O Passado nunca Morre escrita por no-chan


Capítulo 4
Cap. 4 Quem é vivo sempre aparece


Notas iniciais do capítulo

Voltei!^^
E mais uma vez eu consigo quebrar meu recorde em demora hei? haahahhahaha Mas até que gostei desse capítulo, então espero que me perdoem.

Boa leitura meninas!!!



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Anteriormente...

- Eu nunca estou em desvantagem, meu caro. E você sabe disso.

- Você só está no lugar errado, na hora errada. Que acha de sair daqui?

- Oh... Janine Hathaway, salva por um moroi! Perfeito.

- Você não sabe quem eu sou, Hathaway! Não aja como se soubesse!

- Se é isso que pensa que eu estava fazendo, só prova que é você que não me conhece, Ibrahim Mazur.

Janine Hathaway (Turquia - 19 anos antes)

Eu nunca gostei de ser observada. Nenhum pouco. Então gostei menos ainda quando percebi quem me observava: Ibrahim Mazur.

Quando eu o tinha visto, pensei que era pura coincidência, mas depois que ele começou a entrar nos mesmos locais que Vanessa e eu nos últimos três dias, duvidei disso imediatamente. Já não bastava meu pulso ainda estar latejando feito o diabo pela torção que o Strigoi me dera naquela noite, eu ainda tinha que olhar para a cara daquele barbudo metido todo santo dia!

- O que você fez pra ele? – perguntou Vanessa entretida com um par de saltos extremamente altos. Ela levantou a visão e olhou diretamente para mim e depois para ele, encarando.

- Quer parar de olhar pra ele? Se não é capaz de ele vir aqui.

- Com ciúme, Jane? – perguntou ela se voltando para mim novamente e segurando um riso sarcástico. Eu apenas a olhei séria esperando que parasse com as graçinhas. – OK, foi mal. Ele só é difícil de ignorar. Mas sério, ainda não me contou o que aconteceu na noite do jantar. Quando você chegou ao hotel toda descabelada com o pulso inchado e parte da roupa queimada, eu achei que você tinha matado ele e incendiado o restaurante para cobrir as pistas.

- Não seria uma má idéia. – murmurei.

Vanessa riu com meu comentário, colocando a mão na boca para cobrir as presas que surgiam em seu sorriso largo. Esperei ela acabar com o momento “vamos sacanear a Hathaway” e voltamos às compras.

Um membro da família Lazar daria um jantar naquela noite. Nada muito chique, para variar. E eu não estou sendo sarcástica. Seria um jantar num restaurante local com poucos convidados, algo realmente raro para uma família real. Fiquei, no mínimo, desconfiada.

- Nada de vestido de gala e champanhe. Onde já se viu? – reclamou minha protegida ao escolher um vestido mais simples.

- Isso só prova que os boatos sobre Isaiah estar quase quebrado são a mais pura verdade. – a voz taciturna dele chegou pouco depois de seu cheiro almíscar. Mazur sorriu maliciosamente para Vanessa me ignorando como qualquer moroi ignora um guardião, então preferi aproveitar e ficar calada, mesmo que meu orgulho não tenha gostado nem um pouco.

- Mas isso não é verdade é? A família Lazar não permitiria essa vergonha. – disse Vanessa com seu ar da realeza e ambos começaram uma daquelas conversas irritantemente chatas sobre poder e aparência.

Como minha protegida esqueceu totalmente minha presença eu, como a “boa” guardiã que era, afastei-me um pouco para deixá-los conversar. Não que eu tenha gostado de fazer isso. Eu ainda não confiava nesse mafioso e não fiquei nem um pouco confortável pela proximidade dos dois. Por algum motivo, isso me dava um frio na barriga parecido com quando...

- Jane?

Uma voz familiar me tirou dos pensamentos. Virei-me rapidamente para o lado e não pude segurar o largo sorriso que tomou meus lábios. Ver aqueles olhos castanhos tão conhecidos e confortáveis me fez sentir como se estivesse num lar depois de tanto tempo. Ele sorriu de volta ajeitando o cabelo atrás da orelha e sua pequena ruga na bochecha se aprofundou.

- Eu sabia que era você, baixiño.

Já fazia dois anos que não o via e ouvindo meu apelido escocês para baixinha, eu não me contive e quebrei alguns parâmetros da conduta dos guardiões.

Eu o abracei.

- Pavel! O que faz aqui na Turquia?! – perguntei assim que me soltei de seu abraço que fora retribuído com força – Não me diga que foi suspenso de novo.

- A qual é? Não posso rever uma grande amiga? – disse ele desviando da conversa com aquela expressão de lobo em pele de cordeiro.

- Pavel... – censurei não me contendo a retomar meu lado rígido para com suas brincadeiras fora de hora. Traduzindo: problemas.

- O que? Não me venha com sermões. Se eu me lembro bem, estou falando com a mesma baixinha americana que transformou a academia de Glasgow em um caos na primeira semana em que chegou. Não vou baixar a cabeça pra você mocinha.

Não pude me conter novamente. Ri abertamente da maldita lembrança que, por mais irresponsável que tenha sido, foi extremamente hilária. Mas com isso tive que desviar o olhar e aproveitei para checar Vanessa que ainda conversava com Mazur. Foi então que percebi quee os olhos dele estavam fixos em mim novamente o que me fez voltar para Pavel um pouco mais rubra sem razão nenhuma.

- Por favor, isso faz quase seis anos. Eu mudei muito desde então.

- É, eu sei. Ficou bem mais bonita e sexy. Um colírio para os olhos e um pecado para os homens. – disse ele sorridente, mas não era um flerte. Pavel só queria me irritar.

- Certo, acabou a brincadeira. Por que está aqui?  

- Cruzes! Eu te conheci mais divertida, Jane. – disse ele rindo da minha seriedade, mas sua alegria quebrou com um pouco com receio – Estou com meu protegido. Ele veio para a festa de hoje à noite.

- Humm. E quem é seu protegi...

- Buchaman? Ora vejam só. Pavel Buchaman.

Quase não acreditei quando o ouvi.  E menos ainda quando o maldito mafioso barbudo aproximou-se de Pavel e apertou sua mão com genuína cumplicidade. Mas dessa vez ele não me ignorou. Acenou levemente com a cabeça para mim e por reflexo, eu acho, respondi da mesma forma.

- Abe. – cumprimentou meu amigo que teria de me explicar muitas coisas mais tarde se eu não resolvesse arrancar dele agora.

- Vocês se conhecem? – perguntou Vanessa que finalmente se aproximava de mim com um olhar de “me desculpe por te abandonar, mas o que está acontecendo?”

 - Sim. Já faz algum tempo. – disse Pavel um pouco pensativo, mas logo se voltou para mim – E eu achando que você estava longe de encrencas, baixinõ.

- Espero que reconsidere suas palavras em cinco segundos, Pavel. – disse friamente sem a menor paciência.

- Foi mal. Era brincadeira. Você está muito certinha para se envolver com ele. Sem ofensas, Abe.

- Não, sem problemas. Eu já percebi o quão séria e responsável a senhorita Hathaway é em relação a seu trabalho como guardiã. Tolo é aquele que diz o contrário.

A voz de Mazur era casual como se estivesse liberando um simples cumprimento, mas seus olhos encararam os meus e senti meu corpo tremer um segundo. Ele estava sendo sincero. Eu podia ver, inclusive, o que parecia ser um arrependimento ou um pedido de desculpas. Tolice. Isso era só fachada. Eu não ia cair nessa.

- Uma guardiã séria e responsável? Está na cara que o senhor não conhece Janine, meu caro. Não é, minha pequena meretriz de sangue?

Meu sangue gelou naquele momento. Não. Não podia ser. Senti toda cor fugir do meu rosto quando encarei o dono daquela voz. Por quê? Por que ele estava aqui? Minha língua ficou presa, meu corpo paralisado. Era mil vezes pior do que encarar um strigoi! Eu só queria sair correndo e me esconder nos confins do mundo e não conseguia.

Eu podia ouvir ao longe Pavel e Vanessa esbravejando com ele, mas isso não me interessava. Minha cabeça estava girando e a única coisa que saiu de meus lábios foi um “com licença” sussurrado e ordenei que meus pés me guiassem até a saída.

O vento do final de tarde era convidativo, mas eu só sentia frio e uma dor horrível no peito. Respirei fundo e segui até uma praça próxima procurando m lugar para sentar e sumir.

Não percebi o tempo passar. Só senti um peso leve e caloroso de um sobretudo deslizar em meus ombros e mal olhei para meu visitante. Já sabia quem seria. Claro que meu dia não podia acabar de uma vez.

- O que você quer, Mazur? – perguntei com um sussurro fraco e vi que ele hesitou por um segundo sem saber o que dizer.

- Só estou aproveitando um final de tarde. – disse ele sem a menor emoção na voz.

- Onde estão seus guardiões? Você tem inimigos demais para andar sozinho.

- Mandei que guardassem Vanessa, você não parece estar em condições de fazê-lo.

Eu tinha que admitir. Eu estava sendo uma merda de guardiã. “Eles vem primeiro.” Estava me esquecendo disso e me deixando levar por meus próprios problemas. E dessa vez, com perigo ou não, eu tinha de agradecê-lo.

- Obrigada.

- Disponha.

Ficamos calados por um bom tempo. Só o vento e as folhas secas faziam algum barulho. As poucas pessoas que restavam na rua procuravam abrigo da ventania fria ameaçando o cair da noite na Turquia. Eu fechei os olhos e  me deixei embalar pelo cheiro agridoce do casaco. Engraçado. Esse cheiro não combinava com mafiosos.

- Ok, já chega. Diga-me logo o que aconteceu lá dentro! – disse ele de repente com um ar autoritário. Ele não era alguém paciente e não parecia gostar de ficar de fora.

- Nada. Só evitei um conflito direto com outro moroi antes que eu perdesse a calma. – disse olhando para ele. Erro meu.

- Sei. Fingi que eu acredito. – murmurou ele me encarando e mais uma vez quase me perdi em seus olhos de buraco-negro – Até agora não vi você engolir nada nem pegar leve com nenhum moroi... Então por quê? Por que permitiu que ele ficasse impune com o que disse?

Ibrahim me encarou seriamente com uma pequena ruga de frustração na testa. Sua voz parecia um pouco... magoada, não sei ao certo, mas algo ali me fez responder, mesmo que eu soubesse que iria me arrepender depois.

- Por que ele disse a verdade.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Hohohhohoohoh
O que acharam?
Eu acho que vem grandes revelações no próximo capítulo, não acham?^^
Agora, quem acertar quem é o personagem sem nome ganha um spoiler. hhahahahahahaha Ta difícil.
B-jão meninas, to morta de cansada! Boa noite.^^