tocando gentilmente a maçã do meu rosto. Uma última lágrima que ainda teimava não secar foi levada pela ponta de seus dedos me deixando com um estranho frio na barriga. Sua mão afastou meu cabelo lentamente para trás e seu toque em minha nuca arrepiou toda minha pele! Não era possível! Por que ele tinha esse efeito em mim? Minha respiração finalmente resolveu se mostrar puxando o ar que me faltava há algum tempo, mas não antes de fazer-me corar quando ele desceu sua mão para o meu queixo com um pouco mais de segurança.

Eu vi seu rosto se aproximar cada vez mais do meu. Seus olhos pareciam me sondar de todas as formas, como se estivesse procurando por algo. Como se buscasse uma resposta para uma pergunta não feita. Tudo o que eu pensava naquele momento, por mais incrível que pareça era “não me beije!” Por favor, pare. Não me beije. Por que eu não sei se serei capaz de me afastar!

Eu não sei se meus pensamentos alcançaram meus olhos, mas por um momento mínimo eu vi a têmpora de Ibrahim franzir numa pontada de decepção, que logo sumiu. Em seu lugar um sorriso sarcástico apareceu retomando toda sua aura de superioridade.

– Olha só a que ponto eu cheguei. Seduzindo uma jovem fragilizada. - sua voz era irônica e cínica enquanto liberava meu queixo e erguia um pouco a cabeça. Sua sobrancelha levantada em puro escárnio. Ele estava brincando comigo!

Naquele momento eu mandei todo o peso por meus erros ou Jonathan para o inferno! Eu só faltava ver tudo vermelho pela fúria que me consumiu e a vontade absurda de arrancar-lhe a cabeça. Minha mão se moveu mais rápido do que eu jamais estacara um strigoi. E ela foi direto para o rosto dele!

– Quem você está chamando de fragilizada aqui, Ibrahim??!

A tapa o fez virar o rosto de uma vez. Segurei as mãos tremendo para não continuar socando-o, mas a voz saiu fria pelo ódio. Para a minha surpresa maior, ele virou-se de volta pra mim com um sorriso imenso e parecia realmente satisfeito.

– É bom ver você reagindo de novo, Jane.

– Você é masoquista ou o quê?

Ibrahim riu mais um pouco segurando o rosto e eu me vi relaxando com sua risada. A confusão pareceu esvair a minha raiva para algum lugar e eu estava leve. Realmente leve!

– Vamos. – disse ele - Sua mão pode ser pesada para dar uma tapa, mas acho melhor colocar um gelo nesse pulso.

Olhei-o de repente corando por ele ter percebido meu machucado, mas ele não pareceu se importar e sorriu de leve começando a andar.

E eu? Bem... Eu o segui.

Janine Hathaway (Corte - dias atuais)

Um barulho na porta me puxou de volta ao presente. Afastei-me rapidamente até a parede conseguindo desligar as luzes pouco antes da maçaneta virar. Fiquei em alerta total, tentando deixar de lado minha esperança de que o verdadeiro criminoso poderia ter voltado e estava ao alcance das minhas mãos! Se fosse ele, talvez nem todo meu autocontrole me impediria de fazê-lo pagar pelo que fizera a Rose!

Uma figura alta entrava sorrateiramente no quarto. Eu podia distinguir um paletó longo e um porte real. Era um moroi! Mas não era tolo. Olhou em volta antes de entrar totalmente no quarto e, por sorte, a escuridão foi suficiente para me disfarçar no canto da escrivaninha atrás da porta. Ele deu mais um passo para dentro e parou de repente. A mala de Rose ainda estava remexida no chão e o cachecol de Abe havia caído no meio do quarto quando me levantei apressada. Merda!

O moroi ficou alerta de repente e eu não esperei que seus olhos se acostumassem com o escuro e me vissem. Dei um chute certeiro na porta fazendo-a fechar-se atrás dele e pulei em suas costas para imobilizá-lo, mas tomando cuidado para não machucá-lo. Mas, Deus! Para um moroi ele era forte! Ele defendeu-se do primeiro golpe como se fosse treinado para isso e devolveu-me um soco muito rápido. Mesmo assim desviei do soco com facilidade e abaixei-me chutando as costas de seus joelhos para desequilibrá-lo.

Funcionou! Assim que ele se apoiou na cama, agarrei-lhe por trás e derrubei-o no chão subindo em suas costas o prendendo. Meu cabelo curto caiu um pouco em meus olhos quando aproximei meu rosto ao do intruso e ele instantaneamente parou de resistir. Aos poucos pude sentir seu corpo tremer um pouco, mas não era de medo. Ele estava... rindo? Foi só então que eu me dei conta do cheiro ao meu redor. Almíscar!

– Sei que adora ficar por cima, Jane. Mas não acho que o quarto de Rose seja o lugar certo para isso.

– Abe?!



Continua...


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Notas finais do capítulo

Ai meninas, to tão feliz!!^^ Tá bom que eu não consegui postar em uma semana, mas ainda assim, foi melhor que a última vez né? hahahahahaah Mas isso só ta acontecendo por causa de vocês viu meninas!!^^
Meu anjo da guarda me deu um empurrãozinho que mais fez eu saltar (heheheeheh), a Miwa quase me mata de rir no seus reviews (por sinal, muito bem vinda!^^), a Annia quase me mata do coração na fic dela (aliás, quem não leu "Inocência Roubada" corra pra lá, agora!!) e a Graciane ainda fez uma capa pra mim (que se der certo, logo vocês verão) !! Tô dizendo!! Só falto dar pulinhos hoje!!!! hahahahahh
Bem, espero que tenham gostado do capítulo e só pra sacear...
"Abe parecia entretido com algo em meu pescoço. Se eu não o conhecesse bem, diria até que ele estava fascinado. Olhei para baixo um pouco incerta e meu rosto ficou ainda mais quente assim que eu entendi o que..."
hehehehehh Cenas para o próximo capítulo!!!