Depois que o momento constrangedor de se acostumarem com a ideia passou, Olivia se levantou e perguntou se eles queriam comer alguma coisa. Ela sugeriu de irem para algum café perto de sua casa, mas os dois Winchester acharam que seria melhor ficar em casa. Eles tinham muito que conversar.

- Tudo bem então. – Olivia suspirou. – Eu preciso trocar de roupa. E de um banho. Vocês podem ir para a cozinha e comer o que quiserem.

- E eu troco sua gaze quando você sair do banho. – Sam respondeu e sorriu.

 Olivia se virou em direção à escada que levava ao segundo andar do apartamento, mas parou abruptamente quando um pensamento ocorreu a ela.

- Ei, hum... Eu estive pensando... Onde vocês estão ficando?

- Em um motel na entrada da cidade. – Dean respondeu com um olhar desconfiado. – Por quê?

- Bom, eu não sei se vocês já notaram, mas meu apartamento é bem grande. – Olivia sorriu hesitante. – E como vocês decidiram ficar por aqui sem prazo determinado e por minha causa, eu não me sentiria bem de deixar vocês em um motel.

- Você está convidando a gente pra ficar hospedado aqui? – Dean perguntou com um ar de ironia. Depois, se lembrando do que Olivia havia dito sobre ter convidado Jo para morar com ela quase no mesmo dia que se conheceram, soltou uma risadinha. – Você faz isso muito? Tem tanta aversão assim de morar sozinha?

- Dean. – Sam o repreendeu com um olhar. – Ela está sendo gentil.

- Não, Sam, ele tem razão. Está realmente parecendo que eu convido pessoas para morar comigo o tempo todo.

- E não sei por que você acha que vamos aceitar. Você pode ser algum tipo de maníaca. – Dean sorriu minimamente ao dizer isso.

- É, realmente. Dean e Sam Winchester com medo de uma simples estudante.

- Não sei se te chamaria de simples estudante. Dei uma olhada naquela sua bolsa e garota, você tem algumas coisas que podem realmente fazer algum estrago. – Dean agora sorria abertamente.

- Ainda assim, - Olivia sorriu de volta. – eu que devia ter medo de vocês. Afinal, eu aprendi que não devia falar com estranhos.

- Não somos estranhos. Você mesma admite, somos os famosos Winchester. – Olivia deu uma gargalhada ao ouvir isso, Dean sorriu mais ainda e até Sam soltou uma risada.

- Tudo bem então, famoso Winchester. – Olivia olhou sarcasticamente para Dean. – Eu vou tomar meu banho e se você puder, por favor, preparar alguma coisa pra mim de café da manhã, eu agradeço.

 E dizendo isso, Olivia se virou e subiu as escadas.

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 Dean e Sam estavam na cozinha, remexendo a geladeira em silencio já havia algum tempo quando Dean se voltou para Sam.

- Eu sou o único que realmente acha isso estranho? – Ao olhar confuso de Sam ele continuou. – Quer dizer, nós conhecemos a garota há um dia, praticamente abandonamos nossa vida só porque ela diz conhecer uma amiga nossa que já está morta, ela nos convida pra morar com ela e ainda por cima me pede para cozinhar o seu café da manhã? Se eu não tivesse visto ela encostar em todas aquelas coisas da bolsa dela e visto que são feitas de ferro, prata e todas essas coisas, eu não sei se acreditaria nela.

- Não sei aonde você quer chegar Dean. – Sam se voltou para a geladeira. – Acha que confiamos nela muito rápido?

- Eu sei que confiamos nela muito rápido! O que eu ainda não sei é o que estamos fazendo aqui.

- Não sei o que te dizer, Dean. Já te falei todas as minhas razões para querer ficar. E confio no meu instinto. Alguma coisa dentro de mim diz que isso é certo, eu me sinto bem estando aqui.

- Eu sei, Sam, eu sei. – Dean suspirou. – Mas vamos ter cautela ok? Eu ainda não decidi se posso confiar totalmente nela.

 Quando Dean ia se virar novamente para a geladeira, ouviu passos no corredor e Olivia apareceu à porta da cozinha vestida de jeans e uma blusa de malha. Ela sorriu quando os olhos deles se encontraram e entrou na cozinha para ajudá-los.

- Até agora não conseguiram nada? – perguntou um pouco desapontada. – Eu aceito qualquer coisa, estou morta de fome.

 Dean a observou se dirigir ao armário em cima da pia e pegar uma tigela e uma caixa de cereais.

- O que? – Dean perguntou levantando a sobrancelha quando Olivia olhou pra ele intrigada. – Não vai nos dar a chance de provar os nossos dotes culinários?

 Olivia sorriu, mas continuou levando o cereal até a mesa no centro da cozinha.

- Talvez outro dia. Alguém mais quer cereal?

 Dean fez uma careta e Sam resmungou um “não”, começando a tirar alguns ingredientes da geladeira.

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 Passaram o resto do café da manhã discutindo sobre a fantasma da Universidade. Olivia contou a eles tudo que havia descoberto, a ligação com os estudantes que morreram, mas disse que não sabia porque Amber ainda estava aqui. Dean e Sam por sua vez, contaram o pouco que conseguiram descobrir com sua investigação, a única pessoa que tinha sido mais cooperativa havia sido a garota que Olivia os vira conversando.

- Acho que precisamos falar com ela de novo então. – Sugeriu Olivia. – Se ela sabe de alguma coisa, eu tenho certeza que posso arrancar dela.

- Temos o endereço dela. – Dean se lembrou. – Podemos fazer uma visita hoje ainda.

 Olivia concordou com a cabeça. De repente, se lembrou de algo que já devia ter se lembrado a algum tempo.

- Meu carro! – Dean e Sam a encararam. – Ontem, quando vocês me trouxeram pra casa, eu estava com tanta coisa na cabeça que nem sequer me lembrei. Eu não fui para a Universidade a pé, sabem. Meu carro ficou lá.

 Quando Olivia tocou no assunto da noite passada, Sam também se lembrou do braço dela, que ainda não havia trocado a gaze.

- Dean pode pegar seu carro. – Sam sugeriu. – Enquanto isso eu troco a gaze do seu braço. Depois, podemos visitar a sua colega.