O Rei das Trevas escrita por Cdz 10


Capítulo 32
Capítulo 032: O aviso da invasão




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Capítulo 032: O aviso da invasão.

       A mente do líder Ternetts continua relembrando o seu recente passado, exatamente no dia em que ele descobrira que a sua morada seria invadida pelos membros da CIV. Enquanto permanece lembrando, a sua expressão vai se tornando cada vez mais apreensiva, nervosa e ansiosa.

            Ternetts, Saar e Roublin continuam agachados sobre um grosso tronco de árvore há alguns metros à frente do Centro Comercial da cidade de Lunn, que já voltara ao normal já que os pequenos murmúrios já haviam cessado. Os três Logrus permanecem olhando fixamente para o denso matagal.

            Ternetts: É como eu falei... vamos indo devagar, entenderam?

            Saar: Naturalmente, senhor.

            Roublin: Sim, não se preocupe, seremos bem cuidadosos.

            Ternetts: Certo. Então, venham.

            Ambos os Logrus vão seguindo saltando de galho em galho, parando por cerca de cinco segundos a cada pulo dado. Desta maneira, demoraram praticamente dez minutos para percorrerem metade do caminho. Ao chegarem neste ponto do trajeto, os três pararam de avançar devido a um rápido sinal feito com a mão direita do líder. Mais uma vez, ficam agachados em um grosso tronco de árvore. Ternetts olha fixamente para frente enquanto Saar e Roublin ficam com expressões de estranhamento.

            Roublin: Aconteceu alguma coisa, senhor Ternetts?

            Saar: É. Por que é que nós paramos aqui?

            Ternetts: Prestem atenção. Olhem bem para o caminho que ainda temos que percorrer.

            Saar e Roublin dirigem seus olhares para frente, mas não observam nada demais, apenas um número muito grande de folhas por todos os lugares.

            Saar: E o que tem? Não estou conseguindo enxergar o motivo de nós termos parado...

            Ternetts: Eu acho melhor não avançarmos mais por aqui... se observarem bem, dá para perceber que à frente, as árvores estão cada vez mais próximas, além de serem mais numerosas e, conseqüentemente, as folhagens também estão mais pertos umas das outras.

            Roublin: Em outras palavras... no caminho que ainda temos que percorrer, a floresta vai ficando cada vez mais densa, não é?

            Ternetts: Exatamente. Portanto, havendo mais folhas aqui por cima, naturalmente que a nossa visão fica mais ofuscada por elas, e assim... essa região superior das árvores, a partir deste ponto, se torna o local perfeito para se preparar uma armadilha, já que ela poderá ser mais facilmente escondida.

            Saar e Roublin arregalam momentaneamente os olhos, mas logo voltam ao normal.

            Saar: Ah, sim... faz sentido, realmente.

            Roublin: Sem contar que as probabilidades de os locais mais à frente possuírem armadilhas são maiores, independente da quantidade de folhagens, pois estamos cada vez mais próximos da tal gruta.

            Ternetts: Sim, ainda tem a questão da proximidade também...

            Saar: Mas então o que é que nós vamos fazer, senhor Ternetts? O senhor nos disse que era melhor não avançar mais por aqui, mas por onde nós iremos então?

            Ternetts: Vamos manter a nossa rota, mas não por aqui...

            O líder Ternetts direciona a sua cabeça para baixo.

            Ternetts: Temos que evitar essa grande densidade de folhas para desviarmos de prováveis armadilhas... é melhor, portanto, seguirmos pelo chão.

            Os dois conselheiros balançam a cabeça em sentido positivo.

            Ternetts: Vamos... e saltem com cuidado, temos que nos locomover de forma a provocarmos a menos quantidade de ruídos possível.

            Mais uma vez os conselheiros concordam com um movimento da cabeça e então, seguindo o líder, saltam na direção do chão, que, por sua vez, está recoberto de um número infinito de folhas. Ao pousarem neste solo, o único ruído provocado foi o de folhagens sendo levemente amassadas.

            Ternetts: Certo... agora, vamos continuar... e tentem evitar passarem perto dos troncos também, talvez possa haver algum tipo de armadilha neles.

            O líder dos Lorus então recomeça a avançar, andando lentamente, sendo seguido pelos seus dois conselheiros subordinados. Assim eles se mantêm por mais cerca de dez minutos de novo, não ocorrendo nada estranho pelo caminho, apenas leves brisas que levantavam algumas folhas do chão e abalavam os cabelos. Após estes minutos se passarem, ambos avistam um local há quase vinte metros à frente que tinha uma quantidade de árvores bem menos assim como o chão, que era mais limpo, com uma quantidade de folhas bem menor. Ternetts, mais uma vez, levanta a mão, parando de avançar imediatamente e, no mesmo instante, os dois conselheiros também cessam a caminhada.

            Saar: O terreno ali está ficando diferente, não é, senhor Ternetts?

            Ternetts: Sim... é provável que por ali seja a entrada da gruta. Vamos indo com cada vez mais cuidado e fiquem sempre atentos a todas as direções, entenderam?

            Saar e Roublin: Sim!

            Ternetts: Certo...

            O líder dos Logrus volta a avançar, desta vez, caminhando com as pernas um pouco flexionadas a fim de provocar ainda menos ruídos com as suas pisadas, enquanto que Saar e Roublin passam a caminhar da mesma maneira. Eles vão se aproximando a cada segundo e, depois de percorrerem cerca de dez metros, avistam uma grande pedra, bastante alta e larga, com um buraco escuro de um tamanho mediano na base. Novamente, eles param de andar, mais uma vez, por um sinal de Ternetts.

            Ternetts: É ali! Este é o local que este tal ser mencionou no bilhete que ele deixou!

            Saar e Roublin adquirem uma expressão de nervosismo no rosto, enquanto que a de Ternetts indica mais dúvida e concentração do que qualquer outro tipo de sentimento.

            Ternetts: Vamos continuar... precisamos encontrar logo este ser!

            O líder recomeça a andar, desta vez, com as pernas mais retas do que antes. Os três então param mais uma vez depois de uns cinco segundos, ficando bem na frente da entrada da gruta bastante escura.

            Saar: E então, senhor Ternetts? Vamos entrar?

            A expressão do líder continua indicando uma intensa concentração, os seus olhos estão mexendo rapidamente de um lado para o outro. Ele então começa a falar.

            Ternetts: Bem, parece que não havia nenhuma armadilha na parte de fora da gruta. Ou, talvez, se havia, nós conseguimos driblá-la... mas isso não impede que haja armadilhas aí dentro também...

            Ternetts dá mais dois passos para frente, ficando agora com apenas o seu rosto dentro da escuridão da gruta.

            Ternetts: Talvez não precisemos entrar... 

            Saar e Roublin se olham rapidamente, parecendo ligeiramente surpresos.

            Saar: O que o senhor está querendo dizer com isso, senhor Ternetts?

            Sem dizer nada, Ternetts recua os dois passos que dera, e, logo depois, estufa o seu peito de ar, soltando tudo de uma vez em um alto e bom som.

            Ternetts (gritando): EI, VOCÊ! SOU EU, O TERNETTS! VOCÊ NÃO QUERIA FALAR COMIGO?! EU JÁ ESTOU AQUI!!!

            A voz extremamente alta de Ternetts ecoa por todo o local ao redor e, logo depois que o seu grito cessa, pode-se ouvir um alto eco dentro da gruta, eco este que dura por quase dez segundos. Os três Logrus mantêm os seus olhos fixos na entrada escura por alguns instantes, mas ninguém responde ou ao menos aparece.

            Ternetts: Merda...

            Saar: Será que não tem ninguém aí dentro?

            Roublin: Só pode ser brincadeira.

            Ternetts: Não... tenho certeza de que, quem quer que seja este ser, ele está aqui sim! Duvido que ele perderia o tempo dele adentrando a nossa morada apenas para pregar uma peça. Hum! Esse maldito... só não respondeu porque... provavelmente ele quer que nós entremos aí dentro da gruta.

            Os olhares de Saar e Roublin ficam bastante sérios na mesma hora.

            Saar: Se for isso mesmo, então significa que...

            O outro conselheiro se apressa a completar a frase de Saar.

            Roublin: ... que é quase certo que o cretino tenha preparado uma armadilha aí dentro!    

            Ternetts fica bastante sério também.

            Ternetts: Sim... mas nós precisamos entrar de qualquer maneira se quisermos colocar um fim nessa palhaçada toda.

            Saar: E o que faremos? Se houver armadilha mesmo, estaremos caindo nela de cabeça ao entrarmos.

            Ternetts: Naturalmente. Por isso... concentrarei os meus poderes. E vocês, fiquem perto de mim para que seus corpos também possam ser influenciados pelo meu poder. Tudo o que podemos fazer agora é entrarmos com os nossos corpos energizados... mesmo que caiamos em alguma armadilha, os nossos poderes provavelmente irão neutralizá-la, afinal, eu duvido muito que este ser seja mais poderoso do que eu, isso é improvável demais.

            Saar: Certo...

            Roublin: Mas, senhor Ternetts, antes de fazer isso, por favor, permita-me fazer uma observação.

            Ternetts vira um pouco a sua cabeça para trás, encarando o seu subordinado com os olhos de lado.

            Ternetts: Fale.

            Roublin: Bem... é que, se o senhor aumentar o seu poder a fim de energizar o seu corpo e se proteger... será que não vai chamar a atenção do ser? Talvez, se nós entrarmos despercebidos, poderemos driblar a armadilha... porque, quem sabe ele não esteja lá no fundo da gruta esperando a sua presença para, lá de dentro mesmo, ativá-la? Caso entremos ocultando ao máximo a nossa presença...

            Ternetts o interrompe bruscamente.

            Ternetts: Eu já havia pensado nisso, Roublin e, de fato, você tem razão, essa hipótese não é descartável. Entretanto, olhe bem para todo este lugar aqui. Ele é totalmente deserto, nenhum tipo de ser vem aqui, é muito raro, a menos... que seja um encontro combinado, como é o nosso caso. Então, ele não precisaria ficar lá no fundo me esperando, bastaria apenas preparar uma armadilha que fosse sensível a qualquer toque, ou a qualquer presença, que assim, ele conseguiria me pegar, mesmo que eu me ocultasse ao máximo. Mas ainda, considerando a hipótese que você sugeriu, Roublin, se eu entrar diminuindo ao extremo o meu poder... sim, eu poderia me esquivar da armadilha, mas eu acho que a situação que eu te expliquei é a mais provável. Além disso... eu já gritei para ele, então, este ser certamente já sabe que estamos aqui, e, se for este o caso, ele ficará atento a qualquer tipo de presença, mesmo que seja pequena e assim eu acho que não adiantaria muito eu ocultar o meu poder.

            Saar arregala os olhos por um momento, como se tivesse chegado à conclusão de algo.

            Saar: Espere, senhor Ternetts, eu acabei de pensar em uma coisa. O senhor acabou de gritar bem alto, mas não tivemos resposta alguma... e se ele tiver feito o que o senhor disse mesmo, de armar algum tipo de armadilha que seja sensível a toque ou a algum tipo de presença, mesmo que esta seja mínima, e ele nem esteja aí dentro? Talvez o ser só tenha preparado a armadilha e depois vem aqui em uma outra hora para ver se conseguiu capturá-lo... essa também não poderia ser uma possibilidade?

            Ternetts fica pensativo por alguns poucos segundos até que responde ao seu conselheiro.

            Ternetts: Bem, sim... nisso eu ainda não tinha pensado, mas até que você está certo, Saar. Mas, de uma forma ou de outra, a melhor opção que temos é entrarmos protegidos com a minha energia. Seja a situação que o Roublin tenha dito, pois eu já gritei para ele... seja a minha, pois a armadilha poderá ser ativada com o toque ou com qualquer nível de presença, grande ou pequena... e o mesmo vale para a situação que você acabou de sugerir, Saar.

            Os dois conselheiros ficam se olhando por alguns segundos até que voltam a encarar as costas do líder, que permanece de frente para a entrada escura da gruta.

            Saar: Sim.

            Roublin: Bem, eu acho que o senhor tem razão, senhor Ternetts.

            Ternetts então começa a fechar lentamente os seus olhos e fica numa posição totalmente reta. Ao assumir esta postura, ele vai erguendo devagar os seus dois braços e junta as palmas de suas mãos, como se fosse rezar.

            Ternetts: Vocês dois... fiquem bem perto de mim, agora mesmo!

            Sem contestar, os dois conselheiros aproximam-se das costas de Ternetts, ficando muito perto dele. Em torno de todo o corpo do líder dos Logrus, uma aura vermelha bem brilhante começa a surgir e, com o passar dos segundos, esta aura vai se expandindo. Ternetts vai fazendo força com os olhos, o que deixa algumas partes de seu rosto um pouco enrugadas.

            Ternetts (pensando, ainda aumentando o seu poder): Só falta mais um pouco... só mais um pouco e eu acho que será o suficiente...

            A aura vermelha vai se expandindo, formando um tipo de esfera em torno dos três Logrus. Quando esta esfera já está relativamente grande, Ternetts abre os olhos e estica os dois braços para os lados violentamente, fazendo com que a aura se dissipe totalmente. Os dois conselheiros permanecem com os seus olhos bem abertos, encarando as costas do líder. Depois de alguns segundos, Roublin olha rapidamente para todas as direções com uma expressão de dúvida em seu rosto.

            Roublin: Mas... o que foi que aconteceu? A aura que estava envolvendo o seu corpo, senhor Ternetts, desapareceu por completo. Aconteceu alguma coisa?

            Antes mesmo que Ternetts respondesse à esta pergunta, Saar começa a falar.

            Saar: Não se preocupe, Roublin, eu estou sentindo uma energia extremamente poderosa em torno de nós três. Nós ficaremos bem.

            Roublin: Mas...

            Desta vez, Ternetts interrompe de maneira ligeiramente brusca.

            Ternetts: O que o Saar acabou de dizer está correto, Roublin! A aura vermelha só tinha surgido por eu ter aumentado o meu poder... foi só isso... mas agora que eu parei de aumentá-lo, essa aura se dissipou, mas a minha energia continua elevada e rodeando todos nós... é como se fosse um tipo de escudo invisível.

            A expressão de Roublin então ilustra um certo alívio por um momento.

            Roublin: Ah, sim, entendo, senhor Ternetts, me desculpe.

            Ternetts: Bem... como eu disse antes, não saiam de perto de mim, vocês devem ficar dentro da área de proteção.

            Os dois concordam imediatamente com a cabeça.

            Ternetts: Certo, então... vamos entrar nesta gruta logo.

            Ternetts começa a andar lentamente para frente, adentrando a escura gruta, sendo seguido pelos seus dois conselheiros, que, por sua vez, estão com expressões bastante sérias nas suas faces. À medida que vão caminhando, os três sentem o solo muito mais duro do que o solo encontrado no lado de fora. A cada passo dado por eles, ocorre um leve ruído semelhante ao de pequenas pedrinhas se chocando. O líder mantém os seus olhos indo muito rapidamente de um lado para o outro, mas nada de estranho acontece.

            Roublin: Droga... esse ser canalha... onde será que o maldito está?

            Ternetts: Já devemos estar perto, a julgar pelo tamanho da entrada, não creio que esta gruta seja muito grande. Fiquem atentos, a qualquer momento poderemos encontrá-lo...

            Eles permanecem caminhando lentamente, mas todo o trajeto está coberto por uma escuridão muito intensa, tão intensa que não é possível ver como é o piso, as paredes ou mesmo o que há à frente. Os três permanecem detsa forma por mais quase cinco minutos até que Ternetts sente uma leve topada em sua cabeça, o que o faz para imediatamente e, no mesmo instante, os dois conselheiros também param.

            Ternetts: Esperem um pouco. Tem alguma coisa aqui na minha frente.

            Roublin fica com uma expressão de nervosismo, mas Saar mantém a sua seriedade.

            Roublin (com a voz um pouco trêmula): Te... Te... Tenha cuidado, senhor... senhor Ternetts.

            Ternetts estica devagar os seus dois braços, tocando aquilo que havia lhe dado uma topada. Ele fica apalpando por alguns segundos, até que faz uma cara de decepção.

            Ternetts: Putz! Fala sério! É só uma parede!

            Saar: Uma parede?! Então não podemos mais seguir reto, não é?

            Ternetts: Parece que não, a menos que destruamos isto... mas não creio que este aqui seja o caminho certo...

            Roublin agora está bem mais aliviado.

            Roublin: Também acho... talvez tenhamos pulado alguma entrada que não vimos...

            Saar: Merda! E como vamos achar um outro caminho nesta escuridão toda? Não dá pra ver nada!

            Ternetts direciona seus olhos para os lados, mas é inútil, ele não consegue observar absolutamente nada.

            Ternetts: Hum! Já chega... eu acho que sei o que fazer...

            Mais uma vez, o líder dos Logrus fecha os seus olhos e começa a concentrar o seu poder. Em questão de segundos, o seu corpo volta a ficar rodeado por uma brilhante aura vermelha. Todo o local ali fica bastante iluminado e eles podem ver onde estão: um espaço bem estreito, rodeado por um material azul-marinho que se assemelha bastante a rochas. Eles olham à volta mas não observam nada demais, apenas as paredes e o teto.

            Ternetts: Merda! Esse desgraçado está brincando conosco, eu já estou perdendo a paciência! Se eu não achá-lo rápido... vou fazer questão de colocar esta merda de gruta abaixo!

            Neste momento, como se nem viesse daquele lugar, uma voz nem muito rouca e nem muito fina começa a ecoar em alto e bom som nos ouvidos dos três Logrus.

            Voz: Oh, não, não, creio que isto não será necessário, Ternetts.

            Os três arregalam os olhos na mesma hora e começam a se virar rapidamente para todos os lados, mas não conseguem ver ninguém.

            Ternetts: É você, miserável?! Aparece logo, eu não tenho mais tempo para perder com você! Venha falar comigo de uma vez!

            Voz: Nossa... mas que arrogância! Não precisa ficar estressado... eu irei até você... apenas vire-se para trás.

            Os Logrus, que estavam de frente à parede que interrompeu o caminho deles, se viram no mesmo momento. Há quase quinze metros dali, um ser encapuzado, coberto dos pés à cabeça de vestes pretas, começa a aparecer, como se saísse da parede da direita. Ambos arregalam os olhos ao verem a cena.

            Ternetts: Não... não pode ser! Como você...

            Ser: Não se preocupe, isso não é nenhum tipo de magia, Ternetts. Há um caminho por aqui... vocês passaram despercebidos, mas existe uma brecha bem pequena neste ponto da parede e que dá caminho ao local onde eu estava.

            As expressões dos Logrus rapidamente voltam ao normal, enquanto o ser começa a andar lentamente na direção deles.

            Ser: Ah, muito bom... esta aura vermelha em torno de seu corpo vai ser muito útil para a nossa pequena conversa, afinal, eu não sei se você percebeu, mas... este local é bem escuro, sabe. Vai me poupar o trabalho de providenciar iluminação.

            Ternetts fica com o seu rosto tomado de raiva.

            Ternetts: Deixe de piadas, desgraçado! Você me chamou até aqui apenas para tirar sarro da minha cara, imbecil?!

            Ser: Não... nem pensar. Acha mesmo que eu iria perder tempo com alguma coisa tão banal assim? Não mesmo. Eu o chamei aqui... para tratar de um assunto muito mais importante... para mim... e para você!

            O ser continua a caminhar na direção deles até que para a uns cinco metros dos três.

            Ser: Mas... eu não me recordo de ter convidado os outros dois... se bem me lembro, mencionei que queria falar com o Ternetts pessoalmente...

            Ternetts: Não interessa o que você mencionou! Eles dois são meus conselheiros, se deseja falar comigo pessoalmente sobre algum assunto, eles têm plena autorização para ouvirem também.

            O local fica em silêncio por alguns segundos, os Logrus possuem expressões bem sérias.

            Ser: Muito bem. Eu não tenho objeções, eles podem ouvir, sem problemas.

            Ternetts: Certo. Então, antes de qualquer coisa, me responda esta pergunta. Por que é que você quer falar comigo aqui, neste lugar tão escondido?

            Ser: Isto é apenas pelo fato de que, o assunto o qual tenho de tratar com você não pode ser discutido por aí. Eu não quero que certas pessoas ouçam...

            Ternetts: Certas pessoas... que pessoas?

            Ser: Bem, chega de papo furado e vamos logo ao assunto. Ternetts... dentro de dois dias a Morada dos Logrus, pela qual você é responsável... sofrerá uma invasão!

            Ao ouvirem isso, os três arregalam os olhos, sentindo-se completamente surpresos, mas, depois de alguns segundos, o líder Ternetts volta ao normal, ficando bastante sério.

            Ternetts: Invasão?! Mas que tipo de brincadeira é essa?! Nenhum ser ousaria invadir a nossa morada, ela é uma fortaleza!

            Ser: Hum! Será mesmo?! Eu não ficaria tão confiante quanto a isso, Ternetts.

            Ternetts (com um tom de raiva): O que?!

            Ser: Eu acho que esse é o problema de todos os Logrus... confiam demais nas suas próprias habilidades!

            Roublin fica furioso também e dá um passo à frente, mas Ternetts estica o seu braço em sua direção, detendo-o na mesma hora.

            Ternetts: Acalme-se, Roublin.

            Ser: Hum! Roublin é o seu nome, é? Que idiotice querer me atacar... só em ver o seu corpo e os seus trajes, já dá pra saber que não sabe nada sobre lutas.

            Roublin fecha os seus punhos ficando ainda mais furioso. Ternetts se vira um pouco para ele, encarando-o de lado.

            Ternetts: Roublin, acalme-se! Isso é uma ordem!!

            Roublin vai deixando os seus punhos mais frouxos e em alguns segundos a sua expressão facial vai voltando ao normal.

            Roublin: Sim... sim, senhor Ternetts.

            O líder dos Logrus então volta a olhar para o ser encapuzado à sua frente.

            Ternetts: Bem, então... está certo, vamos considerar que, em dentro de dois dias, a Morada dos Logrus sofra uma invasão. Quem é que vai fazer essa invasão?

            Ser: Bem, vamos continuar então. A invasão será feita por parte de membros da CIV. Creio que você já deva ter ouvido falar desta organização, certo?

            Ternetts: Sim, é claro. É uma organização criminosa formada de seres vivos que vivem em péssimas situações e ganham a vida por intermédio de roubos e, em alguns casos, de assassinatos também. E já ouvi que são um pouco perigosos...

            Ser: Sim, exatamente. Essa organização, como você mesmo acabou de dizer, ganha a vida roubando e matando... então, eles estão pretendendo invadir a sua Morada a fim de pegar um item muito valioso...

            Ternetts arregala os olhos.

            Ser: A pedra que está em posse de vocês.

            O rosto de Ternetts começa a suar bastante e o seu coração palpita muito rapidamente.

            Ternetts: A pedra?! Estão atrás da pedra?!

            Ser: Isso mesmo. Os membros da CIV analisaram a pedra que vocês, Logrus, anunciaram recentemente no mercado para venda. O preço dela chega a ser um absurdo e creio que seja pelo seu alto poder e raridade da matéria-prima da qual ela é feita.

            Ternetts: Sim, o preço dela de fato é elevado por causa disso. Hum, e era de se esperar que ela passasse a ser tão cobiçada por ladrões. Que nojentos! Mas... eles então irão invadir em dois dias, você disse?

            Ser: Sim. Invadirão com o objetivo de roubar a pedra e vendê-la a povos distantes, que ainda nem possuem conhecimento dela.

            Ternetts: Entendo, afinal, se vendessem por regiões próximas, ninguém compraria pois todos saberiam que seria uma peça roubada.

            Ser: O que quero lhes dizer, realmente, é o plano de invasão deles.

            Ternetts: Sim... como eles irão invadir...

            Ser: É. Com certeza, é muito importante que vocês aniquilem todos... todos os invasores. Eu vou lhes falar então. Eles estão planejando começar a invasão explodindo a entrada da Morada com bombas LW, com o objetivo de atrair os guardas das outras regiões até ali. A entrada é bem próxima a do castelo, então, com os guardas das laterais e de trás deste castelo indo até a parte da frente, as outras áreas acabarão ficando desprotegidas. Então, logo depois da explosão, cinco pretendem entrar por trás, aniquilando os guardas restantes deste local. Ao fazerem isso, eles darão um sinal para que mais dez entrem pelas laterais, cinco de cada lado. Juntos, os quinze irão então derrotar todos os guardas da parte de fora e, logo em seguida, darão mais um sinal, para que os últimos cinco entrem e comecem a invasão ao castelo, mas pela parte de cima e não pela debaixo já que, com a movimentação de fora, a proteção acabará sendo atraída para o saguão de entrada do castelo.

            Ternetts: Eu entendo. Logo depois da explosão, atacarão a parte de trás... claro, essa é a parte onde há menos guardas, esses lixos até que são espertos.

            Ser: Bom, uma vez dentro do castelo, acho que será mais difícil que vocês os detenham. Então, é bom que os derrotem antes disso, é melhor colocar mais guardas na parte de fora, sobretudo na região de trás do castelo, já que eles estarão esperando encontrar pouca proteção nesta área, como você mesmo disse... essa região é a que tem menos guardas, certo? E, além disso... espere a explosão da entrada acontecer, não tente impedir, pois esta explosão é que fará com que os cinco primeiros entrem pela parte de trás. E então... os guardas, estando em maior número do que eles esperam, irão derrotá-los.

            Ternetts: Entendo... mas e quanto aos outros? Se não houver sinal por parte desses cinco membros iniciais que invadirão por trás, os outros não vão vir.

            Ser: Não se preocupe. O sinal deles é simples, eles usarão apenas um lampejo vermelho para o alto. Este é o aviso para que os outros dez entrem e então, vocês os derrotam também. E por último então, repitam este mesmo sinal para que os últimos cinco entrem, esperando começar a invasão do castelo, mas... não conseguirão.

            Ternetts: Certo. Compreendi tudo. Esses malditos são mesmo bandidos profissionais, devem estar analisando a nossa Morada há muito tempo para programarem este ataque, afinal de contas, eles até sabem que a parte de trás do castelo é a menos protegida... mas, espere um pouco. Como é que você sabe de tudo isso?! Quem é você afinal, como é que sabe que a CIV está pretendendo invadir a nossa Morada e sabe cada detalhe, até mesmo do sinal deles?!

            Ser: Como eu sei, você pergunta? Hum! Eu não tenho obrigação alguma de te responder isso, mas... eu estou no encalço da CIV faz tempo! Assim como eles estão analisando a morada de vocês há tempos para realizarem este ataque, eu estou perseguindo os planos desses criminosos faz tempo também.

            Ternetts: E você deseja derrotá-la, é isso?

            Ser: Sim... e com vocês derrotando os vinte invasores que estarão nesta missão... irão com certeza enfraquecer bastante a CIV, até porque, a organização mandará os melhores membros para esta invasão.

            Ternetts: Você então... é um tipo de espião? Espião que está vigiando as ações da CIV?

            Ser: Pode-se dizer que sim.

            Ternetts: Por qual propósito? É algum tipo de vingança em relação a eles?

            O ser fica calado por alguns segundos até que responde.

            Ser: Já chega, Ternetts, sem mais perguntas. Eu disse o que você precisava saber e espero que sejam bem sucedidos em derrotar os membros da CIV.

            Ternetts: Vamos derrotá-lo sim, afinal, nunca que vamos deixar a nossa morada ser destruída por estes bandidos, mas... nem pense em contar conosco a toda hora para acabar com esta organização, entendeu? Temos muito mais coisas para fazer, iremos derrotá-los agora para nos protegermos, mas depois, não vamos ficar caçando-os feito loucos.      

            Ser: Certo. Afinal de contas... a morte desses vinte invasores será mais do que fundamental para os meus objetivos.

            Ternetts: E quanto aos outros membros da organização? Você não deseja matá-los também?

            Ser: Por enquanto, é indiferente. Esses vinte invasores são os que me interessam no momento. Então... protejam bem a Morada de vocês... e matem-nos com tudo! Eu já dei todas as instruções.

            Ternetts balança a cabeça em sentido positivo.

            Ternetts: Eu a protegerei, com certeza.

            O ser então se vira de costas para os três Logrus e sai andando bem devagar, mas, depois de quase três passos, ele pára, mas continua de costas.

            Ser: Só mais uma coisa. Esse escudo protetor que você possui não é apenas para iluminação, certo? Para deixar o ambiente aqui claro não seria necessário tanto poder...

            Ternetts: Seria imprudente entrar em um lugar desconhecido e falar com alguém que nem mostra a cara sem nenhuma proteção.

            Ser: Sim, entendo... você é inteligente, Ternetts. Mas fique sabendo que, se eu fosse alguém que quisesse te capturar ou até mesmo de matar...

            O ser se vira um pouco para o lado e estica totalmente o seu braço direito na direção dos Logrus. Ao fazer isso, a aura vermelha se dissipa imediatamente, assim como toda a energia que os envolvia, provocando um ruído semelhante ao de um vidro se quebrando. Ternetts e os dois conselheiros arregalam os olhos na mesma hora, enquanto o ser completa a sua fala.

            Ser: ... uma barreira desse nível nunca seria problema!

            Após esta fala, o ser se vira novamente de costas e sai andando, virando à direita, passando mais uma vez pela pequena passagem na parede. Os três continuam com expressões de surpresa em seus rostos.

            Ternetts: Que... que... que poder! Ele destruiu o meu escudo sem nem tocar nele... ele estava há metros de distância e o destruiu sem nenhum esforço!!

            Roublin: Quem... quem... será ele?

            Saar: Não acredito... senhor Ternetts, não me diga que ele... é muito mais poderoso do que o senhor?! Não acredito!!

            Ternetts abaixa um pouco a sua cabeça e olha para o chão, com uma expressão de puro nervosismo no rosto.

            Ternetts: O pior de tudo... é que eu tenho certeza que já encontrei com ele antes... essa voz não me é estranha... e também é uma voz... que não me traz sensações boas!

            Sentado em sua cadeira, no Aposento de Reunião, Ternetts vai abrindo os seus olhos lentamente, deixando então de lembrar-se dessas memórias. Ele se levanta, afastando um pouco a cadeira e vai até a janela.

            Ternetts (pensando): Graças a ele conseguimos proteger a nossa morada e derrotamos praticamente todos os invasores, faltando agora só um Bour. Mas ele... ele... aquele ser... não deixa de me preocupar!

           

                

           


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