Quase Fácil escrita por lucy_b


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/133973/chapter/2

       - Olha isso – Sam exclamou, virando o notbook para Dean – Vários desaparecimentos na Rota 491.

   - E porque isso seria problema nosso?

   - Por causa da ordem. O ultimo desaparecimento aconteceu há seis semanas atrás, já o primeiro a 60. Todos os desaparecimentos tem um intervalo de seis semanas e todas as vitimas são dadas como desaparecidas as 3:15am. Não é coincidência, Dean.

   - E porque não pode ser um Serial Killer?

   - Castiel que me mandou o caso.

   - Me convenceu, – Sorriu, enquanto caminhava para a porta – É problema nosso. Mas eu dirijo – Riu quando o irmão fez uma careta – Não esquenta, você pode dirigir quando chegarmos na Legolândia.

   O resto da viajem foi silenciosa, só com o Rock Clássico quebrando o silencio constrangedor. Sam desligou o rádio, o que só fazia quando a conversa era séria. Desligar o rádio sempre atraia a atenção e raiva de Dean, mas dessa vez não, o clima estava tenso demais para brigas sobre quem manda no rádio. O que era bem estranho.

   - Dean, o que você sabe sobre a Rota 491?

   - Dizem que é a Rota mais assombrada dos Estados Unidos, o verdadeiro caminho para o Inferno. Mas se é o que você quer saber, sim, foi em uma parte da Rota que aconteceu uma das primeiras batalhas entre Anjos e Demônios. – Respondeu com normalidade.

   Silencio...

   - E porque Cass nos mandaria pra lá? – Sam perguntou, mais tenso do que o normal.

   - Para resolvermos um caso. – Dean encerrou o assunto, ligando novamente o rádio, visivelmente desconfortável sobre o assunto da conversa e sabendo que ela não terminaria ali. Aquele lugar era realmente aterrorizante, e com lendas que rodaram todo o EUA.

       Há muitos anos Sam não tinha pesadelos ou premonições. Só que dessa vez aconteceu, assim que pegou no sono, lá estava Jéssica em chamas no teto do quarto, o sangue pingando, o medo, a culpa. Porque depois de tanto tempo voltou a ter o mesmo sonho? Porém com uma coisa diferente: em meio às línguas de fogo avia uma mulher possuída pelo mal, com olhos tão pretos e grandes que era impossível ver a parte branca do globo ocular. Ela ria da desgraça e da dor de Sam, uma risada irônica e desprezível. Acordou gritando ainda no carro, assustado, ofegante e derrubando todo o chocolate quente na roupa.

   - Bom dia, Bela Adormecida. – Riu Dean.

   - Porque comprou chocolate quente? – Resmungou – Aliás, porque não me acordou quando parou?

   - Quando você dorme é tão bonitinho, não queria atrapalhar o sono da beleza. – Brincou – Você não acordou, estava falando algumas coisas que não consegui entender. Teve um pesadelo?

   - Não lembro do sonho – Mentiu.

   - Sammy, precisa me contar quando você tem seus pesadelos – Dean falou, mudando totalmente o humor para algo mais sério – Pode ser importante, você sabe, toda essa sua premonição por sonhos... Pode ajudar no caso. Por favor.

   Sam ficou em silencio, fitando o teto do carro e pensando em uma resposta sensata. Não podia simplesmente falar que começou a sonhar com Jéssica depois de tanto tempo, o que levava ao assunto da mamãe e todo esse clima tenso causado pela Rota 491 não ajudava muito. Mas os Winchesters nunca foram uma família normal, não tinha problema em se abrir com o próprio irmão, ele ia entender.

   - Sonhei com Jéssica, com a noite que ela morreu – Começou – Só que tinha algo de diferente, uma mulher... Eu não sei o que ela era, Dean, você sabe o que acontece quando sonho com essas coisas a ver com o negocio da família... – Abaixou os olhos – Receio o que possa acontecer.

   - Foi só um sonho – Mentiu Dean mais para si mesmo do que para qualquer outro – É normal, você está preocupado por causa do caso... Prometo que vamos falar com Castiel depois que terminarmos aqui, certo? É só mais um caso normal, como tantos outros.

   Ambos sabiam que era mentira, ambos sabiam que o que Sam tinha nunca eram pesadelos normais. É o que se ganha quando segue tal carreira, são os males do oficio. Chegaram perto de uma vila, avistando um carro visivelmente novo e bem cuidado estacionado perto de um posto. E um bar em chamas, consumido pelo fogo que chegava aos céus. O cheiro indicava o que tinha acontecido, tantos anos de trabalho serviram para alguma coisa. O odor era inconfundível.

   - Está sentindo? – Perguntou Sam

   - Alguma coisa está agindo aqui. Será que têm sobreviventes?

   - Improvável – Abaixou os olhos – Vem, vamos ver. – Indicou, saindo do carro e chegando perto dos destroços ainda em chamas.

   De longe viram uma garota aparentando 21 anos caída no chão, não muito perto do bar. Sam correu até a menina, levando-a para o carro. Verificou a pulsação que estava instável. Se foi uma das vitimas do incêndio, era um milagre estar viva.

   Dean pegou uma garrafa de água no porta luvas do Chevy e jogou na cara da garota, molhando seu cabelo e o suéter branco.

   - Dean! – Censurou Sam, dando-lhe uma cotovelada, o que só fez Dean gargalhar da fúria do irmão. Não tinham tempo para bancarem os doutores, e nada é mais confiável que água na cara.

   Assistiram a menina despertar, nem um pouco confusa do que aconteceu, ao contrário do que pensavam. Seu cabelo era de um loiro natural que qualquer uma mataria para ter, os olhos um verde escuro e profundo, lembrando a mais linda esmaralda já descoberta pelo homem. Os lábios pequenos e volumosos, as feições delicadas e o corpo de uma menina-mulher levariam a loucura qualquer homem. O que levava a pergunta: seria ela um demônio? Não podiam deixar de questionar-se.

   - Quem são vocês? – Indagou, a voz a mais linda melodia já ouvida pelos irmãos – Vou ser bem direta: obrigada por me acordarem, de verdade, mas eu sei muito bem me cuidar sozinha, agora, por favor, peguem esse carro e dirijam para o mais longe possível da Rota 666.

   - Hey, calma ai... – Começou Dean, usando sua voz de conquistador barato – Somos policiais, só queremos saber o que está fazendo todas essas pessoas desaparecerem. Se não acredita, tenho identidade – Sorriu, enquanto mostrava duas identificações falsas.

   A garota as pegou e analisou, soltando um suspiro devolveu.

   - Castiel os mandou? – Perguntou – Eu sei que é forjada, não tentem me enganar, eu vi muitas coisas nesse mundo.

   Eles se entre olharam, confusos. Então seria ela mais uma caçadora? Mulheres Caçadoras são tão raras, porém boas quando se dedicam.

   - Não sabemos do que está falando – Mentiu Sam.

   - Sei que está mentindo. Não tente me enganar –Suspirou– Vocês devem ser Dean e Sam Winchester... Castiel fala muito de vocês. Ótimos caçadores... Ele avisou que os mandaria, obrigada por virem.

   - Então é uma caçadora? – Dean perguntou.

   - Digamos que sim... Só que caço coisas diferentes – Abaixou o olhar – Por favor, não perguntem mais nada. Vou lhes contar o caso.

   Voltou a sorrir, saindo do carro e andando até uma das casas da vila. A garota era incrivelmente interessante, além de bonita, era caçadora. Uma das poucas pessoas que conheceram em um dos casos que não era um anjo ou um demônio que podiam falar normalmente sobre “o negocio da família”, que agora não era tão familiar assim...

   - Suponho que conheçam a história da Rota 666, certo? – Começou, não dando tempo para resposta – As coincidências com o numero seis são tão fortes que tive que investigar, além dos desaparecimentos com um ciclo também envolvendo o numero da besta... Desaparecimento também está citado nas lendas daqui, sem vestígios do carro e sem objetos pessoais deixados para trás. É estranho e pode se tratar de um demônio, por isso Castiel e vocês estão envolvidos no caso. – Sentou em um banco de onde parecia se tratar da “praça principal”

   Dean agachou na frente da garota, com Sam em pé ao seu lado.

   - Estamos no caso – Afirmou Dean – Mas precisamos conversar com algumas pessoas, se é que aqui tem alguém... – Olhou em volta.

   - Não tem, a cidade é abandonada. Teremos de agir no escuro, por isso preciso de vocês aqui. São experientes – Sorriu – E, pelo que Cass me contou, essas visões de Sam podem ajudar muito.

   - O que mais Castiel te contou? – Perguntou Sam

   - Não muita coisa, só o suficiente para conseguirmos matar essa coisa – Enfatizou – Bom, vou mostrar para vocês um hotel aqui perto... Está abandonado, mas é só salgar as portas e janelas que vai ficar tudo bem.

   Caminharam até uma construção velha com a pintura descascando. Era tão irônico, estar no chamado “caminho para o inferno” e dormir em um lugar desses... Não podiam deixar de sentir receio, mesmo sabendo que podem dominar a situação, o sal não estava dando tanta confiança.

   - Acha que tem espíritos? – Perguntou Sam

   - Impossível, se as lendas forem verdadeiras, todos que já morreram aqui estão no Inferno. – A garota respondeu, com a voz um pouco mais baixa do que o normal enquanto entrava naquele hotel velho – Não podem subir, o lugar é amaldiçoado pelo numero. É tão injusto, as pessoas que moraram aqui não eram más, porém mesmo assim vão pagar por algo que nunca cometeram, no lugar de estarem no Céu...

   - Como sabe de tudo isso? – Dean perguntou

   - Pesquisei – Mentiu a garota.

   Ela subiu as escadas e chutou a porta de um quarto no fim do corredor, logo depois fez isso com outra porta. Olhou para os garotos e fez o sinal para que entrassem no primeiro quarto.

   - Salguem as janelas e a porta – Advertiu – Não confio tanto na lenda de que todos estão no Inferno, talvez ainda tenha algumas almas vagando por aqui. – Apontou um quarto um pouco antes das escadas – Aquele é o banheiro, tem uma ducha de água fria tirada de um rio aqui perto. Acho que não precisam mais saber de nada, certo?

    - Nossa, sabe de muita coisa daqui! – Exclamou Sam

    - Tive tempo para conhecer – Sorriu em resposta, entrou em seu quarto e pegou um pote de sal no bolso da calça – Precisam?

    Dean negou com a cabeça e entrou em seu quarto, despejando a mala em cima de uma das duas camas com a madeira desgastada. Sam foi logo atrás do irmão, se despedindo da garota.

    - Confia nela? – Perguntou assim que fechou a porta.

    - Ela é bonita – Deu de ombros – Mas não confio nem um pouco, tem algo nela... Algo que ela está escondendo. Talvez possamos falar com Castiel quando ela dormir, ele pode nos falar se podemos ou não confiar, se a história é verdadeira...

   - Dean, ela não é caçadora – Afirmou Sam – Não acho que você deveria ter aceitado o caso, poderíamos ter dado uma desculpa para o Cass de não termos terminado o trabalho.

   - Vamos falar com ele, ta bom? – Dean quase gritou, mas se censurou quando lembrou quem estava no quarto ao lado – Quando ela dormir nós vamos chamá-lo, é simples. Agora quer calar a boca um pouco?

   - O que aconteceu? – Sam sorriu

   - Nada, agora que tal me deixar em paz? Dirigi muito, quero descanso... Porque não vai procurar alguma de útil nessa vila? Alguma coisa que ajude? – Respondeu Dean, rígido.

   - É a garota?

   - Porque seria? Eu só não gosto daqui, esse lugar tem tantas vibrações ruins... – Sorriu – Acho que estou descontando em você, me desculpe, mas é que realmente não gosto daqui.

   - Quem é você e o que fez com meu irmão Dean? – Riu Sam – Desde quando você assume um erro e pede desculpas?

   - Ah, vai à merda! – Gargalhou

   - Mas em uma coisa você está certo, precisamos procurar alguma que ajude – Sam afirmou, pegando uma lanterna dentro da mala – Vou ver se acho algo, você fica aqui e descansa – Abriu a porta.

   - Tudo bem, mamãe – Sorriu – Não vou fazer nenhuma festa...

   - É sério

   - Vai ficar tudo bem, talvez eu fale com a garota depois, sabe, adquirir informações – Disse cheio de malicia – Tenho que me divertir.

   - Fique longe, Dean!

   Dean riu, e fez sinal para que o irmão saísse logo. Assim que ouviu os passos desaparecerem sussurrou o nome do anjo caído, tinha que falar com Castiel a sós, Sam com certeza ia atrapalhar se estivesse junto. Não demorou muito até que ele aparecesse no quarto.

   - O que foi? – Perguntou sem interesse

   - Porque me mandou pra cá? – Aumentou um pouco o tom de voz – Aliás, porque você vai me fazer trabalhar com essa caçadora maluca?

   - Caçadora?

   - É, uma caçadora! Porque? Não a conhece? A mulher misteriosa no quarto ao lado. Disse que te conhecia, que acha que esses desaparecimentos são obra de algum demônio.

   Castiel bufou, olhou diretamente no olho de Dean e soletrou as palavras com um ciúmes visível. Mas aquele ciúmes saudável, de irmão.

   - F-I-Q-U-E L-O-N-G-E D-E-L-A

   Logo depois sumiu, deixando as palavras no ar e um Winchester extremamente confuso. Ótimo, Cass não ia revelar o que estava tramando, apesar de nem mesmo ele saber que a garota estava com eles. Dean saiu do quarto e bateu na porta vermelha ao lado, esperou um pouco e uma garota de cabelos longos e loiros atendeu.

   - Ahn, oi? – Cumprimentou, surpresa.

   Ele já foi entrando, sem dizer uma palavra sentou na cama e fitou-a até que ela se sinta desconfortável.

   - Tem alguma duvida sobre o caso? – Perguntou, encostando a porta e sentando em uma cadeira velha um pouco longe da cama.

   - Não, só queria saber sobre você... – Abaixou os olhos – Nem sei seu nome – Inexplicavelmente baixou a guarda, todas as armadilhas montadas dentro de si caíram como se nunca tivessem existido.

   - Não precisa saber meu nome – Sorriu – Mas se quer tanto saber, é Katherine, mas pode me chamar de Kat – (lê-se Cat) – Mas alguma pergunta? Não que eu vá responder – Desafiou, brincando um pouco.

   - O que você é de Castiel? – Perguntou, ignorando a brincadeira.

   - Sou só uma amiga muito próxima – Levantou – Não quero falar sobre isso, Winchester, me desculpe... É um assunto particular. Minha relação com Cass não é das melhores. Só estou aqui porque, digamos, sou uma boa caçadora e serei muito útil nesse caso.

    Dean se levantou também, andando até Kat, que estava do lado da porta, convidando-o a se retirar do cômodo.

    - Posso perguntar mais uma coisa?

    - Só mais uma pergunta – Advertiu.

    Ele se aproximou da garota, perto demais, ela podia sentir sua respiração, ouvir seus pensamentos. As mãos do homem tremiam, a respiração da mulher era irregular. Os lábios de ambos tão perto, ambos tão confusos do que fazer. Dean abriu a porta lentamente, não deixando ela perceber o feito, subitamente se afastou alguns passos, mas ainda de frente para a garota, confusa.

   - Minha pergunta é: você sentiu alguma coisa? – Perguntou, sério.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem por favor, adoraria saber que alguém está lendo minha história =3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Quase Fácil" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.