A Força dos Otakus escrita por L Okihiro


Capítulo 9
Batalha contra minha própria espada




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Apesar da voz grave a forma humana dela era a de um garoto, mesma altura que eu, na verdade éramos bem parecidos não fosse o fato do cabelo dele ser verde-água e a voz, claro. Ele parecia ler minha mente, pois a segunda coisa que ele me falou foi:

- Pode perguntar.

Hesitei por um momento, mas a ansiedade tomava conta de mim.

- Você sabe quem foi que nos deu os poderes, não sabe?

- Sei. - Ele respondeu. - Mas dizer-lhe seu nome está além do que eu poderia fazer nesse encontro.

- Então, por favor, me fale. Quem é você? O que está acontecendo?

- Eu? Você sabe quem eu sou, sou sua zampakutou, sou a projeção de seu espírito, sou a projeção de sua mente, sou a projeção de sua vontade de proteger.

" Você pergunta o que está acontecendo, mas você também o sabe, uma guerra. Pelo menos, o ponta-pé para originá-la." - Ele completou.

- Você realmente é uma zampakutou?

- Sim, mas não como Kubo Tite nos descreve. Nos entenda, pelo menos momentaneamente, como entidades convocadas para minimizar os danos dessa guerra que está por vir, nós e tudo de novo que aportou aqui. Literalmente, todos aqueles que estão vindo para tentar estancar o sangue futuro estão ajudando-os. Então, lhe direi logo como funcionará nosso "trato". Eu lhe dei o poder do shikai e aos poucos, quando for necessário, irei lhe dar todo o poder do shikai, inclusive estou trabalhando para triplicar seu condicionamento físico e aumentando sua experiência de luta. - Era verdade, estranhamente, meus músculos estavam se desenvolvendo bem mais rápido, e apesar deu ter feito alguns meses de Kêndo, não era tão bom e estava me dando muito bem com a espada. - Mas no que se referir ao seu bankai e tudo que você quiser e ainda não estiver em suas mãos, terá que ser forçado, entende isso?

- Entendo. - As palavras dele sobre estancar o sangue, possível guerra, ajudar-nos... Ressoavam na minha cabeça, e deram a impressão de estimular minha cabeça a uma lembrança, como se eu estivesse esquecido de algo muito importante.

- E se eu quisesse tentar agora? E se eu quisesse tentar conseguir o bankai agora?

- Você ainda não é forte o suficiente, mas caso queira tentar...

Uma katana semelhante a minha surgiu em sua mão direita.

- Volte e me materialize. Eu lhe permito isso.

Quebrei a concentração e voltei para o mesmo lugar onde fazia guarda, tudo continuava calmo e tranquilo, mas Sanjyuugurin já me esperava quieto e calmo como a noite serena.

O que eu tinha a perder? Pensei, seria no mínimo um bom treino. Desembanhei minha espada. Sanjyuugurin fez o mesmo.

Corri para retirar a distância entre nós e esquentar o corpo. Quando cheguei perto o suficiente tentei atingí-lo no lado direito do seu pescoço. Ele rapidamente desviou. Tentei uma série de golpes e investidas as quais ele desviou de todas sem nem ao menos levantar a espada. Ele se afastou e disse:

- Essa é a velocidade e força que você deve chegar.

Ele usou o shumpo ou algo muito semelhante para ir para cima de mim, na tentativa de fazer um corte transversal. Não tinha como desviar porque por mais exagerado que fosse não podia calcular que ele seria tão rápido, então usei a katana, mas com só uma mão meu pulso quase quebrou com impacto, desesperado segurei com o outro pulso, ele afrouxou o aperto e recuou.

- Por alguns momentos vou lhe dar força e velocidade para se igualar a mim, certo? - Ele falou.

Anuí com a cabeça em concordância, não pude deixar de notar que meu pulso latejava.

Senti a grande mudança repentina no meu corpo e me perguntei quais seriam as consequênciais a isso.

Definitivamente, a mudança era gritante, agora podia acompanhá-lo e desviar de seus golpes, mas dificilmente ele abria sua guarda para atacar, e percebia que era mais um treino que tudo. Eu tentei tudo que conhecia e que ele com o tempo adicionou na minha cabeça nada dava certo, o máximo que conseguia era me comparar a ele.

Então decidi, numa atitude desesperada liberar o shikai, talvez eu conseguisse... Afastei-me dele e pedi permissão, ele aceitou. Então, meio receoso o fiz:

- Henken, Sanjyuugurin. Souten ni Saze, Hyourinmaru.

Tentei aproveitar a velocidade o melhor possível, liberei cinco dragões de gelo, o que, particularmente, me custou muita energia. Tentei encurralá-lo com os dragões, não deu certo. Estava concentrado o suficiente para não saber quanto tempo passamos lá, mas ainda estávamos lutando quando amanheceu, inclusive alguns otakus se juntaram para assistir a luta.

Eu estava ensopado de suor e simplesmente exausto quando usei minha última cartada.

Usei a mesma técnica de antes, vários dragões de gelo saíram da ponta da katana e voaram em direção à Sanjyuugurin, limitando seu campo de visão, fiz com que os dragões o atacassem em momentos e pontos diferentes, logo ele estava fazendo uma série de movimentos para esquivar dos mesmos, tentei calcular o local onde ele faria seu último esquivo, e apostei tudo nele.

Usei o shumpo para me aproximar e fiz o possível para que não me visse, imagino que ele realmente só tenha me visto no último momento. Usei as duas mãos para fazer uma investida direta, ele caiu no truque.

Enquanto ele levantava a katana para se defender, direcionei minha zampakutou para o chão onde ele se encontrava e o congelei num raio de 1 metro, o gelo tinha uma espessura grande, e congelou os seus pés, pego de surpresa e encurralado Sanjyuugurin direcionou a espada pro meu flanco.

- Jinteki Shakusetsu, Suzumebachi. - Automaticamente a espada presa no chão recuou para meu pulso, assim a vantagem aparente da personificação da minha zampakutou se desfez. Usei o shumpo o mais rápido que podia, fui para suas costas, mas antes mesmo de fazer a primeira marca com a suzumebachi nele, minhas chances se esvaíram como minha energia.

Eu vi tudo bem lento, mas acredito que foi uma das coisas mais rápidas que já presenciei. Na minha frente o garoto com voz grossa e cabelos verde-água liberou a shikai e pronunciou uma frase que me fez pensar desesperadamente em fugir dali.

- Banshou isai kaijin to nase, Ryuujin Jakka.

A espada que se materializava a minha frente estava em chamas e tudo num raio de 10 metros começou a queimar também, os otakus que nos assistiam deram um jeito de se proteger apesar de alguns ferimentos como soube mais tarde, mas naquele momento minha mente foi tomada por pensamentos aterradores.

O fogo me cercava por todos os lados, tudo que ele tocava se transformava em cinzas, as chamas não paravam de consumir, e eu sabia que não parariam enquanto houvesse o que consumir, ou seu alimento acabasse. Logo, eu seria também seu alimento. A minha shikai se desfez, a zampakutou caiu no chão, minha mente foi tomada pelo desespero, eu não lembrava de nada nem ninguém, só tinha uma necessidade de sair dali.

Meus olhos corriam toda a extensão do círculo de fogo procurando uma saída, nada. O ar fugia de mim e cada vez mais as cinzas tomavam meus pulmões.

Em pleno desespero completo, o fogo começou a baixar e regressar para a zampakutou que o selava. Sanjyuugurin havia compreendido minha situação.

- Desculpe, não pude cumprir com minha palavra, você quase me pegou parabéns. - Foram com essas palavras que a personificação da minha vontade de lutar voltou para mim e para minha espada.

Cai no chão exausto física e mentalmente. Não tinha mais nenhum otaku do lado de fora da construção, e eu estava no meio de um círculo de destruição.

Tenho a ligeira impressão que apaguei, quando acordei estava deitado numa das macas da enfermaria, mas do jeito que eu estava era bem possível que eu tivesse me arrastado até lá e não conseguir me lembrar.

Uma das maiores surpresas foi acordar com Akimi do meu lado. Ela tinha um ar preocupado e me olhava com apreensão, soltou um gemido de surpresa quando viu que eu tinha acordado.

- A- Akimi-san! - Exclamei engasgando.

Tentei me levantar, mas meus músculos doíam muito, então me mantive deitado.

- Ah, por favor, não levante Naoki-san! Você está bem machucado. - Ela exclamou

Era verdade, meu corpo estava cheio de marcas e machucados.

- Hmm, Naoki-san é verdade que o que você estava fazendo era materializar a sua zampakutou?

- Sim. - Respondi cauteloso.

- Então você conseguiu o bankai? - Ela perguntou com a voz baixa.

- Não, ainda não estou forte a esse ponto. - Respondi cabisbaixo.

- Entendo...

- Mas e você, Akimi? Qual a sua shikai? - Falei apontando pra zampakutou que pendia em sua cintura.

- Ah, sim. Eu testei a shikai uma vez, ela é... Meio estranha... - Ela hesitou. - É uma espécie de shikai kidou e não-kidou, veja.

Ela desembainhou a zampakutou e exclamou:

- Rarifuru, Gurobu Hari.

A lâmina se dissolveu e foi escorrendo para as mãos graciosas de Akimi. Lá elas criaram uma espécie de luva. Ela ergueu a mão e a direcionou para a parede, vários projéteis saíram da mão dela perfuraram a parede.

- Hum... Entendo. - Exclamei.

- A sua shikai utiliza a cópia das shikais em Bleach, certo?

- É, mas eu não tenho todos aparentemente, elas vão vindo aos poucos.

- Entendo...

Um silêncio constrangedor dominava a área quando Yue entrou correndo na sala.

- Naoki, rápido, veja isso.

Ela me deu um jornal, pela data parecia ser de hoje e as notícias que li nele me infligiram um impacto maior do que a luta com Sanjyuugurin. A única coisa que fui capaz de pronunciar foi:

- Desgraçados!

Definitivamente, era o início do fim.



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Notas finais do capítulo

Desculpem a demora, prometo que assim que ficar de férias vou postar muitos capítulos, por favor mandem reviews pra eu saber q tenho leitores e pra me motivar.