The Third Winchester escrita por Eleanor Blake


Capítulo 41
Darkness


Notas iniciais do capítulo

Leitores amados,eu tive meu notebook roubado,e nele haviam os capítulos a serem postados.Depois que fui roubada fiquei tão decepcionada que tinha parado de escrever ou de me aproximar de qualquer coisa que me inspirasse.
Consegui um notebook novo faz alguns dias,e,hoje me veio o desejo de escrever,e me lembrei o quanto amo escrever e o quanto sou grata as palavras de incentivo de cada um de voces e fiz esse capítulo em agradecimento aos meus amados leitores.Espero que gostem



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A tarde caía e eu olhava a pela janela o esparso movimento da rua. Vi pessoas acenando desanimadas; vi sorrisos gélidos e saudações indiferentes.
Era nesse mundo que eu vivia.
–Posso saber no que está pensando?
Olhei pra porta e Dean entrava com dois copos de café na mão. Abracei as pernas e descansei meus olhos até que eu sentisse aquela presença perto. E, naquela hora ele estava perto demais.
–Não estou pensando em nada específico, apenas estou cansada.
Fechei a mão e senti a aliança que Dean tinha me dado relembrar-e de sua presença. Senti-me sufocada.
Levantei-me encarando meus pés e torci o cabelo até que se formasse um coque solto e dei alguns passos até a porta.
–Por favor, não me siga,quero ficar sozinha.
Peguei minha bolsa e desci as escadas sentindo os olhos de Dean fixos em minhas costas, mas continuei me afastando até que saísse do hotel e começasse a andar pelas ruas que iam se silenciando enquanto a noite caía preguiçosamente sob os ladrilhos.
Como se eu tivesse planejado chegar ali, dei de cara com o mármore cinzento de uma pequena capela e deixei que minha mão tocasse a porta.
–Boa noite
Olhei pra trás e uma freira me olhava docemente enquanto me mostrava uma chave presa a uma cordinha.
–Às vezes Deus não explica seus planos, mas espera que o sigamos, e, quando fraquejarmos ele sempre estará lá pra consolar.
Ouvi as portas se abrirem e dei passos pouco estáveis até um dos poucos bancos dentro da capela e me coloquei a olhar a imagem do Cristo preso a cruz me olhando calidamente. Era como se ele dissesse está tudo bem, as coisas vão melhorar.
Beijei a velha pulseira que Nate tinha me dado e quando dei por mim eu soluçava de tanto chorar. Não sabia explicar por que doía tanto.
Na verdade sabia.
Aquele mundo não era meu e eu sentia a cada hora que passava que eu nunca pertenceria ao mundo dos caçadores. Pior, o que me matava é que eu sabia que nunca pertenceria aquele caçador especificamente.
Normalmente decidir algo era fácil até o momento em que conheci aqueles dois. Era simplesmente tomar uma decisão e segui-la. Fácil como respirar.
Você me daria um motivo pra voltar vivo pra casa.
Todas as decisões que eu queria tomar giravam em torno dessa frase que ecoava em minha mente. No entanto, ao mesmo tempo em que eu desejava estar ao lado dele, eu odiava o outro lado, odiava saber que o que o levava a prender-se a mim com mais afinco era a maldição que recaía em nós.
Maldita profecia.
Passei as mãos pelo cabelo e me levantei sentindo que havia alguém lá fora. Respirei fundo e sequei minhas lágrimas e vi pelo relógio da igreja que já passava da meia noite.
Olhei pra rua e vi Sam com as mãos metidas nos bolsos enquanto levantava a cabeça até que seus olhos estivessem presos aos meus. Baixei a cabeça e soltei o coque do cabelo.
–Topa dar uma volta comigo?
Mordi o canto da boca e estiquei minha mão pra ele. O toque quente me fez olhar pro outro lado enquanto eu o puxava em direção a pequena praça que havia em frente à capela.
Soltei sua mão e sentei-me num balanço convidando-o a sentar-se no outro. Sam ergueu uma sobrancelha, mas acabou sentando-se ao meu lado.
Nenhuma palavra foi dita.
Depois de algumas horas balançando pra frente e pra trás Sam se colocou em pé e me deu sua mão pra segurar.
Andamos devagar como se quiséssemos prolongar cada passo antes de entrarmos no hotel.
A robusta construção estava ali a nossa espera, como uma mãe que vê o filho chegando tarde e o filho entende que será castigado duramente por ter ignorado o toque de recolher.
Respirei fundo e soltei a mão de Sam e ouvi a porta se abrindo pesarosamente enquanto eu a empurrava devagar. Sam veio atrás trazendo um cheiro acre e levemente adocicado. Definitivamente o oposto do cheiro marcante de Dean.
Sam era a garoa e Dean era o trovão.
E eu?Eu era a idiota que corria da chuva enquanto trovões ecoavam ao meu redor.
Parei no terceiro degrau da escada e olhei pra trás encontrando Sam me olhando tristonho. Suspirei e desci os degraus que nos separavam e o abracei.
O abraço de Sam era leve e ao mesmo tempo firme, simplesmente um lugar em que eu estava gostando de estar. Seus braços afastavam toda aquela confusão por curtos segundos.
Rápido demais
Quando os braços de Sam caíram ao meu lado eu só pude abraçá-lo mais forte e guardar seu cheiro pra mim antes que me soltasse dele.
Sam sorriu de lado e bagunçou de leve meus cabelos e, mais rápido do que eu gostaria se foi nas escadarias.
Abracei a mim mesma como se quisesse mais um segundo daquela sensação leve que eu tinha tido e suspirei lamentosamente antes de subir os degraus até o quarto em que nos hospedamos.
Abri a porta e eu sabia o que me esperava. Meu trovão particular.
Se Sam foi uma brisa quente de verão, Dean com certeza seria a noite de tormenta.
–Boa noite
Sua voz estava trêmula e seu corpo retesado enquanto eu fechava a porta. Assenti pra ele e desci dos saltos me assustando com o barulho que fizeram quando foram ao chão.
–Tira a roupa
Olhei-o encontrando raiva naqueles olhos. O brilho deles era o mesmo que eu veria num raio caindo.
Dei um passo involuntário pra trás e segurei a bolsa com um pouco mais de força. O que estava havendo ali.
–Dean eu...
Mais rápido do que pude acompanhar.
Quando vi Dean tinha me jogado na cama como se eu fosse uma bola de basquete e ali a cesta.
Estava errado.
Suas mãos puxaram minhas pernas até que elas se encaixassem em sua cintura. Era simplesmente feroz.
Mas estava errado.
Tentei empurrá-lo e tive como resposta as mãos travadas sob a cabeça sendo presas por uma única mão dele enquanto a outra puxava sua calça pra baixo.
Eu respirava freneticamente enquanto o via se aproximar de mim. Não era bom, seu toque me machucava; seus olhos estavam raivosos, seus lábios travados num sorriso frio.
Debati-me até conseguir colocar as pernas contra o peito e o chutei virando o corpo de lado. Corri até a porta.
Não rápido o bastante.
Dean puxou meu cabelo em rédeas e me pôs de quatro no chão puxando a saia. Quando não pude mais me mover senti que ele estava me invadindo sem amor nenhum, sentia sua respiração e seu cheiro, mas era como se ele não estivesse ali.
Ele estocava forte e tudo o que eu sentia era dor e um medo paralisante. Quando senti que a mão livre dele tocou minhas costas finalmente despertei.
Gritei com todas as forças que tinham de restado e me impulsionei até que o vi caído ao lado da cômoda e não consegui fazer mais nada além de ir pro lado oposto do quarto.
–A... Annie... Amor... Eu...
Abracei minhas pernas e chorei tremendo.
Fechei os olhos e senti Dean se aproximando, e, quando voltei a abri-los e ver que ele estava parado na minha frente como se não soubesse o que fazer tudo o que pude fazer foi voltar a gritar.
Abraçou-me
Seu toque me desesperou, era a sensação de uma cobra se enrolando lentamente por meu corpo todo.
Gritei
Gritei o mais alto que podia enquanto ele me abraçava.
A porta.
Num segundo o que ouvi foi um estrondo na porta e o que vi por entre aquele abraço horrendo foi Sam entrando e procurando o perigo.
Minha voz sumiu
Eu só o olhava enquanto sentia lágrimas quentes correndo por meu rosto que deveria estar preso numa expressão indizível de terror.
Por um segundo meus sentidos falharam, e, como se estivessem arrancando minha alma da carne eu vi Dean ser arremessado de volta ao canto onde estava enquanto a mão de Sam se fechava num soco que fechei os olhos pra não ver. O som do golpe me aturdiu.
Depois disso mais nada.
Eu não conseguia ver nada, meus ouvidos estavam torpes.
A única coisa que senti foram mãos quentes me pegando e me tirando de lá.
Conversas ao meu redor que eu não entendia; frases e toques direcionados a mim e eu não conseguia compreendê-los.
Até que os flashes vieram.
Eu só conseguia escutar em minha mente o tira a roupa e sentir em cada toque aquela brutalidade, lembrar-me de Dean me invadindo daquele jeito.
Debati-me tentando me livrar daquelas imagens, daquele contato, de todo o horror.
Mais um abraço.
Paralisei-me quando senti aquele abraço leve e seguro.
Sam estava ali.
Seu corpo tremia e estava tenso, como se ele estivesse controlando a própria força pra não me quebrar. Quando finalmente olhei naqueles olhos e neles eu me vi a única coisa que me restava era abraçar a escuridão.


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Notas finais do capítulo

E aí meus queridos devoradores de palavras,o que acharam?



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