O Rei das Trevas escrita por Cdz 10


Capítulo 39
Capítulo 039: Torres Gêmeas




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Capítulo 039: Torres Gêmeas.

       O Logru comandante Herrz está com a sua expressão facial que demonstra não apenas surpresa, mas também medo, enquanto que os seus olhos permanecem encarando fixamente os seus dois oponentes jovens, os habilidosos irmãos Dolken, que, por sua vez, estão com sorrisos triunfantes nos seus rostos, ambos olhando para Herrz, retribuindo o seu fixo olhar.

            Dolken: E então, senhor Herrz? Por que é que o senhor não nos responde? Esta técnica era para ser quase que uma morte instantânea apenas por causa daquelas pequeninas esferas de energia que mandou aos nossos corpos por intermédio das finas linhas energéticas?

            Algumas poucas gotas de suor percorrem o rosto de Herrz, escorrendo de sua testa e molhando as suas bochechas. É como se ele estivesse diante de duas aberrações: simplesmente não consegue acreditar naquilo que está vendo.

            Herrz: Isso é... isso é... impossível! Elas não surtiram nenhum efeito em vocês dois, mas como é que pode?

            Os dois irmãos riem bem baixinho. Lentamente, a expressão de Herrz vai deixando de ilustrar apenas temor e espanto, começando então a transparecer um pouco de dúvida também.

            Dolken: Eu e meu irmão não sabemos ao certo que efeito aquelas pequenas bolas de energia teriam dentro de nossos corpos, mas, seja lá qual seja, foi totalmente inútil, como o senhor mesmo pode ver.

            Herrz: Inacreditável... essa técnica é mortal... na verdade, é como eu disse antes, aqueles fios não eram para esmagar vocês. O único objetivo deles... era permitir que as pequenas esferas energéticas chegassem aos seus corpos. Uma vez que elas encostam a pele de qualquer ser vivo, seja ele qual for, entram no interior do corpo e, lá dentro, começam a se movimentar em uma velocidade simplesmente absurda, extraordinária... e, com estes movimentos bruscos, começam a destruir rapidamente os órgãos e tudo o que forma o corpo do ser vivo... até que ele morre. Considerando que esta técnica consiste em dirigir essas esferas em um número bastante grande para dentro do adversário... elas conseguem destruir o interior do corpo em questão de segundos, são como se fossem inúmeras pontas de objetos extremamente afiados movimentando-se de uma maneira violenta dentro do organismo, dos pés à cabeça. É... é mais do que inacreditável que vocês dois tenham sobrevivido desta maneira, sem nem ao menos despertarem o poder máximo que possuem!

            Os dois Dolken dão mais um riso curto e em um volume bem baixo, até que um deles começa a falar.

            Dolken: Hum... então era isso, hein? Destruir os nossos corpos de dentro para fora... muito bom, é uma técnica realmente fabulosa! Mas é claro que ela nunca funcionaria em nós...

            O irmão acena rapidamente em sentido positivo com a sua cabeça e então completa o raciocínio que o outro Dolken estava expondo até então.

            Dolken: Com certeza. Nós dois, senhor Herrz, passamos por um treinamento especial e, por causa disso, a nossa energia evoluiu de uma maneira incrível. Em cada momento no qual uma bolinha tocava em nossa pele, nós percebíamos quase que instantaneamente e, com isso, a energia interior do nosso corpo passava a agir como um tipo de... de sistema defensivo.

            Herrz arregala levemente os seus olhos por um rápido segundo, mas, logo em seguida, volta à sua expressão anterior, porém ainda com os seus olhos um pouco abertos demais, não escondendo o sentimento de surpresa que ainda tomava conta de si mesmo.

            Herrz: Um... um sistema defensivo?

            Um dos Dolken concorda com a cabeça na mesma hora.

            Dolken: É isso mesmo... no momento em que as bolinhas entravam nos nossos corpos, por pouquinho que fosse... as nossas energias internas as atacavam sem piedade alguma, queimando-as quase que no mesmo momento. Não preciso nem dizer que não daria tempo algum para que elas desempenhassem a sua função, ou seja, destruir os nossos órgãos e tudo mais... hum, isso seria totalmente impossível, se mal conseguiam se mexer dentro de nós...

            Os sorrisos nos rostos dos dois irmãos permanecem ativos, enquanto o suor continua a escorrer pelo rosto de Herrz.

            Herrz: Compreendo... um sistema defensivo energético... mas mesmo assim, há algo de errado nisso tudo. As bolinhas de energia são impossíveis de serem vistas a olho nu. Então, como perceberam que elas estavam tocando em suas peles e ativaram esse “sistema defensivo”?!

            Dolken: Não, não, senhor Herrz, parece que o senhor não entendeu muito bem... nós não percebemos e depois mandamos as nossas energias agirem... foram elas que agiram por conta própria. Na verdade, só depois que víamos que as nossas energias se moviam de forma a destruir, digamos... essas “energias invasoras”... é que então percebíamos a presença das pequenas esferas, mas só por um breve instante, pois, como já lhe falamos... logo que elas nos penetravam, eram imediatamente destruídas.

            Inevitavelmente, Herrz se espanta mais uma fez, fazendo uma rápida expressão de surpresa, mas desmanchando-a em seguida.

            Herrz (pensando): Então... é como se a energia deles dois tivesse vida própria e agiu involuntariamente para defender os interiores do corpo? É... incrível. Já seria difícil para qualquer ser manipulá-la lá dentro do organismo para destruir incontáveis esferas minúsculas, seriam necessários muita percepção, reflexo e concentração... mas a energia agindo involuntariamente?! Não é possível... que tipo de treinamento será que eles dois fizeram?! Realmente, é como eles disseram... a energia deles evoluiu demais com este treinamento especial!

            Os dois jovens Logrus permanecem sorridentes, de certa forma não demonstrando apenas triunfo e um pouco de superioridade, mas também há naquelas expressões um tanto de simpatia, algo que perturba Herrz ainda mais.

            Dolken: E então, senhor Herrz? Eu acho que nós já podemos recomeçar com o nosso combate, certo?

            Lentamente, os dois irmãos Logrus começam a andar na direção de Herrz, que, por sua vez, ao ver isso, rapidamente recua uns três passos, estando visivelmente nervoso e apreensivo.

            Dolken: O senhor deseja ver o nosso real poder, certo? Para isso, nós temos que fazer um esforço muito grande, esforço este que creio não ser necessário para alguém como o senhor... com todo respeito.

            Herrz faz uma expressão de raiva ao ouvir isso e pára de recuar, mas os jovens continuam da mesma maneira: caminhando sorridentes.

            Dolken: Mas, já que o senhor nos mostrou uma técnica especial, nós teremos o prazer de fazer o mesmo... e assim, será bom para que possa ver um pouco mais das nossas habilidades.

            Subitamente, Herrz assume uma postura defensiva, olhando fixamente para os Dolken, que se aproximam segundo a segundo.

            Herrz: Hum... ótimo! Eu estou ansioso para vê-la!

            Neste momento, os dois irmãos Dolken param subitamente de caminhar na direção de Herrz e, logo no segundo seguinte, dão uma rápida olhada um para o outro além de um momentâneo aceno com as suas cabeças. O Logru comandante franze rapidamente os olhos.

            Então, em uma velocidade bem grande, os dois jovens Logrus dão fortes impulsos com as suas pernas contra o chão, algo que os fazem avançar muito rapidamente na direção de Herrz, cuja expressão agora é de pura concentração: os seus olhos nem ao menos piscam.

            Não demora nem mesmo um segundo até que os Dolken alcancem o comandante e, então, eles dois começam a atacá-lo. Um dos irmãos tenta atingi-lo com uma rápida rasteira usando a sua perna direita, mas Herrz consegue se esquivar velozmente do ataque com um pequeno salto, o que o faz se elevar a alguns centímetros do chão, mas, praticamente no mesmo segundo, o outro Dolken desfere um poderoso soco com o seu punho direito, mas, habilmente, Herrz cruza os seus dois braços bem à frente de seu próprio corpo, formando uma figura parecida com um “X”. Conseqüentemente, o ataque do Dolken atinge em cheio os seus braços, provocando um forte impacto neles e, devido ao golpe recebido, Herrz acaba sendo arrastado para cerca de três metros para trás, deslizando os seus pés no chão da planície em que se localizam. Tudo isso não leva mais de três ou quatro segundos para acontecer.

            Imediatamente em seguida, os Dolken se aproximam mais uma vez e ambos desferem chutes, um de cada lado, na direção do comandante Herrz, que, por sua vez, consegue ver claramente os movimentos de seus golpes com os seus olhos e, então, ele ergue os seus dois braços, defendendo-se simultaneamente dos dois chutes. Assim fica por um breve segundo até que faz bastante força com os seus músculos e afasta de si as pernas dos Dolken, o que os faz recuar alguns centímetros. Sem perda de tempo, Herrz se movimenta rapidamente para frente e desfere um forte soco com a sua mão direita na barriga de um dos irmãos, fazendo com que ele cuspa um pouco de saliva e faça uma momentânea expressão de dor. Quase no mesmo instante, o outro Dolken se aproxima e tenta desferir em Herrz um soco em sua face, mas o Logru comandante se desvia com um salto para o alto, fazendo-o elevar-se um pouco do chão, e, logo depois de fazer isto, ele proporciona um rápido movimento giratório no ar, atingindo um dos irmãos com um chute rodado na bochecha direita e, no segundo seguinte, faz um outro rápido movimento giratório e também atinge o outro jovem Logru com um chute rodado também. Ambos cospem saliva enquanto seus corpos dão um rápido giro em torno dos pés devido ao impacto dos dois chutes desferidos por Herrz, que por sua vez, volta ao chão.

            Herrz: O que aconteceu?! Vocês dois não iam me mostrar uma técnica especial também? Eu estou esperando!

            Herrz parte na direção dos dois irmãos Logrus em uma velocidade muito grande e tenta desferir um chute com o peito de seu pé direito em um deles, mas ele se defende rapidamente erguendo o seu braço, enquanto que o outro consegue então desferir um forte chute com a sua perna direita na barriga de Herrz, que acaba cuspindo uma considerável quantidade de sangue, que molha o solo do local. No mesmo segundo em que ele recebe este golpe, os Dolken se olham de lado por um breve momento, franzindo os seus olhos um pouco.

            Os dois Dolken (pensando): Agora!

            O outro Dolken rapidamente se movimenta e atinge Herrz com um fortíssimo soco em seu queixo, no mesmo segundo em que ele continua sob o efeito do chute que recebera. Por causa do ataque, Herrz acaba sendo levado a quase cinco metros para o ar e, enquanto vai subindo, o Dolken que havia acertado o chute anteriormente, salta bem forte para cima, indo em poucos segundos ao ar, numa altura a quase dois metros acima de Herrz, que permanece subindo. Em menos de um segundo, o Logru comandante chega na mesma altura em que está este Dolken e então, o jovem desfere um poderoso soco com a sua mão esquerda no topo de sua cabeça, algo que acaba abrindo uma ferida em Herrz. Este, por sua vez, cai velozmente até o chão, se chocando com bastante força de cabeça, algo que provoca um forte baque no local, abrindo uma cratera relativamente grande e fazendo com que um pouco de fumasse tome conta daquele local. O Dolken que desferiu este último golpe então volta bem rápido ao solo, ficando a centímetros de Herrz, que permanece caído. Quase que no mesmo instante em que seus pés tocam o chão, ele se abaixa e pega o comandante pelos braços, prendendo-o por trás. Os olhos de Herrz estão mais ou menos fechados, sua visão um tanto turva.

            Dolken: Ei, irmão! Vamos logo com isso!

            O Dolken que está à frente deles acena com a cabeça na mesma hora.

            Dolken: Certo.

            Ao ouvir isto, Herrz vai abrindo mais os seus olhos e, apenas depois de quase uns cinco segundos, ele percebe que está preso pelos braços por parte de um dos Dolken que está colado em suas costas. Ao mesmo tempo em que percebe isto, ele encara o outro irmão que está à frente.

            Herrz (pensando): Dro... Droga... eles são incríveis... tanto em questão de velocidade quanto de força também!

            O Dolken da frente então começa a elevar um pouco o seu poder, uma leve aura avermelhada contornando o seu corpo, seus olhos brilhando também. Ele levanta os seus dois braços, esticando-os na direção de Herrz que, por sua vez, ao observar isso, arregala os olhos, sentindo-se nervoso e receoso.

            Herrz (pensando): Droga, o que será que eles vão fazer?! Merda... não adianta, eu estou totalmente inabilitado aqui... não só estou imobilizado como também o meu corpo está fraco, mesmo eu tendo despertado o meu poder perto do máximo... os golpes desses dois Dolken são definitivamente aterradores! Merda...

            O Dolken de braços esticados começa a abri-los um pouco mais, dirigindo-os para as laterais de Herrz e, depois os abaixa um pouco, numa direção diagonal ao chão. O irmão que está imobilizando o comandante começa a falar mais ou menos baixo em seu ouvido.

            Dolken: Eu estou ansioso para ver como o senhor pretende sair dessa, senhor Herrz...

            O outro irmão continua a abrir os braços, até deixá-los quase que totalmente esticados para os lados, mas não totalmente horizontais. Então, ainda direcionados para o solo, as palmas de suas mãos começam a brilhar um pouco com a cor avermelhada.

            Dolken: Muito bem, então... vamos começar!

            Ele começa a ranger levemente com os seus dentes, uma fraca brisa começa a tomar conta do local, quando então um ruído estranho começa a invadir os ouvidos de todos ali presentes: algo como se fossem inúmeras rochas se movendo umas sobre as outras, parecendo momentos antes de um terremoto.

            E de fato é algo que começa a acontecer: a terra ali passa a tremer fortemente e assim fica durante alguns segundos. Herrz fica olhando bem rapidamente para os lados, o nervosismo é visível em seu rosto.

            Herrz: Droga! O que é que está acontecendo aqui?!

            O tremor fica ainda mais intenso quando então, há mais ou menos uns dez metros, tanto à direita quanto à esquerda de Herrz, o solo começa a se rachar. À medida que os segundos vão se passando, as rachaduras vão se tornando mais intensas, mas não são rachaduras comuns provocadas por um terremoto: são circulares e que vão surgindo e um ponto específico e não se espalham. Herrz olha rapidamente para os dois lados, observando estas rachaduras.

            Herrz: Não pode ser... será que...

            O solo então, nestes dois pontos, se quebra quase que totalmente num ruído extremamente alto de pedras se estraçalhando em inúmeros pedaços. Logo no segundo seguinte, duas colunas bem grossas e de formato retangular, coloração intensamente preta, com o topo ligeiramente pontiagudo, começam a surgir, uma de cada lado. Herrz, ao observar aquilo, arregala bastante os seus olhos, o suor escorrendo por todo o seu rosto.

            Herrz: Não... Não pode ser!

            As duas colunas vão crescendo rapidamente, elevando-se a cada segundo mais alto, até que, depois de quase meio minuto, em meio a um tremor extremamente intenso no chão, elas ficam estagnadas. No fim, elas já têm quase vinte metros de altura. Qualquer um poderia dizer que aquelas pilastras poderiam fazer parte de torres de um castelo.

            Herrz: Mas... mas o que...?

            O Dolken então volta os seus braços à posição normal, abaixando-os, deixando de apontá-los para os locais onde as torres acabaram de surgir. Logo depois, ele abre um sorriso relativamente malicioso em seu rosto.

            Dolken: A minha parte está acabada...

            Ele começa então a andar lentamente na direção de Herrz, que ainda está com expressão de espanto no rosto, e chega nele em questão de poucos segundos. Então, o jovem Logru vai para trás dele, prendendo-o por trás, trocando assim de posição com o seu irmão, que, por sua vez, começa a se distanciar um pouco andando lentamente, indo na direção da torre da direita.

            Dolken (caminhando): Muito bom, irmão... essa técnica está mais do que aperfeiçoada... hum!

            Herrz encara este Dolken, olhando com a sua cabeça toda voltada para o lado, enquanto sente os braços do outro irmão prendendo os seus.

            Herrz: É algum tipo de invocação...? Estranho, eu...

            O Dolken que o está prendendo sorri maliciosamente.

            Dolken: Exatamente. Eu lhe informo desde já que esta técnica é bem complexa... e foi bastante difícil de ter sido elaborada... portanto, naturalmente que ela é bem poderosa!

            O outro jovem Logru continua caminhando na direção da torre até que chega nela em poucos segundos e, depois, se vira na direção de Herrz, há quase dez metros dele.    

            Dolken: Certo, senhor Herrz! Agora é a minha vez! E depois... esta luta, eu garanto, estará terminada de uma vez por todas!

            Herrz faz uma rápida expressão de raiva.

            Herrz (pensando): Merda...

            Dolken começa a esticar os seus braços também, dirigindo-os para as laterais, na diagonal para o chão, assim como fizera o seu irmão. Depois de alguns segundos, o tremor recomeça: a terra se mexe violentamente em meio a mais um forte terremoto. Desta vez, há quase dez metros, tanto à frente quanto atrás de Herrz, o chão começa a se rachar bastante, novamente em um formato circular. Estas rachaduras se ampliam com muita velocidade, ao mesmo tempo em que o tremor de terra toma conta do local intensamente e então, nestes dois pontos, o solo se quebra completamente, sendo que, no segundo seguinte, começam a surgir mais duas torres retangulares e escuras, com o topo pontiagudo. Ambas se elevam muito rapidamente ao ar, em poucos segundos alcançando a mesma altura das outras duas, estagnando-se então. O tremor cessa e o Logru jovem, cujos braços estavam esticados, voltam à posição normal. Por fim, está tudo completo: o capitão Herrz está cercado por quatro imensas torres negras, uma à frente, outra atrás e outras duas, uma de cada lado, cada uma há quase dez metros de distância. Ele fica olhando para todas as direções, mexendo apenas a sua cabeça.

            Herrz: Mas... o que será isso...?

            O Dolken que o prende pelos braços se apressa a responder.

            Dolken: Eu lamento muito, senhor Herrz, mas o senhor não tem mais chances de continuar lutando...

            Neste momento, este Dolken solta Herrz e dá um fortíssimo impulso com as suas pernas, indo para fora do perímetro delimitado pelas quatro torres negras, ficando num local em que pode ver claramente o Logru comandante. O outro irmão faz quase o mesmo movimento, saltando para uma posição logo ao seu lado. Ambos ficam encarando Herrz há metros de distância.

            Herrz: Hum! Eu não sei o que vocês fizeram, mas, de qualquer maneira, duvido muito que isso seja o suficiente... não parece ser lá um grande golpe!

            Os dois irmãos se olham rapidamente, sorrindo levemente, mas, logo depois, voltam a olhar para Herrz.

            Herrz: Certo...

            O comandante começa a dar alguns passos, mas, depois de praticamente três, as suas pernas ficam ligeiramente dormentes, o que o faz parar de avançar na mesma hora.

            Herrz (pensando): O que? Mas o que será que está acontecendo?! Estranho... é uma sensação esquisita e que começou desde que as duas primeiras torres apareceram... o que será isso?!

            Um dos Dolken começa a falar em voz bem alta para que fosse ouvido pelo seu oponente.

            Dolken: Ei! Senhor Herrz! Desista! Não há chances de vitória para o senhor! Uma vez cercado, não conseguirá mais escapar, a menos que nós queiramos!

            Herrz tenta recomeçar a andar, mas não consegue: não apenas as suas pernas agora estão dormentes, mas, diversas partes do seu corpo vão lentamente se tornando cada vez mais pesadas. Ele vai flexionando levemente os seus joelhos, suando bastante e com uma expressão de dor em seu rosto.

            Herrz (pensando): Mas como isso é possível?! É como se o meu corpo estivesse aumentando de peso de uma maneira absurda!

            Ele olha rapidamente para os seus braços, pernas, e até mesmo para a sua barriga, mas tudo está absolutamente normal, nada está modificado.

            Herrz (pensando): Esquisito... o meu corpo está exatamente igual, então por que é que ele está pesando tanto? É natural que isso é influência destas torres, mas como é que elas estão agindo sobre mim?!

            Os dois Dolken riem baixinho.

            Dolken: Quanto tempo será que ele vai levar para perceber, hein, irmão?

            Dolken: Não faço idéia... mas acho que daqui a pouco ele vai conseguir descobrir...

            Herrz vai flexionando as suas pernas cada vez mais até que os seus joelhos tocam o chão bem lentamente. Ele faz cada vez mais força para cima a fim de se manter em pé, mas é algo completamente inútil, pois permanece sendo fortemente empurrado em direção ao chão.

            Herrz (pensando): Merda... se continuar assim, eu... droga... eu não posso nem pensar em aumentar ainda mais o meu poder, senão eu vou correr sérios riscos de vida... esses dois... mesmo com o meu poder neste nível, estão me fazendo passar ridículo!

            A parte de cima de seu corpo agora também pesa ainda mais, descendo rapidamente ao chão. Em questão de cinco segundos, mais ou menos, o seu peitoral já está tocando o solo e, por fim, o seu rosto também. Agora, Herrz está totalmente esticado de barriga no chão, sentindo o seu corpo mais pesado do que nunca sentira em toda a sua vida.

            Herrz (pensando): Eu... eu... preciso me livrar disso de alguma maneira... senão, eu vou acabar sendo esmagado!!

            Os Dolken riem um pouco mais alto.

            Dolken: É uma técnica realmente ótima, não é verdade, meu irmão? É praticamente infalível...

            O irmão concorda no mesmo instante com um rápido aceno de sua cabeça.

            Dolken: Com certeza. Valeu muito à pena nós termos aprendido como usá-la.

            Em suas costas, assim como em sua nuca e na parte detrás de suas pernas, Herrz começa a sentir uma forte dor: agora, fazer força para ficar de pé novamente é algo totalmente impossível. Ele não está apenas sentindo dor, mas um intenso desespero dentro de si, afinal, se continuar assim, é apenas uma questão de curto espaço de tempo até que seu corpo seja esmagado por completo.

            Herrz (pensando): Merda, merda... será que não tem nenhum jeito de eu me livrar disso?! Não acredito... o objetivo deles não é me matar, pelo menos eu acho... não, tenho quase certeza de que não fariam isso, eles têm uma mãe junto com eles, se eu for morto aqui, certamente toda a Morada irá atrás deles, não haveria motivos para que eles dois pusessem a mãe deles em perigo... mesmo que eles sejam os Logrus mais fortes que existem atualmente, ela com certeza não tem nenhuma energia forte. Mas... se eu continuar sendo pressionado assim por muito mais tempo, mesmo que eu não morra, o meu corpo pode acabar ficando com seqüelas irreversíveis! Droga... será que a minha única chance será...

            Um dos Dolken se vira para o outro rapidamente.

            Dolken: Ei, irmão. Tem certeza de que é possível evitar a morte dele?

            Dolken: É claro... o nosso julgamento foi certo, confie. Com certeza calculamos bem a força dele e programamos as torres de forma que não o mate...

            Dolken: Então está bem... mas mesmo assim, é preocupante olhá-lo assim.

            Os dois irmãos continuam encarando-o, enquanto ele continua sendo fortemente pressionado contra o chão. Depois de mais alguns segundos, várias partes de seu corpo começam a soltar algumas finas rajadas de sangue: principalmente de suas pernas e de suas costas. Herrz solta um alto grito de dor.

            Herrz (pensando): Inacreditável... eu, um dos Logrus mais fortes da Morada... um dos comandantes de equipe de busca, subordinado direto do senhor Ternetts... ser derrotado por dois jovens Logrus brincalhões... não acredito, eu...

            Mais sangue espirra da parte de trás de seu corpo, ele sentindo cada vez mais o seu peitoral se apertando com força contra o chão. Então, chegou a hora: ele finalmente toma a sua decisão final...

            Herrz (gritando): EU DESISTO!!!!

            Os dois irmãos se olham rapidamente e logo em seguida voltam a olhar para Herrz, o sangue ainda espirra ligeiramente de algumas partes de seu corpo.

            Dolken: Bem, o senhor tem certeza, certo? Está bem, então!

            Então, os dois irmãos se distanciam um pouco, ambos ficando a quase uns cinco passos um do outro. Eles juntam as suas mãos, como se estivessem em uma posição de reza e então, fecham os seus olhos. Praticamente no mesmo instante, os dois começam a emitir um baixo ruído dentro da boca, algo que se parece bastante com algum tipo de meditação. Lentamente, a forte dor que toma conta do corpo de Herrz vai passando, assim como o forte peso que paira sobre ele, ao mesmo tempo em que as quatro torres negras vão descendo bem devagar em linha reta, como se estivessem sendo sugadas ao chão, no mesmo local em que elas surgiram. Em poucos segundos, elas já não estão mais ali e Herrz sente o seu corpo totalmente de volta ao normal, com exceção da dor que sente por causa dos seus mais novos ferimentos. Os dois Dolken então desgrudam as mãos e abrem lentamente seus olhos.

            Dolken: Vencemos...

            O outro Logru sorri e concorda com a cabeça.

            Dolken: Pois é... mas isso já era mais do que esperado...

            Dolken: Heh! É, isso é. Bem, vamos lá ajudá-lo, não sabemos quais são as condições dele agora, certo?

            Dolken: Sim. Vamos logo.

            Os dois começam a correr na direção de Herrz, que continua caído de frente ao chão, agora, uma poça de sangue relativamente pequena toma conta do solo, um pouco ao redor de seu corpo. Os jovens Logrus chegam e se ajoelham no mesmo instante. Um deles vira Herrz de frente para si: o seu corpo está coberto de sangue dos pés a cabeça, todo o seu peitoral, sua barriga, suas coxas e até mesmo o seu rosto está coberto de sangue. O esmagamento contra o chão realmente foi muito grande.

            Dolken: Ei, senhor Herrz. O senhor está bem? Responda-me...

            O fino contorno avermelhado de energia que tomava conta de seu corpo assim como os brilhos escarlates de seus olhos já não existem mais, o seu poder havia de fato reduzido bastante. Herrz vai abrindo lentamente seus olhos, sua visão bastante turva vai começando a encarar os dois irmãos Logrus.

            Herrz (com um tom extremamente fraco e próximo do agonizante): Como... como... vocês dois são... são...

            Herrz então cospe bastante sangue pela boca, o que faz os dois Dolken se aproximarem ainda mais, com o que o segurava, apertando as suas mãos ainda com mais força.

            Dolken: Ei, senhor Herrz! O senhor... droga. Irmão, ele está precisando de cuidados imediatamente.

            Dolken: Sim!

            Ele então solta lentamente Herrz, encostando-o no chão e então, os dois irmãos ficam ajoelhados um de cada lado, do comandante coberto de sangue. Eles esticam as suas mãos na direção do seu peitoral, e, em menos de um segundo depois, elas começam a ter um leve brilho escarlate. Herrz observa tudo, enquanto os Dolken vão percorrendo as suas mãos por todo o corpo dele, há quase trinta centímetros de altura. Magicamente, o sangue vai retornando para o interior das feridas que, por sua vez, mais tarde, vão se fechando lentamente. Em quase um minuto, o corpo de Herrz está totalmente de volta ao normal e a sua visão não está mais nem um pouco turva. Os Dolken recolhem as suas mãos e o comandante se ergue, sentando-se rapidamente, olhando de um irmão para o outro.

            Herrz: Não... acredito. Dolken... vocês dois... me derrotaram com facilidade... isso é impossível!

            Os dois Dolken sorriem simpaticamente, como de costume.

            Dolken: Obrigado pelos elogios, senhor Herrz! Seremos da sua equipe de busca, certo?

            Herrz não responde e olha sem direção, apenas para baixo, na direção de seus joelhos.

            Herrz: Vocês... como conseguem ser tão fortes?! E que tipo de técnica foi essa?!

            Dolken: É uma técnica que demorou muito para ser elaborada, senhor Herrz. Chama-se Torres Gêmeas... elas nada mais são do que grandes torres, como o senhor mesmo pôde ver e que são preenchidas por uma considerável quantidade de energia. Dos seus topos pontiagudos, então, elas começam a emanar lentamente, pouco a pouco, a energia que existe dentro delas, que por sua vez, então, vai se misturando com as minúsculas partículas da atmosfera. À medida que esta mistura vai acontecendo, a atmosfera localizada na região delimitada pelas quatro torres vai se tornando extremamente pesada, o que acaba provocando uma pressão extremamente forte sobre o corpo da vítima.

            Herrz arregala rapidamente os olhos, mas eles logo voltam ao normal.

            Herrz: Entendo... é uma técnica... fabulosa... por isso que desde o início eu estava sentindo algumas partes do meu corpo ficando dormente, já era por causa deste peso... mas esta energia de dentro da torre... é de vocês?

            Dolken: Exatamente. Nós calculamos a sua força durante a nossa luta, senhor Ternetts, e, assim, programamos as nossas torres para liberarem apenas uma pequena quantidade da energia contida nelas para que a pressão não fosse forte o suficiente para matá-lo.   

            Dolken: Isso... as nossas torres são criadas com apenas uma parcela do nosso poder e então elas vão liberando-o aos poucos... a proporção de quanto este poder é liberado, se é pouco ou muito, isso é que nós definimos... se programássemos as torres para liberarem todo o poder, com certeza a mistura com a atmosfera seria tão forte que seria capaz de esmagar qualquer tipo de ser vivo.

            Herrz: Fabuloso... é um golpe incrível realmente. E creio que esta parcela de poder contida nas torres não é nem metade da energia total de vocês, certo?

            Dolken: Naturalmente... este é o ponto bom do golpe. Gasta-se pouca energia, mas mesmo assim, os danos são bem grandes... isso por causa da tal mistura... mesmo sendo pouco poder, quando mesclado com o ar, a pressão é bem forte.

            Herrz (pensando): Um golpe poderoso... esses dois...

            Dolken: Agora, responda-nos, senhor Herrz. Estamos na sua equipe, certo?

             

                 


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