Era uma vez, uma pequena menina, que acreditava na beleza do mundo. Acreditava que as pessoas ainda sorriam quando se anda na rua, ela sempre acreditaria. Essa menina não tinha sonhos muito grandes, nem muito difíceis de se conquistar, antes de toda aquela coisa de shingamis, ela só queria uma casinha de campo, um bom marido e dois filhos.

Ela, conheceu os shinigamis, a perspectiva de uma vida melhor se acendeu em sua cabeça, mas ela não esqueceu, jamais, de seus antigos sonhos. Ela sonhou que aquele homem de óculos pudesse ser o marido com que sonhou toda sua infância, ela sabia que ele não olhava para ela assim, mas ainda sonhava.

A menina foi traída por ele, ela e talvez metade do mundo, mas nunca deixou de acreditar nele, e em seus mais profundos desejos, aqueles que não são contados nem ao travesseiro nas noites de pesadelos, ela ainda acreditava que ele era o homem perfeito para se ter uma casinha de campo e dois lindos filhos, e que ele lhe daria um beijo de boa noite e outro em cada um daqueles lindos filhos.

A menina foi enganada, colocada em lugar de morte daquele com que ela tanto sonhou em ser seu marido perfeito, ela foi acordada de seus sonhos infantis para morrer no lugar dele. Não que ela se importou, naquela altura, a dor que não queria sentir era tão grande que ela nem sentiu.

Quem realmente se importava com aquela menina? Ela era muito pequena para brilhar sozinha , e muito frágil para receber a verdade.

Era só uma menininha.

Que agora não sonhava mais.