Aprendiz escrita por flavia_galo


Capítulo 10
Capítulo 10 - Mais surpresas


Notas iniciais do capítulo

Oi gente (:
Demorei bastante com esse capítulo, mas realmente não teve como postar antes :/
Espero realmente que vocês gostem, continuem me mandando reviews, qualquer sugestão ou crítica é bem vinda (:
Beijo!



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- Certo então. – Sam se colocou ao lado de Dean e encarou Amber. – Agora que ficou claro que você não vai a lugar nenhum, acho que pode começar a responder umas perguntas.

- Você pode me prender aqui a noite toda, meu bem, eu não vou falar. E quando eu sair, porque eu vou sair – ela lançou um olhar para Dean enfatizando suas palavras – eu vou acabar com vocês, ah vou.

- Okay, ameaças feitas, ameaças ignoradas. – Olivia se postou ao lado de Sam e também encarou Amber – Vamos começar então. Na noite que você morreu. Eu quero saber a história completa.

 Olivia sorria enquanto Amber apenas a encarava. Ela sabia que a fantasma não ia colaborar, mas estava disposta a dar uma chance a ela. Quando os minutos passaram e ficou claro que Amber realmente não responderia, Olivia suspirou.

- Tentamos o modo policial bom, mas parece que você prefere o jeito difícil. Dean, ela é toda sua.

 Como se para dar um efeito dramático as suas palavras, Olivia virou de costas e andou até a mesa mais próxima. Ela puxou uma cadeira, se sentou e observou Sam se aproximar e sentar ao seu lado. Dean continuava no mesmo lugar, encarando Amber enquanto um sorriso macabro se espalhava em seu rosto.

- Você sabe, eu realmente estava torcendo para que você preferisse o jeito difícil. – Dean abriu sua jaqueta e retirou uma pequena caixa do bolso interno. – É muito mais divertido.

 Amber observava Dean silenciosamente com uma expressão neutra. Sua curiosidade para o que estava dentro da caixa era palpável, mas ela tentava controlar a expressão. Porém, quando Dean retirou o conteúdo de dentro da caixinha e levantou para que ela visse, a surpresa e a confusão tingiram seu rosto.

- Aonde... – Amber pareceu perceber que estava perdendo o controle e respirou fundo antes de continuar. – Aonde você conseguiu isso?

- Visitei sua casa hoje. – Dean comentou enquanto virava o diário de Amber em suas mãos. – Sua mãe ficou mais do que satisfeita em me deixar visitar o seu quarto, e acabei topando com isso.

- É esse o seu plano? Me assustar ameaçando ler o meu diário? – Amber perguntou quase esperançosa.

- Não, é claro que não. Até porque eu já li. Tem coisas bem interessantes aqui. – Dean olhou para a fantasma de novo e sorriu mais largamente. - Você vê, o diário é uma coisa muito pessoal, sua personalidade está escrita aqui, pode-se dizer que é uma parte de você.

 A expressão de absoluto terror que atravessou as feições de Amber quando Dean retirou um isqueiro do bolso foi tão óbvia que Olivia não conteve um sorriso. Ela estava entrando no jogo de Dean.

- O que você vai fazer com isso? – Amber perguntou relanceando o diário e o isqueiro.

- Nada. – Dean acendeu o isqueiro e olhou para Amber. – Se você colaborar. Sabe como mandamos embora os fantasmas indesejados? Queimamos o corpo. Você foi cremada então ainda tem algo seu por aí, como tenho certeza que Olivia já mencionou. E é claro que o diário não é uma parte de seu corpo, então não podemos te mandar embora através dele, mas como eu disse, sua personalidade está aqui então quando eu começar a queimar... acredite em mim, vai doer.

- Você está blefando. – A expressão de Amber era quase de desafio, mas ela não desgrudava os olhos do isqueiro que se aproximava cada vez mais do seu diário.

- Talvez. – Dean levantou o diário e o isqueiro bem perto do rosto de Amber e aproximou a chama ainda mais. – Mas você quer arriscar?

 Olivia podia ouvir as batidas do seu coração no silêncio que se seguiu a pergunta de Dean. A tensão era tão intensa que Sam parecia ter prendido a respiração e estreitava os olhos em busca de qualquer fraqueza que Amber demonstrasse. Dean aproximava a chama lentamente da ponta do diário e Amber observava com desafio. Quando o isqueiro estava a apenas alguns milímetros do diário, o grito de Amber foi tão alto que quebrou a atmosfera de tensão e Olivia se assustou tanto que deu um pulo na cadeira.

- Não! Por favor, eu falo. – Amber olhava suplicante para Dean enquanto ele apagava o isqueiro e abaixava o diário.

- Ótimo então. Acredito que Olivia te fez uma pergunta.

- É, fez. – A expressão derrotada de Amber teria deixado Sam com dó, se ele não soubesse o que ela tinha feito. – Tudo bem, então. Acho que vocês já sabem que eles tentaram me pregar uma peça, fazer uma brincadeira.

- Acho que não foi muito engraçado. – comentou Sam enquanto se levantava e se aproximava de Dean.

- É, não foi mesmo. Eles passaram na minha casa enquanto eu estava dormindo e me vendaram e amordaçaram. Eu fiquei apavorada, é claro. Minha mãe estava viajando então ela não estaria lá para me ouvir gritar ou para reparar no meu sumiço. Fiquei tão apavorada que nem reagi enquanto eles me levavam para o carro. A viagem foi silenciosa, eu só ouvia os pneus rodando e sentia uma mão me segurando no banco. Acho que eles foram bastante cautelosos pra manter silencio e não me deixar reconhecer as vozes.

“De repente, o carro parou e eu ouvi a porta abrir. A primeira coisa que eu notei foi o frio. O vento estava forte e bastante barulhento. Eles me arrastaram pra fora do carro e alguém me segurou em pé. Ouvi as portas do carro baterem de novo e eles me obrigaram a andar. Eu estava descalça, então lembro que percebi que estávamos na floresta porque pisei em muitos galhos. Andamos por quase meia hora, não sei, eu já tinha perdido minha noção de tempo. Mas sei que andamos bastante. Até que ouvi um barulho e alguém xingou baixinho. Mas eu reconheci a voz.

- Gabbe? – perguntei parando de repente.

 “Eles ficaram em silêncio, o que foi a maior confirmação que eu podia querer. Acho que eles não contavam que eu descobrisse, então não sabiam bem o que fazer. Mas já estávamos aonde eles queriam, e a pessoa que estava me segurando me soltou e deu um passo pra trás.

- Já estamos aqui, ainda vale! – ouvi a voz de Tyler falar baixinho.

- Mas nós tínhamos que levá-la até... – Gabbe protestou, mas John a cortou.

- Não dá tempo! Tira a corda do braço, Ty e vamos! Se a gente correr ela não consegue nos achar. A brincadeira ainda está valendo.

 Tyler se aproximou de mim e tirou a corda do meu braço. Acho que ele não esperava que eu fosse tão rápida porque tirei a venda a tempo de vê-lo se afastando.

- Tyler, o que...?

 Tentei segui-lo, mas ele me empurrou de volta. E foi aí que tudo deu errado. Quando Tyler me empurrou eu perdi o equilíbrio e tropecei alguns passos pra trás. Mas quando cheguei embaixo de uma árvore, o chão cedeu. Não houve tempo para nada, eu já estava caindo. Ouvi Gabbe gritando, mas já era tarde. Quando ouvi John falando que eles precisavam sair dali e olhei o rosto chocado de Tyler, foi como fantasma.“

 Amber terminou sua narração e olhou com o rosto impassível para Olivia. Os Winchester não disseram nada, apenas continuaram olhando para Amber.

- E agora você sabe como eu morri. Satisfeita? – Amber perguntou cruelmente observando os olhos azuis chocados de Olivia.

 Quando Olivia não respondeu, Sam olhou para ela rapidamente e viu que ela estava em choque. Saber que os três melhores amigos de Amber tinham sido os responsáveis por sua morte era diferente de ouvir a história completa da boca da própria morta.

- O que você fez com eles? – Sam perguntou desviando a sua atenção e a de Amber de Olivia.

- Eu os assustei. Quando não pude os ouvir mais na floresta, eu tentei sair de lá, e vi meu corpo. Fechei os olhos, achei que estava sonhando, mas quando os abri eu estava aqui. E entendi o que tinha acontecido. Simplesmente percebi que precisava me vingar. Fiz uma ordem, uma lista sabe? De quem eu iria matar primeiro. Aí comecei a assustar um por um. Como alunos dedicados, a biblioteca era um lugar que freqüentavam muito, e depois do pequeno acidente, eles estavam bem distantes um do outro, então vinham muito aqui sozinhos. Eu aparecia ocasionalmente, só o bastante para deixar com que me vissem. E às vezes sussurrava coisas. Eles estavam totalmente apavorados, claro. Então quando pedi que me encontrassem aqui quando não houvesse mais ninguém, eles vieram. E eu os matei um por um.

- Porque ainda está aqui? – a voz de Olivia sobressaltou todos eles. Dean se virou e viu que ela estava de pé, caminhando em direção a eles. – Quero dizer, você já teve sua vingança, então porque ainda está aqui?

- Ah, mas eu não acabei ainda. – Amber sorriu maliciosamente. – Eles eram brilhantes, os três, é verdade, mas não tinham talento para pregar peças.

- O que você quer dizer? – Dean perguntou subitamente alerta.

- Quero dizer que a ideia não foi deles. Na verdade, o plano não foi deles.

- Tinha alguém mais envolvido? – Sam olhou para Amber.

- É, tinha. A pessoa por trás de todo o planejamento, a pessoa que escolheu o melhor lugar na floresta, que disse como eles deviam me pegar em casa e me deixar lá. Tenho que admitir que não sabia, mas eu vi. De algum jeito eu vi quando ela foi implantar as coisas do meu suposto acampamento. Eles não tinham exatamente me deixado uma barraca naquela noite, mas de alguma forma, a polícia encontrou uma. Engraçado não?

- Quem Amber? – A voz de Olivia estava forte e parecia um pouco com raiva. – Quem você viu?

 Amber sorriu. Os três tinham ficado tão envolvidos na história dela que não tinham reparado na corrente de ar que atravessou a biblioteca e arrastou um pouco do sal que prendia Amber, libertando-a do círculo. De repente, a fantasma estava cara a cara com Olivia.

- Marissa.

 E antes que alguém pudesse esboçar alguma reação, ela desapareceu.


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