POV EDWARD

Na noite do primeiro beijo...

Eu estava deitando na cama pensando no beijo, no nosso primeiro beijo. Na verdade, eu nem sei por que estava pensando assim, até porque aquele poderia ser o primeiro e o único, mas, de novo não sabendo o porquê – ou talvez sabendo muito bem, mas não querendo admitir – eu preferia pensar que teríamos mais beijos.

Voltando ao assunto que estava ocupando minha cabeça: Bella tinha o beijo mais doce que eu já tinha provado, era como... como se a boca dela tivesse sido feita perfeitamente para mim.

Depois de algum tempo uma mensagem chegou. Não que eu me importasse com a hora, não hoje, já não estava conseguindo dormir de qualquer forma, mas mesmo assim era bem estranho receber uma mensagem àquela hora.

Bem, quando eu vi quem tinha mando a mensagem, todo o meu blábláblá interno foi silenciado. Bella.

“Edward, sou eu, Bella. Você está aí?”

Como era tarde ela provavelmente estava querendo saber se eu estava acordado. Apesar de feliz com o recebimento de uma mensagem dela, fiquei um pouco receoso.

“Sim. Algum problema?”

“É, mais ou menos. Eu só queria que você falasse a mesma coisa que eu falei para o Jasper, para não nós contradizermos.”

Seria bom se ela fosse um pouco mais clara.

“Como assim?”

“Se perguntarem, eu e você estávamos conversando, apenas conversando.”

Se é assim, pra que contar para eles que estávamos juntos no shopping? Isso estava ficando cada vez mais confuso e eu tinha certeza que ela estava enrolando para me contar alguma coisa.

“Ué, se é assim, pra que eles precisam saber?”

“Porque Aro me substituiu como advogada!”

“PQP, eu não acredito! É, ele deu o primeiro passo”

“Sim, ele deu. Pode ser então? Ele nós viu conversando”

Sinceramente, eu preferia não esconder nada. Para falar a verdade, a pergunta dela me magoou de uma forma incompreensível. Nem eu entendia o que estava acontecendo, afinal, no fundo, acho que ela estava certa.

Eu queria gritar. “Não, nós não estávamos só conversando porr* nenhuma” Mas preferi ficar na minha e simplesmente fazer o que ela estava pedindo.

“Se você prefere assim.”

Depois disso nenhum de nós falamos mais nada e eu fui dormir com aquele pedido na cabeça. Eu tinha que admitir que ela estava mexendo comigo, e muito.

No outro dia...

Quando eu acordei, não soube exatamente se tudo que tinha acontecido tinha sido verdade ou não. Alias, eu sabia que era verdade, mas eu tive que pegar as mensagens para confirmar. Pensei em apagá-las, mas preferi deixá-las lá. Aposto que a Bella apagaria as dela... Mas eu não tinha nada com isso.

Passei a manhã toda sem fazer nada, e grande parte da tarde também, até que o Emmett chegou em casa. Ele sairá horas antes e no momento estava entrando no meu quarto com um grande sorriso no rosto.

- Cara, eu e a Rose estamos namorando! – Ele disse como se estivesse comentando a cor da minha blusa – bem, isso seria gay...

Eu me virei para trás surpreso, Emmett era burro, mas burro a ponto de achar que estava namorando com a Rose? Isso era demais até para ele.

- Mano, você anda usando alguma droga? – Perguntei sarcasticamente.

- Não. – Ele disse um pouco confuso. – Mas o que isso tem a ver com o assunto? – É, ele estava com o nível de burrice normal.

- Você e a Rose? Namorando? Emmett, para não haver nenhuma confusão: O que ela te disse exatamente?

- Que sempre me amou, que só implicava comigo para fugir disso... Aí ela me beijou, então eu pedi ela em namoro... Acho que era a hora adequada para isso, né? Ela aceitou, e agora eu estou aqui, te contando essa história. – Ele terminou com um lindo sorriso.

- Hum... Tá bom.

Eu ainda estava achando essa história bem estranha, mas primeiro que tinha que tirá-lo do quarto. Ainda bem que ele tinha alguma coisa pra fazer e saiu assim que eu “concordei” com tudo que ele tinha me falado.

Eu liguei para a Rose, e ela atendeu mais feliz que o normal.

- Ei melhor amigo lindo! – Pelo seu tom de voz eu já estava imaginando tudo

- Não vai me dizer que a história do Em é verdade?

- Na verdade, eu vou. – Ela deu uma risadinha.

- Rose, isso é ótimo! – Eu só esperava do fundo do meu coração que ela não matasse meu irmão, eu sentiria falta dele.

- Obrigada Ed! Ah, hoje eu e Bella começamos a trabalhar no seu caso.

- O caso é meu e eu só fico sabendo que vocês começaram horas depois? Acho que tem algo errado, não?

- Sem drama! Beijos, tenho que desligar.

Ela meio que desligou na minha cara, mas eu e Rose éramos amigos há muitos anos para eu me preocupar com isso.

De uma coisa eu sabia: a Bella estava me ajudando, ou pelo menos tentando, e isso era reconfortante. Quando olhei para o lado eu vi a camisa do pai dela, eu tinha colocado para lavar e prometido para mim mesmo que devolveria. Eu tinha me esquecido, mas era uma ótima hora para me lembrar.

Peguei a blusa e fui imediatamente para o seu condomínio. Chegando lá, o porteiro interfonou para ela e disse que eu estava autorizado a entrar. Achei estranho, pois ele não disse nem meu nome, então como a Bella saberia que era eu? Mas, eu não iria reclamar, né.

Pouco tempo depois eu estava em sua porta, apertando a campainha.

- Eu esqueci al... – ela já estava abrindo a porta, mas parou quando viu que era eu. É, ela me deixou entrar, mas nem sabia que era eu. Isso quase me fez rir.

- Bem, esquecer não, mas você me emprestou. – Eu apontei para a blusa.

Ela abriu caminho e indicou o interior de sua casa, então eu entrei.

- Eu não te disse que você não precisava devolver? – Ela perguntou confusa.

- Ah Bella! Você acha mesmo que eu iria roubar a camisa do seu pai? – Eu ri um pouco e lhe entreguei a camisa, a qual ela pegou de imediato.

Ela deu uma risadinha nervosa. E tudo isso estava começando a me confundir.

- Por que está todo mundo estranho hoje? – Eu perguntei

- Como assim?

Expliquei tudo que tinha acontecido com o Emmett e, apesar de ouvir tudo com atenção, ela simplesmente disse que a Rose só tinha resolvido seguir os próprios conselhos.

- O que? Não estou falando! Tá todo mundo estranho hoje!

- Edward! – Eu vi que ela iria mudar de assunto. - Olha... Rosálie sabe o que aconteceu, ela sabe que nós não estávamos apenas conversando.

Não sei porque, mas isso me deu um pouco de... esperança?

- Você contou?

- Na verdade, não. Ela leu nossas mensagens.

- Você não apagou as mensagens? – Agora eu estava confuso, e um pouco feliz também.

- Não. Você apagou?

- Hum... Na verdade não. Mas também não deixei ninguém pegar meu celular, né. – Tipo, ela poderia ter pensando só um pouquinho mais...

- Olha aqui, eu esqueci. – Ela estava fazendo biquinho, o que deveria ser crime. Como ela podia ficar tão deliciosa em questão de segundos?

- Não sabia que eu era tão fácil de esquecer. – Eu disse me aproximando. Ah, vai! Eu já estava na merda mesmo. Mas eu imaginava tudo, menos a resposta dela:

- Na verdade, você não é. – Ela também se aproximou de mim.

O ultimo passo que me separava dela eu dei, a pegando em meus braços e colando nossos lábios.

O que eu senti foi indescritível, pois esse beijo foi diferente do primeiro. Nossos corpos estavam muito colados e eu desejava mais do que tudo não ter que respirar. Infelizmente, eu não fazia milagres, então o ar faltou. Mesmo assim, não deixei sua pele por nenhum segundo, beijando seu pescoço.

- Sabe, eu preferi esse do que o outro. – Eu disse enquanto dava leves beijos em sua pele.

Ela simplesmente assentiu e me puxou de volta para seus lábios. O ar faltou de novo, e dessa vez nos separamos mesmo, ficamos nos olhando até que a barriga da Bella deu sinais de vida. Eu, claro, comecei a rir.

- Bem, acho que deveria te levar para jantar. – Eu ainda estava rindo. – Vamos?

- É, acho que não tem como eu negar. – Ela estava corada, e isso era lindo.

Peguei-a pela mão, e me senti muito bem, simplesmente por tê-la ao meu lado.

Quando chegamos ao estacionamento, ela estava indo em direção ao seu carro.

- Não, não, vamos de Volvo hoje.

- E quando a gente não vai? – Eu dei uma pequena risada.

Já no carro eu não disse aonde iríamos e ela, apesar de parecer curiosa, não perguntou. Na verdade, não falamos praticamente nada no caminho.

Quando estacionei no shopping abri a porta para ela, o que pareceu ter a desagradado.

- Edward, é sério, você não precisa fazer isso. – Eu ri um pouco.

- Eu não me importo nem um pouco, pelo contrário. – Sussurrei bem próximo ao seu ouvido.

Quando já estamos na área de alimentação, com os pedidos feitos, Bella se mostrou preocupada com coisas totalmente indiferentes para mim:

- Edward, não é perigoso sairmos assim?

- Não. Eu não me importo que alguém veja. Não temos que dar satisfações para ninguém, não mais.

- Eu sei. Mas você sabe muito bem como é. A impressa, do jeito que inventa, vai falar que estamos casados, com dois filhos, que isso já é bem antigo, desde antes do primeiro julgamento. Eu, claro, vou ter feito corpo mole para você ganhar, e depois que Aro descobriu ele teria me demitido. – Ela pensou um pouco. – Esse negocio de ele me demitir foi verdade, mas o resto não. Você entendeu o que eu quis dizer.

- Como vão provar? Podemos falar que você ficou muito chateada com a demissão e passou a odiar o Aro. Encontrou alguém que o odiasse tanto quanto você e por isso estamos conversando, porque temos coisas em comum. Quem vai provar o contrario?

Ela riu um pouco.

- Ok, Ok... Não vou mais me preocupar com isso...

Logo depois o garçom chegou com os pedidos e começamos a comer.

Quando vimos que estava tarde eu fui pagar a conta, mesmo com os protestos da Bella. Quando estava quase chegando na minha vez, algum filho da put* foi falar com a Bella. Depois de alguns segundos de uma conversa que pareceu mais um monótono do idiota, ele deixou um cartão e saiu.

Eu dei o dinheiro para a mulher do caixa e voltei a olhar para a cena, a Bella leu algo no cartão e o jogou fora, e o cara ainda estava no meu campo de visão.

- Senhor, senhor! – A mulher chamou minha atenção e me deu o troco.

Eu fui andando e parei em frente à Bella. Podia muito bem imaginar como estava minha cara.

- Você conhecia? – Perguntei com um falso controle.

- Não. – Ela disse naturalmente.

De repente percebi o quão ridículo eu estava sendo.

- Tá, eu sei que a culpa não foi sua. Sinto muito, esse cara só me estressou, mas já estou bem. – Eu lhe estendi a mão. – Vamos ao chafariz? – Sim, o chafariz que tinha estado presente no nosso primeiro beijo.

Quando chegamos lá, ficamos nos olhando e eu pensei em tudo que tinha acontecido.

- Sabe, eu queria saber se a gente deveria contar para o pessoal o que está acontecendo entre a gente. – Era realmente uma grande duvida minha.

- Edward, no momento, eu ficaria feliz em saber pelo menos o que está acontecendo. Acho que eu estou bem confusa.

- Bem, agora, realmente não está acontecendo nada. – Eu disse para depois completar: - Mas eu queria que acontecesse. – Cheguei mais perto e sussurrei - Bella, namora comigo?

- Claro que sim. – Ela disse bem feliz, o que me deixou mais feliz ainda.

“E ali, mais uma vez ao som daquele chafariz, selamos o nosso primeiro beijo como namorados.”