Confortably Numb escrita por Teru


Capítulo 1
Confortably Numb




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Por volta das oito da noite, madame Jessy, responsável pela limpeza, bateu na porta do quarto de Pink, que não há respondeu, mesmo ela tendo socado a porta e ter feito todo o tipo de barulho. Tirando suas próprias conclusões resolveu entrar no quarto, porém estava trancado. Correu até o quarto do empresário de Pink e o avisou sobre o ocorrido, este, imediatamente correu de encontro ao quarto de seu cliente. Enquanto corria colocou a mão no bolso, puxou o celular e ligou pra um hospital para chamar uma ambulância.

Após meia-hora, os médicos que estavam de plantão estacionaram a ambulância em frente ao edifício Darwin, correram como o vento através das escadas e encontraram o senhor Johnson, que por sua vez estava com uma pistola mirando na maçaneta. Apenas um tiro bastou para que o miolo da porta danifica-se, e a porta abrisse como mágica.

Por volta das seis da noite, Pink estava em seu quarto quebrando todos os seus pertences, que iam de obras de artes caras à guitarras e pianos. As sete, ele as arrumara, de um modo estranho, enfileirou todas elas, deixou de um jeito quase que artístico e logo depois, sentou-se na cadeira de frente para a televisão.  O filme que passava era como os que sempre via, de guerra, a segunda guerra mundial, quando havia perdido seu pai. O cigarro entre os dedos da mão direita lhe dava o conforto, e na outra mão o pequeno pacote de heroína, lhe dava a ilusão da não-realidade, até que teve uma overdose e desmaiou em sua cadeira.

- Meu deus, ele pirou completamente parece que passou um furacão aqui. – e então Johnson se aproximou do corpo desmaiado do rapaz e o sacudiu dizendo – Seu bastardo idiota! Você nunca gostou de mim, gostou?

Na mente de Pink, só lhe vinha algumas frases distintas, como “Olá, tem alguém ai dentro?” ou “Faça um sinal, se puder me ouvir”. Mas sem êxito, continuava sem se mexer, enquanto sua mente lhe mostrava coisas terríveis.

Os médicos o tiraram da cadeira e o depositaram ao chão, havia muita gritaria no local, os produtores do grande astro da música Pink, estavam entrando em uma grande guerra pra saber de quem era a culpa. Colocaram alguns aparelhos perto do rapaz caído, averiguaram sua pressão, e enquanto isso Pink babava, sem saber o que acontecia.

Foi quando ele se viu, com 8 anos de idade, correndo em um grande campo verde, enquanto o sol a suas costas ia se pondo, ele corria feliz até que algo lhe chamou a atenção. Parou ofegante enquanto olhava para o chão com os olhos tristes, andou em círculos olhando aquela cena triste no chão, até que abaixou e tomou nas mãos o enorme rato que estava quase morto deitado na relva.  O animal estava completamente encharcado e com uma aparência doente, seus pelos estavam espetados, mas o mesmo não fazia nenhum mal para Pink, que estava disposto a fazer tudo para salvar o seu mais novo amigo. E como havia chegado, ele voltou, correndo como se a própria vida dependesse daquilo. Ao chegar a sua casa, avistou sua mãe com um suéter vermelho surrado costurando uma nova toalha de mesa. Passou pela cozinha e posteriormente pela sala com o rato nas mãos enquanto o alisava carinhosamente. Chegou em frente a sua mãe e estendeu o rato para que ela pudesse presenciar o seu mais novo amigo, porém a mãe deu um salto pra trás com um grito dizendo para ele se livrar, e avisou que aquele tipo de animal trazia doenças.

-Jogue-o no rio! – disse sua mãe severa.

Pink correu triste pelo que sua mãe havia lhe dito e foi em direção ao rio, porém ao chegar na margem do mesmo, não teve coragem para se desfazer do rato, então foi até o celeiro e o colocou em uma caixa com feno, e o cobriu com o suéter que estava usando.

Johnson continuava nervoso, e então um médico com um bigode engraçado e com a cabeça um pouco calva trouxe uma injeção, e avisou para Pink, mesmo inconsciente.

- É apenas uma picada, não se assuste.

Porém ao aplicar a injeção Pink deu um grito alto e se mexeu freneticamente no chão, até que todo o líquido na seringa fosse depositado. Após a aplicação, ele voltou a babar e continuar inconsciente.

Pink agora estava em uma cama, deitado, com uma febre incontrolável. Suas mãos pareciam dois balões enquanto sua mãe conversava com um médico a porta, que a dizia que o mesmo já não teria mais jeito. Quando a mãe notou que Pink a escutava disse para ele.

- Vá dormir meu filho, tudo ficará bem. – E então fechou a porta.

Pink começou a sentir náuseas. Imagens de larvas se mexendo eram constantes em sua mente, logo depois viu seu pai, ainda fardado com o mesmo rato enorme nas mãos. E então sua mente lhe transportou novamente. Estava correndo, voltando pro celeiro, e ao chegar deparou-se com o seu rato, imóvel. Cutucou o cadáver do animal com os dedos só para ter certeza do que estava realmente acontecendo. Retirou o suéter de cima do rato e o vestiu novamente. Segurou o rato pelo rabo e o levou até as margens do rio, aonde o lançou contra a água.

Pink havia acordado, avistou alguns homens em seu apartamento e então se deu conta do que havia acontecido. De sua boca começou a sair uma espuma espessa, e ele começou a se debater no chão. Médicos vieram ao seu auxílio, mas era tarde demais e ele já não passava de um cadáver. A última frase que veio na mente de Pink era também a ultima que ele queria dizer.

- Eu fiquei confortável, enquanto estava anestesiado, obrigado.


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