Imperfect Life escrita por larah16, annylopez


Capítulo 3
Novo Membro


Notas iniciais do capítulo

Bom gente..kk..eu tinha postado o capítulo errado..mas agora sim..aqui está o capítulo 2!
bora ler!



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Bella PDV

Agora que eu não via meu pai, muitas vezes, eu sentia muita falta dele. Se eu já me sentia sozinha antes, agora me sinto mais ainda. Minha mãe tenta preencher o vazio que a falta dele faz, brincando comigo, lendo histórias comigo, mas não parecia fazer efeito. Ele preenchia uma parte de mim, que não podia ser substituída por ninguém, nem mesmo minha mãe.

Eu tentava me distrair na escola, brincando com meus amigos. A professora nos dava os materiais para pintar, e cada um desenhava o que queria. Eu tentava desenhar minha família, mas com um membro a mais. O irmão que eu sempre quis. Eu nunca mais toquei naquele assunto com minha mãe, mas não deixei de ambicionar interiormente. Eu queria um irmão, e antes que fosse tarde demais, porque quando eu crescesse duvido que eu precisaria de um, às vezes irmãos mais novos só dão dor de cabeça.

Quando cheguei em casa, minha mãe já estava preparando o almoço. Dei-lhe um beijo e subi para meu quarto trocar a roupa da escola. Quando desci, o almoço já estava servido. O almoço foi silencioso, nem eu e nem ela falamos. Lavamos os pratos, e fomos para a sala assistir TV. Como não passava nada de interessante, subi para meu quarto e fiquei lendo até o anoitecer.

Quando anoiteceu, desci para a cozinha ver meu pai, que acabara de chegar. Ouvi os dois conversarem baixo. Parei e me escondi para escutar a conversa.... novamente. Mas eu não sou curiosa, tá?

- Olha, nós podemos dar um jeito nesta situação. Fica calma, você se preocupa demais, querida. Eu sei que podemos cuidar de mais essa criança, sem problemas. – ouvi a voz conhecida do meu pai.

- Eu não sei. Parece que tudo vai dar errado, que não é certo... – minha mãe vacilou.

- Por favor, acredite em mim. Vamos dar todo o nosso amor a essa criança, e vai ficar tudo bem.

- Ai, me desculpe. Está bem, eu acredito em você. Vai dar tudo certo. – Falou minha mãe.

- E como vamos contar para Isabella? – Perguntou meu pai.

- Isso não vai ser difícil. Lembra que ela já estava querendo um irmãozinho? Tenho certeza que ela vai ficar super feliz. – afirmou minha mãe.

- Eu te amo.

- Eu também te amo, Charlie.

Subi para meu quarto, sem acreditar no que acabara de ouvir. Eu ia ter um irmão! Não que agora eu precisasse muito de um, mas não podia negar que seria muito bom. Agora que eu tive essa oportunidade, não ia desperdiçá-la. Ainda bem que minha mãe não tinha me visto. Voltei para a cozinha cinco minutos depois, e fui correndo para os braços do meu pai.

- Eu te amo papai. - Falei toda melosa.

- Eu também te amo minha filhinha... - Falou dando-me um beijo no rosto.

Jantamos em silêncio, nem minha mãe nem meu pai tocaram no assunto, no assunto que eu tanto queria ouvir. Fui dormir, depois de ter passado um tempo com meu pai, matando toda a saudade de não vê-lo por dias.

Dias depois....

Minha rotina continuava a mesma. Eu ia para a escola de manhã e quando chegava, ficava esperando minha mãe chegar. Exceto que naqueles dias ela estava me ensinando a arrumar a casa. Ela não tinha me contado ainda, oficialmente, que estava grávida. Mas eu não me atrevia a perguntar. Na hora certa ela contaria.

Minutos depois, ela chegou do trabalho. Ajudei-a a fazer o almoço. Depois do almoço rápido, lavei a louçinha que estava suja e ajudei-a a limpar a casa, o que eu aprendi com muita facilidade e eu fui fazer minha lição de casa. Terminei rápido e fui para a sala assistir TV.

Passei pelos canais, procurando algo que me interessasse. Pouco depois, minha mãe apareceu, e sentou no sofá ao meu lado. Ela começou a tagarelar.

- Filha, eu sei que você está se sentindo muito sozinha, mas eu vou compensar isso, tá? Hoje seu pai nos chamou para assistir um filme, e depois jantar em algum restaurante. E aí, quer ir? – Ela falou.

- É claro que eu quero mãe, eu estou mesmo querendo assistir Madagascar 2! – falei super animada, como qualquer criança de cinco anos faria.

- Então está bem. À noite vamos nos divertiiirr!!!

A noite chegou rápida. Às seis horas, eu minha mãe e meu pai estávamos assistindo o filme na sala abarrotada do cinema. Logo depois, fomos a um restaurante no shopping mesmo.  Estava vazio, então nossa comida chegou rápido.

No início, comemos em silêncio. Pouco depois minha mãe cortou o silêncio dizendo.

 - Tenho uma boa notícia para te dar. – Começou ela.

Meus olhos brilharam de esperança.

Será que ela ia me contar agora?

- Pode falar. – apressei-a.

- Lembra que um dia você me pediu um irmãozinho? – Ela esperou. Fiz que sim com a cabeça. Então...a mamãe está grávida. Você vai ter um irmãozinho!

- UAU! Nossa, isso é ótimo mãe. – falei, abraçando-a.

- É, e a gora eu vou precisar de sua ajuda, para cuidar da casa quando eu precisar, viu? A mamãe já está um pouco velha.

- É claro, mãezinha. – falei, totalmente inocente, alheia ás verdadeira intenções por detrás daquele singelo pedido.

Mal sabia, que essa era a pior coisa que eu poderia ter falado. Não que era a pior, mas aquilo ia se tornar pior do que o que eu estivesse pensando que ia acontecer. Mas quando a gente é criança a gente não entende, ao contrário, fica feliz por estar ajudando a mãe e tal, só o que muda é quando a gente cresce. Aí que o negócio piora.

[..]

Após alguns meses, minha mãe descobriu que estava esperando uma menina. Estávamos todos contentes. E quando chegou ao último mês, ela tirou licença do trabalho, e agora passava todos os dias em casa. A barriga dela estava enorme. Todo dia eu chegava da escola, e ela me mandava eu fazer a comida. Eu ia, porque sabia das limitações dela. Ela quase não ficava em pé, por causa do peso da barriga dela. Eu fazia o almoço e depois limpava a casa.

Um belo dia, cheguei da escola e minha mãe estava em pé na sala, com a roupa toda molhada de água e um pouco de sangue. Ela falava ao telefone.

- Amor, vem rápido, a bolsa estourou. Preciso chegar no hospital o mais rápido possível. - Ela esperou - Tá bom, vem rápido. - E desligou.

Eu que estava parada na porta, entrei e fui para o lado dela.

- Mãe a senhora está bem? – perguntei. #O que eu deveria perguntar? Eu era só uma criança, néh.#

- Não. O bebê vai nascer...AAAiii – ela gritou.

Fiquei parada olhando-a sem saber o que fazer. Meu pai adentrou a porta correndo após algum tempo e levou minha mãe no colo, até o carro. Ele mandou que eu ficasse em casa, e saiu cantando pneu.

Legal. Ele mandou eu ficar em casa sozinha.

Voltei para dentro e arrumei a casa. Fiz minha lição de casa e fiquei na sala assistindo TV. O telefone tocou. Atendi e vi que era meu pai. Ele me falou que minha mãe estava bem e que eles voltariam para casa pela manhã. Fiquei imaginando como seria ter uma irmãzinha. Ia ser diferente, eu teria alguém para brincar. Quer dizer, ela ia aproveitar muito mais, já que eu não brincava mais tanto assim.

Talvez eu só estivesse esperando mesmo era alguém para não me sentir tão só. Alguém para conversar, e contar segredos. Acho que era para isso que servia uma irmã. Eu sabia que ela ia demorar para crescer, só não sabia que até lá ia começar minha escravidão.

Minha mãe começou a levar sério demais a história de que precisava da minha ajuda. Ela não queria fazer mais nada e queria tudo na mão. Eu chegava da escola e me via trabalhando para ela. Faz a comida. Limpa a casa. Faz a mamadeira para sua irmã. Faz seu dever de casa. Toda a atenção dela estava voltada para a pequena Adriana. Eu já estava começando a cansar de fazer tudo pra ela.

Mas isso era pouco, comparado ao que Adriana fazia, quando começou a andar em um andador. Realmente, ela era uma bebezinha linda, mas o que ela tinha de linda tinha de bagunceira. Não podia deixar nada ao alcance que ela estragava, bagunçava. E adivinha quem tinha que arrumar...EU!! Tudo era eu. Já nem tinha mais tempo para mim. E olha que eu era só uma criança..e precisava de um tempo..só isso.

Estava começando a pensar que foi uma péssima ideia ter uma irmã. Pelo menos enquanto ela era pequena, foi assim. Odiava ter que fazer tudo por ela, e minha mãe não me dar mais atenção. Não via a hora de ela crescer, e parar de fazer tanta bagunça; parecia até que ela fazia de pirraça. Minha mãe continuava em casa, mas a única coisa que fazia era cuidar dela. E quem achar que ela limpava as bagunças dela, está redondamente enganado.

Meu pai, continuava a trabalhar o dia inteiro, só chegava à noite. Às vezes, chegava e ia direto para a cama. Não tinha muito contato com ele. E ele já estava se tornando um pai pouco presente. Só pensava em trabalhar, e ganhar dinheiro para sustentar a família. Era incrível como a partir daí, a minha família foi se transformando.

E até a Adriana crescer, teria que agüentar ser a escrava da minha mãe. Infelizmente, já que eu não podia fazer nada contra isso. Eu era uma criança obediente, e sempre fiz de tudo para agradar a minha mãe. Qual a criança que não queria isso? Eu a amava, e isso era o que bastava para eu agüentar tudo aquilo. Bom, pelo menos no começo.


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Notas finais do capítulo

E aí..o que acharam?
Será que as coisas vão piorar mesmo com a chegada da Adriana?

Mandem reviews dizendo o que estão achando!!
Beeeijos da LoLa!!



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