As irmãs Katsuras estavam de frente para uma pequena cafeteria, na porta de entrada uma placa escrito “Aceitamos novos funcionários” chamava pouca a atenção das pessoas que passavam naquele bairro bastante movimentado.

Kuri: Não me parece um lugar famoso... – Observando.

Keki: “Heart Latte”? – Lendo o nome da loja – Que diabos de nome ser esse?

Kuki: Qual o problema com o nome?

Keki: Muito... – Pensando – Estranho.

Kuki: Estranho como? ¬¬

Keki: “Heart Latte” parece nome de xampu ¬¬

Kuki: Pelo menos arranjaremos um emprego não é mesmo? Não era isso o que vocês queriam? – Fitando-as – Pois então tratem de pararem de reclamar!

Kuri foi a primeira a abrir a porta do café, as Katsuras foram recebidas por uma jovem de cabelos azulados e cacheados com uma fita branca presa atrás do cabelo com o formato de um laço, ela vestia um vestido preto com poucos babados e com um avental branco com pequenas rendinhas nas pontas das extremidades, seus olhos eram castanho escuro e calçava botas pretas e pouco chamativas.

?????: Irashaimasen! – Sorriu – São novas clientes? O que vão querer aqui?

Katsuras: QUEREMOS TRABALHAR AQUI! – Falaram em uníssono.

?????: Ora, ora, ora... Pensei que ninguém viria! – Se alegrou a jovem – Meu nome é Sakina Kanjo, eu sou a gerente deste café... Por favor, me sigam.

As três irmãs seguiram Kanjo que foi até uma das salas para funcionários e voltou acompanhada de mais uma outra garota com a mesma roupa dela, seus cabelos loiros vinham até o ombro, mas sua franja tinha uma coloração rosada e seus olhos eram azuis claros.

?????: Sejam bem-vindas! Me chamem de Moumi! Sou a dona deste café... Vocês são...?

As Katsuras se apresentaram rapidamente bastante empolgadas com a nova oferta de emprego.

Kuki: Então??~~~~ Podemos mesmo começar a trabalhar no café???

Kanjo: Acalmem-se, creio que Moumi-sama gostaria de apresentá-las a um teste, não é mesmo?

Moumi: Claro! Eu sempre faço isso com as novas funcionárias, logo vocês conhecerão todas elas, mas agora será bom vocês me seguirem. Venham.

Moumi se direcionou à sua sala novamente e abriu a porta revelando ser um lugar bastante espaçoso, continham armários brancos e uma mesa de madeira com algumas cadeiras, muitas molduras de obras coloridas tomavam conta da parede e mantinham a coloração do ambiente e por fim, um sofá e uma máquina de café estavam simplesmente colados do lado de uma janela.

Kanjo: Não é um lugar tão grande, mas é bom! – Sorrindo – Creio que vão adorar trabalhar aqui.

Moumi: Vamos começar primeiro com os testes.

A jovem de cabelos loiros e rosados foi até um dos armários e abriu-o com facilidade, pegou alguns uniformes e entregou a cada uma das Katsuras.

Moumi: Primeiro terão que passar no teste de agilidade, veremos se vocês conseguem se trocar rapidamente para não perderem tempo com as roupas.

Kuri: Só isso?

Moumi: Acham que consegue fazer isso com rapidez?

Katsuras: CLARO!

Moumi: Certo, o teste é o seguinte: Vocês terão que vestir os uniformes em um máximo de dois minutos, mas como são novas por aqui, poderão vesti-los em três minutos.

Katsuras: T-Três?!?!?

Kanjo: Algum problema com isso?

Kuri: Mas é claro q-...

Kuki tampo a boca de Kuri com tamanha violência que quase a fez desmaiar com o tapa.

Kuki: Nenhum problema realmente! Não é mesmo, Keki-nee-chan?

Keki olhou Kuki que estava com um olhar maligno e uma aura sufocante e no mesmo instante fez questão de balançar a cabeça positivamente.

Keki: C-Claro!!! O_O – Medo.

Moumi: Então vamos logo com isso. Kanjo?

Kanjo: Sim – Pega o cronometro – Preparadas?

Katsuras: Hai!

Kanjo apertou o botão prateado do pequeno cronometro que começou a calcular cada segundo que passou. Kuri conseguia se vestir rapidamente assim como Kuki, porém Keki tinha dificuldades com o vestido que somente de observar já começava a sentir calafrios.

Kanjo: Algum problema com ela? – Aponta para Keki estática encarando o vestido do uniforme.

Kuki: Keki-nee-chan tem alguns probleminhas com... Vestidos... – Gota.

Kuri: KEKI! – Chama a atenção dela para si – Se você não se trocar mais rápido que eu, pode ter certeza de que terá que usar não só esse uniforme, mas também o vestido do Ouran!

Keki olhou pasmada para Kuri, tomou fôlego e coragem e se vestiu tão rapidamente, que ela conseguiu terminar de trocar-se em menos de vinte segundos. No final das contas todas terminaram de se trocar.

Kanjo: Dois minutos...? – Pasma.

Moumi: Não creio! Vocês realmente têm espírito guerrilheiro! – Sorrindo alegremente – Estão contratadas!

Kanjo: Mas elas nem terminaram as outras provas! D:

Moumi: E precisam? Já me mostraram que tem um grande potencial para trabalharem por aqui. Mais uma vez, sejam bem-vindas.

Katsuras: Arigatou!

Kanjo observou as trigêmeas irem até a cozinha para receberem algumas instruções da Moumi, mas antes que esta pudesse colocar um dedo na porta do recinto, Kanjo se ofereceu para guiá-las até a cozinha.

Kanjo: Por favor, Moumi-sama! Eu quero muito ensiná-las a trabalharem na cozinha também!

Moumi: Não terá necessidade! Eu faço isso.

Kanjo: Por favor... – Cara de cachorrinho.

Moumi se comoveu facilmente e foi até sua sala. Kanjo se virou para as trigêmeas com um olhar feroz e digno de um demônio.

Kanjo: Não pensem que podem tomar meu cargo tão facilmente... Estou de olho em vocês.

Kuri: Me poupe de suas lástimas! – Vai até a cozinha calmamente como se nada tivesse acontecido – Agora se me da licença, temos que nos apressar e abrir este lugar logo.

Kuki e Keki seguiram Kuri que apesar de não parecer, era uma ótima irmã maternal e poderia preparar pratos dignos de restaurantes cinco estrelas. Poderia parecer um exagero, pois seu humor era naturalmente o pior de todos, porém sua paixão era a perfeição.

Kuri: Vou ensiná-las algumas técnicas de preparo e-...

Kanjo: “Técnicas”? – Interrompe - O que você tem de “técnicas”? Sua amadora!

Kuri rapidamente pegou alguns ingredientes comuns e algumas bandejas. Parecia um sonho o que a mais velha Katsura fazia, seus dedos ágeis e habilidosos conseguiam formar uma bela massa, seus olhos se mantinham fiéis em suas habilidades na cozinha. Kanjo se mantinha estática ao ver tanta agilidade, habilidade, rigidez e perfeccionismo juntos em uma só pessoa tão jovem como Kuri. Após terminar seu “espetáculo” de preparo, Kuri colocou a massa no forno e se virou para a gerente do café que ainda estava estática e assustada.

Kuri: O que achou?

Kanjo: E-Eu... V-Você n-não é h-h-hu-humana! Ó_Ò’ – Assustada.

Após poucos minutos passados em que Kanjo apenas esperava ser mais surpreendida ainda. Kuri retirou a sua “obra-prima” do forno e terminou por fim ela com a mesma agilidade em que havia começado.

Kanjo: I-Isso é...

Kanjo encarava um bolo de três camadas totalmente vermelho, o bolo continha uma pequena rosa de massa comestível no centro e milhares de detalhes com o glacê branco nas bordas do bolo.

Moumi: O que diabos é isto???

Todas se assustaram e se viraram para a chefa do local que encarava com certo espanto a “obra-prima” de Kuri.

Kuri: Oh, minha nossa, me perdoe, fiz algo de errado em usar a cozinha não é mesmo?

Moumi: O quê??? – Berro – MUITOOO PELO CONTRÁRIO!!! – Sorri loucamente e se ajoelha para Kuri – SERIA VOCÊ A DEUSA DAS MÃOS HABILIDOSAS QUE CRIOU ESSA ESCULTURA TÃO DOCE COMO O PRÓPRIO MEL???? *O* - Emocionada.

Kuri: Meu pai amado... ¬¬

Kuki: Por acaso você conhece Tamaki-senpai?

Moumi: Um loiro francês que estuda no Ouran e é o dono de um “Host Club”?

Kuki: ESSE MESMO!!! O.O

Moumi: Como não conheceria?! Ele é o meu priminho!!! :3

Katsuras: NANI????

                        Depois de uma longa conversa...

            As trigêmeas estavam na sala de Moumi junto da gerente Kanjo, cada uma segurava uma xícara fervente de café.

Keki: Ainda não consigo acreditar que você é parente de Tamaki-senpai... e_e

Kanjo: É raro você não dizer sobre isso comigo...

Moumi: Não leve a mal isto, Kanjo, eu nunca me importei com esse papo meloso de “família separada”.

Kuri: Acho que entendo um pouco disso ¬¬

Keki/Kuki: Está se referindo a nós, não é mesmo? ¬¬

Kuri: Quem sabe... – Termina de tomar o café – Bem, temos que voltar para casa agora.

Moumi: Mas já? Não querem ficar mais um pouquinho? – Cara puppy – Por favor...

Kuki olhou no relógio e se espantou.

Kuki: Nee-chan está certa, não podemos chegar depois das seis horas.

Kanjo: Por qual motivo?

Katsuras: Vovó...  – Aura depressiva e azul.

                                                -x-

            As Katsuras chegaram em sua casa, Kurashima desejou à elas um “boa sorte” uma vez que, desesperadamente, a avó delas havia notado o horário.

Avó: Eu não havia dito a vocês para voltaram antes das seis horas?! Ò_Ó

Kuki: Vovó! É q-que... Fomos...

Kuri: Fomos apenas dar um passeio em família!

Avó: “Passeio em família”? – Indignada – Essa desculpa é velha em... Vocês três se encontraram com algum garoto por acaso???

Keki: Por que você é sempre tão tarada?

Avó: Não estou sendo tarada, estou sendo realista. Vocês estavam com algum garoto?

Katsuras: MAS É CLARO QUE NÃO! – Raivosas.

Avó: Estou de olho em vocês... – Some nas sombras.

Kuri: Um dia, vou pedir pra que ela me ensine esse truque... O.O

As trigêmeas já estavam indo em direção à escada quando o celular de Kuri tocou.

Kuri: Alô? Quem fala?

Haruhi: K-Kurii!!! Você já está na casa de Kyoya-senpai?

Kuri: KYAHHHH!!!

As outras duas irmãs de Kuri ficaram do seu lado após ouvirem o berro.

Kuri: Eu havia esquecido... SAIAM DAQUI VOCÊS DUAS! – Fitando as irmãs.

Keki: Hey, Haruhi! O que está acontecendo?

Haruhi: Uma questão de vida ou morte para Kuri-chan, vocês precisam ajudá-la a ir na casa de Kyoya-senpai!

Keki: Por que iríamos querer fazer isso?

Haruhi: PORQUE ELA PRECISA DESCOBRIR O QUE ESTÁ ESCRITO NAQUELE MALDITO CADERNO!!!!

As irmãs se distanciaram uns trinta centímetros do celular por conta do grito histérico de Haruhi do outro lado da linha telefônica.

Kuki: Ittai! Meus ouvidos... – Massageando orelhas – Não precisava gritar Haru-chan!~~~

Haruhi: Gomenasai! Mas isso é realmente algo importante, não são apenas “palavras” o que está escrito no caderno de Kyoya-senpai!

Kuri: Nani?

Keki: E-Espere! Quer dizer que também existem fotos naquele caderno?

Haruhi: N-Não!... Quer dizer... Bem... Exis-...

Uma outra voz conseguiu ser ouvida do outro lado da linha telefônica. Era uma voz mais grossa e rouca, com certeza o pai de Haruhi.

Haruhi: EU FALO DEPOIS!! SAYONARA!!!

As Katsuras continuaram com a atenção fixa no celular da mais velha das irmãs. O silêncio só fora quebrado quando Kuki começou a falar.

Kuki: Vamos te ajudar, Nee-chan! Afinal de contas, você precisa ver aquele caderno de uma vez por todas!!!

Kuri: O problema não é esse...

Kuki: Não?

Keki: Então qual é?

                                    No outro dia...

            As Katsuras estavam conversando com Haruhi nos corredores indo na direção da sala do primeiro ano, porém Kuri acabou esbarrando em alguém.

Kuri: Oh! Me desc-...

A Katsura percebeu que havia esbarrado em ninguém menos do que a pessoa  que menos desejaria ver naquele dia.

Kyoya: Poupe-me de suas desculpas medíocres – Limpando o terno.

Kuri: Desculpas??? Uma pessoa retardada como você não merece nem olhar nos olhos de uma dama.

Kyoya: Dama? Você? Desde quando?

Os xingamentos só pararam quando o sinal da primeira aula tocou. Kuri se virou para suas irmãs bastante decepcionada.

Kuri: O grande problema é esse! Ele é totalmente o meu oposto! Argh! Que ódio! Por que todos os homens do mundo não poderiam ser que nem o meu amado Kurashima-san???

Keki/Kuki: Etto... – Imaginando os Hitachiins com a cara do mordomo – BUDA! Nee-chan, nos poupe dessa imagem horrenda.

Kuri: Estou sendo sincera! – Indignada – Afinal de contas... Somente se o professor pedisse um trabalho em dupla para segunda-feira no qual o meu par fosse aquela barata de óculos. Eu não teria chance alguma de visitá-lo!

                                    Primeira aula...

Sensei: Certo, as duplas já foram escolhidas! Sobrou somente você, Kuri-san... MAS ESPERE! No segundo ano também sobrou o Kyoya-san! Você irá fazer com ele o trabalho para segunda-feira!

Kuri: Háhá. Era pra ser nessa parte que todos da sala gritariam para mim “PEGADINHA DO MALANDRO!”, não é?... – Virando cinzas.

Kaoru: Não nessa vida – Gota.

Kuri: KYAAAAAAAAAAAAAAAH!!!!! EU NÃO VOU FAZER TRABALHO ALGUM COM ESTE SER !!!!!!!! ELE NEM É DO NOSSO ANO!!!!

Haruhi: Mas o sensei pediu.

Keki: Não vai ser assim tão ruim!

Kaoru: É mesmo! Além do mais, vocês dois se gostam né?

Kuri ficou com uma aura negra atrás de si.

Kuri: Quer brincar comigo de novo? Que nem na aula passada em que te pendurei?

Kaoru: ... – Se encolhe.

Hikaru: Isso vai ser bom.

Kuri colocou toda a sua atenção para o outro Hitachiin.

Hikaru: Só comentei...