O Continente das Trevas escrita por Narsha


Capítulo 15
Ritual das Chamas Sagradas


Notas iniciais do capítulo

Bem, pessoal, finalmente chegamos a um dos momentos cruciais do Livro I da minha fanfiction. E com ele grandes surpresas e fatos inusitados – que serão explicados com o decorrer dos próximos capítulos e que serão importantes pra o enredo da história. Quem for Zero user, nada de preocupações, pois o poder de Zero e nem de Grandark serão diminuídos na fic, pelo contrário, Zero, junto de sua Espada Mágica terá papel fundamental para a trama num todo – junto de seu verdadeiro poder que ainda nao foi revelado. E acrescido de algo ainda maior: o fato de agora haver um sentido místico e divino por detrás de Grandark.
Agradeço ao leitor Hareupe pelas skills: Dimensão Obscura (Duel) e Explosão Caótica (Zero).
* Mais detalhes sobre como Rey e Edna tiveram suas almas separadas explicarei entre os capítulos 19 - 20.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/135492/chapter/15

O vento frio e cortante percorria invasivo por entre as saliências e fissuras dos irregulares rochedos que se erguiam ao alto, como dedos apontando o firmamento, e, em meio a estes, na base larga, chata e plana que formava o cume do Pico Delevon erguia-se imponente a grande Cúpula onde os deuses de Xênia jaziam presos ao feitiço que os vitimava. E desta um forte ruído, ao mesmo tempo assustador e omino, ecoava em ressonância com o vento numa sintonia macabra e melancólica.

O sol agora ia rumo ao seu descanso, e apenas um filete de luz vermelha tocava tímida a parede da sinistra Cúpula. As sombras imperavam, e, em meio a elas, o Guerreiro emergiu, exibindo a imponência de sua armadura azul marinho. Usava uma máscara, que lhe ocultava o rosto, mas seus olhos cor vinho brilhavam ao toque do último raio solar. Enquanto em sua mão uma grandiosa espada também reluzia, envolta numa poderosa energia sombria, tétrica, fria, enigmática. Mas, cujo poder — tão grandioso como o que formava a própria Cúpula — foi sentido de forma intensa pelos membros da Grand Chase ali presentes. E nos olhos deles a nuvem do receio agora espelhava-se, ao passo que o minuto final de seu tempo aproximava-se. Estavam agitados e apreensivos. Rey, porém, parecia não estar nem um pouco surpresa ou abalada com a situação.

— Parece que nos encontramos de novo Grand Chase! — disse o Guerreiro, sem nenhuma alteração na voz.

— Duel Pon Zec — disse Ronan, com voz firme —, pelo visto mais uma vez você surge em nosso caminho!  Não sei qual suas intenções aqui, mas saiba que nem você e nem ninguém vai nos impedir de libertarmos aos deuses!

— Impedir? E quem disse que estou aqui para impedi-los? — ele falou, e sua voz parecia conter uma risada, a qual Duel comprazia-se. — Se eu, de fato, quisesse os impedir, vocês já estariam mortos.

— O quê?! — retrucou Ronan segurando sua espada e tencionando ir até Duel, de modo ofensivo.

Mas Rey o segurou pelo ombro, e ele a olhou confuso. Duel ergueu Eclipse, e Ronan, vendo isso se desvencilhou de Rey e postou-se diante de Arme defensivamente.

Mas, para sua surpresa, o Asmodianol se virou rapidamente na direção da Cúpula, de modo hostil, tencionando ataca-la. Faltavam apenas um minuto e meio para o término do prazo. Um silêncio imperou por um segundo, mas as energias emanadas pela Redoma Mágica e pela sombria Espada entraram em confronto, e via-se a força que Duel empenhava para manter sua arma inalterada e combativa. O corpo dele e de Eclipse pareciam estar sintonizados e essa energia o protegia. Pequenos tremores se fizeram sentir no solo e labaredas eclodiram saindo por todos os lados; Arme, com um escudo mágico, que envolveu a ela, Ronan e Rey protegendo-os da violência de seu impacto.

Estranhas formas fantasmagóricas pareciam cruzar as dimensões formando rostos desfigurados que tentavam atacar Duel, mas este não se intimidava com isso, e sequer as fitava. E, concentrando grande soma de poder, movimentou mais uma vez Eclipse, de modo que uma forte rajada de energia tétrica tocou diretamente a Cúpula, fazendo com que esta se fragmentasse em milhões de pedaços, que evaporaram ao tocarem o solo, em meio a uma fumaça gélida.

Zero olhou para o alto, e viu as labaredas que se dissipavam sob a forma de sombrios espectros.

— Eclipse! — gritou, e seu punho apertou o cabo de sua Mágica Espada.

— “Sim Zero, Duel a usou! Vamos!” — retrucou Grandark.

— Hoje ele mão me escapa! Vou matá-lo! — disse, e sua voz saiu fria.

No semblante de Zero havia ódio, e ele, com fúria, brandiu Grandark abrindo caminho por entre os poucos soldados remanescentes do Exército de Astrynat — que havia se desestruturado com a queda de Narsha e estava sendo dizimado pelo ataque das Tribos Demoníacas e das Tropas Aliadas — e velozmente direcionou-se rumo ao Pico Delevon.

Arme estava impressionada, o poder de Eclipse era descomunal e parecia estar ainda maior depois de todos os anos passados. E naquele momento ela teve certeza de que, não fosse Duel tê-los ajudado — assim como, de certo modo, havia feito há seis anos quando enfrentaram Bardnard —, por mais que isso ainda lhe soasse surpreendente, jamais teriam conseguido romper aquela Cúpula.

— Vão!!! — gritou Duel, que estava respirando de modo ofegante, diante do grandioso poder que impetrara. — O tempo de vocês está se esgotando!!!

Ronan, ainda um tanto incrédulo, fitou Duel por um momento, mas, sem hesitar, tomou Arme pela mão e junto desta então correu rumo ao centro do Cume, deixando o poderoso Guerreiro para trás.

Rey se aproximou de Duel e este a fitou.

— Obrigada. — disse a Asmodiana.

— Você sabe que não fiz isso por eles e sim por Alkyraz.  E especialmente por Edna...

— Eu sei. Mas o fez, e isso é o que importa.

— Vou ver onde está Edna, e dar ordens aos homens de que retornem. Já fizemos mais do que devíamos aqui Agora é com o Exército Intercontinental de Vermécia. Não posso deixar meu povo desprotegido. Muito menos Edyel...

— Sua mulher deve estar no campo de batalha. — ela retrucou. —Onde mais estaria? — disse a Asmodiana sorrindo e Duel apenas meneou a cabeça afirmativamente, fazendo menção de deixar o local. Mas a o imenso poder de uma repentina e familiar energia tomou conta do ambiente, de modo ofensivo, e o Asmodiano voltou-se, segurando com força Eclipse — que diante de tamanho poder, também ecoava expandindo violenta energia.

— Vai a algum lugar, seu maldito?! — vociferou Zero, e o ódio parecia emanar no modo rude como pronunciou suas palavras.

— Zero Zephyrum. — disse Duel, de modo seco, o fitando.

Arme e Ronan haviam chegado ao centro da grande base ovalada que formava o Cume do Pico Delevon, e postados lado a lado, deitados sobre espécies de altares de sacrifício, estavam os Deuses de Xênia — jaziam parecendo sem vida e envoltos numa energia assombrosamente fria e escura. E para grande surpresa de ambos Magos, suas aparências não eram as que haviam deparado ao enfrentarem aos mesmos no passado, em tempos da grande influência nefasta de Astaroth (Bardnard), mas estavam todos com formas humanas e trajando longas túnicas ornadas em ouro, prata e joias. Além de serem incrivelmente belos.

Cinquenta segundos era o tempo que restava a Arme e ela se adiantou ao centro, por entre as mesas rituais onde jaziam os Deuses, e traçou com seu Cajado uma Mandala; puxou os Sete Cristais Sagrados do Deus Ashiva e pronunciando uma palavra ritual lançou-os ao alto com força.

Estes imediatamente rodearam-se por energias translúcidas — no tom de seus respectivos Cristais — e um vento circular subiu do solo por entre a Mandala indo rumo ao alto. Arme sentiu uma forte tontura e suas forças pareciam que estavam sendo sugadas junto do mesmo.

Vendo isso, Ronan adiantou-se até ela, apreensivo, poia a jovem apoiava-se em seu próprio Cajado e parecia ofegante.

— Arme! — ele gritou e esta, com esforço se ergueu.

— Estou bem — ela disse reunindo forças e lutando contra o poder que a exauria. — Não se preocupe. — O Ritual foi iniciado, o tempo não é mais um problema para nós. — ele a fitou e havia medo no olhar do Cavaleiro Mago. Medo de que Arme não suportasse a força do que iria impetrar.

Ela também sentia o mesmo, mas não podia se dar por vencida, e a liberdade dos Deuses dependia de si. Lembrou-se então das palavras de Yavos — que repentinamente começaram a ecoar em sua mente: “Tenha esta safira junto a você quando romper os Cristais de Ashiva e invocar o Ritual. Será de grande valia”.

Ela rapidamente retirou a Joia Mágica, sob a forma de uma estrela, e segurou-a com força com sua mão esquerda. Elevou então seu braço ao alto, e esta emanou uma forte luz prateada que reluziu cortando o negror da noite que descia velozmente, e que pareceu mergulhar rumo ao firmamento.

Uma cascata de luz desceu dos céus nesse momento, por entre os Cristais — cujo brilho forte de suas energias os mantinha girando e levitando — e envolveram os corpos de Ronan e Arme banhando-os com uma espécie de poder fantasmagórico. Havia algo Divino naquele poder, e seu clarão foi visto pelos que, na planície aos pés do cume, ainda lutavam.

— Veja aquilo? Será que eles conseguiram? — disse a Comandante Lothos fitando a luz que ainda descia rompendo o crepúsculo.

— Meu coração diz que sim — retrucou seu marido —, mas a outras energias que se elevam ao alto neste mesmo momento são Energias conflitantes... E isso me preocupa.

Ela também as sentia, e suas vibrações se faziam anunciar pelos matizes roxo prateados que se elevavam igualmente do Cume. E seus olhos e seu coração agora estavam voltados para aquela alta montanha.

— Confio em você Arme... Confio — ela disse a si mesma, de modo quase inaudível, e deixando o leito improvisado onde estava; com esforço, venceu a resistência de Elscud e seguiu com este rumo ao campo de batalha, onde agora, acuados, os poucos soldados de Atron, estavam em vias de render-se.

Em cima de um penhasco, Edna observava o campo de batalha ao lado de um rapaz humano que aparentava ter em torno de uns vinte anos. Era alto, de cabelos prateados e olhos cinzentos.  O único humano, aliás, em meio a todo Regimento formado pelas Tribos Demoníacas na investida contra o Exército de Astrynat. Mas suas vestes eram imponentes e de um tom prateado, contrastando com o negror das vestes de seus soldados, o que evidenciava que era um Oficial entre os mesmos. Edna voltou-se para ele, num súbito, e parecia angustiada.

— Duel está demorando muito. E sinto a energia de Eclipse novamente. Algo está errado.

— Quer que eu vá verificar, Senhora? — prontificou-se.

— Não Herathor... Faça melhor, agrupe os homens e conduza nossas tropas de volta para Arquimidia. Não convém que deixemos tudo desguarnecido por muito tempo, ainda mais por Edyel... — ela disse pensativa, e seu olhar parecia ainda mais preocupado. — Faça como Duel havia ordenado. Eu mesma irei ver o que está havendo.

— Sim, Senhora.

Dito isso, o Oficial se afastou indo em direção aos soldados — que aguardavam pelas ordens de seus Líderes, enquanto que Edna voltou seu olhar para o alto do Pico Delevon, tendo o coração inquieto.

— Ah, Duel... Meu amor...

Arme segurou com força seu Cajado e seus olhos violeta foram mergulhando num tom profundo e opaco, à medida que ela parecia entrar numa espécie de transe enquanto pronunciava palavras numa linguagem antiga utilizada somente por Magos. E com isso cada linha da Mandala começou a reluzir pelo poder do feitiço que se iniciava, erguendo-se sob a forma de chamas douradas que trepidavam e que se fecharam num grandioso círculo incandescente que deixou a ela, Ronan e aos Deuses totalmente presos em seu interior.

Ela deu um passo à frente e tocou o solo frio com o bastão de seu Cajado, no mesmo instante uma pequena fenda se abriu, e desta emergiu um punhal dourado, cuja lâmina reluzia sob o clarão das chamas. Havia chegado a um momento crucial do Ritual e sabia o risco que correria, mas estava decidida e salvaria os deuses dando sua vida se fosse preciso.

Ronan observou o punhal e fitou Arme. E naquele momento compreendeu tudo: como todo Ritual Proibido e Antigo, o Ritual das Chamas Sagradas certamente também exigia um sacrifício; e ele percebeu, com desespero, que Arme tencionava oferecer-se em imolação para poder libertar aos Deuses.

— Arme, não! — ele disse, em tom de súplica, mas ela apenas o olhou por um breve instante, e, mesmo sentindo profundo pesar em seu coração, deu seguimento ao Ritual — ignorando ao seu apelo.

— O sangue de um corpo virgem deve ser derramado, Ronan, para trazer vida às sombras... — ela disse, e seus olhos violeta pousaram no azul dos dele. Havia uma tristeza neles, um adeus. E Ronan sentiu uma dor abater-se em seu peito.

Arme, então, levou a lâmina afiada e reluzente até seu pulso direito e, num movimento rápido, deslizou a mesma pela pele fina, cortando-a. Uma expressão de dor veio a seu rosto, mas ela não gemeu. E apenas esticou o braço deixando o sangue fluir abundante, banhando sua roupa e o solo.

Sentindo a força dos sentimentos que o consumiam e um receio avassalador ele, sem hesitar, tomou sua decisão.

Fechou os olhos e se concentrou deixando-se envolver por todo poder mágico que detinha, bem como pelas forças que envolviam o local, e foi até Arme tomando o punhal para si, enquanto arrancava com rapidez sua própria luva.

— E que das trevas, também pela pureza de meu corpo e de meu sangue, as sombras possam renascer. — ele disse, tendo os olhos fixos nos da jovem Gram Maga, que se surpreendeu com a revelação. Não imaginava que Ronan, assim como ela, ainda mantivesse a virgindade.

— Ronan... — ela disse num sussurro.

E ele cortou seu pulso esquerdo e, após, segurou a mão direita de Arme com a mesma; assim seu sangue misturou-se ao dela caindo ao solo. E à medida que este era tocado pela pureza do sangue dos jovens, uma grandiosa energia envolveu a cada Cristal de Ashiva, de modo que rachaduras começaram a trincar aos mesmos emitindo estalidos secos.

Os olhos de Zero possuíam um forte brilho, e nele se espelhavam toda sua busca e todo seu ódio por seu adversário.

Quando a Grand Chase, com a ajuda do Elfo Grandiel, finalmente derrotara Bardnard e dera fim a seus intentos malignos, ele tivera grande chance de enfrentar Duel, que havia os deixado levando consigo as memórias de Mari e a Biblia da revelação.

 Encontrou-o não muito longe do Castelo de Calnat, e encurralou-o. Uma luta feroz então ocorreu entre eles, e por certo o teria derrotado, e destruído Eclipse, não fosse pelo Asmodiano lançar mão de um ardil e ter se esgueirado por entre um portal dimensional por ele criado — escapando, profundamente ferido, após o duro embate que havia se sucedido entre eles. 

Sombras rondavam sua mente em pensar como Duel, no estado em que estava, não fora facilmente detido por Dio e Rey, que haviam se deparado com ele algum tempo depois, ainda em Arquimidia, do mesmo modo que o intrigava seu desparecimento por tantos anos.

Mas fosse o que fosse, isso agora não mais importava, estava novamente diante de seu grande inimigo e, desta vez, não permitiria que este saísse vivo dali. Cumpriria finalmente seu destino.

Um destino para o qual se preparou aprimorando técnicas e avançando em classes até atingir sua classe suprema — Governante. Porém Grandark afirmava que a evolução e o real poder ainda não haviam sido revelados, e ele tinha certeza de que isso se manifestaria lutando com Duel.

Este, por sua vez, fitava a Zero com um olhar frio. Em absoluto esperava ou tinha intenção de digladiar-se novamente com seu velho rival. Mas, diante da energia repleta de ódio e rancor que provinha de seu oponente, ele sabia que isso seria inevitável.

Muito haviam sido as coisas que ocorreram em sua vida desde o momento em que tinham se enfrentado pela última vez, há seis anos, e que, de certo modo, até mesmo a si surpreendiam. Coisas grandiosas e que operaram uma grande reavaliação de sua vida como um todo. E dentre elas, a mais especial fora ter novamente Edna junto a si — depois desta ter sido revivida pelo poder de um Deus; e assim, tendo sua alma liberta do corpo de Rey Von Crimson, onde esta estava aprisionada desde o Ritual de Magia Negra conjurado por Oz Von Reinhardt. De modo que Edna e Rey passaram a viver separadamente — sem prejudicar a saúde de Rey, e mantendo forte elo fraterno. Que formou-se entre as duas.

Mas uma coisa era certa, ele não era o mesmo homem que lutou de modo sangrento na Primeira Guerra Mágica, nem o mesmo homem que, séculos depois, serviu a Bardnard por bom tempo —   crendo em suas falsas promessas — até perceber que ele na verdade pretendia apenas o fim de tudo. Muito menos o era aquele que, seis anos, havia desistido de viver e que desejara e suplicara verdadeiramente a própria morte. Agora, mais que tudo, ele possuía uma razão para viver; um propósito.

Uma família que era o seu tudo. O seu mundo. Sem falar no povo que o aclamava como a um Rei e que precisava de sua liderança. Sim, ele não desejava mais à morte e não iria morrer nas mãos de alguém atado a um passado remoto e perdido. E se para isso fosse necessário matar Zero, ele o faria.

Ele segurou firme o cabo de Eclipse e a posicionou de modo ofensivo — fitando seu oponente, que, igualmente, trazia Grandark para frente de modo hostil.

Duel concentrou-se observando seu adversário — e uma forte energia foi sentida por Zero invadindo o local —, e, após, ergueu seu braço direito num movimento rápido.

— Dimensão Obscura — disse, com voz solene, e um grandioso portal abriu-se acima dos dois, formando um buraco de energia negativa, que foi se expandindo e criando um campo energético ao redor dos dois Guerreiros, mesclando-se a escuridão da noite que chegava e tornando tudo ainda mais escuro.

Percebendo-se disso Zero partiu para um ataque direto contra Duel, que continuava sério. Mas ao se deslocar o Guerreiro começou a sentir como que se descargas ecléticas o atingissem, através de feixes negros emitidos pela energia que ali se condensara. Seus movimentos se tornaram terrivelmente mais lentos E aproveitando-se disso, Duel investiu contra seu adversário, que tinha grandes dificuldades em se defender dos poderosos golpes — com a Espada Eclipse — desferidos por seu rival. Sendo que a dor pelas descargas elétricas parecia ir aumentando exponencialmente.

Com muito esforço, Zero conseguiu recuar um pouco e se colocou em posição defensiva — lançando mão de Grandark. — que, com sua energia, ajudou-o a recuperar suas forças. Mas o poder do golpe “Dimensão Obscura” era grandioso demais, e Grandark abriu bem seu “olho” ao dirigir-se à Zero.

— “Libere o poder que concentro Zero, e de uma única vez, para que possamos romper ao Dimensão Obscura!”.

— Certo, Grandark! — ele falou, e se deixou envolver pelo grandioso poder de Grandark.

— Explosão Caótica! — gritou, e fez com a que a Espada Mágica se subdividisse em inúmeras partes, estas partes se espalharam traçando cortes por todos os lados, de modo que apenas permaneceu em suspenso o “olho” — semiaberto. E, segundos depois, quando este se se abriu, emitiu uma forte energia que, num clarão, lançou feixes prateados em todas as direções. Num incomensurável poder que se igualou ao da Dimensão Obscura. E assim, com o grande impacto o campo de energia provocado pela técnica de Duel foi rompido, lançando ambos oponentes, cada qual para um lado, sob a ação da força resultante do choque das energias.

O “olho” de Grandark se fechou, e suas partes se uniram novamente voltando a formar a poderosa Espada.

Com rapidez, Zero se reergueu e, demonstrando grande agilidade, lançou-se para cima de Duel. E tão logo se aproximou ergueu Grandark com força a fim de atingir seu oponente, mas este, com rapidez, impulsionou o corpo parra afrente e ergueu-se, também atacando, de modo que ambas as Espadas Mágicas, envoltas em grande poder, num forte atrito tocaram suas lâminas.

Nesse momento algo misterioso aconteceu, e uma forte onda de energia pareceu correr por ambas as Espadas, ao mesmo tempo, de modo que Grandark envolveu-se por feixes de energia emitidos por Eclipse, do mesmo moído que esta recebia feixes de energia de Grandark. Era como se elas “conversassem”, e tanto Duel como Zero foram surpreendidos com algo inusitado, pois, repentinamente, tanto o poder ofensivo de Grandark como de o de Eclipse foi totalmente neutralizado — como se ambas as Espadas houvessem abdicado ao Espírito de Luta.

—” Pare Zero!!!”  — ordenou Grandark, num súbito.

— Você está louco?! Eu não posso abrir mão da chance de vingar Khalyr e de destruirmos Eclipse! Que deu em você?

— “Pare!!!” — insistiu Grandark, com altivez.

— Não posso!!! — rebateu Zero, inflexível.

Duel fitou seu oponente e também estava confuso diante da neutralidade repentina de Eclipse. Mas Zero mantinha a pressão ao cabo de Grandark, e Duel também não baixou sua guarda, já tencionando desembainhar Crescente.

Algo ainda mais surpreendente ocorreu e ambas as Espadas se envolveram por suas próprias energias, e com imperioso poder arremessaram, com uma magnânima rajada energética, aos seus próprios mestres contra as paredes rochosas que circundavam o cume.

A força do impacto fez com que pequenas rochas deslizassem por entre fissuras dos rochedos, e tanto Zero como Duel tinham dificuldade para reerguerem-se. Edna que havia ali chegado, correu na direção do marido enquanto Rey foi até Zero. E ambos, nesse instante, — juntamente das duas jovens — presenciaram uma cena que os deixou, ao mesmo tempo, pasmos e admirados.

Ao centro do local onde se desenrolou o embate entre os dois guerreiros, estavam ambas as Espadas caídas ao solo, porém acima delas, numa espécie de névoa ou aura translucida, podiam-se visualizar o vulto de duas Divindades. Um homem de cabelos louro dourados, vestindo uma túnica áurea, com longas asas alvo flavescentes em suas costas. Uma aura cor de ouro o envolvia. Ele estava suspenso sobre Grandark, enquanto que, à sua frente, uma mulher vestida com um manto azul marinho, de pele muito alva e longos cabelos negros, que desciam por suas costas por entre suas longas asas negras — estava envolta numa aura arroxeada, com bordas prateadas. E encontrava-se também suspensa, flutuando a poucos centímetros acima de Eclipse. Eles se fitavam, e seus olhos pareciam imersos um no outro, como que perdidos na magia do tempo.

Foi quando a voz suave da Divindade feminina fez-se ouvir.

— Elyos... – disse, com suavidade, externando uma forte e profunda emoção.

— Selene... — Respondeu a Divindade masculina, que estendeu a mão até a jovem. Esta fez o mesmo, mas suas mãos não conseguiram se tocar e, num clarão de luz, que envolveu fortemente as Espadas Mágicas, ambas as Divindades desapareceram, sob o olhar atônico e cheio de indagações daqueles que haviam presenciado a cena.

Com a ajuda de Edna, Duel então se reergueu e caminhou até onde Eclipse estava caída, próximo a Espada Mágica de seu oponente. Fitou Grandark, e Zero o olhou com certo nervosismo. Mas não havia cobiça nos olhos de Duel que apenas juntou sua própria Espada e, sentindo a energia da mesma, embainhou-a. Diante da atitude de Duel, Zero ficou ainda mais aturdido; estava muito confuso. E apoiou-se em Rey para também levantar-se.

— Essa luta não tem mais sentido, vamos minha amada. — disse Duel, e Edna assentiu.

— já falei com Herathor, querido, e ele já repassou as ordens às tropas, estão regressando para Arquimidia.

— Ótimo. — disse Duel sem alteração na voz.

— Você vem Rey?  — Disse Edna fitando a jovem.

— Não, vou ficar. Depois nos falamos.

— Espere! — gritou Zero — Ainda não acabou!

— Acabou sim, queridinho! — disse Rey. — Não vê que nem mesmo sua Espada quer mais lutar?

Ele a olhou, mas ignorando sua colocação, empurrou-a e foi na direção de Duel. Este meneou a cabeça negativamente, então o encarou.

— Se quer tanto lutar comigo, que seja! Mas não hoje! Prometo a você que um dia acertaremos nossas contas!

Zero fitou-o e parou. Nos olhos de Duel não havia a sombra da mentira; e Zero aborrecido lhe deu as costas indo até onde Grandark estava; ao passo que Duel junto de sua mulher, abriu um portal sombrio, e desapareceu do local.

Zero agachou-se e tocou o punho de sua Espada. A qual, a seu toque, emitiu a energia habitual de sempre.

— Por que Grandark, por quê? — havia ressentimento na voz de Zero, e indagação.

— “No momento certo você entenderá tudo”

— Você não podia ter feito isso comigo! — disse indignado, meneando a cabeça de modo inconformado.

— “Me perdoe Zero” ... “Me perdoe” ...

Nas bases do Pico Delevon, no Campo de Batalha, em meio aos gritos de dor, e gemidos de sofrimento e agonia, misturados a fumaça escura que subia ao céu — iluminado pela lua cheia que havia despontado no horizonte trazendo seu clarão plácido —, o Exército Aliado, agrupava, em um mediano círculo, os soldados rendidos de Astrynat. E os Altos Oficiais do Exército Intercontinental de Vermécia, sob a liderança de Luryen Lothos Sieghart, percorriam o imenso local em busca dos membros da Grand Chase, em meio as incontáveis pilhas de corpos espalhados pela grandiosa planície. Mas a visibilidade tornava a busca mais lenta. Ainda mais que se havia dado início ao atendimento aos feridos, de ambos os lados, que se avolumavam de forma gigantesca por todo local.

Caminhando por entre a desolação ali existente, bastante preocupado, Elscud Sieghart buscava com os olhos pela filha Elesis. E seu coração apertava-se vendo a quantidade de mortos e agonizantes ali estendidos, a amontoarem-se.

Mas seu semblante severo e tenso deu lugar a um sorriso de alegria ao deparar com a filha, que sendo auxiliada por Lass — em quem se apoiava — vinha em sua direção. Ele correu até ela, abraçando-a com ternura paternal, e esta, muito debilitada aconchegou-se ao peito do pai, se permitindo receber seu carinho.

Junto deles vinham Lire, que também apoiava Ryan — que, ferido, caminhava com dificuldade —, e Jin, que de todos era o que possuía um ar mais preocupado, e que trazia Amy em seus braços, desacordada. O jovem estava banhado pelo sangue da moça — que escorria pelo ferimento causado pelo machado do Yunglu nas costas da mesma —; e sem sequer olhar os companheiros, partiu apressado em busca de socorro médico.

Sieghart, por sua vez, já havia se unido aos Altos Oficiais e estava junto ao improvisado leito onde Mari havia sido colocada e recebia cuidados. Mas a situação da descendente de Calnat era preocupante, e ela se mantinha inconsciente.

No semblante do Imortal, um temor sombrio se denotava e sentia-se profundamente angustiado; amava demais Mari e só de pensar que ela podia estar rumando para à morte, isso o desesperava.

Lothos fitava o grupo de soldados rendidos — que, sentados lado a lado no grande círculo, mantinham as cabeças baixas —, quando Elyedre veio apressada ao seu encontro.

— Encontramos a General Narsha, Senhora.

— E onde ela está?

— Caída um pouco mais adiante, mas ela está muito ferida. O pulso muito fraco. Não sei se sobreviverá.

— Pois façamos o possível pra evitar que ela morra.  – disse fitando a jovem de modo significativo.  A Subcomandante olhou-a com seriedade. Sabia o que deveria ser feito.

— Se ela sobreviver, poderemos conseguir informações importantes sobre o Inimigo. — prosseguiu, Lothos, com gravidade. — Leve-me até ela, Elyedre.

— Sim, Comandante.

No alto do Pico Delevon, em meio às Chamas que envolviam a Mandala, Ronan e Arme estavam ajoelhados, seus corpos começavam a enfraquecer e o sangue escorria avolumando-se na base mágica abundantemente. Leves tonturas os acometiam, e seus rostos se tornavam cada vez mais pálidos.

Ao passo que as rachaduras nos Cristais agora se faziam mais evidentes e suas rupturas eram iminentes. Arme não conseguiu mais firmar-se e caiu para o lado, enfraquecida, quase sem sentidos, para desespero de Ronan que não tinha sequer forças para auxilia-la. Foi quando uma forte luz — oriunda da joia dada por Yavos, envolveu-os, cicatrizando os cortes que os jovens haviam feito em seus pulsos. E trazendo a eles um novo ânimo — embora não grandioso.

Com esforço, Ronan aproximou-se de Arme e ergueu sua cabeça. Esta então abriu os olhos e, com a ajuda do rapaz, começou a levantar-se. Fortes estalidos ecoaram e Rey, Zero e Dio, que ali também havia chegado, ficaram a observar a tudo mantendo certa distância.

A jovem Maga ergueu alto seu Cajado e a Pedra Mágica e Elemental Vulcana reluziu fortemente sendo envolta por uma espécie de névoa, que, sob a forma de longos feixes disformes, envolveu a cada um dos Sete Cristais do Deus Ashiva, que estavam a girar em torno do eixo da Mandala. Estes imediatamente pararam de girar, e um forte tremor abalou o Cume do Pico Delevon fazendo com que todos que ali estavam presentes perdessem o equilíbrio, enquanto fragmentos de rochas rolaram, caindo por cima dos altares onde se encontravam os Deuses — mas não os atingiram porque a energia emitida pelas Chamas Sagradas os protegia.

Vozes assustadoras e risadas tenebrosas começaram a ser ouvidas; vozes de demônios.

E Arme sentiu a forte pressão da energia que se avoluma em seu Cajado. Com fibra procurou mantê-lo firme, apesar de seu corpo sentir os efeitos da poderosa força que ali atuava e de pequenos cortes abrirem-se em sua pele.

— Em nome dos Sagrados Deuses Ancestrais que o Selo seja rompido! — Clamou a Gram Maga, e, em seguida, pronunciou uma palavra ritual em linguagem antiga. — Desperte de seu sono, Oh, grande Senhor do Caos! Oh, venerável Ashiva!

Um forte ruído, como se vidros estivessem se partindo ecoou em meio à Mandala — no exato momento em que se romperam os Sete Cristais —, gerando uma forte nuvem de fumaça que subiu ao alto. Esta se condensou, e o ambiente dentro da Redoma Mágica tornou-se pesado, sombrio, enquanto que a estranha fumaça dava vida aos corpos bestiais dos Sete Demônios Ancestrais.

E assim, as hediondas criaturas se materializaram; todos tendo as peles nas cores de seus respectivos Cristais e tendo no lugar dos pés patas de cabra, no entanto o dorso se apresentava tal qual o de um ser humano, sendo que suas cabeças ornavam longos chifres escuros. As figuras lembravam sátiros. Eram seres altos e imensas asas negrais erguiam-se imponentes em suas costas.

Contudo, mantiveram-se imóveis e com olhos cerrados, como que ainda mergulhados no seu próprio sono. Vyrgan — o maior dentre os Sete —, de todos era o mais assustador e estava no centro da Mandala, ao alto — tendo sua pele escura reluzindo feito uma ônix negra, os cabelos de um vermelho intenso e os longos chifres curvos salientando-se ao lado de seu rosto. Entre os sete era o mais imponente e de ar mais sinistro. Os demais eram muito parecidos em aspecto, e nenhum possuía chifres curvos, e sim muito eretos, e suas feições eram envelhecidas, tendo cada qual o cabelo na cor de seu respectivo Cristal. Embora em um aspecto se assemelhassem, pois todos usavam uma calça larga feita de um couro escuro, que lhes caía um tanto solta até alcançar os pés disformes.

Arme tornou a movimentar seu Cajado e, após proferir nova palavra ritual, os demônios — todos ao mesmo tempo — abriram os olhos, emitindo dos mesmos um forte brilho malévolo.

Seus corpos truculentos movimentaram-se lentamente e as longas asas negras se abriram, dando um ar sinistro as tenebrosas criaturas. Eles fitaram os humanos com indiferença, como se diante deles insetos insignificantes estivessem presentes, e então se ergueram ao alto tencionando deixar o local, mas as chamas do ritual os detiveram e eles, enfurecidos, partiram para cima dos jovens Magos com ímpeto mortal.

Sentindo a vibração hostil das Criaturas, Ronan movimentou sua Bastarda, e uma luz envolveu a ele e Arme num clarão tão forte que cegou momentaneamente os horripilantes seres. Mas Vyrgan não recuou e conjurou uma longa foice que, em queda brusca, direcionou ao casal de Magos. Arme, porém, totalmente em transe e envolta pelas Chamas Sagradas, apontou firmemente seu Cajado na direção do violento Demônio Ancestral, que — subjugado pelo poder do Rito Proibido — acabou pousando de joelhos diante da jovem, totalmente dominado. Os demais Demônios, vendo-o, também se agacharam formando um círculo em sintonia com a Mandala. Seus olhos agora estavam opacos e no mesmo tom cinzento em que se encontravam os de Arme.

Ronan observou a tudo impressionado, ao passo que os demais membros da GC ali presentes no Cume, nada puderam ver além de silhuetas distorcidas, pois a força das Chamas havia se intensificado no gigantesco Círculo que envolvia o centro do Cume do Pico Delevon.

Sem movimentar os olhos, Arme segurou fortemente seu Cajado e enterrou a parte inferior do mesmo no solo, rompendo a superfície pedregosa do lugar e mergulhando um terço do mesmo para dentro da Terra Sagrada. Então, quase em um murmúrio, postou-se novamente a pronunciar palavras em linguagem antiga dos Magos. E sua voz, conduzida por misteriosos ventos, fez-se ecoar de modo omino por toda Redoma, e além dela, de modo que Dio, Rey e Zero sentiram a força sombria daquele feitiço.

Os demônios abriram suas asas e levitaram a mais ou menos um metro de altura, mantendo suas posições e, em conjunto, dispararam feixes de energia na direção do centro da Mandala — quase que diante da Gram Maga. Arme nem sequer se moveu. As energias saíram nos respectivos tons de cada Demônio: violeta, verde, rubro, anil, púrpura, vinho e negro.

Os poderosos feixes atingiram o solo, que estava totalmente banhado pelo sangue puro dos jovens Magos, e desapareceram imergindo no mesmo.

Um forte calor começou a ser sentido, contrastando com a frieza gélida das Chamas Sagradas e o sangue ao solo começou a borbulhar exalando um odor adocicado. Um novo abalo fez-se sentir no Cume, e uma rachadura abriu-se em meio ao centro da Mandala. O sangue jorrou para o alto, e, dentre a fenda recém-aberta, emergiu uma gigantesca coluna de energia trevosa que — com velocidade direcionou-se ao alto na direção do céu, que abriu-se entre estranhas nuvens carregadas. E, por entre essas nuvens, outra coluna formada por grandiosa luz prateada desceu abruptamente, somando grande poder junto da que vinha em seu encontro. E, assim, ambas se fundiram numa única energia hibrida, cujo poder gerava círculos oblíquos de energia que se espalhavam por todo céu de Xênia.

Diante do poder da enorme pilastra Arme sentiu-se como que a sucumbir, pois tal poder era magnânimo, com certeza o poder de um Deus. Seu corpo estremeceu, ao mesmo tempo em que suas forças velozmente começaram a extinguirem-se.

O que igualmente ocorreu com Ronan, que apoiou-se em sua espada tentando não cair.

Um forte clarão irrompeu oriundo da Grandiosa Coluna, e a figura altiva de um homem — trajando uma túnica escura com bordados em dourado — ali surgiu. Seus longos cabelos em tom vinho caíam-lhe lisos e uma espessa franja cobria-lhe o rosto. A pele extremamente alva contrastava com o negror de suas vestes, e em suas costas longas asas em tom vinho erguiam-se solenes.

O pilar desapareceu, e o homem lentamente ergueu a cabeça, afastando para o lado algumas mexas de sua franja, e dessa forma o negror de seus olhos se tornou visível. Suas orelhas longas salientavam-se por entre os longos cabelos.

Arme e Ronan o fitaram num misto de admiração e medo, pois o poder do Deus era sombrio, tétrico, e o negror profundo e soturno de seus olhos causava uma gélida sensação em suas almas.

Ashiva movimentou seus olhos e observou aos Deuses que estavam deitados por sobre as mesas rituais, antes de pousar os mesmos nas criaturas que, a seu entendimento, ousadamente se mantinham eretas diante de sua Divina Presença.

Seus olhos negros se estreitaram e ele levou sua mão esquerda diante de si, e com um leve movimento com os dedos, fez com que o jovem casal de Magos fosse erguido ao alto. E Arme e Ronan sentiram-se sufocar, como se mãos invisíveis apertassem seus pescoços. Sem piedade, o Deus arremessou-os ao solo com violência, em meio a uma grandiosa rajada de energia escura que apagou as chamas douradas que rodeavam a Mandala, fazendo-as espalharem-se por todos os lados antes de extinguirem-se.

Uma forte concentração de energia em tom negro-vinho subiu ao alto e raios começaram a irromper no céu escuro, em cuja lua pareceu sumir envolta a um trevoso breu.

Na base do Pico, soldados e Oficiais olhavam para o alto, apreensivos, enquanto Dio Zero e Rey, sob a grandiosidade do poder de Ashiva acabaram também sendo arremessados para muito longe — no instante em que este havia espalhado as chamas douradas do Ritual por todo Cume.

Arme e Ronan rastejaram gravemente feridos, um na direção do outro, e conseguiram fazer suas mãos se encontrarem.

E o soturno Deus, vendo seu patético esforço mortal de lutar pela vida, aproximou ambas as mãos, formando uma pequena esfera de energia em tom vinho, a qual com frieza arremeteu na direção dos jovens.

Uma forte explosão ocorreu e, em meio a esta, a silhueta dos Deuses de Xênia — totalmente despertos do Selo das Trevas — fez-se visualizar.

Enquanto que, caídos ao solo, em meio a uma tênue energia prateada, Arme e Ronan jaziam aparentemente sem vida.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Duel auxiliou à Grand Chase contra Astrynat...
Elyos e Selene – um mistério por detrás de Grandark e Eclipse
Arme e Ronan aparentemente mortos... Será mesmo?
O grande poder sombrio do deus ancestral Ashiva...
Os deuses de Xênia despertos... Muita coisa ocorreu neste capítulo, não?
Mas guardem por emoções ainda mais fortes no próximo episódio!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Continente das Trevas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.