Sparks Fly escrita por LailaA
Por Hermione Granger
Tudo que pensei naquela hora foi que estava fazendo a coisa mais absurda, inconsequente e deliciosa da minha vida. Apesar de toda a guerra que estava rolando ao nosso redor, como o Harry lembrou, pude ouvir o coro de “até que enfim” dentro de mim.
Depois desse deslize, as forças para lutar me dominaram e o fio de esperança em relação a ELE se fortaleceu no meu subconsciente. Ele estava mais conectado a mim do que nunca.
No momento em que vimos Hagrid carregando o corpo sem vida do Harry em meios as ruínas do castelo, nossos olhares se cruzaram buscando a verdade, mas a tristeza e desesperança já nos cercavam. A dor que nenhuma tortura física se igualava. Eu ainda pude apertar sua mão como se não houvesse mais nada para me segurar na beira de um precipício. Por um segundo eu quis dizer a Rony que desistiria de tudo, de viver. Contudo, algo bem no fundo me fez permanecer ali, ainda não era o fim.
E quando meu melhor amigo surgiu em meio à confusão desafiando pela última vez o Lord, fui atingida brandamente de coragem, e mais, Rony ainda estava comigo. Foi tudo que eu precisava.
Meses depois e nós dois juntos, num encontro de namorados, uma situação que jamais poderiamos imaginar. Andávamos de mãos dadas por vilarejos afastados do centro de Londres, rodeados de campos belos e amplos, as folhas voavam ao nosso lado e o vento pouco frio de outono atingia-nos.
Ronald Weasley era um excepcional namorado, eu mesma custava a acreditar. Definitivamente estava mais sério e gentil, imensamente atencioso e falavas frases lindas do tipo “prefiro você aos bolinhos recheados da mamãe”, vindo dele é tudo isso mesmo.
Harry e Gina não paravam de implicar com o jeito dele perto de mim (diziam que ele conseguia ficar ainda mais bobo). Eu me sentia tão bem como se enfim conseguisse pegar com as mãos algo que sempre foi meu e antes eu só podia espiar. Nada mais de disfarces, briguinha boba de amigos ciumentos, lágrimas escondidas e contidas.
Por algumas semanas eu fui um bicho estranho n’A toca: “Como assim você e o Rony, acho que está enfeitiçada” dizia Fred, “Eu já sabia mas sempre acreditei na sua inteligência Hermione” dizia Jorge. Molly me abraçava e dizia que Rony não poderia ter escolhido melhor, Artur me desejava paciência. Obviamente eu era o pimentão ambulante da casa e para completar, Harry não se continha de felicidade, já a Gina queria que saíssemos os 4 como casais, ai ai ai.
Voltei pra realidade ruiva ao meu lado, e não tive como não sorrir. Rony me apoiava muito em tudo desde aquele ano, com o lance dos Elfos domésticos e tal (essas coisas que me fazem surtar e resultar em coisas embaraçosas ligadas ele, claro).
Ele era a confirmação viva que me mantinha de pé, eu devia me lembrar disso.
Veio à chuva, e ele ia me abraçar; eu revi o garotinho que tem medo de aranhas, que passou por maus bocados para me defender, que sempre recorria a mim na hora dos deveres; e corri dele cantarolando, ele já vinha correndo atrás, divertido.
O jeito que você se move é como uma completa tempestade
Depois de anos de aventuras ele continuava o mesmo desastrado e desajeitado de sempre.
E eu sou um castelo de cartas
A boba aqui não fazia outra coisa a não ser rir dele.
Você é do tipo despreocupado que deveria me fazer sair correndo
Os gentis e galantes não me surpreendem tanto quanto esse bruto e fofo.
Mas eu meio que sei que não iria chegar longe
E você ficou aqui em frente de mim
Perto o suficiente para tocar
Perto o suficiente para esperar que não visse
O que estava pensando
A cena se repetia, eu corro ao encontro dele e esqueço tudo ao redor, perco a razão.
Largue tudo agora
Encontre-me na chuva
Beije-me na calçada
Leve pra longe a dor
Porque eu vejo faíscas voando sempre que você sorri
Eu entendi que o sorriso dele era vital.
Surpreenda-me com aqueles olhos verde, baby
Assim as luzes se apagam
Algo que irá me assombrar quando você não estiver por perto
Porque eu vejo, faíscas voando sempre que você sorri
Minha cabeça esquece de me lembrar que
Você é uma má idéia
E vivi todos aqueles anos com essa culpa, de gostar tanto do meu amigo idiota. Mas ele apenas não tem talento pra demonstrar seus verdadeiros sentimentos, como tem talento no quadribol. E esse jeito me pegou de jeito, então eu falhei nessa batalha de corações.
Você me tocou uma vez e isso foi realmente algo
Você acha que sou ainda melhor do que você imaginava que eu seria
Estou em guarda para o resto do mundo
Mas com você eu sei que isso não é bom
Os pequenos gestos que tomei como minhas verdades. Se implicava é porque se importava, nem pude disfarçar a emoção de ouvi-lo chamar meu nome no sono ao invés de Lilá, fez abrir brechas. E eu não sou perfeita, mas fiz o que pude. Ele me fez sair da linha, infringir regras e por causa dele agi feito criança birrenta. Agora rimos desses momentos.
Eu passo meus dedos pelo seu cabelo
E vejo as luzes desaparecerem
Só continue mantendo seus olhos em mim
Isso já é forte o suficiente para fazer você parecer certo
Me leve para cima da escada
Não sussurre assim devagar
Eu estou cativada por você baby
Como um show de fogos
Uma sensação de que os dias por mais completos que sejam não são suficiente, e eu o tenho tão perto, tão meu, podendo viver a intensidade de cada batida do coração quando estamos juntos, quando ele me olha, quando suas mãos envolvem as minhas, quando ele fala alguma bobagem. Involuntariamente passo os dedos em seu charmoso cabelo ruivo, a chuva gelada vem mais forte contra nossa pele, e por fim o beijo suave que me completa. A minha realidade parece sonhada, faíscas explodem aqui por dentro.
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Enfim estou postando algo! Mereço incentivo?