Literature escrita por JennyNightray


Capítulo 1
Deixe aflorar seu lado masculino, seu idiota.




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Recuperado. Em Literatura, praticamente "A" matéria mais difícil de todas. 9 de 10 alunos recuperaram nessa matéria. Ou seja, cinco pessoas passaram. Uma das que passaram, era a tal da Saaya Yamabuki. O fato dela ser uma megalomaniaca e tentar me assediar faz tudo ficar complicado. Muito complicado.

Yaya foi uma das que passou por muito pouco. Digamos que ela recebeu uma ajudinha, é... a sorte dela é que as nerds/fangirls sentaram na frente dela. Sortuda. (E ainda tinha o Kairi do lado, não dificulta!)

Enquanto eu, fiquei sentado do lado das abutres, ou melhor, aquelas pertubadas que ficam seguindo a gente por tudo quanto é lugar. As duas alunas restantes eram abutres. A única pessoa que eu poderia convencer era a Yaya e a Rima-chan.

Yaya não sabia de nada da matéria. (Sortuda.) Porém, passou. A Yamabuki-san poderia abusar do meu corpinho lindo. (Ainda acho que meu lado "Nadeshiko" está aflorando, mas, que seja.) E a Rima-chan me baixaria a porrada quando tivesse chance.

E nem comento as outras, uma delas foi até o meu quarto, — vale frisar que elas estavam usando uma roupa de espiã, se achando a Kim Possible pré-adolescente. — roubou uma blusa minha cheia de suco de uva e vendeu no Mervado Livre. Se quiserem comprar, está por 650 pilas.

Bom, para minha surpresa, Rima-chan aceitou estudar comigo. Tá, eu pensei que ela me daria com vários pinos de boliche na cabeça, depois de me obrigar a fazer 272 Bala Balance seguidos para fazê-la esboçar um sorriso. Mas não, só pedi: "Me ajuda na aula de Literatura?"

Aí, ela falou: "Tanto faz. Amanhã, depois da escola, nos encontramos nessa mesma sala. Só o Nikadou-sensei estará aqui, e ele é superesperto. Ironia, Nadeshiko, não faça essa cara de espanto."

Já mencionei, que, de vez em quando, ela me chama de Nadeshiko? Pois é, aviso-lhes, vai rolar muitas "Nadeshikos" hoje. Estou esperando ela aqui, sentado na mesa, com o Rhythm flutuando do meu lado. Silêncio profundo.

Chegou a fera, sem esboçar nenhuma expressão simpática ou convidativa, e ouvindo Christina Aguilera no máximo, o som de "Fighter" preencheu a minha mente, e ficou ecoando na minha cabeça. Rima-chan estava emanando uma aura negra, como toda vez que me vê, aliás.

De qualquer jeito, com os cabelos loiros desarrumados e o uniforme normal do colégio — que ela nunca saiba minha opinião sobre isso, mas ela fica muito, hum, aquela palavra com G, enfim, ela fica muito "G" com aquele uniforme, segredo nosso. — ela colocou os livros em cima da mesa, e fizeram um ruído enorme.

Sobre o que acabei de falar acima, não, não gosto de usar esses termos. Kukkai zoa com a minha cara, diz que meu lado Nadeshiko está aflorando e eu pego no ponto "Ikuto-pega-mais-mina-que-você." e ele ameaça me matar.

É, ele não gosta de ser lembrado que não pegou a Utau até hoje. Não gosta mesmo, nos momentos deprê, ele come umas 10 tigelas de ramen em dois segundos. Uma vez, ele até rosnou. NENHUM SER HUMANO ROSNARIA POR ESTAR NA SECA, vale frisar.

Enfim, não gosto de usar a palavra gostosa, nem pra comida e muito menos para a Rima. No máximo para a coelhinha de Junho da Playboy. Não me repreendam, tudo culpa do Kukkai, até o Pequeno Principe resolveu dar uma olhada. Okay, a escola inteira deu uma olhada, até o Kairi deu uma olhada. Yaya caguetou a gente, e o merda do Kukkai saiu livre dessa.

Como é lindo o amor obsessivo.

Lindo, lindo, lindo.

— Acorde. — o tom usual de tédio usado pela Rima-chan me acordou do blablabla interno, e ela nunca ficou sabendo do "incidente" da Playboy.

— Eu estou acordado. — enfatizei. Na verdade, enfatizo quase todas as frases com ela desde que o tal Kirishima começou a perseguição extrema.

Fuyuki Kirishima é o abutre pessoal da Rima-chan, pra quem não sabe. Ele, diferente de mim, nunca foi xingado ou verbalmente agredido pela Rima-chan, é só carinho e atenção para aquele merda apaixonado. Na minha mente eu só penso: Puta merda! Aquele corno está MESMO FAZENDO ISSO? Dane-se a Nadeshiko, vou socar ele até virar pó.

Mas só exibo um sorriso conselheiro, quando internamente quero socar o Fuyuki

Chutar.

Socar, socar, e socar.

Morder,

E banir o desgraçado da estratosfera. E ainda estrangulava ele no caminho até la.

Eu não gostava do Kirishima. Morria de ciúme dele. E de Inveja. Dane-se que inveja é um pecado, o cara é chato, porém, recebe carinho e amor.

AINDA BEM que ele recebe mais carinho do que amor. Senão eu iria mandar a personalidade "hime sugoi no desu" ir a merda e encher a cara do malandro de chutes.

Enquanto a Rima-chan explicava tudo em alto em bom som, e me ajduava a fazer os exercícios, eu pensava em tudo, MENOS em literatura. Literatura era ultima coisa que passava pela minha cabeça.

E adivinhe quem chegou para a festinha particular? Ele mesmo!

— Mashiro-san. — ele entrou na sala, envergonhado. Assim que vi os cabelos ruivo-acastanhados do mané Fuyuki, e senti o cheiro de flores que emanava dele, deu uma ância de vômito.

— Ohayo. — ela falou, com uma animação que estava me dando caganeira. Diarréia o cacete, não me importo se é mais educado falar diarréia, eu falo caganeira, estou estressado. E não estou de TPM, bastardo.

ELE NEM OLHOU NA MINHA CARA!

Safado. Ele olhou pra mim, e olhou para a Rima-chan, transbordando falsa inocência, mas nos olhos dele aquela travessura pulsava.

— Err.. Mashiro-san, poderia me ajudar em um trabalho, é que eu meio que, não sei nada.

Eu também não sei, MAS EU NÃO FICO CORRENDO ATRÁS DELA QUE NEM UM CACHORRINHO. Literatura é um saco. O Fuyuki é um pé no saco.

— Não vai dar, Kirishima-kun. — Rima-chan respondeu, me causando uma explosão interna. O otário do Kirishima ficou surpreso, e a loira insuportavelmente linda e que eu estava começando a ter vontade de abraçar, continuou. — Como está vendo, estou ajudando o Nagi, ali. Então, não vai dar mesmo. Gomen.

ELA ME CHAMOU DE NAGI! YAHOO! Sinto que terei vários sonhos com isso. Sonhos estranhamente bizarros. Nagi. Nagi. Nagi. merda, agora estou tendo alucinações, soa tão atraente. Merda, merda! Eu sou um maluco pervertido! Estou falando igualzinho ao Kukkai! Estou o reflexo daquele Ronaldinho Gaúcho de quinta!

— Nagi, concentra. — Rhythm flutuava do meu lado, parecendo um ponto de interrogação humano. — Você esta muito desligado hoje! Parece que viu um fantasma.

— Nagihiko. — Rima me chamou, me desligando do blablabla interno. — Anda logo Nadeshiko, vamos estudar na minha casa.

Ufa. Ainda bem que ela me chamou de Nadeshiko. As coisas voltaram ao normal, ufa, ufa ufa! Imagine se ela soltasse um Nagi-kun, meu deus, eu iria ficar maluco!

— Se quiser. — falei, dando um sorriso para ela, que pegou minha mão e me levou até a porta da saída. Na porta da saída, tinha uma limusine branca e turbinada. Fiquei perplexo, nunca devo subestimar a quantidade de coisas que a Rima-chan tem.

— Espere aí dentro, vou pegar o material para estudar.

A voz dela ecoou como uma alarme enquanto eu meio que acariciava o teto da limusine. Entrei e percebi que ela havia deixado a mochila.

— Rima-chan! — berrei o nome dela, esperando que ela me ouvisse. Felizmente, ela se virou pra mim.

— O que foi? — ela parecia brava, queria entrar na casa dela logo. Eu disse que não era nada e entrei na limusine.

Uma figura ruiva e doida bateu no vidro.

— Fujisaki-kun! — Saaya. Ninguém merece. Abri o vidro, com uma vontade de dar um falcon kick na cara da abutre.

— Y-Yamabuki-san? O que houve?

— O que está fazendo aí?

— Indo pra casa. — respondi, menos gentil do que queria.

WHOA. Tá podendo. Rima-chan não dá carona pra ninguém, você pode ser alguém, hum.. especial.

OH CRAP! A maluca sabia que a limusine era da Rima. Saaya chegou um pouco mais perto do meu corpo, e puxou o meu corpo para perto do dela.

Como Rhythm percebeu meu apuro, ele chegou perto do motorista e falou.

— Hey, buzina! VAMOS, BUZINE! — ele murmurou, o motorista achou que fosse um fantasma e buzinou assustadoramente, Saaya Yamabuki quase tombou no chão.

— Sai de mim, espirito maligno! — o motorista começou a fazer umas doideras.

— Maluco. — Rhythm, meu Shugo Chara salvador da pátria anunciou a maluquice do motorista, que faltava ter um infarto no meio do carro/limusine.

Rima-chan veio correndo com as enciclopédias e as colocou no carro. Fez um sinal para o motorista andar e virou para mim.

— Nagihiko. Quando chegarmos em casa, corre para o andar de cima, meus pais não podem te ver. Vou te procurar assim que eles saíram, NÃO SAIA DE LÁ DE JEITO NENHUM!

Assenti. Ótimo, eu me senti um criminoso gangster. Ou um gangster criminoso. O que os pais da Rima-chan achavam? Que eu iria pegar a pobre e indefesa filhinha dela? Mashiro Rima é tão indefesa quando um leão. E além do mais, eu não tinha coragem nem de chamar a filha deles de gostosa, poupe-me!

Chegando na casa da Rima, que eu nem tive tempo de admirar o quão grande e majestosa era, tive que subir a escadaria e correr para o segundo andar. Ouvia os gritos dos pais dela. Entrei em uma porta.

Presumi que era o quarto da Rima-chan, vários posters de comediantes e o quarto era pintado em tons de lilás. Sua cama era grande e tinha uma decoração em dourado, megachique, como diz a Yaya.

Quando avistei três molduras. A primeira ela estava com a Kusukusu, fazendo o Bala Balance e sorrindo. Sorrindo de orelha a orelha. Me lembro desse dia, com o Kukkai bancando o fotógrafo. — e gritando "Nadeshiko gostosa" quando meus pais não estavam em casa, como eu falei, o Kukkai é maluco, mas DAQUELA vez, ele só estava brincando. Desde o momento que eu gravei e ameaçei contar para a Utau, ele me levou a serio. — e a Kusukusu estava a todo vapor.

A segunda foto era ela e a  Amu-chan, brincando e rindo naquela máquina de martelar, que nem duas crianças. Lembro daquele dia, Amu-chan me contou que veio ela, Rima-chan, o machinho um e o machinho dois. Traduzindo, Ikuto e Tadase. Rima-chan estava vermelha, chorando de alegria e batendo em um bonequinho. Amu-chan estava sorrindo e fazendo uma pose megachique.— tenho que parar de falar com a Yaya — e o Ikuto atrás dela, fazendo um chifrinho na cabeça dela. Enfim, presumi que o Tadase bateu a foto.

E a terceira foi a uma foto que me fez pular da cadeira. Eu estava andando com a Rima-chan, ela não estava querendo me matar, momento raro. E estava escrito, com batom. "Presentinho,  de Yaya-chan e Kusukusu para Rima-chan. Primeiro de abril."

Presumo que Yaya queria fazer uma brincadeira e tal, mas eu vi algo super impressionante do meu lado.

Quando vi uma capa rosa — não combina com ela, certo? — com vários detalhes dourados, não resisti. Tinha que ver ao menos um pouco daquilo. Diário de Mashiro Rima, não leia, isso é pra você Yaya. Mantenha as patas longe do meu diário, Kusukusu.

— Fujisaki! Cadê você?

Tenho que ler essa porcaria rápido. Primeira página, a caligrafia perfeita foi reconhecida.

"Querido Diário, mamãe escolheu esse diário rosa super idiota para mim, mas, tudo bem. Amu falou que eu posso guardar meu segredos aqui, mas, eu não tenho segredos. Nenhum segredo sequer. Enfim, Yaya falou que eu poderia colocar tudo de bom e de ruim que acontecia, então, vou fazer isso. Sayonara, Rima-chan."

Nada demais. Passei para o dia em que a Rima conheceu a Nadeshiko e quase cai para trás.

"Querido Diário, hoje estou furiosa. E percebi que Amu é lerda. Hoje descobri que o Nagihiko, aquele que eu ando xingando, é a irmã dele. Resolvi guardar segredo, mas não sei o porquê. Falei para ele que era por causa da Amu, mas, na verdade, é por causa dele mesmo. Não queria sacanear o cara, afinal, ele chega a ser bonitinho. Pena eu querer estrangulá-lo. Sayonara, Rima-chan."

Fiquei pirado e paranoico, e passei para a página mais recente do diário.

"Querido Diário, estou confusa. Fuyuki-san me chamou para sair, mas não sei se deveria aceitar. Detesto admitir, mas eu tenho leves suspeitas de que eu não gosto dele do mesmo jeito que eu gosto do — nha, vou vomitar. — do jeito que eu gosto do Nagi. Ele, sendo a Nadeshiko ou sei lá quem, infelizmente, faz a merda do meu coração girar, borbulhar. Parece que tem uma ginasta chinesa no meu corpo. E ainda penso, em, quando eu estou em apuros, ele sempre vem me ajudar. Yaya falou que iria me dar apoio, e falou que ele iria me pedir ajuda em Literatura. Yaya falou que ele provavelmente iria ir no meu quarto e ler o diário, que eu deixei propositalmente aberto. Então, eu iria escrever: Eu te amo, Nagi. Agora tira as patas do meu diário, Nadeshiko."

Me virei, respiração acelerada e cabelos emaranhados, estava confuso e tonto, como nunca me senti antes. Fiquei com o coração na boca quando vi Rima-chan ali, me dando um sorriso sexy e extremamente sarcástico.Muito, mas muito sexy. Ela não gostava do Fuyuki, não de um dos seus abutres pessoais, mas de MIM. ELA GOSTA DE MIM.

— Posso saber o motivo de Vossa Senhoria estar lendo propriedade alheia?

— É. — coçei a cabeça nervosamente. — Veja você, a Yaya passou de ano e bolou um plano que me pegou com a boca da botija, olha que lindo.

Ela correu na minha direção e me abraçou forte. Me senti amassado como uma folha de papel, porém genuinamente feliz. as lágrimas feliz escorriam do rosto dela, que agora a maquiagem havia borrado e ela estava parecendo uma palhaça.

A palhaça mais linda que eu já vi na vida.

Okay, agora a coelhinha de Junho não me faria ficar assim, trêmulo.

— Eu te amo, Nagi. — ela falou, com a voz suave e nada de tédio. Tédio zero, Adrenalina a mil. O som do "eu te amo" ficava bem melhor falado do que escrito. BEM melhor.

— Eu também, desde sempre.

Yaya estava ali, atrás da Rima-chan e sorrindo, me lançou um sorriso tarado enquanto Rima me abraçava muito forte.

— Onee, ouvi tudo, hein! — falou Yaya, gargalhei

Agora eu amo literatura, amo bebês da familia e amo palhaças.


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