A Maldição do Copo - escrita por A_Autora


Capítulo 1
Capitulo Único




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Meu nome é Meredith, eu tenho 15 anos, eu lembro exatamente do dia que tudo começou. Havíamos soltado cedo da escola aquele dia, eu e cinco amigas, depois de muita discussão decidimos então jogar o jogo do copo em minha casa, meus pais chegavam tarde, não teria como ninguém nos dizer que era perigoso ou não, mas eu ainda sim era contra, elas precisavam de mais uma pessoa pra completar os seis lugares na mesa então fui obrigada a jogar, mesmo não sabendo o que fazer seria eu que faria as perguntas, pois estava sentada na cadeira da ponta a casa era minha e seria mais fácil, argumentei por pouco tempo, mas acabei aceitando começar a jogar. Nós chamamos  algumas vezes mais nada mexeu o copo. Lembro-me perfeitamente de ver uma sombra negra parada no corredor de minha casa observando tudo de longe, como se decidisse o que faria. Passaram se alguns meses nenhuma de nós comentava o assunto daquele dia, eu ouvia alguém me chamar mais nunca comentei nada com ninguém e toda a vez que olhava para traz não via nada, um dia decidi então falar a minha mãe. Ela falou que eu estava louca, eu continuei dizendo a ela que não estava que tudo era verdade, que tinha alguém me perseguindo, depois de algum tempo ela não me agüentou mais, então me internou numa clinica para drogados, alegando que me faria bem ficar longe de tudo por um tempo.

                Eu fiquei lá durante três meses, os piores de minha vida confesso, eles não deixavam que eu visse o sol pela manhã, o quarto branco me assustava e depois de tudo não havia adiantado nada, eu ainda ouvia alguém me chamar e não conseguir fazer nada a respeito disso. Estava tudo se repetindo, soltamos cedo da escola, mais decidimos assistir um filme qualquer em minha casa, ouvi alguém me chamar na cozinha. A sombra negra dos meus piores pesadelos estava lá, ela pediu que eu fosse ao quarto de minha mãe e pegasse os remédios mais fortes que eu encontrasse, fiz o que ela pediu, e logo depois eu tomei aproximadamente 14 remédios proibidos. Fui levada ao hospital mais não resisti.

13 de Julho de 1984

7 de Agosto de 2005

- Tem alguém aqui? - ouvi alguém perguntar. - Anjo ou demônio? - continuo. De onde vinha a voz? Ela continuou a chamar em minha mente, era difícil pensar com aquela voz que estava a me chamar, decidi então ir atrás.

                Apareci em um quarto escuro, só com algumas velas acesa em um canto e uma menina sentada no chão. Ela aparentava ter a idade que eu tinha; cabelos negros, olhos verdes esmeradas, continuei a olhar a estranha familiar que havia me chamado.

                - Tem alguém aqui? Perguntou novamente, com um tom de incerteza em sua voz.

                - Se você me chamou! Respondi alto. Ela continuou perguntando como se não tivesse ouvido. Vi uma tabua em frente à estranha, demorei a reconhecer. Mexi o copo em sinal de OI, a estranha soltou um grito de medo.

- Como é seu nome? - perguntou ela, com um caderno em mãos.

                Comecei a mover o que parecia ser um copo em direção as letras do meu nome.

                - Meredith? - perguntou meio em duvida.

Movi o como em direção ao ‘sim’ e a estranha olhava para os lados como se procurasse algo.

Eu estava entediada aquele dia.

Angel.

- Tudo começou à exatamente dois anos atrás, quando eu havia tornar minha vida pior do que uma bagunça e olha que isso não era tão fácil, e com isso eu havia tornado a vida de minhas amigas também. Eu tinha conseguido a façanha de me suicida com a esperança da sombra negra me deixar em paz e sem perceber eu me tornei como ela. Eu lembrava o lugar que cada uma de minhas amigas estava aquele dia, seria difícil eu confundi qualquer uma que fosse eu conhecia todas há muito tempo. A primeira seria Anne, eu já havia aparecido algumas vezes para assustá-la e nunca havia conseguido na verdade, ela nunca se assustava com tanta facilidade, os filmes de terror que ela sempre via, não ajudavam em muita coisa confesso, dessa vez seria a ultima que eu pareceria naquele lugar que tanto me trazia más lembranças. Parecia que o universo estava a meu favor aquele dia, ela estava com uma faca em mãos cortando uma fruta qualquer, era raro ver aquela cena por mais que ela evitasse comer carnes e esse tipo de coisa, ainda sim ela não comia frutas com tanta freqüência, a faca parecia estar afiada, eu descobriria daqui a alguns segundos, Anne não era tão coordenada quanto o resto de minhas amigas, eu nem precisei fazer muita coisa, empurrei a faca um pouco forte demais na verdade. O sangue começou a escorrer logo depois, ela olhava para o seu próprio braço como se não acreditasse no que estava vendo, eu continuei ali, assistindo a cena, ela caiu no chão, batendo com a cabeça na parede, eu sabia que ela num sobreviveria, ou ela morreria pelo corte, ou entraria em coma pela forte batida, eu realmente poderia ajudar e chamar alguém ou simplesmente bater a cabeça dela novamente no chão, mas eu num tinha tanto ódio assim, eu a deixaria ali se ela entrasse em coma logo depois eu daria um jeito de matá-la. Não fiquei ali assistindo para saber o que aconteceria, mais com a demora que os pais dela chegariam, ela morreria ali mesmo.

A segunda seria Crystal, como sempre que eu aparecia em sua casa ela limpava a cozinha, era sempre assim, desde que eu havia a conhecido, lembro-me de sorri com o pensamento, fiz com o que o cachorro latisse para chamar a atenção, eu tinha que acabar com aquilo rápido, eu não sabia quanto tempo minhas energias durariam para que eu ficasse aparecendo assim, aquilo sempre dava certo, ela fez exatamente o que eu esperava, saiu na porta para ver o que havia acontecido com o cachorro, eu a empurrei escada baixo esperando que fosse forte o bastante para chegar a uma madeira que estava ali perto, fincar em seu estomago. E foi assim que aconteceu, lembro-me de sorrir em satisfação, foi só assim que percebi que ela ainda estava viva.

- Foi você não foi Meredith? - perguntou mais perto de um sussurro. - Porque esta fazendo isso? Ninguém teve culpa de tudo ter acontecido - ela falava baixo, como se chorasse não podia dizer que sentia sua dor, mas a forma como ela falava, não parecia que meu plano tinha sido tão bom como eu achava.

Eu sentei-me ao seu lado, eu não sabia por que ainda estava ali, não havia mais como eu salva-la, o sangue escorria no chão, só podia esperar que ela morresse sozinha, a mãe dela chegou depois de alguns minutos, ela começou a gritar aos sete ventos o porquê isso havia acontecido com a filha dela, assim que a mãe dela pegou-a nos braços, um vento bateu em meu rosto, e eu soube que eu havia cometido dois assassinatos em um único dia. - Ela parou de contar, como se pensasse se continuava contando ou se parava ali mesmo, o olhar da mesma estava longe, como se ainda estivesse naquele dia. Me assustava a forma como ela poderia contar aquilo a mim, eu nem a conhecia a tanto tempo, mais parecia que éramos amigas a tempo, pelo forma como ela falava.

- Desculpa Angel, eu num devia ter contado. - disse por fim.

- Mas como... - ela já havia ido embora. Fiquei pensando por um instante tentando absorver tudo que ela acabara de contar, para mim era difícil imaginar tantas coisas ao mesmo tempo, eu não conseguiria matar as poucas amigas que eu tenho, eu não teria coragem de tirar a vida de alguém, por mais insiguinificante que ela fosse, ainda sim era uma vida, mas acabei dormindo ali mesmo.

Acordei no meio da noite com uma sensação estranha, assustava posso bem dizer, e ainda sim tinha a sensação como se tivesse sendo observada.

- Oi? Disse confiante, ninguém respondeu, achei no começo que era de minha imaginação ou algum assaltante, mais ninguém era tão burro, ao ponto de assaltar uma casa em pleno escuro, sem ao menos ligar alguma lanterna. Levantei a cabeça e olhei no espelho que estava em frente a minha cama, nunca entendi muito bem o porquê ele estava ali, na verdade no começo pareceu uma boa idéia me acordar e me olhar no espelho para ver o quão ruim estava meu cabelo, mas naquele momento realmente pareceu uma idéia  muito ruim

- Como você entrou em meu espelho? - perguntei num tom um pouco alto demais. A figurava no espelho me encarava como se fosse me matar a qualquer momento.

Ela continuo em silêncio, só percebi que no espelho não tinha só uma única pessoa tarde de mais, havia mais duas ao lado dela, elas me olhavam estranho, como se já tivesse visto aquela cena, sorriam entre si, como se alguém tivesse contato uma piada, na qual eu não estava apta a ouvir.

- Quem são vocês? - perguntei enquanto às olhava.

Ninguém respondeu nenhuma das minhas perguntas, comecei a ficar inquieta, algo me incomodava no jeito que elas me olhavam.

Elas me perseguiram por basicamente dois anos seguidos, não tinha como dormir, as olheiras que eu adquiri durante esses anos eram horríveis e a felicidade que elas tinham em me ver caindo era imensa, meus pesadelos eram os piores possíveis, não conseguia me olhar no espelho uma única vez sem ver as mesmas pessoas dos meus maiores medos me observando. Eram ao total seis pessoas, observando cada passo que eu dava em falso e quando eu caia, as risadas pareciam ser altas mesmo que o silêncio fosse absoluto.

Fui internada exatamente sete vezes num único mês, sem contar as dos meses anteriores, eu já havia desistido de estuda, era inútil fica em algum lugar se todo mundo diz que você está louca, e ficam zoando de você, fui mais internada, do que fui a escola posso bem dizer, eu conhecia a clinica toda e seus empregados me conheciam pelo nome, ninguém nunca entendeu o que tanto me perturbava, fui a tantos psiquiatras, psicólogo e nada, eu era praticamente uma morta viva.

Essa seria a ultima vez que eu me deixaria ser levada a força para aquele lugar.

Era uma quinta feira ensolarada mais um dia que não havia conseguido dormir, a enfermeira tinha ido buscar meu almoço, era minha única chance, é raro quando eles me deixam sozinha no quarto, eu não agüentava mais ouvir as vozes, ver os vultos passarem por mim e me amaldiçoarem. Tenho pouco tempo ate a enfermeira vir checar se está tudo bem, olhei para a coisa que me impedia de ver o sol, era a única peça naquele maldito quarto branco que poderia me ajudar agora. Levantei-me de minha cama, aqueles sedativos me faziam ficar muito fraca, as vozes diziam que eu não conseguiria, as risadas eram altas no quarto silencioso. As cordas das cortinas me chamavam, eu precisava fazer aquilo.

Subi na cadeira que ficava ao lado de minha cama, para visitas, na verdade era mais para as enfermeiras passarem a noite, do que para visitas os médicos depois de me fazerem vários exames tinham constatado que eu não poderia ficar sozinha nem que a enfermeira tivesse que ir ao banheiro, eu continuei seguindo até a janela, era difícil andar depois de tomar tantos sedativos, pude olhar pela ultima vez o sol na fenda da janela... Peguei as cordas da persiana e coloquei em volta de meu pescoço, às vozes continuavam falando que eu não iria conseguir que eu era fraca, mais não era... Dei um nó na corda e deixei meu corpo cair.

As vozes pararam de falar... Todas pareciam estar esperando algo, vi minha vida passar diante dos meus olhos, e me arrependi daquela brincadeira insana, então aqui estou eu, morrendo, mas antes lhes aviso:

Se algum dia alguém lhe convidar para brincar, Não brinque! 



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