The Third Winchester escrita por Eleanor Blake


Capítulo 19
I can't hold on


Notas iniciais do capítulo

Olá meus leitores,vejo que agora tenho seis,acho que dois eu ainda não conheço,então por favor meus amados gasparzinhos,apareçam e comentem,como resultado eu posto mais e melhor tá bom?
Então beijos e divirtam-se



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Acordei com minha cabeça estourando de tanta dor, estava grogue e ainda permanecia naquela situação patética. Senti que estava sendo observada como um experimento; e é claro que Dean estaria ali, nem me dei ao trabalho de abrir meus olhos.

Ouvi passos ritmados até que depois de um tempo esses mesmos passos chegarem até mim. Senti suas mãos ásperas e quentes afagarem meu rosto delicadamente; admito que eu talvez goste de tê-lo assim carinhoso se essa não fosse à situação.

-Acorde que já é quase meio dia meu bebê, acorde pra mim- ele pedia.

Irritei-me com aquilo, de onde vinha aquilo?Não sou um bebê e isso já começava a me dar nos nervos.

Abri meus olhos lentamente, mas logo tive que os fechar. Minha cabeça estava estourando e aquela maldita luz não facilitava em nada. Eu queria esconder meu rosto, virar pro lado, mais o máximo que consegui foi ouvir minha barriga roncar. Dean sorriu calidamente pra mim enquanto Sam entrava com alguma coisa na mão, parecia um tipo de arma velha e vinha seguido por Jenifer, será que eu ia morrer hoje?!

Aquilo começou a me irritar potencialmente, eu estava apreensiva, mas meu sentimento de traição era intenso, resolvi então praticar minha paciência já que não tinha nada mais que pudesse fazer. Cantarolei mentalmente algumas músicas até quase esquecê-los completamente.

-O que ela está fazendo?- Alguém perguntou; Sam eu acho.

-Ignorando nossa presença- Jennifer respondeu- bem, acho que ela não está sentindo fome ou sede não é?

Minha garganta queimava e meu estômago mais parecia uma fera selvagem, mais eu não cederia a ela tão fácil. Comecei a sentir uma presença forte, quase imaterial, mas com certeza presente naquele quarto.

-Bem, acho que ela merece ao menos manifestar-se já que ao menos parece mais calma não é?- Ana perguntou.

Bufei contrariada, então aquilo foi um pedido de Dean?Bem, ao menos falar já era um começo.

Continuei com meus olhos fechados esperando por uma explosão, luzes que piscam ou coisa do tipo, mais o máximo que senti foi uma brisa leve tocando meu rosto. Abri um de meus olhos e pude ver os três me encarando. Mas pode apostar que eu não falaria com eles, pelo menos não agora.

Olhei com os olhos cerrados pra janela e vi uma chuva fina caindo, e eu sabia bem quem a tinha provocado. Fechei meus olhos de novo e uma música de quando eu tinha medo da chuva quando pequena minha mãe cantava pra mim:

“está chovendo lá fora, seu relâmpago está roncando, ele foi pra cama com resfriado e por isso está muito bravo”.

Sorri com aquela doce lembrança de minha infância, mas eu senti que algo não estava bem. Eu me senti quase como que fora do corpo, numa memória mais exatamente. Imagens da fatídica noite em que minha mãe morreu me tomaram a mente fazendo-me ofegar, abri os olhos morrendo de medo de ver aquilo novamente.

Todos queriam saber o que eu tinha visto, mais eu não podia lidar com isso, pelo menos não agora.

Eu estava ofegando e tentando tirar aquelas imagens da cabeça, imagens que eu demorei tanto a esconder de mim mesma; mas não conseguia enxergar nada além daquilo mesmo de olhos abertos. As imagens turvaram-se e eu senti que tudo estava se turvando e senti movimentos ao meu redor, quando voltei a mim eu estava confusa e irritada.

-Anny, Anny fala comigo irmãzinha- Jennifer pedia enquanto me chacoalhava.

Foquei meus pensamentos e voltei à realidade presente. Arfei com seu contato, mas não de raiva, eu me sentia traída.

-Por que, por que Jennifer, por que me traiu desse jeito?- as palavras derramaram da minha boca.

Ela me encarou buscando palavras, mas saiu praticamente correndo sem me responder.

Olhei de soslaio e vi que Sam e Dean me encaravam. Mas Dean não ficou nisso, ele veio ao meu encontro com a mão armada, pronto, uma bem dada por ele e era uma vez Annice.

Fechei meus olhos esperando pelo golpe, mas o que recebi foi um abraço que quase me deixou sem ar, Dean me aninho totalmente em seus braços, e quando percebi, eu estava ouvindo soluços vindos de Dean.

-Nunca mais suma desse jeito mocinha, não sabe o que você nos fez passar, nunca mais faça isso, você me entendeu?- ele perguntou me encarando.

-Dean, eu tenho minha vida agora, meu trabalho, minhas coisas e obrigações; e além do mais eu tenho meu trabalho e não quero essa vida de vocês pra mim. - argumentei.

-E você acha que qualquer um de nós escolheu essa vida?Vou te responder, ninguém de nós- Sam disse irritado.

-Olá, ah oi bebê, como você vai?Ah, que pena que você não pode responder não é?Se pudesse falar agora, o que me diria?- Jô provocou entrando no quarto.

-Diria que quando eu me mexer de novo eu vou acabar com a sua raça da pior e mais cruel forma possível, e sinceramente acho melhor que eu fique sozinha aqui, então com licença todos vocês- eu disse seca.

Jô me encarou e quase correu dali, atrás Dean e Sam seguiram porta afora.

Quando eles saíram dali eu praguejei os sete ciclos do inferno por não poder sair dali. Passada a minha raiva, eu comecei a pensar nos problemas que teria dali pra frente, eu tinha coisas pra fazer, vidas pra salvar, mas parecia que eu não poderia fazê-lo tão cedo.

-Hey, eu posso entrar?- Hellen perguntou.

-Você é a primeira que pergunta- respondi

Hellen se aproximou com uma sacola com algo meio quadrado dentro, ela tirou aquilo do pacote e eu quase entrei em pânico, o que ela pensava que ia fazer com aquilo?

-Desculpe, mas já que você não pode andar isso vai ajudar um pouco- ela disse abrindo o pacote.

-Posso e vou andar, então sai fora com isso daí Hellen, eu já to grandinha pra você vir com fraldas pro meu lado!- eu esbravejei.

Ela não me deu ouvidos, veio se aproximando como se eu nada tivesse dito. Queria que ela se afastasse de mim e comecei a imaginá-la presa a parede, escutei um baque, e quando olhei o que eu tinha mentalizado estava ali diante de meus olhos. Meus olhos marejaram diante daquilo, diante oito longos anos eu tinha me controlado, mais agora por um simples nervosismo eu faço isso?!

-He... He... Hellen, por favor, não conte – eu pedi quase sem voz.

Ela escondeu o pacote embaixo da cama e sauí trancando a porta calada. Agora sim eu tinha motivos pra chorar de verdade, o medo tomava conta de mim. Tá certo que eu queria sair daqui, dessa vida, mas não queria que me considerassem uma aberração, nisso já me bastava.

Senti uma tristeza imensa, o medo em dominava, tinha medos deles não entenderem, de não aceitarem o que eu era ou fazia, e aquilo doeu fundo, demais pra que um só suportasse.

Não sei por quanto tempo chorei, mas adormeci em seguida; quando acordei Hellen me encarava. Ela sorria docemente pra mim, como se fossemos cúmplices; acho que ela entendeu meu medo e resolveu guardar segredo, ela não ter ficado com medo de mim me deixou muito aliviada.

Veio-me uma vontade de ir ao banheiro, saída não sei de onde, parecia que iria explodir. E agora?O que eu faria?

Eu me contraí involuntariamente e senti algo estranho, um tipo de volume entre minhas pernas. Não... Ela não faria!Corei violentamente querendo sumir dali o mais rápido possível, sumir do mundo!

-Não faça assim, você por enquanto está assim, é mais fácil desse jeito. Você precisa entender que no momento não temos muita saída além dessa,seja profissional, você é médica, por Deus,tente entender!- Hellen quase berrou, jogando suas mãos pro alto.

Olhei pro lado e vi um prato com alguma coisa pastosa e potencialmente nojenta dentro, era amarelo e viscoso.

-Você deve estar com fome, então eu te trouxe mingau de café da manhã- ela disse pegando a gororoba.

-Eu é que não vou botar isso na boca Hellen, isso é nojento, e, além disso, e... Eu estou de regime!- tentei justificar.

Olhei pra baixo e me vi numa roupa estranha, meio que folgada e colorida de mais pra ser minha, não vestiria isso nem em pesadelos, olhei pra roupa e pra Hellen tentando buscar explicações.

-Eu nunca mexeria nas suas coisas sem que você consentisse, então peguei algo meu e te vesti- ela respondeu a minha pergunta muda- agora vamos comer, que negócio de regime coisa nenhuma, daqui a pouco você some!

Ela veio chegando perto com aquilo na mão e eu comecei a me sentir enjoada e com uma sensação estranha, quase como se minha cabeça estivesse doendo sem exatamente doer, e eu sabia que aquilo não seria bom, eu sabia que era meu extinto de proteção se “ativando”, e isso resultaria novamente no acontecido de ontem.

Comecei a tentar formular uma frase pra que ela se mantivesse longe de mim, que não era inteligente tentar e forçar a nada, mas graças a alguém lá de cima Dean entrou.

-Bom dia Hellen; como estamos?E você Annice, como vai?- ele perguntou- uou, mingau de café da manhã, que delícia.

-Acho que ela não concorda Dean, ela não quer comer- Hellen explicou.

-Ela não come isso nem a pau, desistam de tentar fazê-la comer isso- Jennifer falava enquanto entrava no quarto quase sem me olhar. -Toma, tenta isso aqui.

Ela entregou um saquinho pro Dean e saiu rápida de lá de dentro, Dean abriu o saquinho e lá dentro tinha um croissant de mel, meu preferido, Mas aquilo me trazia lembranças um pouco difíceis, Jennifer me deixou um desses quando partiu.

-Dean, eu não vou comer isso, posso ficar sozinha um pouco?- pedi num sussurro.

-Não,não pode,vim passar o dia com você e é isso que vou fazer- ele disse sentando-se na cadeira ao lado da minha cama.

-Certo então fique aí como o pateta que é eu não quero falar com você, então isso é só perca de tempo- rebati já irritada e ele balançou os ombros.

Fechei os olhos e minha vontade voltou quase me enlouquecendo no processo. Não, eu não faria aquilo enquanto pudesse resistir o que admito que esteja se tornando quase impossível pra mim.

-Olha, parece que você está apertada não é?-Dean falou parecendo encabulado.

Fechei meus olhos e cantarolei o mais alto que podia mentalmente, meu controle estava por um fio.

-Olá, Anny, como estamos?-Bob entrou com um copo de água na mão.

Abri meus olhos e quase tive uma síncope, o que eles queriam?Matar-me é?

Respirei fundo e cerrei os dentes ao ponto de achar que eles quebrariam, contei até dez e olhei pra Bob de novo.

-Garota, você está bem?- ele perguntou dando um gole.

Quando ele o fez um pouco da água caiu na sua calça como se fosse uma cachoeira, eu quase surtei.

-Saiam vocês, daqui por tudo o que é mais sagrado no mundo. Saiam!- eu berrei.

Os dois saíram e eu queria escalar a parede de tão ensandecida de vontade que eu estava. Ouvi a porta se abrir de novo; e Emmet entrou quase que sorrateiro.

-Sabe, se segurar assim faz mal e você sabe disso- ele disse.

-É, e o que você quer que eu faça gênio?- rebati quase num fio de voz.

-Ué, o que tem que fazer, já que...

-Faça o que fizer não termine essa frase!Emmet me deixe sozinha, por favor!- Eu pedi quase em desespero.

-Hey, o que é que tá rolando aqui?- Sam perguntou entrando no quarto.

-Ela precisa fazer suas necessidades e está se negando, é por isso que ela tá tão angustiada- Emmet explicou.

Meu corpo estava tão descontrolado que virou me deixando de cara no colchão, eu queria gritar, mas sabia que não agüentaria. Mas tinha que fazê-lo ou juro que acabaria cm um ali!

-PELO AMOR DA SANTA MÃE, SAIAM TODOS DAQUI E ME DEIXEM SOZINHA SENÃO EU MATO UM, NÃO DUVIDEM!-Gritei eu quase parecendo possuída.

Mordi o travesseiro, quase louca de vontade, eu não estava mais agüentado, Sam me puxou pra cima, e aquilo foi o que faltava, a gota restante, eu não agüentei e fiz o que tinha que fazer quase delirando por isso, mais corei violentamente e lágrimas rolavam por meu rosto enquanto eu soluçava de vergonha escondendo meu rosto no peito de Sam.

-Hey, o que foi?Está tudo bem meu amor, vamos, não fique assim- Sam falava quase que me embalando.

Olhei pra Emmet que parecia magoado com alguma coisa, quase com se parecesse arrependido. Jurei que nunca usaria meus dons em bem próprio, mas eu o fiz. Concentrei-me na mente de Emmet e vi o que o afligia, e acredite,aquilo me destruiu,olhei fundo em seus olhos ainda em transe,quando despertei chorei mais ainda olhando pra ela,vê-lo aos beijos com minha irmã enquanto eu ainda sentia algo por ele, enquanto tinha planos que o envolviam me destruiu, o resto de mim que restava estava ali, acabado na minha frente.

-Por que Em, como você teve coragem de fazer isso comigo, ela é minha irmã, estamos brigadas, mas nós por mais que estivéssemos um pouco distantes ainda tínhamos alguma coisa, prova disso foi seu ataque de ciúmes ontem. Por que Emmet, por que logo com ela?- eu perguntei quase sem voz, perdida em lágrimas.

Emmet me olhou atônito enquanto eu o fitava diretamente, ele saiu sem nada dizer. Enterrei minha cabeça no peito de Sam e gritei com toda a força soltando u m grito imensamente doloroso, aquilo tinha me ferido no meu âmago, tudo doía demais, minha mente por ter visto aquilo e meu coração por estar dilacerado da forma mais brutal e cruel.

Sam me envolveu em seus braços fortes com uma fortaleza ao meu redor, mas nem assim eu conseguia me controlar, nem assim eu queria me controlar, aquilo doía demais.

-Acho que vou chamar a Hellen Annice, isso pode te fazer mal está bem?- ele perguntou- tente se acalmar.

Ele saiu silencioso me pondo de volta na cama delicadamente e depositando um beijo cálido em minha testa. Hellen veio e cuidou de mim, mais eu estava tão absorta na minha dor que nada notei. Hellen tentou conversar mais eu não conseguia falar nada, estava cansada daquilo, queria poder abraçar meus irmãos em puro desespero e acabar com aqueles dois traidores ao mesmo tempo.

Hellen saiu em silêncio enquanto eu estava ali, sem reação, nada me interessava, mas aquela imagem dos dois se beijando com tanto desejo envolvido me queimava deixando uma trilha de fogo e dor enquanto passava por minha mente. Desisti de meu controle, precisava sair dali o mais rápido possível.

Respirei fundo e me liberei, minha mente vagou, como se ela se libertasse de fortes correntes, deixei a raiva queimar tudo dentro de mim como um inferno de chamas incontrolável, pensei naquela corrente em meu pescoço e a senti estourar e queimar diante de meus olhos; deixei-me tomar por aquela dor terrível e levantei como se nunca estivesse paralisada naquele estado. Levei a mão à maçaneta e senti que a porta estava trancada, chutei com toda a força e a vi se espatifar diante de meus olhos, sorri cruelmente.

Lá fora todos estavam armados e bestificados com minhas reações, senti aquela maldita presença ao meu lado, Ana estava ali. Olhei pra ela que parecia sem reação e dei-lhe uma bofetada mandando-a longe, não iria ser interrompida, agora minha raiva fazia-se vista e necessária de ser saciada.

Virei meu rosto e vi Emmet ao lado de Jennifer.

Aquilo foi um balde de água fria em mim, meus olhos novamente marejaram e eu senti minhas forças se acabarem, olhei pra noite que parecia me chamar como uma velha amiga de solidão.

-Anny, querida, calma, não vá- Bob me pedia.

Olhei de novo e Emmet a mantinha atrás dele,como se quisesse protegê-la de algo,acho que de mim, pronto. Aquilo doeu como nunca doeu antes, desci correndo as escadas do hotel e saí ruas adentro o mais rápido que agüentava; o mais impulsionado que eu podia até sentir dor, até começar a achar que meus músculos se romperiam frente a meu esforço, entrei na mata que ladeava a estrada me embrenhando lá o máximo que podia, eu não queria e nem devia ser encontrada, pelo menos não nesse estado.


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Notas finais do capítulo

E ai gentem,o que acharam deste mega capítulo,pra este eu estava inspirada,mais ó,eu não vou postar sem ter pelo menos mais tres comentários tá bom?
Então por favor,comentem,não dói,não custa e me faz super feliz!



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