- Merda... - lágrimas rolavam por seu rosto, e eu nada podia fazer.

Era duro ver seu sofrimento, era duro perceber que nós dois éramos tão parecidos. Aquele rosto alegre e lindo, que por dias aparecia diante de mim, bravo e responsável para me dar uma dura, agora se parecia tão indefeso. E o pior, era saber que a culpa não era do destino, não era dele. De alguma forma, era minha.

- Iruka-sensei. - apareci diante dele, e ele automaticamente secou suas lágrimas, fingindo não sofrer, fingindo não chorar.

- Naruto! Você não tem nenhuma missão? - ele perguntou assumindo aquela face responsável, como sempre.

- Vovó Tsunade, falou que tenho que esperar o Jyraia-sama quieto, se não, eu volto para a Academia. - falei dando de ombros e rolando os olhos.

- Compreenda Naruto, que essa não é a melhor fase de Konoha. - ele disse sorrindo para mim.

"Ele é bem flexível com suas emoções, não?"

- Eu sei Iruka-sensei. Mas... O sensei não deveria estar na Academia? - perguntei franzindo o cenho. "E depois, EU sou o irresponsável!"

- Hoje é minha folga. - ele disse voltando a olhar o monumento que guarda os nomes dos guerreiros que morreram para proteger Konoha.

- Sensei... Você esta triste não esta? - perguntei cabisbaixo, olhando para o monumento.

- O que? Não Naruto! Eu só estava... - ele tentou dar uma desculpa

-... Estava chorando, sensei. Eu ouvi seu choro quando estava passando para treinar... - olhei para o lado, fingindo não estar triste, fingindo não sofrer mais do que ele.

- Naruto, eu ... - ele olhou para o lado oposto do que eu. Sua vista pousou sobre a escultura na pedra, do 4º Hokage. Ele morreu para salvar a vila. Ele morreu para selar aquele monstro idiota que vive dentro de mim. O mesmo monstro que faz o Sensei chorar.

- Merda... É minha culpa... Eu... - lágrimas brotaram em meus olhos, aquele chakra imenso... Eu podia senti-lo queimar dentro de mim, podia senti-lo prestes a explodir.

- Naruto! - ele me olhou com os olhos arregalados. Algo estava errado, eu não sabia o que estava fazendo, não sentia meu corpo, não sentia nada.

Um baque, foi tudo o que senti antes de meus olhos apagarem completamente.