13 o Raio e a Ilusão escrita por Sereny Kyle


Capítulo 1
Capítulo 1




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O Raio e a Ilusão


 Chovia forte naquela manhã, Kay e Ginji estavam sentados nas poltronas da cabine de direção do trailer, onde os Get Backers dormiam. Como não fazia muito tempo que tinham acordado, as cobertas ainda estavam lá e os dois usavam pra se proteger do frio enquanto esperavam pelo café.
 -- É você que está fazendo chover, Kay? – Ginji olhava triste para a chuva pesada que caía.
 -- Não, não sou eu.
 -- E você não pode fazer parar?
 -- Eu só posso diminuir, então não vale muito.
 -- É. Bom, pelo menos aqueles dois não estão brigando.
 Kay riu. Ela estava encolhida na poltrona com o cobertor até o pescoço e ela ainda tremia.
 -- Vem pra cá, vamos dividir essa poltrona pra gente se esquentar. Trás esse cobertor também.
 Ela entrou em baixo do cobertor dele, jogou o cobertor que usava por cima e ficou sentada no colo de Ginji, que abraçou sua cintura e os dois ficaram muito próximos.
 Desde que se conheceram, sempre ficaram muito juntos e, diferente de seus companheiros, os dois se entendiam sem precisar dizer uma palavra.
 Talvez o tempo que passavam juntos ou a proximidade que tinham tivesse despertado um sentimento inesperado nos dois, mas Ginji, desde que Kay fora atingida, sempre fazia de tudo pra vê-la feliz e protegê-la.
 Kay já se sentia atraída por Ginji e adorava quando ele a abraçava, adorava a pressão dos lábios dele contra sua bochecha, gostava de como ele deslizava suavemente as costas da mão em seu rosto e tinha se apaixonado pelo jeito que ele lhe sussurrava coisas ao ouvido.
 -- Ginji, você já se apaixonou por alguém?
 -- Se eu já me apaixonei?
 -- É. Eu queria saber se você já se apaixonou por alguém.
 -- Bem, eu não sei direito, Kay. Por que a pergunta?
 -- É que nunca me apaixonei antes, sabe?
 -- Nunca? Por ninguém?
 -- Não. Eu não convivi muito com garotos pra que eu me apaixonasse e a Tay sempre diz o quanto ela detestaria pertencer a alguém...
 -- É, você não teria como saber, não é? – ele disse sorrindo.
 -- Acho que não – ela sorriu também.
 Os dois ficaram um tempo em silêncio, olhando a chuva. Kay deitou-se sobre o peito de Ginji e ele a abraçou mais forte. O coração dos dois batia ainda mais forte.
 -- Natsumi disse que você tinha se apaixonado pela senhorita Madoka – Ginji ficou muito vermelho ao ouvir aquilo.
 -- Bem, mais ou menos – ele disse encabulado.
 -- E como foi?
 -- Sei lá, acho que tinha me afeiçoado a ela e achei que era amor. Eu tenho muito disso.
 -- É? Você já se afeiçoou assim e confundiu antes?
 Ginji ficou ainda mais vermelho. Será que devia contar a ela sobre como se sentiu com Natsumi, Himiko, Riku e Kaoru? Kay o encarava curiosa, seus rostos muito próximos, fazendo Ginji sentir alguns tremores por seu corpo. Como ele gostava quando estavam tão próximos.
 -- Bom, sim. Mas o Ban vive dizendo que eu confundo muito os sentimentos, que quando você se apaixona por alguém é impossível de confundir, que você faria qualquer coisa pra ficar junto dessa pessoa e não tem nada que faça você se separar dela. Ele diz que você está tão ligado a essa pessoa, que um momento que passam longe é quase insuportável.
 -- Puxa, como Ban sabe disso tudo? Ele já se apaixonou?
 -- Eu não sei, ele não fala muito sobre isso.
 Os dois tornaram a ficar em silêncio, Kay brincava com os dedos da mão de Ginji delicadamente. Foi quando ouviram Tay dar um grito.
 -- Ban Midou! Quantas vezes eu vou ter que falar pra não deixar o banheiro todo molhado?
 -- Pelo menos mais uma vez, como sempre!
 -- É pra colocar uma toalha no chão pra não ficar desse jeito! Alguém pode escorregar, bater a cabeça e morrer!
 -- Ah, não seja dramática! Como alguém poderia morrer?
 Kay e Ginji inclinaram-se quando Tay começou a sacudir Ban.
 -- Ai, você não vai aprender! E vista uma camisa!
 -- Não quero. Vou tomar café assim mesmo. Já está pronto?
 -- Vista uma camisa agora! Ou não vai tomar café!
 -- Tá, não precisa ficar tão perturbada! Se isso excita você...
 -- Você não sabe nada sobre me excitar! Cale a boca!
 Kay e Ginji riram e voltaram a olhar a chuva. Tay tinha ficado muito vermelha com a observação de Ban.
 -- Ginji, você acha que eles se gostam?
 -- É difícil ter certeza. Às vezes, como agora, parece que sim, mas tem outras vezes que eles parecem se detestar.
 -- É mesmo. Parece que nós dois nem estamos aqui, né?
 Ginji riu e Kay fez pequenos círculos com o dedo em sua bochecha. Ele segurou a mão dela e os dois se olharam fundo nos olhos, por um longo tempo, sem se desviar ou rir. Ele de repente colou seus lábios aos dela, fazendo-a se assustar.
 --Sentiu alguma coisa? – ele perguntou ofegante, soltando-a depois de muito tempo.
 -- Senti. Você? – ela estava de olhos arregalados, segurando firme os ombros dele.
 -- Muito mais que uma – ele riu e puxou o rosto dela novamente e os dois ficaram por um longo tempo descobrindo juntos sobre essa nova sensação que os unia ainda mais.

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