- Assassinaram minha filha, Jane Volturi. Tenho certeza que foi o Edward, e você vai provar isso.

- Mas... Por que você acha isso?

- Eu tenho várias evidências. O crime acabou de acontecer, então as investigações ainda nem começaram, mas eu tenho certeza que foi ele. Passe no meu escritório amanhã o mais cedo que você puder.

- Claro. Aro, você sabe quem vai ficar responsável pela investigação?

- Alice Brandon.

Alice era uma baixinha de cabelos curtos e repicados. Uma das melhores investigadoras do país.

- Tudo bem. Nos vemos amanhã.

- Tchau!

Ele meio que desligou na minha cara, já que nem tinha esperado eu dizer tchau, mas Aro sempre foi assim. Ele tinha uma falsa cortesia sempre que conhecia uma pessoa, chamando-a de “querida”, “meu bem”, etc. Mas depois ele mostrava que na verdade era um louco por poder. Imagina agora que acabou de perder a filha!

O fato era que ele pagava muito bem. Eu estava muito interessada nessa proposta. Mesmo assim era muito difícil imaginar aquele pedaço de mau caminho, chamado Cullen, matando alguém. Talvez as aparências enganem mesmo.

Tive um sonho tranquilo e sem sonhos. Acordei e fui direto para o tribunal onde eu tinha que resolver um caso, depois passaria na C&V para falar com o Aro.

O caso foi tranquilo e eu ganhei sem muitas dificuldades. Mas ele demorou mais do que eu imaginava, então eu tive que ir correndo para não chegar antes da hora do almoço no escritório do Aro.

Quando cheguei o porteiro me deixou entrar sem fazer perguntas. Eu já tinha estado ali varias vezes. Aro não suportava ser superado por ninguém, então sempre que alguém estava se saindo melhor que ele queria, ele inventava um processo. Minha função era ganhar o máximo possível. Dessa vez, infelizmente, o caso era mais grave.

Cheguei lá e a sua secretária, Heidi, me atendeu.

- Bom dia Heidi.

- Bom dia Srta. Swan.

- O Sr. Volturi pode me atender? – Eu o chamava de Aro quando estava com ele, mas era melhor mostrar respeito, pelo menos perto das outras pessoas.

- Na verdade ele está te esperando. – Ela disse indicando a porta.

- Obrigada. Até mais. – Acenei para ela e entrei no escritório.

Quando eu cheguei Aro estava com a mesma cara de sempre. Fria e sem expressão. Ele abriu um sorriso, era incrível como aquele sorriso não fazia mínima diferença na cara sem vida dele.

- Bella, antes de começar, eu quero te contar a história da C&V.

Mereço! – Claro Aro. – Eu deveria ser atriz, e não advogada.

- Querida, você sabe o porquê desse nome? – Na verdade, eu não tinha parado para pensar nisso.

- Não. – Respondi um pouco envergonhada.

- Cullen&Volturi. – Pensando bem, era um pouco obvio, e até que fazia sentido. – Há muito tempo, essas duas famílias eram muito amigas e resolveram criar uma empresa de automóveis. E nós vivemos em paz durante muito tempo. Mas os Cullen ficaram com ciúmes de nossa organização e do nosso poder, que sempre foi maior que o deles. Então as duas famílias começaram a brigar desde então.

- É triste. – E realmente era muito triste. Mas eu não acreditava totalmente na versão do Aro. Ele tinha um grande poder de tentar manipular os outros.

- Bom, nessa geração os Volturi levaram a melhor. Como você pode ver, nos temos a maioria das ações. Mas é um pouco complexo. Veja bem querida, Edward Cullen tem mais ações do que eu.

- O QUÊ? Mas isso não faz o menor sentido.

- Querida, eu disse que minha família tem mais ações que a dos Cullen. E não que eu tenho mais ações. – Disse em um tom superior

- Explique-se, por favor.

- Sim, claro. Vamos começar com as ações dos Cullen. Carlisle Cullen tinha 40% das ações da empresa. Quando ele resolveu deixar o ramo deu todas as ações para o seu filho mais novo, Edward Cullen. O mais velho, Emmett Cullen, não quis nada, diz não ter talento para os negócios. Edward comprou 1% das ações de um acionista qualquer. E hoje tem 41% das ações e é o único dos Cullen que é ligado na empresa.

- Sim, entendo. E a sua família? – A história estava começando a ficar interessante.

- Claro. Eu tenho dois irmãos Marcus e Caius. Mas eles nunca quiseram se envolver na empresa. Meus pais morreram. – Como ele podia falar isso com tanta frieza? – E no testamento deixaram 39% das ações para mim e 20% para minha esposa, Sulpicia.

- Espera. Então vocês não tem nenhuma ação na bolsa? Todas as ações estão entre os Cullen e os Volturi? – Meu Deus! Era mesmo uma guerra.

- Exatamente. O único 1% que tínhamos com acionistas, Edward comprou antes de mim. Mas a história não acabou. – O quê? – Minha esposa não queria ser ligada a empresa, então deu 10% das ações para Jane e 10% para Alec, que é meu outro filho. Irmão gêmeo da Jane.

- Nossa!

- Entenda querida, o Edward tem mais ações do que eu. Mas nas decisões da empresa meus filhos ficam do meu lado, me fazendo sempre ficar com 59% da empresa ao meu favor. Por isso eu tenho a presidência, e por isso Edward quase nunca tem poder aqui. Por que ele é a minoria.

- Sim, eu entendo.

- Mas... se um dos meus filhos o apoiasse, ele teria 51% das ações a favor dele e eu ficaria só com 49% das ações. Ele seria a maioria. – Disse Aro de modo pratico.

- Você acha que o Edward estava tentando convencer a Jane a apoiar ele? – Perguntei incrédula. Ele não seria tão burro de tentar virar a filha contra o pai. Seria?

- Sim, como ele não conseguiu, resolveu matá-la. – Aro completou.

- Você tem alguma prova? Aro, isso são um monte de especulações, é quase impossível provar!

- Nem tanto. – Aro disse suavemente e me passou uma agenda.

- Uma agenda? – Ele estava me deixando cada vez mais confusa.

- Olhe o compromisso de ontem à noite. – Fiz o que ele mandou.

Encontrar Edward Cullen. – 21h30.

- O corpo foi encontrado 22h30, em um terreno baldio perto da casa do Edward. Coincidência? Eu acho que não.

- Realmente, temos evidências. Mas sinto muito, nada disso é prova. Ainda é difícil.

- Bella, as investigações ainda nem começaram. A arma ainda não foi encontrada. Já interditaram a casa do Edward para fazer buscas, tenho certeza que irão achar.– Aro estava começando a ficar impaciente. Parecia querer muito provar que Edward era o culpado. – Ah, eu me esqueci! Na agenda dela, ela tem outro encontro com o Cullen.

- Eu posso ficar com essa agenda? – Perguntei.

- Eu não acho que vá servir para mais nada, mas se você quiser, é claro que pode. – Disse totalmente indiferente.

- Aro, eu quero saber quanto eu vou ganhar se eu provar que o Cullen matou sua filha. – Disse decididamente.

- Essa é a minha garota! – Disse com um grande sorriso.

- Quanto Aro? – Disse o cortando.

- 1 milhão de dólares.