O Retorno do Guarda-roupa. escrita por gabriel_mello


Capítulo 8
Capítulo 8 - O Começo Da Batalha.


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo, boa leitura:



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  Sabe aquela sensação de vergonha e medo em que você não quer que ninguém o veja porque acha que vão julgá-lo por ter feito algo errado? Mas você sabe que mesmo assim tem que encarar o seu erro, bom, pelo menos as pessoas responsáveis e honestas sabem disso. Gabriel sentia-se exatamente assim (em seu caso, mais medo do que vergonha, pois achava que os narnianos não iriam confiar mais nele. Pensando nessas bobagens – os narnianos bons jamais fariam isso, o máximo que ele levaria era uma bronca de algum dos anões mal-humorados – ele afrouxou o passo, quando estava quase chegando ao acampamento. Mas alguém já o tinha visto.

– Senhor! Está bem? Onde esteve? – gritava Lumnus  correndo até ele.

– Estou bem! – afirmou Gabriel – Não se preocupem.

  O menino contou tudo o que acontecera no capitulo anterior. Tímido como sempre, não falava muito alto, casando assim alguns “Fale mais auto, senhor”, “Não escuto nada do que ele diz” ou até de alguns anões resmungões “Fale alto! Nem parece um animal falante!”. Gabriel se esforçava para falar mais auto, certa hora ele se assustou com seu próprio tom de voz: falava auto até de mais, com certeza nas palavras, sem gaguejar.

  Depois de ter acabado de contar sua história, todos ficaram boquiabertos por um segundo, até que Lumnus interrompeu o silêncio, gritando “VIVA O NOSSO REI!”. Foi então que a festa começou. Todos aplaudiram Gabriel por sua coragem, e valentia. Também gritavam e soltavam assovios.

 – Está bem, está bem! – começou Korian – Mas não podemos mais ficar nem um minuto aqui. O rei já deve ter corrido para Cair Paravel. Se ele chegar antes de nós, então vai estar preparado com o exercito e não teremos chance alguma. Vamos! Peguem suas coisas: armas, escudos... Temos que partir agora – virando-se para uma onça, disse –Encontre sua irmã, Esmeralda, diga para ela que houve uma mudança de planos, ela tem que deixar Maria e a vovó Almira no esconderijo, e correr para nos encontrar em Cair Paravel. Vamos!

   Gabriel vestiu uma armadura, pegou sua espada que tanto lhe ajudara esta tarde e já estava pronto. Apesar de um pouco cansado, sentia-se animado a continuar.

    Ao sair pronto da sua barraca, viu que o espírito de acampamento mudara. Sentia muita agitação e confiança. Todos aparentavam estar determinados a vencer a batalha. Estavam agora com armaduras também, exceto os animais. Porém, estes, estavam ferozes, amostrando os dentes afiados, ameaçadores.

  Totalmente apressado, e apressando os outros, Korian só tinha uma espada e um escudo. Já estavam saindo quando Esmeralda chegou. Korian não olhava para ela quando gritou:

– Mas o que essa senhora faz aqui?

  Almira vinha sentada nas costas de Esmeralda.

– Desculpe, Korian, mas ela não quis ficar no esconderijo – respondeu Esmeralda.

– O que deu na sua cabeça para querer me deixar fora da luta, heim? – perguntou vovó Almira – Droga de anãozinho chato! Vamos logo, quero chegar logo em Cair Paravel para fazer sanduiche de anões malvados. Que fome!

  Isso os atrasou um pouco, pois ainda tentaram – sem sucesso – fazer vovó ficar fora da luta. Em fim acabaram concordando com ela. De minuto em minuto, alguém lançava um olhar triste para ela, como se ela estivesse tão doente que estivesse prestes a morrer. E era quase isso que realmente pensavam. Achavam que vovó não sobreviveria a luta, e estava prestes a morrer.

  Então partiram. Vagaram pela floresta até chegar no atalho. Cascos-de-Aço ia a frente como guia. Vovó puxava assunto com Gabriel. Gostara dele tanto quando de Maria. Gabriel estava meio aflito, achando que poderia acontecer algo a Maria estando sozinha no esconderijo. Quer dizer, quanto tempo essa batalha poderia durar?

– Não se preocupe com Maria, sei que ela está bem – tranqüilizou-o vovó.

– Eu sei – respondeu Gabriel tentando parecer convincente – Vovó, porque acha que ele escolheu a mim? Com tantos mundos que existem, porque ele tinha que escolher alguém de um lugar tão ruim? Será que não posso ser tão ruim quanto o mundo de que venho?

– Meu filho, olhe para nós. Viemos todos de criaturas más. Criaturas que ficaram de fora do país de Aslam por serem tão ruins, mas estamos fazendo algo errado só por isso? Veja, o importante não é de onde você vem, o importando é por onde decide ir.

  Gabriel sorriu para ela. Aqui realmente o incomodava. Para ele, o próprio mundo de onde veio era repugnante. Cheio de maldade. Se aqui Aslam nem podia pisar, imagine naquele mundo então!

  Continuaram sua jornada. Sem falar mais nada, pois o caminho ficara apertado agora com tanta gente, e dificultoso para andar.  Descansando meia hora de três em três horas, eles continuavam muito cansados quando chegaram. Só dava para passar um por vez pelo buraco. Esmeralda e Lumnus foram os primeiros a sair. Estavam arquejando de tanto cansaço. Demorou para se acostumarem a luz do sol, considerando que passaram 12 horas lá dentro.

 – Ainda está de manhã? – perguntou Esmeralda muito confusa.

 – Não, Esmeralda! – respondeu Lumnus – Isso aqui já é a outra manhã. Passamos uma noite lá dentro.

– Por isso estou tão cansada!

  Algumas horas se passaram até que saísse a ultima pessoa do buraco. Sem contar que foi uma luta para tirar os centauros de lá... Depois disso, saíram do campo sem árvores , para se esconderem nas que estavam mais para lá. Assim não seriam vistos na ilha de Cair Paravel.

– Todos estão muito cansados – disse Korian em voz alta – O reizinho só vai chegar amanhã de acordo com os meus cálculos, então vamos tirar uma soneca para estarmos bem dispostos. Vamos atacar antes que o rei chegue, ficaram confusos e não saberão o que fazer.

  Todos assentiram e dormiram logo. Nada confortáveis, pois as árvores não ajudavam muito.

  Korian acordou todos quando já era noite. Meio preguiçosos eles seguiram em frente. Korian deu um assovio, como um chamado que ninguém ali nunca ouvira antes. Algo doce e ao mesmo tempo feroz. Então dos seus surgiram voando cavalos enormes com asas.

– Alados?  Pensem que não existiam mais – exclamou um jovem filho de Adão.

– Presente dele. Não foi só nosso rei que recebeu visita de Aslam. Ele disse que eu teria ajuda se assoviasse daquele jeito.

  Os cavalos-alados aterrissavam agora. Tinham muitos. Daria para duas pessoas ou criaturas voarem em cada um. Serviriam para atravessar o rio que separava a ilha do continente. Menos, é claro, os centauros, e alguns outros animais que teriam de ir nadando. Gabriel tinha um cavalo só para ele.

  Voaram em direção ao castelo. A cada minuto seu coração apertava mais. Quase caiu quando pensou que Maria passara uma noite inteira sozinha. Mas tinha que seguir em frente, com fé em Aslam, tudo daria certo.

  Para sua surpresa, todos no castelo estavam preparados: Em cima da muralha, os guardas apontavam as flechas para eles, esperando a ordem do rei. “Como o rei pode estar ai?” pensou Gabriel.

 – Aquela onça deve ter contado sobre o atalho – respondeu Korian aos seus pensamentos.

  O rei fez um sinal com a mãe. Flechas voavam para toda parte, os cavalos se desviando. Mas um não conseguiu. O cavalo preto que levava Lumnus foi atingido em cheio no peito. O cavalo gritou erguendo-se no ar, Lumnus e o homem que estava com ele em cima do alado, caíram.

– NÃO! – gritou Gabriel, chorando.

  A batalha começara oficialmente.


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Notas finais do capítulo

Parece que alguns leitores estão parando de acompanhar a fic ;/ Bom, agradeço a vocês que continuam aqui acompanhando, e prometo que ainda vai ter muita ação, emoção e aventura. Obrigado leitores ♥



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