Bella PDV

Eu tinha magoado Edward. E dessa vez fora sério. Não sei porque agi tanto tempo como uma estúpida para no final eu me arrepender. Pronto. De que valeu todo aquele meu esforço de ficar longe dele? Nada! Simplesmente nada, porque agora que eu realmente o magoara eu queria estar perto dele.

Merda!

Tomei um banho e desci para tomar algum remédio. A dor de cabeça ainda me perturbava. Renée estava na cozinha.

- Acordou cedo, hoje. – falou, ao me ver.

- É...não dormi bem. – falei, indiferente. – Cadê a Adriana? – perguntei notando a sua ausência.

- Está com o Charlie.

- O quê?! – minha voz saiu estridente, fazendo minha cabeça girar.

Apoiei-me na mesa e respirei com dificuldade. Zonza, sentei na cadeira, colocando a cabeça sobre as mãos apoiadas na mesa. Minha cabeça latejava, mas eu pude ouvir Renée dizendo.

- Ele ligou e ela pediu para falar com ele. Eu não tinha porque não deixar, ela queria ir.

- Como pôde, Renée? Deixar que sua filha fique com aquele marido de aluguel?! – atirei, erguendo a cabeça.

- Eu não posso fazer nada se ela que quis ir. – falou, entediada. – A propósito, feliz aniversário. Estou saindo para o trabalho.

- Se você tivesse ao menos um pouco de amor próprio, você não faria uma coisa dessas. Mas você não dá a mínima para nada. – resmunguei.

Peguei um copo de água e tomei dois comprimidos de uma vez. Subi para o meu quarto. Meus olhos ardiam, mas nenhuma lágrima descia. Eu queria chorar, gritar, colocar tudo para fora, mas algo dentro de mim não funcionava. Eu mantinha qualquer sentimento de dor, sofrimento, angústia, tudo isso acumulado em algum lugar.

Foi para isso que Bellz nasceu. Minha versão independente, despojada, maliciosa, sarcástica e sem escrúpulos. E não a Bella sem sal de antigamente. Sim, eu admito isso. Hoje, parece que Bellz desapareceu, nunca mais tive contato com ela, no entanto, sua personalidade permanecia intacta em mim, o que eu aprendi a usar quando precisasse. E era assim. Uma hora eu era doce e meiga, na outra eu poderia te destroçar com simples palavras. Era o que eu usava para ser forte e não sucumbir á dor que tanto me perseguia.

Fui desperta pelo meu celular que tocava, incansavelmente. Peguei-o de cima da cama e visualizei o número. Estranho. Era desconhecido. Resolvi atender.

- Alô?

- Bella? Sou eu, Adriana.

Engoli em seco.

- Aonde. Você. Está? – perguntei, trincando os dentes.

- Eu estou na praça com meu pai.

Respirei fundo. Minhas mãos se fecharam em punhos.

- Adriana, o que você tem na cabeça? Porque está com ele?

- Bella, não interessa. Eu já disse que não tenho raiva dele. – ela falou. – Eu queria saber se você não quer nos encontrar..

- Pra quê? Ter que olhar na cara dele novamente? É claro que não! – cuspi. – Deixa eu falar com ele! – pedi.

Ouve um barulho do outro lado da linha. Logo depois eu ouvi a voz rouca de Charlie.

- Oi, Bells.

- Qual é o seu problema, hein? – perguntei, fria.

- Do que está falando, querida?

- Argh! Para de me chamar assim! Eu não sou Bells, eu não sou querida! Pra você eu sou nada mais que Isabella. – vociferei. – Eu quero saber o que pretende fazer com minha irmã?!

- Eu...nada..só queria passar um tempo com ela. Você está bem?

- Para de falar como se tudo estivesse bem! Que saco. Você não é nenhum santo, Charlie! Você nos trai e depois quer vir atrás como se nada tivesse acontecido?

- Eu só queria matar um pouco da saudade da minha filha, só isso. – falou, carrancudo.

- Rá. E desde quando você se preocupa? Está muito tarde para o seu senso de responsabilidade funcionar. – falei, sarcástica.

Ouvi ele bufar.

- Bella pára com isso ou eu desligo. Eu sou seu pai, e mereço um pouco de respeito.

- Quer saber? Desliga, desliga mesmo, mas fique sabendo de uma coisa: eu não quero ver você por perto nem vestido de ouro! – falei. E disse antes de desligar. – E trás a minha irmã de volta!

Desliguei o celular furiosamente. Tive vontade de jogar o celular contra a parede como se aquilo pudesse atingi-lo de alguma forma. Ele não tinha o direito de voltar como se tudo estivesse bem.

Passava as mãos no cabelo, andando de um lado para o outro no quarto. Minha cabeça agora zunia. Parei de frente o espelho e assustei ao ver meu rosto manchado de sangue no lugar das lágrimas. Passei os dedos no rosto e quando olhei minha mão não havia nada. Olhei de novo para o espelho e gritei, ao ver uma figura preta atrás de mim. Depois disso eu não vi mais nada.

Alice PDV

- Ela vai ficar bem, Carlisle? – perguntei, pela milhionézima vez.

- Vai sim, Alice. É questão de pouco tempo e ela acordará novamente. – ele falou, calmo.

Ouvi um pequeno gemido vindo de Bella e voltei o olhar para ela. Ela fazia uma careta, enquanto apertava os olhos, antes de abri-los. Ela piscou por alguns instantes e logo depois ela olhou para nós três. Revezando olhares entre Renée e Carlisle e eu.

- Alice...mãe... – murmurou. – O..o que aconteceu?

- Você teve uma pequena alucinação, Bella.  Sua mãe me contou que brigara ao telefone e logo depois ela ouviu você gritar. Acho que seu cérebro já estava um pouco sobrecarregado e não agüentou tamanho esforço. A propósito, eu sou Carlisle, sou médico. – falou ele, sorrindo de leve.

- Bella...você quer me matar de susto, é? Se estiver querendo morrer é só me falar, eu arranjo isso pra você. – falei, tentando parecer divertida.

Mas não deu muito certo. Renée me olhou com uma cara assustada e Carlisle me repreendia com um olhar severo.

- Err...eu estava só brincando, gente. – falei.

- Alice...pode deixar que agora eu sei a quem perguntar. – Bella falou, sorrindo.

Sorri de volta. Ela estava de bom humor. Perfeito, porque era desse humor que eu precisava.

- Que bom que está de bom humor, Bellinha. Porque eu não esqueci o que a gente tem marcado pra hoje..

- Aaahhh não.. – começou a resmungar, mas logo cortei-a.

- Não nada, não tem nenhuma desculpa pra você não ir. Aliás, pode ir se arrumando que a gente ainda tem que ir ao shopping.

Ela fez uma careta e se fingiu de doente. Mas logo lancei meu olhar mais ameaçador que pude e ela se sentou na cama, dando uma risadinha. Ela pensa que me engana, mas ela hoje não me escapa. Hoje é a oportunidade que eu dei ao Edward de tentar. E ele mesmo disse, é tudo ou nada. Ou Bella decididamente larga de ser burra, ou vai acabar perdendo a chance de ter o Edward. Eu só queria ver o meu primo feliz, por isso eu arriscaria tudo nessa última oportunidade.

Porque como Edward disse, tudo é uma questão de escolhas. Ele não podia obrigar Bella a amá-lo, mas queria ensiná-la a amá-lo. Só que Bella precisava abrir os olhos pra isso. A garota vivia se escondendo em seu próprio mundo, que acabava magoando e afastando de si as pessoas que realmente se importavam com ela.

Edward PDV

Proporcionamos á Bella a melhor festa que ela poderia ter, aliás, a melhor das poucas que ela teve. Fomos ao shopping, conforme Alice queria. E logo depois fomos até a inauguração de uma nova boate. No começo Bella não queria ir, mas Alice logo lhe lançou um olhar fulminante e a garota não teve como recusar.

Dançamos, e Bella logo começou a se soltar. E não é que a garota se liberou mesmo? Dançava algumas músicas sensualmente, atraindo alguns olhares vindo de alguns homens por ali. Trinquei meu maxilar e me segurei para não socar a cara de cada um deles!

Tirando isso a noite foi realmente boa. Bebemos alguns drinques, mas Alice não nos deixou beber demais. Santa baixinha! Quer dizer, santa nada. Ela sumiu praticamente a festa inteira, voltando horas depois com o batom borrado e o cabelo todo desgrenhado. É claro que Bella não perdeu a oportunidade de deixá-la sem graça. A baixinha ficou furiosa.

A noite foi esplendorosa. Minhas mãos soavam frio, pois eu não parava de pensar no que iria falar para a Bella. Eu queria deixar claro as coisas com ela. Queria que ela decidisse de uma vez por todas se encara esse relacionamento ou não. Por mais que eu temesse a sua resposta, eu não agüentava mais ficar assim. Era sufocante. Porque eu a queria perto de mim, mas não podia. O jeito era acabar logo com isso de uma vez.

[...]

Chegamos em casa por volta de duas horas da madrugada. Bella não quis ir para casa, por causa de Renée, então, Alice a convidou para dormir em nossa casa e ela aceitou. Entramos de fininho para não acordar Carlisle. Fechei a porta atrás de mim, enquanto Bella e Alice subiam para os quartos.

- Err...Bella...será que eu posso falar com você? – perguntei, baixinho.

Bella parou na escada e deu uma olhadela para Alice, que sorriu e subiu para seu quarto. Bella desceu as escadas e eu fui até ela.

- Bom..não tive a oportunidade de te dar o seu presente de 18 anos..mas..aqui está. É simples, mas é de coração. – falei.

Tirei a caixinha do bolso e entreguei-a. Bella sorriu e pegou a caixinha. Ela abriu e viu o colar, com um pingente de coração, escrito: ‘Worth Fighting for’.

- ‘Vale a pena lutar’? – Bella falou.

- Sim. O que eu quis dizer foi: O amor não é uma luta, mas vale a pena lutar por ele. E eu luto por você, Bella.

Bella voltou seu olhar para mim, e me fitou, parecendo ler algo dentro de mim. Ela sorriu, depois de algum tempo e me abraçou.

- Obrigado, Edward. Eu amei.

Ela soltou-se cedo demais do meu abraço. Pude sentir o seu cheiro de morangos, enquanto ela se afastava.

- Bella.. – aproximei-me dela. – Eu quero fazer uma coisa, mas por favor, não tente fugir dessa vez..

Não esperei ela falar e selei sua boca, com um beijo carinhoso. Foi singelo, mas devastador, para mim. A beijei com mais desejo, e pude sentir ela se arrepiar quando passei minha mão em sua nuca. Estava começando a sentir falta do ar, então mordisquei seu lábio inferior antes de me separar dela.

- Bella...eu te amo. – murmurei.

Por um instante eu vi seus olhos brilharem. Bella abriu um sorriso largo e me puxou para um beijo. Beijei-a sedento. Explorei cada canto de sua boca, e depois depositei beijos ao longo do seu pescoço, fazendo-a se arrepiar. Aquilo era satisfatório pra mim, vê-la se rendendo ás minhas carícias.

- Edward... – ela me chamou com os olhos sedentos de desejo. – Quero que seja meu! Eu quero ser sua. – Bella falou, infinitamente sexy.

Olhei em seus olhos e ela balançou a cabeça pela minha hesitação. Sorri, enquanto pegava-a no colo e subia as escadas até meu quarto. Fechei a porta atrás de mim com o pé e coloquei Bella na cama. Ela mordeu o lábio inferior.

- Tem certeza, Bella? - Eu perguntei com medo da resposta.

- É claro que eu tenho certeza, Edward! Quero que me ensine a ser sua... – falou, puxando minha blusa, me fazendo cair em cima dela.

Na medida em que seu corpo ficava a mostra meu desejo de beijar cada parte exposta foi maior, e eu o fiz. Aquele vestido azul era lindo, mas eu não estava gostando de vê-lo ali. Bella beijou-me, enquanto desabotoava minha blusa. Ela tremia, então tive que ajudá-la. Arranquei minha blusa e o toque de nossas peles desnudas me fez arrepiar e o desejo explodir dentro de mim cada vez mais. Nosso beijo foi avassalador. Desta vez ela era especial e aquele momento pra mim e pra ela era perfeito e o mais lindo.

Eu arfava, enquanto abri o zíper do vestido de Bella. Ela começou a beijar meu pescoço, tornando assim impossível para mim tentar fazer algo com coordenação. Ela virou de costas para mim, e assim, eu conseguir abrir o zíper, destacando sua pele alva, e suas costas arrepiada com seu corpo seminu. Ela virou de frente novamente e eu puxei seu vestido, fazendo-a ficar somente com a parte debaixo de sua lingerie. Olhei, desejoso para o corpo da menina-mulher á minha frente. Ela corou absurdamente, e aquilo me fez sorrir em ver o quanto meu contato a fazia reagir de várias formas.

Deitei seu corpo na cama e depositei beijos pelo seu corpo. Retirei o resto de minha roupa, ficando apenas de Box. Ela fitava-me, mordendo o lábio.

- Não sabe o quanto fica sexy fazendo isso. - Tive que comentar, fazendo-a corar mais ainda, para quebrar o quanto tenso eu estava.

- Me beija, Edward. Me beija. Eu quero você não suporto mais.

Não podia recusar um pedido desse. Beijei-a com volúpia, mas cheio de amor. O beijo ficou mais caliente. Á medida que eu a beijava e explorava seu corpo com as mãos, Bella gemia ao meu toque. Era incrível como ela mesmo sem fazer nada de mais, já me deixava excitado.

- Edward...eu preciso de você... não me torture mais.. – ela falou, rouca e arfante.

Levantei seu corpo para que ela sentasse na cama, segurei suas costas com uma das minhas mãos enquanto a outra levei ao seu seio rígido e firme. As mãos dela estavam no meu pescoço, seus olhos pareciam cheios de amor, pois o brilho do olhar dela era intenso....

- Bella, eu amo você... – senti ela amolecer em meus braços e uma lágrima brotar no canto do seu olho.

Deitei-a na cama novamente, retirei sua calcinha com delicadeza ao perceber que ela fechou os olhos provavelmente com vergonha por eu estar vendo-a completamente nua, mas para mim era a visão mais perfeita desse mundo. Ergui a mão até a gaveta da cômoda e retirei uma camisinha de lá. Bella não me olhou, mantendo seus olhos fechados. Voltei a cama e coloquei meu corpo sobre o dela e falei.

- Bella abra os olhos, quero ver seus olhos. – e assim que ela abriu os olhos eu a penetrei com calma, delicadeza e carinho...ela ficou tensa,  então era minha vez de acalmar ela.

- Bella, vai passar é só relaxar e se entregar ao nosso momento.. – e assim ela o fez. Logo sua tensão se transformou em gemidos quentes e enlouquecedores. Senti ela desfalecer embaixo do meu corpo, no mesmo momento em que nos entregamos ao amor. Bella reprimiu um grito, enquanto meu corpo amolecia em cima do seu.

Olhei seus olhos e vi uma lágrima rolar, sequei-a com um beijo, e ela sorriu.

- Bella, eu machuquei você? – perguntei aflito e com medo de ter machucado ela, não iria me perdoar se isso tivesse acontecido.

- Não...essa foi a melhor noite da minha vida, você me fez mulher, e não tem como me sentir machucada ou sentir qualquer outro sentimento se não.. – fui obrigado a beijar ela ao ouvir aquelas palavras.

- Eu te amo, minha Bella. Não sabe o quanto me fez feliz esta noite. Quero que essa noite possa durar para sempre.

- Edward eu..... – ela começou a falar, mas acabou adormecendo em meus braços. Eu fiquei ali a velar seu sono, tentando imaginar suas palavras, e me senti completo. Em toda minha vida eu estava realmente completo.

Continua...