O Continente das Trevas escrita por Narsha


Capítulo 13
A Grande Batalha de Xênia - Epsódio 2


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, gostaria de me desculpar junto aos meus leitores pela demora em postar novo episódio – vários fatores me impossibilitaram de fazê-lo antes. Mas agora aqui estou novamente trazendo a vocês a continuidade desta grandiosa saga.
Neste episódio tive a colaboração dos leitores AngelNanoha – skill Lágrimas do Luar (Amy); KidSpirit com as skills: Manto de glória (Arme), Marca do Julgamento (Ronan) Flechas Irrefreáveis(Lire) e Ceifador Cruel (Elscud); Hareupe coma as skills: Ilusão de Luz, Rosa de Sangue, Clamor da justiça (Lothos) e Fúria de Ashthanus (Sieghart).
Boa Leitura!



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Amy enfrentava três Yunglus, cujos aspectos monstruosos faziam-se evidenciar por cada vinco de suas peles rugosas e acinzentadas, e pelos olhos de um vermelho em tom de magma, sendo que os longos e pesados machados — os quais empunhavam com suas mãos rudes — tinham um ar envelhecido pela corrosão provocada pela ferrugem que cobria suas lâminas.

Mas a delicada Guerreira de cabelos cor-de-rosa não se deixava intimidar diante da alta estatura dessas terríveis criaturas e nem, tampouco, por suas aparências bestiais; atacava-os com seus Chakrans, de modo que rapidamente derrubou dois deles, mas o terceiro a surpreendeu e a derrubou com um violento golpe com seu machado, que a atingiu brutalmente nas costas, ferindo-a com gravidade.

— Amy!!! — Gritou Jin com desespero vendo a mulher amada caída ao chão, e, com impressionante agilidade, desvencilhou-se das inúmeras lanças inimigas que o rodeavam e avançou velozmente na direção do Yunglu.

— Morra maldito!!! — vociferou, movimentando seus Nunchakus, dos quais os feixes luminosos emanavam parecendo cortar o ar, concentrou seu poder ao máximo desferindo por sobre a bestial criatura seu “Ira do Tigre” — de modo que o gigantesco Tigre Branco, formado pela intensa energia de Jin, materializou-se por detrás dele e partiu para cima do Yunglu dilacerando-o com suas presas e suas poderosas garras. Jin agachou-se e puxou Amy para perto de si.

— Amy!!!… Amy!!!…  — chamou-a, e havia aflição em sua voz. A moça abriu os olhos.

— Jin... — ela disse, tentando levantar-se.

— Melhor não, você está muito ferida.

— Não posso me dar por vencida. Ande, me ajude... — a voz da jovem saía um tanto baixa.

— Mas? ...

— Se você me ama faça isso. Por favor, Jin...

— Droga!!!  Ao menos se eu tivesse tido tempo de treinar a técnica que Seiforyo me enviou! ... — ele lamentou-se, e, mesmo com apreensão, sentindo o coração apertado, atendeu ao pedido de sua amada e, com cuidado a levantou.

E no exato momento em que a espada inimiga caía por sobre eles com violência, Amy puxou sua Lira e a energia em torno dela envolveu-os retendo a investida inimiga e fazendo com que os soldados que impetravam o ataque fossem lançados longe.

— Lágrimas do Luar! – gritou, enquanto iniciava uma sequência de acordes com sua Lira, emitindo uma melodia suave, porém enigmaticamente sombria; um círculo formado por pétalas translúcidas se formou em torno de si, enquanto em suas costas duas pequenas asas brancas se formaram. Ela acelerou o ritmo dos acordes, e no peito dos soldados e Orcs, que se reagrupavam para investir novamente contra o casal, surgiu uma sombra, sob a forma da imagem de uma pequena lua nova — escura e plácida — a qual começou a emitir feixes que envolveram por completo os corpos de seus inimigos, os quais, angustiados, sentiram-se paralisar. E ao término de sua melodiosa música os mesmos caíram inertes e totalmente sem vida diante de seus olhos.

Um verdadeiro paredão formado por frentes de combate inimigo se posicionavam vindo enfurecidos na direção de Lire, Ronan e Arme — que haviam seguido mais pela direita e abriam caminho tentando vencer a planície e chegar ao Pico Delevon.

Mas o contingente inimigo era grandioso, e a violência do combate os obrigava a lutar de modo intenso. Mesmo Arme, que precisava poupar-se, estava sendo obrigada a usar sua magia enquanto abriam caminho. E isso preocupava Ronan, que tentava desesperadamente protege-la, e tinha sua Bastarda em mãos.

— Manto de Glória! — evocou Arme, concentrando seu poder; e assim uma forte energia em tom arroxeado envolveu a si mesma, bem como a Ronan e Lire, formando uma espécie de manto de luz brilhante que, como um poderoso feitiço de proteção, impediria de que fossem feridos por um breve espaço de tempo.

Sentindo-se revigorado, Ronan respirou fundo e apoiou sua longa espada ao solo árido do campo de batalha, deixou seu poder fluir pela lâmina da mesma, e feixes luminosos saíram desta sob o aspecto de raios cortantes que partiram na direção do regimento inimigo.

— Marca do julgamento! – Clamou, e um símbolo sagrado, sob a forma de um gigantesco Grifo prateado surgiu diante de seus inimigos, fazendo com que os mesmos sofressem os próprios danos de seus ataques.

Enquanto que Lire, com a leveza do Povo Elfo movimentava-se agilmente empunhando seu Arco Sagrado Cala. Posicionou-o mirando um ângulo perpendicular, e esticou sua reluzente corda mágica.

— Flechas Irrefreáveis! — gritou, disparando sua flecha, a qual alçou o ar emitindo um zunido alto, e se subdividiu em um número grandioso de flechas menores, convertendo-se numa rajada de flechas mágicas que perfuraram as grossas armaduras dos soldados de Astrynat e fulminaram com os mesmos, bem como com o incontável número de Orcs — sem que estes conseguissem bloqueá-las nem mesmo com o uso de seus pesados escudos. E ela sem pestanejar repetiu com garra seu ataque.

Nesse momento, um forte clarão envolveu ao campo de batalha ofuscando a visão dos soldados de Astrynat e dos Orcs, que pareciam multiplicar-se — apesar das baixas grandiosas que os três combatentes da Grand Chase provocavam em seus regimentos —, e que avançavam violentamente contra os mesmos. E eles voltaram-se, deparando com a silhueta de Lothos, montada em seu corcel, com o mão direita estendida, apontando seu poderoso Anel de Aryan por sobre os inimigos.

— Vamos, andem!! Não temos tempo a perder!!!  — ordenou ela ao Grupo enquanto, num movimento rápido, apeou e ergueu seu florete à frente de seu rosto, fitando friamente seus oponentes.

— Ilusão de Luz!  — bradou com altivez, e sua arma foi envolta por uma forte luz; e avançou contra a turba de Orcs e soldados de Atron, desferindo vários golpes rápidos com seu florete em várias direções, de modo que causava a impressão de ela estar usando inúmeros floretes ao mesmo tempo, o que deixou seus inimigos um tanto assustados. Sendo que a luz que provinha de sua arma expandia-se e espalhava-se de cada uma das lâminas que se faziam vislumbrar pelo inimigo e se lançavam contra os mesmos como uma rajada de energia brilhante, atingindo-os diretamente. Porém, repentinamente, o reflexo do gume de uma lança repeliu violentamente parte dessa rajada, revertendo-a contra a Líder do Exército Intercontinental, que apenas girou seu florete diante de si, neutralizando a força de seu próprio ataque.

— Pelo visto você é mais persistente do que eu imaginava. — disse com desprezo a General Narsha, que ali havia surgido. — Parece que você não sabe quando é hora de morrer, mas desta vez eu asseguro que você não sairá com vida daqui!

— Isso é o que veremos, General! Não pense que cometerei os mesmos erros de nosso último embate! Será você, e não eu, quem encontrará a morte neste campo de batalha!!! — retrucou Lothos com olhos ávidos, arremessando seu florete ao ar, ao mesmo tempo em que se impulsionou ao alto e pegou firmemente sua arma, traçando rapidamente várias linhas ao sabor do vento. Estas linhas, por fim, acabaram por formar uma bela rosa de um rubro muito intenso, que atraiu de modo inevitável ao olhar de Narsha.

— Rosa de Sangue! — clamou a Comandante, movimentando seu florete e despedaçando a rosa em mil pedaços, e lançando as pétalas da mesma por sobre sua oponente, nublando sua visão; e quando Narsha deu por si, Lothos estava desferindo várias estocadas, que, violentas, atingiram-na como se fossem espinhos rasgando fortemente sua armadura.

Com muita dificuldade a Oficial Inimiga concentrou seu poder e repeliu ao ataque, empurrando Lothos com um movimento brusco,

Deu então um salto pra trás e velozmente empunhou sua lança, saindo em disparada na direção da Comandante das Tropas Intercontinentais de Vermécia. Porém, ao meio do caminho, baixou a ponta de sua arma e a cravou no solo pedregoso do campo de batalha, e fez dela um suporte para impulsionar seu próprio corpo e assim lançar-se contra Lothos, tendo ambas as pontas de seus pés unidas — com as facas afiadas de sua armadura reluzindo. De modo que, sem ter chance de Lothos esquivar-se, atingiu-a com grande violência diretamente no peito.

Sob a força do impacto, a Comandante foi lançada de costas para longe, enquanto Narsha se erguia velozmente, saltava, e dava um giro no ar para trás, alcançando sua lança e fazendo com esta movimentos giratórios ao tornar sua investida contra a Oficial de Vermécia.

Sentindo uma forte dor no peito e vendo tudo girar, Lothos esforçava-se por levantar-se, e foi com dificuldade que girou seu corpo para a direita esquivando-se da ponta afiada da lança de Narsha, que iria atingi-la diretamente.

Num movimento preciso, de grande agilidade e superação, a Comandante ergueu-se e correu na direção de sua oponente, tendo seu florete apontado na direção da mesma. E da ponta deste um intenso brilho prateado começou a fluir e envolveu todo seu corpo como um escudo imenso, e ela prosseguiu num ataque irrefreável. Ela avançou e atingiu a Oficial em cheio no peito, de modo que esta não conseguiu se defender sendo arremessada ao ar. Lothos aproveitando-se disso, saltou em seguida na direção de sua inimiga, traçando linhas rápidas com seu florete, ao mesmo tempo em que atingia sua adversária com sua arma.

— Clamor da Justiça! — Gritou, e a imagem de uma balança de Justiça, suspensa por uma grande espada, formada por uma luz intensa, materializou-se por detrás da Comandante. Lothos ergueu seu braço direito, segurando firmemente seu florete de modo que, ao aponta-lo novamente na direção de Narsha, esta foi atingida diretamente por uma forte explosão de luz, que a cegou momentaneamente. Diante disso, Lothos a golpeou perfurando-a por diversas vezes com seu florete, que transpassou sua armadura e atingiu-a impiedosamente em várias partes de seu corpo. Narsha caiu ao chão, ferida.  Enquanto Lothos, postou-se próximo a ela, levemente ajoelhada, e, após, se levantou fazendo um movimento gracioso com seu florete antes de guarda-lo em sua bainha.

Sentindo fortes dores, pelos cortes que atravessaram sua armadura, Narsha deixou-se consumir por um ódio voraz e sanguinário e, envolta numa energia sombria, se apoiou em sua lança para erguer-se, cravando a ponta da mesma ao chão. Lothos observava-a e, tendo vários ferimentos que sangravam, sentiu sua visão embaçar enquanto que a Guerreira de Astrynat retirava a ponta de sua lança do solo e partia novamente para o ataque, empunhando-a hostilmente. No percurso, a energia sombria que emanava da lança se condensou em uma corrente sob a forma de duas serpentes negras.

— Presas da Serpente!!!  — vociferou, e estas saíram da lança, girando em torno de seus próprios corpos, com suas presas apontadas na direção de Lothos, que, sentindo as forças exaurindo-se acabou sendo atingida pelas mesmas. O impacto foi violento, e à medida que as serpentes enlaçavam-se ao corpo da Comandante e a mordiam, a sensação de torpor em seu corpo se fazia ainda mais crescente, bem como as fortes tonturas – uma vez que as serpentes drenavam lhe vorazmente sua energia vital.

Sem piedade, Narsha apontou sua lança contra a Comandante das Tropas Continentais de Vermécia perfurando-a com vários golpes, mas esta, reunindo o que restava de suas forças, condensou sua energia numa forte rajada de luz, que repeliu ao ataque da Guerreira de Astrynat arremessando-a para longe.

Narsha sentiu o líquido quente e avermelhado de seu próprio sangue descer por um corte profundo em seu supercílio esquerdo. Lentamente, envolta por um ódio voraz, tornou a apoiar-se em sua lança, reerguendo-se; enquanto que Lothos, extremamente tonta, fazia grande esforço para tentar manter-se em pé.  Seu corpo parecia dormente e sua visão tornava-se cada vez mais embaçada e turva, à medida que o sangue veria abundantemente por seus ferimentos.

Elesis, que se digladiava com um grupo de soldados de Astrynat, acabou por ver a cena, e correu até o local velozmente, a tempo de interpor sua Alabarda diante da lança de Narsha — que havia partido ensandecida para cima de Luryen Lothos, com o firme propósito de matá-la —, e, assim, fez com que a Inimiga fosse arremessada para longe.

— Nós ainda não terminamos nossa conversa, Narsha. — falou a Líder dos Cavaleiros Vermelhos, e da Grand Chase, com voz altiva e austera.

Narsha riu — um riso irônico. Guardou a poderosa lança na bainha em suas costas, e novamente tomou em mão sua espada.  Passava um ar impetuoso, embora, na verdade, estivesse a sentir fortemente a ação do poder infringido pelos golpes desferidos por Lothos durante o embate.

— Elesis, essa luta é minha! — falou Lothos tentando erguer-se, mas estava profundamente debilitada e as tonturas a dominavam.

— Não, Comandante, é minha!  — retrucou a Guerreira de cabelos vermelhos sem tirar os olhos da inimiga.

A respiração de Lothos era ofegante e ela não conseguia mais erguer-se. De modo traiçoeiro, Narsha saltou e tentou atingir a Oficial, mas Elesis girou sua Alabarda e posicionou-se diante de Lothos, protegendo-a.

— Deixe minha madrasta fora disso, sua luta é comigo agora, Narsha!

Elscud, que estava envolto num embate acirrado com inúmeros soldados e Orcs, deparou-se com o terrível quadro que desenrolava-se a alguns metros de onde se encontrava, tomando-se de total desespero ao ver sua mulher, caída próxima à sua filha Elesis.

— Supremo X! — Gritou, deixando-se envolver por uma energia incandescente de tom vermelho sangue. E saiu em disparada na direção de seus oponentes, atingindo-os com vários golpes precisos de espada. Depois saltou alto e, lançou uma poderosa rajada de fogo em direção ao solo, por sobre seus inimigos, a qual culminou numa gigantesca explosão de chamas rubras e intensas, que destruíram por completo seus adversários.

Outros soldados adiantaram-se em sua direção com ânsia de lutar, e o General abriu, a golpes violentos de espada, caminho em meio a estes, seguindo até onde elas se encontravam.

— Elesis, Luryen! — chamou-as, tendo no rosto uma expressão grave e repleta de preocupação.

— Leve-a daqui meu pai! Ela não está nada bem!

Ele tomou a esposa em seus braços e olhou para a filha, movimentando levemente a cabeça a cabeça em sinal de concordância. — Não se preocupe, cuidarei dela agora.

Narsha os observava, atentamente. E, de modo hostil, movimentou-se tencionando principiar um novo ataque. Apercebendo-se disso, pai e filha voltaram rapidamente seus olhares na direção da poderosa Inimiga.

— Eu me encarrego dela, meu pai. 

— Tome cuidado... Não quero que nada de mal também ocorra a você. — -disse, com seriedade. Elesis assentiu, e ele afastou-se rapidamente do local junto da esposa. Soldados atacaram-no, mas ele os repeliu com sua espada.

— Ceifador Cruel — gritou, girando sua arma no ar à frente de seus inimigos adjacentes, e, dessa forma, fez com que linhas aparecessem diante dos mesmos, que tentando transpô-las acabaram sendo retalhados por sua misteriosa lâmina. Em seus braços, sua esposa havia perdido os sentidos e mantinha-se desacordada, e ele temia por sua vida enquanto seguia apressado lutando bravamente. Apesar da grande dificuldade que estava tendo para manusear sua arma. Vendo isso, Sieghart deles se aproximou dando cobertura.

— Vá garoto! Eu cuido deles! — disse o Imortal, que firmava Ashthanus com força ao solo. E assim, Elscud conseguiu recuar rumo ao monte onde se encontravam as catapultas.

Com olhos fixos nos soldados, Sieghart segurou então forte o punho de sua Grande Espada, a dividiu, e o forte brilho já existente em ambas as lâminas se tornaram mais intensos. E uma aura alvo negra começou a condensar-se em torno de si. Fendas começaram a romper-se pelo solo árido do deserto de Periett. Os soldados sentiram a força que se aglutinava em torno do homem de cabelos negros e esvoaçados, porém, feito máquinas cegas de guerra, continuaram a avançar contra o mesmo, tendo lanças e espadas em punho.

— Corte Devastador! — Gritou Sieghart, parecendo cada vez mais absorto pela intensidade do poder que provinha de ambas as lâminas de Ashthanus, As ergueu, ao mesmo tempo em que se impulsionou ao alto, e caiu, cravando as pontas das mesmas ao solo. Destas, duas fortes rajadas de energia elevaram-se ao alto — uma oriunda da lâmina reluzente e a outra da lâmina sombria. Estas se misturaram num forte choque, e caíram por sobre os inimigos com impressionante e devastadora força, sob a forma de um X, deferindo-lhes um poderoso corte. Sob o impacto do ataque, os soldados de Atron foram arremessados a longa distância, caindo já sem vida ao chão.

Um Capitão do Exército de Narsha, nesse momento, avançou contra ele. E movimentando-se agilmente conseguiu aproximar-se do Imortal posicionando sua lâmina quase rente ao pescoço do mesmo. Sieghart recuou, também com extrema desenvoltura, enquanto olhava intrigado para o jovem de tez morena e ar adolescente que o desafiava, e cujo olhar passava uma vontade assassina.

Num movimento rápido, girou Ashthanus e interpôs sua pesada espada contra a lâmina inimiga, que ao tocar seu fio Sagrado fragmentou-se como fosse feita de vidro.

Estupefato, o jovem capitão do GCA não se intimidou, e retirou de suas bainhas outras duas espadas, com as quais formou vários pontos luminosos que se entrecruzaram, como raios de luz, e que caíram por sobre Sieghart como navalhas afiadas. Mas este, com o poder oriundo de sua Espada, deixou-se envolver por uma aura escura que bloqueou ao ataque do Capitão facilmente. Contudo, sem entender como e quando, Sieghart pôde ver que vários cortes haviam trincado sua armadura e que haviam rasgado sua pele, por onde filetes de sangue desciam de modo intenso.

— Esse garoto. Ele não é nada mal.... Em outra ocasião adoraria passar horas cruzando espadas com ele, mas não posso. Não aqui. — pensou para consigo mesmo enquanto erguia Ashthanus e repelia ao novo ataque de seu inimigo, ao mesmo tempo em que, com maestria, girou sua grandiosa espada, de modo que a ponta da mesma passou rente ao pescoço do Oficial, deixando neste um corte, que por pouco não seria fatal.

Sentindo a ardência em seu pescoço o jovem recuou num salto pra trás, mas seus olhos pareciam manter-se inabaláveis.

— Qual o seu nome Guerreiro? — disse o Imortal, fitando-o.

— Arshan, e é bom que guarde mesmo o nome do homem que vai dar cabo de sua miserável vida!

— Isso é o que veremos, Criança! — disse provocativo, enquanto unia as lâminas de sua espada.

— Ora seu!!! — rebateu o Capitão, enfurecido, partindo para cima do Imortal, que não se abalou ante sua aproximação, permanecendo imóvel.

— Lâminas do Caos! — Gritou Sieghart, com voz profundamente grave.

E movimentou Ashthanus, recostando sua ponta ao chão; sendo que desta, longos filamentos de energia alvo-negro se espalharam pelo solo, abrindo fissuras por onde chamas começaram a erguerem-se. E destas emergiram lâminas de energia alvo-negra, que saíram rumo ao alto e caíram por sobre o jovem General como faíscas.

Arshan tentou defender-se, porém a força contida na energia de Ashthanus era algo divinal e ele cambaleou, caindo de joelhos ao chão.

Determinado e aguerrido, o jovem Capitão não deu-se por vencido e ergueu-se, apesar da dor que o acometia.E de modo impetuoso partiu para cima do Imortal com a única espada que lhe sobrara — uma vez que a outra também havia se fragmentado — e cuja lâmina já estava bastante trincada.

— Não me subestime! — Gritou o General, enquanto tentava de modo impulsivo atacar Sieghart com sua espada.

Este, porém, embainhou Ashthanus rapidamente e, com ambas as mãos, segurou a lâmina inimiga, destruindo-a rapidamente apenas com o imenso poder da energia que o envolvia.

Vendo isso, Arshan inquietou-se, mas não esmoreceu, e concentrando seu poder através de uma cinzenta aura, espalmou sua mão — a qual emitiu uma forte luz — e provocou uma violenta explosão. Sob a força de seu impacto, Sieghart foi arremessado para longe; vindo a cair por cima de um grupo de Yunglus, que, imediatamente, atacaram-no com fúria.

Arshan sorriu, fitando a cena com ar de vitória. Os Yunglus, com sua brutalidade, certamente dilacerariam o Guerreiro de Vermécia, assim pensou. Mas para sua surpresa, Sieghart, totalmente envolto por sua fúria, reergueu-se.

Sangrava muito, mas seus olhos pareceriam imersos num estonteante ódio, e, com Ashthanus novamente desembainhada, este se deixou envolver pela forte aura que provinha da Espada e que era composta de energia de Luz e de Trevas, as quais não se misturavam, mas que circundaram o imortal — girando em torno do mesmo.

A energia se expandiu e se dividiu formando duas asas, uma branca e outra negra, e Sieghart, empunhando ferozmente sua Espada Sagrada, partiu na direção de seus oponentes deferindo-lhes um corte violento, seguido de vários outros em sentidos opostos.

— Fúria de Ashthanus! — bradou, com olhos repletos de furor.

As asas em suas costas então se projetaram para frente formando duas fortes lanças de energia, uma prateada e outra muito escura, as quais caíram por sobre o inimigo rasgando suas armaduras e carne.

Sieghart gritou, envolto pela fúria — um grito demoníaco, ensurdecedor e grave —, e separou as lâminas de Ashthanus. Ao mesmo tempo em que as lâminas de energia que haviam sido formadas giravam velozmente, de cima para baixo, retalhando o inimigo, enquanto o Imortal finalizava seu ataque com as duas lâminas de Ashthanus envoltas em forte energia, atacando-os violentamente com vários golpes impiedosos; até que, por fim, as lâminas de Ashthanus e as lâminas de energia se uniram e se misturaram, causando uma gigantesca explosão, que arremessou aos Yunglus para longe aniquilando-os em questão de segundos.  E o impacto da explosão foi tão devastador que, mesmo não estando próximo, atingiu também a Arshan, que caiu desacordado e gravemente ferido ao chão.

Ryan, por sua vez, completamente cercado por um grupo de Orcs e vários Trolls, trocava ao mesmo tempo golpes com um Oficial de Astrynat, cujo ar rude se fazia notar em todo seu semblante — tanto pelo olhar como por seus cabelos desgrenhados.

Estava bastante ferido, e seu corpo estava banhado em sangue, e ele o sentia pesado; sua visão estava turva, e não conseguia mais acompanhar aos movimentos dos inimigos — que pareciam cada vez mais numeroso apesar de todas suas investidas.

— Eu esperava mais do herdeiro de Dan Magnus — disse irônico, o Capitão do GCA. Que, ciente de que não venceria Ryan sozinho, rodeou-se por um contingente imenso de criaturas sombrias e atraiu ao jovem Titã para uma armadilha, encurralando-o.

Um dos seus machados havia caído a metros de onde estava— após um poderoso golpe do Oficial — e, como Druida, ele se via impossibilitado de evocar sua Quinta Classe, estando a lutar com todas as forças para sobreviver e para derrotar ao ardiloso emissário do Deus Atron, bem como a seus subordinados.

O Capitão riu alto. Ryan não podia se mexer, estava de joelhos e quase inconsciente.

— Morra! — disse o Oficial enquanto transpassava-o com sua longa espada.

Ryan gemeu fundo e fechou os olhos.

 “Será este o meu fim”? ... “Será o fim de tudo?” ... — A voz de sua mente semiconsciente ecoava dentro de si. “Não… eu não posso morrer aqui” … “Eu tenho que ajuda-los” ... “E Lire?” ... “Ah, Lire” ... — a imagem da esposa tomou sua mente, e de seus olhos filetes de lágrimas escorreram. Surpreendendo o Capitão, o jovem Elfo, cujo sangue vertia por seu peito, reergueu-se envolto por uma aura alaranjada.

— Eu não posso morrer aqui! — Gritou Ryan abrindo os olhos, tendo ainda a imagem de Lire parecendo vívida diante de si. E motivado por uma força que parecia dizer-lhe para nunca desistir, mesmo diante da morte — uma força magnânima e divinal que expandia-se dentro de todo seu ser, de modo inato, sem que ele conseguisse apreender como algo tão grandioso pudesse existir em si mesmo.  Segurou com força a espada que ainda estava mergulhada em seu peito, e a retirou num movimento brusco.

— Eu ainda não fui derrotado! — disse de um modo que fez o Oficial de Astrynat fita-lo assustado.

— Espírito da Natureza entregue a mim seu poder e me torne mais uma vez o Espírito Primordial! — Clamou Ryan, e a aura em volta de seu corpo se transformou em densas chamas carmesins, seus olhos ficaram no tom de suas chamas.

— Fênix Flamejante! — Gritou o jovem Druida enquanto seu corpo se transformava no Espírito primordial — uma enorme Fênix envolta por chamas que queimavam intensamente — ele voou por sobre os Trolls e Orcs, e o leve bater de suas asas expelia fogo com intensidade vulcânica, fulminando com as bestiais criaturas em poucos segundos. Depois, partiu para o enfrentamento direto contra o Oficial de Atron lançando-se por sobre o mesmo num forte mergulho — que provocou uma estrondosa explosão, e que o destruiu completamente — ceifando lhe a vida.

E quando as chamas se extinguiram, o Espírito Primordial pousou por sobre os destroços da explosão, e Ryan surgiu, em meio a uma imensa luz avermelhada que curou por completo o ferimento em seu peito; mas o cansaço e a fraqueza eram evidentes, e o jovem Elfo — a cuja real origem ainda era-lhe totalmente desconhecida — caiu desmaiado ao chão.

Em cima de um penhasco, ao abrigo de uma entrância formada por uma fenda existente entre dois pontiagudos rochedos, uma sombra vislumbrava a arena, e, embora a luta o fascina-se, era algo além dali que o chamava. Algo a cuja busca se fizera imprescindível através de tantos séculos, e que estivera muito perto de obter, porém sem sucesso.

E agora, passados seis anos desde o dia fatídico em que seu maior desejo escapou de suas mãos — junto da forte tempestade que assolou a tudo naquela noite sombria —, tornava a sentir que uma nova oportunidade se abria em seu horizonte, em meio à guerra que desfigurava-se sangrenta na grandiosa planície que estendia-se nas bases irregulares do íngreme penhasco.

— Eu sinto que ela está aqui.

— “Tenho certeza de que está. Essa é sua chance de trazê-la até nós”.

— Eu não a desperdiçarei. Hoje a terei em minhas mãos!

Continua...


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Notas finais do capítulo

A guerra em Solo Sagrado de Xênia está rumando para seu final, bem como o tempo que a Grand Chase tem para chegar junto ao Pico Delevon, para, assim, Arme invocar o Ritual…
Conseguirão nossos Guerreiros concluírem sua missão com êxito?
E quem é o misterioso homem que surgiu oculto em meio aos rochedos?
Muitas revelações e fortes emoções se reservam para o último episódio desta trilogia!



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