PDV Perseu Jackson

- Por que eu estou fazendo isso mesmo? - perguntei de novo.

- Porque – falou Zeus, num tom grave - Você só fica por aí sem fazer nada. E querendo ou não, seus deveres como deus te diferenciam de nós, deuses Olimpianos. Você tem um dever para com o Acampamento...

- Por favor, e o que vocês fazem? - interrompi sarcasticamente, decidindo ignorar a segunda parte de sua resposta. Zeus semicerrou os olhos.

- Perseu, não abuse da minha paciência. Eu estou te mandando pelo Acampamento porque eu quero, isso é suficiente para te fazer obedecer?

- Ah, então não tem um motivo de verdade? - pressionei. Ele respirou fundo.

- Percy, por favor. - eu voltei o olhar para meu pai, que sentava em seu trono parecendo cansado. - Só vá.

- Não! Eu não quero voltar para lá! - argumentei. - Olha, pensem comigo. Eu sou um deus, certo? O Olimpo é a casa dos deuses, portanto eu de-

- Perseu! - uma voz estrondosa interrompeu minha fala. O deus da guerra entrou no salão, com uma expressão mortífera direcionada para mim, mas mesmo assim eu tive que segurar o riso. Por quê? Ele estava completamente molhado, com algas espalhadas por todo o corpo, inclusive uma azul que parecia sair de seu ouvido.

- Boa tarde, Ares. - falei, na voz mais séria que consegui.

- Boa tarde? Boa tarde?! Não se atreva a fingir que não sabe exatamente o que aconteceu, pirralho! - gritou, pegando sua espada. - Eu vou dar um fim nas suas palhaçadas, de uma vez por todas!

- Ares! - meu pai e Zeus gritaram ao mesmo tempo. Eu balancei a cabeça.

- Sabe, tio, por algum motivo aquela sua oferta ficou mais atraente agora. Eu acho que vou indo. - comentei, antes de me desmaterializar dali.

- Não me chame de tio! - foi a última coisa que ouvi de Zeus.

Em questão de segundos, apareci no meu palácio – é, agora eu tenho um palácio. Meu lugar favorito no mundo todo, já ultrapassara o Acampamento há meses. Não prestei muita atenção nos meu arredores, me dirigindo para o jardim.

- Ryuu? - chamei. Três segundos depois, ele pousou na minha frente, olhos vermelhos brilhando. Pousei a mão no pescoço dele. - Bom garoto.

Ele rosnou, feliz. Ryuu era um autômato que Hefesto fez, a meu pedido. Sendo o deus dos dragões, achei que seria legal ter um dragão para chamar de meu. Mas com o passar do tempo (alguns dias, na verdade) percebi que levar um dragão gigantesco para todo lugar tinha seus defeitos, então desisti da ideia e encomendei um autômato.

Pedi para Hefesto fazer com que ele tivesse um... Sistema de expansão, por assim dizer. Querendo dizer que eu podia montá-lo como um dragão normal (o que seria sua forma Alfa), e no momento que chegasse a meu destino, eu podia transformá-lo num dragão do tamanho de um cachorro (forma Beta), ou ainda, do tamanho da minha mão (Gamma), dependendo do que eu quisesse. Eu não sei como ele conseguiu fazer isso, mas eu suspeito de que ele teve ajuda de Hécate.

- Hora de ir, rapaz. - falei, subindo nele. - Acampamento Meio-Sangue, aqui vamos nós.

Ele se balançou um pouco e se tensionou, abrindo as asas e se lançando no ar. Então ele desceu a uma velocidade inimaginável, e em questão de minutos, pousou no meio do refeitório lotado.