Dirigi pela Rota 491 até um posto perto da uma pequena vila, Castiel tinha me enganado, não tinha absolutamente nada ali. Era apenas mais uma lenda que não tinha cidade ou local de origem. Mas porque Cass me enganaria assim? Porque diabos ele me mandaria para a antiga Rota 666? Talvez não seja totalmente mentira, talvez seja um caso de policia e isso me preocupa. Caminhei até um bar a beira da estrada, afinal, não custa nada tirar isso a limpo. Comecei a pensar em alguma desculpa de estar ali, em algum nome e profissão, mas não tinha nada de convincente o suficiente para conseguir uma história ou um relato bom o bastante para tornar isso um caso oficial. Droga!

   Deus, o cheiro de bebida era insuportável, a construção caindo aos pedaços. No fundo do cômodo avistei um homem tão velho quanto a própria Rota 491, ele limpava incessantemente um copo aparentemente já limpo. O lugar parecia uma grande adega de vinhos raros, se minhas contas estão certas daria um bom dinheiro se os vendesse. Pigarreei.

   - Olá, sou uma repórter de um blog famoso na Europa, nós estamos interessados em saber todas as lendas daqui. Será que pode nos revelar algo? Por mais insignificante que seja? – Sorri.

   - Castiel? – O senhor sussurrou, assustado.

   Fiquei em silencio por alguns segundos, então não era apenas uma lenda. Era real, aconteceu de verdade. Estava sem reação.

   - Não. – Me aproximei do balcão – Mas ele me mandou aqui, o que sabe sobre a Rota? Por favor, é importante.

   - A batalha final está próxima. – Ele começou a limpar mais freneticamente o copo ainda em suas mãos - O Portão será aberto. – Começou a aumentar mais o tom de voz, quase gritando – O Fim acabou de começar – Mudou drasticamente o volume de sua voz, dando lugar a um sussurro sombrio e ameaçador, logo depois o senhor desapareceu no ar, sobrando apenas o copo agora incrivelmente sujo. O cheiro de enxofre inundou o ar, assim como as chamas que já estavam queimando todo o bar. “Bem vindo ao Apocalipse”.