Já era de tarde, eu estava fazendo compras no shopping para acalmar um pouco os nervos, já que de noite, teria mais um show para apresentarmos. Avistei na vitrine de uma joalheria um anel muito perfeito, de ouro com diamantes. Enquanto o observava, ouvi o grito de duas pessoas chamando meu nome enquanto as outras duas olhavam e tentavam disfarçar. Uruha veio correndo na minha direção, tropeçando e quase caindo, se não fosse ele me abraçar, enquanto os outros riram da cena.

            -Desculpa a demora Ruki, mas você sabe como é o Uruha e o Reita se arrumando. - Kai falou enquanto era observado por eles que ficaram brabos com o comentário.

            -Tudo bem. - Falei enquanto observava Reita com aquela expressão de brabinho, que o deixava tão fofo. Meu Deus o que estou pensando? Não posso ficar pensando nessas coisas, alem do mais ele é meu amigo, homem e parceiro de banda, isso não pegaria bem. Tenho que parar com esses pensamentos que estão “rondando” minha cabeça há semanas.

            -Gente, vamos fazer alguma coisa logo, não quero ficar parado aqui. - Aoi falava impaciente.

            -Vamos ver um filme? - Uruha queria ver um filme, não importava qual filme era, mas ele queria. Ele adorava ficar sentado nas salas de cinema, com varias pessoas que não conhecia em volta, e com um copo bem grande de refrigerante, e muita pipoca. 
            Olhamos para ele, e em coro falamos que não.

            -Vamos para a praça de alimentação! - Reita estava sempre com fome, nunca vi coisa igual.

            Todos responderam que sim, com exceção de Uruha, que queria ver um filme. Compramos algo para comer e sentamos a mesa, e Reita acabou por ficar ao meu lado comendo um enorme hambúrguer. Ficamos conversando e nem vimos o tempo passar, até que o Kai se levantou da mesa num pulo, quase derrubando as coisas, e disse:

            -Merda, estamos atrasados pra ultima passada de som antes do show!
            Nem preciso dizer o alvoroço que foi, né!? Fomos correndo para nossos carros, e nos dirigimos em direção do lugar em que íamos apresentar.

            Chegando lá, só deu tempo pra eu aquecer minha voz, os rapazes verificarem se os instrumentos estavam “afinados” e nos arrumar para apresentarmos (nunca vi fazermos isso tão rápido).

            Já era de madrugada, o show foi um sucesso, eu estava rouco, quase sem voz. Eu e os garotos fomos para a casa do Kai, já que estávamos cansados e com fome. O Kai sempre fica puto da cara com nós, porque sempre que estamos com fome e estamos na casa de alguém, sempre sobra para ele cozinhar e lavar a louça.

            Kai preparou uma refeição maravilhosa, não sei se era porque eu estava com fome, ou se realmente estava boa, mas nossa, todo mundo repetiu, até mesmo o Uruha, que não é de comer muito, por que ele quer continuar em forma! (Ele quer continuar em forma, mas vive comendo doces...).

            Fomos para a sala ver TV e jogar conversa fora. Aoi apareceu com uma garrafa de vodka, e céus, todo mundo começou a beber, e ainda empurraram aquela merda pra mim, eles sabem muito bem que sou fraco pra bebidas, mas acho que foi essa a intenção.

            Era mais ou menos 6h da manhã, e ainda estávamos lá, bebendo, até que me toquei da hora que era, e do meu estado (que por sinal, estava quase deplorável) e pedi para o Kai chamar um táxi, que à tarde, eu buscava meu carro. Reita disse que iria comigo, e pediu para dormir lá em casa, já que na casa do Kai, iria ficar o Uruha e o Aoi.

            Os pensamentos começaram a voltar a minha mente, pensando no que eu poderia fazer com Reita, estando ele bêbado, e “soltinho”. Corei rapidamente, sei disso porque o bêbado do Aoi começou a rir da minha cara, dizendo que eu havia corado porque o Uruha iria fazer um strip-tease só pra mim.

            -Aoi, vai toma no teu cú, seu idiota! - Falei, ou melhor, gritei para ele. Olhei para o lado e corei mais ainda, vendo que realmente, o Uruha estava fazendo um strip.

            Reita começou a rir, e foi chegando perto dele, para brincar junto. Fiquei estático, e um pouco chateado com aquilo, mas para minha sorte, o táxi chegou, e o Reita teve que parar com aquilo. Quando entramos no táxi, Reita começou:

            -Ruki, você é muito gostoso e eu vou... - Reita estava bêbado, e estava falando muitas besteiras. O motorista do táxi olhou para nós dois, estranhando, e muito, o que Reita estava fazendo. Abaixei a cabeça, até chegarmos ao nosso destino. Quando chegamos ao prédio, eu tecnicamente carreguei, ou melhor, arrastei, ele até meu apartamento, torcendo que ele não vomitasse em mim.

            Abri a porta, o larguei em cima do sofá da sala, e fui fechar a porta, antes que alguém entrasse. Quando virei, tive que rir, e resistir ao mesmo tempo. Reita estava sem camisa, e querendo começar a tirar as calças, enquanto falava as cantadas mais furadas que você possa imaginar. Peguei ele, o levei para o banheiro, e fui dar banho nele (sim, eu queria outra coisa, mas não iria abusar do meu amigo assim), levei ele para o quarto e o deixei lá, enquanto eu fui tomar meu banho, para ver se esquecia esses pensamentos que povoavam minha mente, e se passava a minha leve dor de cabeça.

            -Ru... Ruk... Ô chibi! - ouvi Reita gritar lá do quarto, sai do banho, enrolei uma toalha branca na minha cintura, e fui ver o que ele queria.

            -Que foi? - Olhei para ele, que estava com uma calça minha (que aparentemente ficou curta) e sem camisa, ele não aparentava estar com sono, diferente de mim (obvio).

            -Vem cá, eu to carente. - Não podia acreditar no que estava ouvindo. É, realmente, ele devia estar muito bêbado. Comecei a rir, mas logo parei ao ver que ele se aproximava de mim cada vez mais.

            Fui correndo para a cozinha, quase escorregando (eu devia ter aproveitado, mas num momento como esse, eu sempre fico nervoso). Precisava me distanciar antes que eu fizesse algo com ele, e precisava tomar algo para minha “dor de cabeça”.