10 Confio em Você escrita por Sereny Kyle


Capítulo 1
Capítulo 1




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Confio em Você

 Tay e Kay corriam por ruas escuras e esburacadas sem parar, sem tomar fôlego. Os assustadores sons de seus perseguidores se aproximavam. Pelo barulho dos passos eram todos homens corpulentos, quase 2 metros de altura e em um número aproximado de 40 ou 50 homens.
 O que era pra ser um simples trabalho de espionagem transformara-se em pesadelo. As Kamy Spys tinham sido contratadas para espionar uma indústria farmacêutica que supostamente criara uma nova droga e naquela noite eles fariam uma reunião com os assessores.
 As duas estavam escondidas, filmando a reunião, mas por um pequeno descuido sua posição fora revelada e agora elas fugiam dos seguranças da empresa para salvarem suas vidas.
 Tudo estava escuro, o que tornava o cenário ainda mais assustador e Tay não tinha forças para produzir uma simples labareda e iluminar o local. Não podiam ver onde estavam indo, enxergavam apenas sombras dos objetos para não tropeçarem e a saída estava muito longe.
 Com a adrenalina do terror movendo seus corpos, Kay saltou por cima das paredes.
 -- Kay! Volta aqui! Não podemos nos separar! – os gritos de Tay entregaram sua posição. Os cinco homens mais a frente a alcançaram e Tay fugia com sua velocidade hora do golpe de um, hora do golpe de outro. Mas, cansada pela corrida, seus pulmões pegando fogo, sua respiração falhada e sua cabeça girando, ela foi facilmente imobilizada por três dos homens que a perseguiam. Os outros dois, continuavam a socá-la e esbofeteá-la.
 Zonza, sangrando e provavelmente com duas costelas quebradas, Tay foi atirada no chão, sentindo com enorme gratidão que a fita que filmara ainda estava dentro do bolso interno de seu agasalho.
 Ela se arrastou por dois metros quando ouviu um grito da irmã: a uma pequena distância ela viu Kay receber o mesmo tratamento que deram a ela e, com desespero de não poder se mover com rapidez, viu um dos seguranças fazer mira e atingir a perna da irmã antes de ser atirado metros de distância por algo que Tay não pode enxergar.
 -- Ginji, cuida deles, a Kay tá sangrando! Kay! Kay! Você tá bem? Cadê a sua irmã? – Kay estava quase inconsciente e só pôde apontar para onde a irmã estava caída. Ban segurou-a nos braços e correu para onde a garota apontara. Tay levantou-se com dificuldade, mas pôde ver quando uma corrente elétrica de Ginji atingiu todos os seguranças ao mesmo tempo. Ele parecia furioso como Tay jamais pensara ver.
 Ban carregava sua irmãzinha desacordada como uma princesa.
 -- Você está bem? – ele perguntou.
 -- Acho que tenho duas costelas quebradas.
 -- Pode andar?
 -- Acho que sim!
 -- Pode correr?
 -- Não.
 -- Então segura em mim. Tenho que tirá-las daqui o mais rápido possível. Sua irmã tá perdendo muito sangue. Ginji! Já chega! Vamos dar o fora.
 Ginji parecia uma besta furiosa. Com as pupilas dilatadas de ódio, ele estava cego e sedento por sangue.
 -- Se você demorar mais um segundo, sua garota morre, idiota! Quantas vezes eu vou ter de repetir pra você que não é pra se descontrolar desse jeito? – Ginji pareceu acordar de seu transe com aquelas palavras. Aproximou-se deles e ajudou Ban a carregar Tay.
 Os quatro entraram no trailer e Ban correu com Kay para o quarto gritando:
 -- A bala ainda ta na perna dela! Preciso de água quente, umas toalhas limpas e uma faca esterilizada. Precisamos tirar isso dela antes de ir ao hospital ou vai ser tarde.
 Tay foi providenciar tudo que Ban tinha pedido e viu Ginji lá fora andando de um lado para o outro, como um pai aguardando o nascimento do seu primeiro filho.
 Quando chegou ao quarto, Ban tinha deitado Kay no próprio colchonete e rasgado a calça dela no local em que a bala tinha entrado, ele pegou a toalha e a água, limpou o local e, antes de entregar-lhe a faca, Tay esquentou-a nas próprias mãos para esterilizá-la.
  -- Não foi fundo, eu estou vendo – como um cirurgião habilidoso, Ban começou a mexer a faca na perna de Kay e, com uma pequena aflição, Tay o viu tirar a bala da perna da irmã. Limpando de novo o local com a toalha e a água quente, ele segurou firme no ferimento e olhou Tay. – Temos que ir a um hospital, não sei se ela precisará de algum antibiótico e temos que ter certeza se suas costelas estão quebradas. Vou chamar o Ginji.
 Ele se levantou e ela pôde perceber uma enorme mancha de sangue em sua camisa.
 -- Ban.. Suas costas...
 -- Ah, é mesmo. Será que pode dar uma olhada pra mim? Parece que alguém tinha uma faca também – Ban tirou a camisa e Tay pôde ver um rasgo não muito profundo em sua pele. Ela se aproximou dele e, com uma outra toalha, limpou o ferimento.  Ele se contorceu de dor.
 -- Ardeu! – ele justificou.
 -- O que quer que eu faça? – ela perguntou receosa. Não conseguia estancar o sangue e não sabia dar pontos em ninguém.
 -- Pode cauterizar pra mim, por favor?
 -- O quê?
 -- Cauterizar o ferimento. Não tá tão grave, tá?
 -- Mas, Ban...
 -- Pode fazer. Eu agüento. Precisamos ser rápidos, sua irmã não pode esperar muito tempo. Só faça.
 Tay esquentou a mão e passou pelo ferimento de Ban, ele tremia de dor ela segurou seu abdômen para dar firmeza a ambos. Até que ficara bem feito, mas ela não conseguiu soltá-lo depois. O cheiro da pele dele inebriava-a e ela não sabia dizer se a zonzera e o tremor nas pernas era por causa dos ferimentos ou do homem que a amparava.
 -- Muito obrigado – ele se virou para Tay e percebeu que ela não se agüentava em pé. Ela nunca estivera tão próxima de um homem e por um instante ou dois, se esqueceu de tudo o que já tinha dito e ouvido daquele homem, um calor passava por seu corpo, enlouquecendo-a. Ele sentou-a gentilmente e disse – Agora vamos ao hospital. Ginji! Entra aqui, temos que ir.
 Ginji entrou correndo e foi até eles. Ban já tinha vestido a camisa e ia pra frente do trailer, enquanto Ginji correu a ficar do lado de Kay, segurando firme sua mão. Ban sentou-se e inspirou profundamente antes de ligar o trailer pra não ser tomado por impulsos desconhecidos ou pelo calor que subira por seu corpo ao ter o Tay tão próximo dele.

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