Olhei-me mais uma vez no espelho e passei a escova por meus cabelos azulados, mas logo a joguei sobre a cama. Minhas mãos desceram por meu corpo conferindo se não havia um fio de linha solto em meu vestido azul-marinho.

Encarei os olhos do meu próprio reflexo no espelho e sorri. Estava tudo perfeito.

O som da campainha tocando alertou-me que ele chegara. Sorri mais uma vez e dirigi-me para fora de meu quarto, logo desci as escadas e fui para a porta abrindo-a calmamente.

- Sieg chegou cedo – sorri e ele logo retribuiu, mas sem antes me dar um beijo na... bochecha?

- Tenho que lhe falar algo importante Mari – anunciou ele.

- Claro – sorri. – Entre, vou pegar algo para você beber – abri espaço para que ele passasse e logo fechei a porta para em seguida ir ao pequeno bar e pegar um par de taças e um vinho.

- Hoje nos fazemos um ano de namoro... – comentei enquanto colocava as taças e o vinho sobre a mesa.

Ele suspirou.

- Olha Mari o que eu tenho para lhe falar é muito importante... – começou ele.

- Claro amor. Pode falar, sou toda ouvidos – disse sentando-me ao seu lado e o observando atenta. Mais uma vez ele suspirou.

- Mari eu não quero que você fique triste nem nada, mas... – cortei-o.

- Porque eu ficaria triste? – perguntei. Era estranho o Sieghart agir assim ele é sempre tão brincalhão e sorridente, até tarado às vezes, mas agora há algo estranho nele. Um nervosismo.

Ele suspirou novamente e em seguida passou a mão por seus lindos cabelos negros.

- Eu vou ser direto... – sorri quando o vi me olhar nos olhos – eu quero termina com você – meu sorriso se desfez no mesmo instante em que escutei aquelas palavras.

- P-Por que? E-Eu pensei que... que você era feliz comigo – disse sentindo lagrimas escorrerem por minha face desmanchando minha maquiagem.

- Nunca pensei que isso aconteceria com a gente. Eu sinto muito, sinto muito mesmo... – disse ele colocando a mão em meu ombro tentando acalmar-me – é só que... eu me apaixonei por outra pessoa.

- Q-Quem? Por favor, diga-me pelo menos o nome dela – implorei.

- Elesis... – sussurrou ele. – Eu sinto muito mesmo Mari. Jamais quis te magoar eu só... – enxuguei minhas lagrimas e dei o meu melhor sorriso falso.

- Só espero que ela, realmente mereça o seu amor – disse e ele sorriu.

- Agora eu vou ter que ir – falou ele dando um beijo em minha bochecha enquanto eu sorria feito boba.

Logo quando ele fechou a porta da minha casa franzi o cenho apesar de ainda sentir lagrimas escorrendo por minha face. Como ele pode me trocar por ela? E por quê? Mas se é assim que seja. Eu me vingarei disso tenho certeza.

Levantei-me do sofá e peguei o vinho sobre a mesa. Abri-o e fui para o quarto.

- Como ele pode ter se apaixonado por ela? – um gole. – Eu entreguei minha vida para ele – outro gole. – Sempre fui fiel, cuidei dele, incentivei – mais um gole. – Nunca, se quer, deixei de amá-lo. Agora ele simplesmente me deixa por ‘ela’ logo ela – outro gole. – A mais eles vão descobrir que com Mari Ming Onette não se brinca... a se vão...

Entrei no quarto e sentei-me na cama frente ao espelho. Tomei mais um gole do vinho.

- Você não perde por esperar Sieghart – sorri sadicamente e logo joguei a garrafa no espelho.

Passou-se uma semana e ‘eles’ era o casalzinho mais falado de todo o colégio. Andavam sempre juntinhos e sorrindo, muitas vezes se beijavam na minha frente. Isso me dava nojo.

- Aproveitem enquanto podem – pensei. Um sorriso nasceu em meus lábios.

Mais uma semana se passou e o dia em que eu colocaria meu plano em ação chegou.

Já era madrugada quando invadi a casa de Elesis, esta dormia tranquilamente em sua cama. Derrubei-a de sua cama o que a fez acorda desesperada.

- M-Mari? – perguntou assustada. - O que esta fazendo? – gritou Elesis.

Puxei a arma que estava presa em minha calça e apontei para a cabeça dela.

- Calada. Só estou aqui pra me vingar por você ter roubado meu namorado... – me virei e caminhei pelo quarto – sabe as coisas estavam perfeitas antes de você aparecer. Minha vida estava perfeita, meu namoro então, nem se fala. – virei e a encarei novamente apontando a arma pra cabeça dela. Ela estava paralisada.

- Mari e-eu... – gaguejou.

- Calada! – Gritei. – Você destruiu minha vida – continuei a gritar.

Andei até ela foi então que eu vi o celular ao seu lado e o numero do ‘meu’ Sieg estava em chamada.

- Como você ousa... – pisei sobre o celular e a puxei pelos cabelos arrastando-a para a sala. Ela se debatia no chão, mas nada forte o suficiente para que conseguisse soltar-se.

Chegando a sala joguei-a contra a parede.

- Vamos acabar logo com isso... – mais uma vez apontei a arma para ela – não quero que o ‘meu’ Sieg veja isso. E quando ele souber que você morreu vira até mim para poder consolá-lo – sorri.

Coloquei o dedo sobre o gatilho, mas antes de pudesse puxá-lo a porta se abriu em um baque alto.

- Largue a arma – anunciaram dois policiais.

Franzi o cenho ao ver que Sieghart estava logo atrás deles. Sua expressão ia alem de terror e medo.

Ele correu ate Elesis que se encolhia de medo. Fiquei com mais raiva.

- Eu não devia me surpreender por você correr para ela... – abaixei a arma e fiquei a encarar o chão – você não entende não é mesmo eu te amo, sempre te amei... – enxuguei as lagrimas que escorriam por meu rosto – fiz tudo por você e no final... – ergui a cabeça e olhei em seus olhos – no final você simplesmente me troca por ela.

Ele me olhava com pena. Eu podia ver o arrependimento em seu olhar.

- Mari... – sussurrou ele.

- Mas sabe Sieg... – sorri para ele – você é ‘meu’ e de mais ninguém – rapidamente ergui a arma e atirei em sua cabeça. Ele morreu na mesma hora.

Meu sorriso se alargou mais e logo apontei a arma para minha cabeça.

- Você é só meu Sieghart... – puxei o gatilho e deixei-me ser levada pela morte para junto de 'meu' Sieghart.