Strong Enough escrita por Milemeh Scarlet


Capítulo 1
One-Shot




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Eu podia sentir a luz do sol bater em meu rosto, acendendo minha alegria. Tocar levemente meus dedos. Eu, estupidamente, tentava pegar o sol com as mãos, envolvendo meus dedos nele, mas não sentia uma esfera em minha mão. Fechei os olhos e respirei aquele ar puro que vinha das flores de onde me deitava.

            Naquela época, vivia no norte de uma nobre vila. Apenas 7 anos eu tinha, tão ingênua, tão doce, com um poder enorme.

            Depois de um cochilo gostoso, sobre o sol que beijava meu rosto, ouvia a voz de minha mãe gritar, lá da casa nobre de meus pais. Me chamando para ir jantar. Mas já? Pensei, e vi que o sol que beijava meu corpo intensamente, já estava se pondo, e vi o quanto aquele cochilo havia durado.

            Com um sorriso no rosto, desci da colina e fui para a casa feita de concreto fino, era uma casa muito nobre, mas era bem feita e terminada, com três quartos. Um era para mim e para minha irmã, Lis, e o outro para meus irmãos Haduko e Ataku, e o que sobrara para meus pais.

            Meus irmãos já estavam lá, eu era a mais nova, minha irmã era quase mais velha, meu irmão Haduko era o mais velho e Ataku era do meio. Meu ainda trabalhava na vila, ele era o que muitos daquela aldeia sonhava em ser: ninja. Mas para chegar lá, precisava de bastante esforço, mesmo que, muitas crianças já vão para a Academia muito cedo, e pelo menos sabem os conceitos básicos, e para aqueles que tem jeito, continuam e se tornam ninjas que protegem a vila.

            Enfim, naquela noite, como todas as outras, porém, meu pai não estava presente, minha mãe já estava lá, colocando os talheres e a comida na mesa. E lá estava um belo peixe, daqueles que minha mãe sabia fazer muito bem, e mais algumas coisas. A mesa era farta, de verduras, peixe e carne para saborear, uma bela jarra de suco.

            Todos nós sentamos na mesa, e rezamos, como sempre. E começamos a comer.

            - Onde esta Oto-san, okaa? – disse Haduko.

            - Ele vai chegar mais tarde... Ou só amanhã. Uma missão importante chegou a ele...

            - Um dia... – eu disse. – Vou ter missões importantes para fazer. – e botei um sorriso de orelha a orelha em meu rosto.

            - Ah, vai! Você nem sabe andar na água, Rin! – disse Ataku caçoando.

            Eu mostrei a língua para ele, e mamãe nos parou.

            - É claro que vai.. Rin. – ela disse, com um sorriso forçado ao rosto. Eu não havia entendido. Pobre criança, eu não sabia nada... Simplesmente nada.

            Aquela noite fora tranqüila, dormi bem, e quando o sol acordou, eu me levantava e ia fazer as coisas. Sempre depois do almoço, eu treinava. Eu era a que tinha mais dificuldade em pegar os jutsus. Mas adorava ver lutas, e suas convocações. E logo de tarde, sentava na minha colina e sentia o carinho do sol. Kirin, um velho amigo, de quase a mesma idade, e um gênio, vinha e ficava na colina comigo, conversando sobre o futuro, de ser ninjas prodígios.

            Porém, naquela noite papai não veio novamente. Não ficamos tristes, isso queria dizer que a missão era realmente importante, mas mamãe estava tão triste que a cada dia que se passava seus olhos brilhavam menos, sua voz não tinha mais felicidade e nem sua comida. Ficamos tristes, por causo dela. Que parecia doente, a cada vez que passava sem noticias. Depois da segunda noite Haduko também ficou sério, cauteloso, Lis ficou triste, e as vezes a ouvia chorar, e me fazia chorar também.

Depois de algumas semanas, com a minha casa em uma frieza, parecia que nem o sol conseguia nos aquecer suficiente para trazer a felicidade de volta. Eu não sabia por que estávamos tristes, papai apenas estava em uma missão, não estava? Estava se empenhando, e iria voltar para casa com cortes que mostram a história da batalha. Senti uma pequena felicidade no meu coração, de poder ouvir as histórias de aventura de seu pai sobre a missão. E lá estava eu, sentada na colina, com uma flor na mão, sorrindo tristemente, com uma pequena esperança que seu pai lhe contasse, mas ela continuava pensando positivo, e não deixou suas lagrimas saírem, como sempre, ela as seguraram, pois não havia sentindo de chorar, certo?

            - Rin! – eu ouvi meu nome e levantei a cabeça, era Kirin. Ele estava correndo e sorrindo para a sua direção. Ele era a única razão que a fazia sorrir, parecia que o próprio sol estava naquele garoto, e quando o sol não a fazia mais, Kirin a fazia rir. O pai dele também estava na missão, o que meu deu mais vontade de largar esse sentimento triste, pois Kirin estava feliz, e desde sempre, ele estava feliz.

            - Eu recebi noticias de meu pai. – ele sentou sorrindo, eu fiquei triste não por que ele recebera noticias, mas por que eu não recebera. – Ele disse que esta tudo bem. – ele viu que meu olhar ficou sem brilho, então ele olhou para baixo. – Desculpe, Rin. Seu pai esta num grupo diferente, ele não tem noticias.

            - Tudo bem. – eu fechei os olhos, sentindo as lagrimas queimando querendo sair, mas empurrei elas de volta. Eu queria gritar. Mas engoli. Respirei. – Meu pai vai voltar.

            - Claro que vai, Rin. – disse Kirin, mas ele estava com aquele sorriso, que todos davam quando eu falava sobre meu pai. E novamente, eu queria gritar, mas eu me joguei para trás, fechei os olhos e respirei fundo, sentido o vento balançar a grama ao meu lado. Kirin não disse nada, e se deitou ao meu lado.

Depois de uma semana, alguém bateu na porta. O sol nem havia pensando e nascer, minha mãe foi correndo para a porta. Eu, ainda sonolenta, fui para a porta do quarto, e vi no batente da porta, um homem com roupa da ANBU, com aquela máscara... Aquela que meu pai tinha, que eu não sabia o que era. Sua roupa era diferente, e achava que era por que ele era mais importante, e era. O ninja entregou uma carta para mamãe e sussurrou, ela colocou as mãos na boca, deixando cair o envelope, e seus olhos aflitos olhavam para o ninja, que é claro, em segundos havia desaparecido, já que muitos deles nem sentimento tinham.

            Ela fechou os olhos, e deixou as lagrimas escorrerem por alguns minutos, eu senti meu coração apertar e minha garganta, com o choro e a aflição subindo, mas engoli todos que vinham e não deixei que as lagrimas saíssem. Minha mãe pegou o envelope, se jogou e uma cadeira e eu fui devagar para a cozinha, onde ela estava em prantos. Ela me olhou, e chorou mais, e me fez um sinal para me aproximar. E eu fui. Ela me abraçou forte, e eu senti suas lagrimas quentes no seu rosto, e com sua respiração cortada ela tentou falar:

            - Meu bebê! Oh, eu não queria que isso acontecesse. Mas eu nada pude fazer, se meu coração escolheu um ninja, e ele devia ser o seu pai. O homem de coração rude e bondoso, e que foi pisado por ninjas de nível grotesco. Oh, minha filha, você pode ter uma dificuldade, mas tem o poder de seu pai, e coração dele, não deixe que aqueles que não tem amor do coração, pisem nele, pois este vai escolher quem amar, e não o faça sofrer, como nós estamos e vamos sofrer agora... – ela disse em um sussurro, e fechei meus olhos e deixei todo  aquele choro sair, eu havia entendido uma coisa: eu tinha perdido meu pai, o único homem que eu admirava, e que meu coração ficaria negro até que alguém provasse o contário.

Depois que recebi toda a situação, e meus irmãos também, mas eles já sabiam um pouco, apenas eu, com a minha ingenuidade não havia percebido o que me fez chorar mais. Meus irmãos, todos olhando para baixo com um olhar de pouco brilho.

            Então havia uma guerra, e eu não sabia, entre vilas. O pai de Kirin não tinha noticias de meu pai, pois o pai de Kirin não eram ANBU, e meu pai sim. Que foi usado sentimentalmente pelos inimigos, o que me fez não me redimir a sentimentos, por um longo tempo. E a maldita Guerra, havia tirado meu pai, sensei, e tudo de mim. Depois da noticia, ainda precisava esvaziar algo, e fui para as colinas. Onde gritei, chorei, e alguns cortes saíram. Eu lamentava, sangrava e gritava para o nada. Pois lá nem lua havia, o sol estava dormindo, eu chorando pelo meu coração que se tornou frio. Que até hoje, eu não choro, a não sei todo lua nova, que foi onde ouvi as palavras dolorosas de minha mãe, que foram mais doloridas que qualquer kunai cortando minha pele.

            E agora sei que vou achar quem o matou, pois mesmo que meu coração seja negro, e agora uma ninja formidável, eu treinei para matá-lo, e se tiver família, vão sofrer como nós sofremos. Sim, eu não tinha piedade, pois ninguém tivera de mim. Mas mesmo que seja a família de meu inimigo, eu tinha que derramar uma lágrima, pois eles iriam derramar várias.

            Kirin havia se tornando formidável igualmente, e apenas por ele, que meu negro coração podia se iluminar. Um seu negro seu lua e nem estrelas, que se iluminava com o sol que nunca se iria... É, era o que eu sempre quis na minha infância...

            Que o sol não se parta, pois eu queria ver o rosto e ouvir histórias de meu velho. E que eu estivesse com essa idade, e meus irmãos também, e meu velho sentado, contado histórias para seus netos, e tenho certeza que minha mãe não teria cometido tal absurdo como suicídio. Mas nem filhos eu tinha, a colina ainda estava lá, e eu ia para lá, e Kirin também. Onde tínhamos um amor proibido, e eu não queria, não queria machucá-lo, todas as vezes, lembrava nas palavras da minha mãe, e chorava sozinha no canto, meu coração ferido se apertava de novo.


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