Nar. Lea

Tudo dera certo e agora eu quero ir lá e ressuscitar Elijah. Katherina me perguntou aonde eu ia, já que estava me dirigindo a porta.

-Esta na hora dos Hughes voltarem a ativa. -ela se dirigiu até a porta ao meu lado.

-E é você que vai fazer isso? Sozinha? Nunca.- sorri tímida e destranquei a porta.

Saímos e de novo a tensão tomou conta de nós.

-Vamos de moto ou você vai me deixar arrumar um carro por aí? - nossa amizade era assim, quando uma esta mal, a outra sabe como fazê-la rir, como as melhores amigas do mundo. Eu sentia como se fosse privilegiada por ter os melhores amigos do mundo e agora iria salvar um deles. -Vou arrumar um carro!

Em questão de segundos ela apareceu com um corsa na rua e eu entrei no carro. Tentamos nos distrair com conversas a viagem toda e chegamos ao porto onde havia um grande navio. O carro parou e meu coração acelerou como se voltasse a bater.

-É aqui. Stefan está com eles. -observei o navio que deveria partir em breve. Então era isso, Klaus iria embora sem me avisar, sem dar um adeus. Talvez fosse isso que ele quisesse me dizer ontem no bosque...

-Vamos pelos fundos.

Descemos do carro e corremos até o cais. Com muito cuidado pulamos para dentro do navio. A adrenalina tomava cada vez mais conta de mim, agora misturada com raiva e dor. Paramos do lado de fora, a lua estava prateada e o céu negro sem estrelas, o vento gelado dava tapas em nosso rosto.

-Eu conheço esse navio, já vim aqui e não me pergunte como, porque e onde, não temos tempo. -todo o humor da viagem se esvairou de seu rosto.- Klaus separa os irmãos por sexo. A sala da direita é das meninas e da esquerda dos garotos. Eu salvo os garotos e vocês as meninas. Ele vai estar entretido com Stefan e não vai nos perceber. Quando todos estiverem vivos novamente nós atacamos e tomamos o navio, e salvamos os dois Salvatore de uma vez. A cura já deve estar com Damon.

-E, bom, isso pode acelerar o "renascimento" deles. Mandei Ronaldo preparar para mim a alguns dias atrás. -eram dois pequenos frascos, os quais ficaram um para mim e outro para ela.

Nos demos um ultimo abraço como de despedida e uma lágrima correu involuntariamente por meus olhos.

-Kath, muito obrigada por tudo, você foi a melhor amiga do mundo.

-Você também é a melhor amiga do mundo e nada vai acontecer, isso não é uma despedida. Vamos? Temos cinco originais para arrancar adagas do peito.

Novamente sorri enquanto outra lágrima corria por meu rosto. Entramos silenciosamente nas salas e respirei fundo fechando os olhos. Era tão estranho tudo isso, como se eu sentisse que minha vida acabaria ali... Não me arrependo de nada que fiz, não me arrependo de ter me apaixonado pelo dois caras mais... mais... mais fantásticos desse mundo. Porque estou pensando isso? Nada vai acontecer, os Hughes vão voltar e tudo vai ficar bem, espero.

Peguei um caixão e o puxei, era Tamara que eu iria tirar a adaga primeiro. Me lembrei dos risos e brincadeiras que a gente costumava dar no jardim da casa deles e mais uma lágrima correu por meus olhos. Eu não sabia ao certo o porque estava chorando, mas todas as lembranças passavam por minha mente e parecia que aquele era o fim...

Até que senti uma presença estranha e me virei repentinamente, após ter retirado a adaga do coração de Tamara. E senti meu coração ser retirado de meu peito, a escuridão me tomar e a vida se esvair de meus olhos, pela última vez.

Nar. Katherina

-Katherina? -Elijah acabava de acordar e olhava para o meu rosto com uma certa confusão por me ver ali.

-Shh!! - coloquei o dedo em minha boca em sinal para que não fizesse muito alarde. Até que ouvi um grito vindo da sala ao lado. Era Lea, ela havia gritado e eu estava preocupada com isso. -Lea!!!

Fui até a porta da sala em que ela estava e ali, naquele chão, caída, e com um coração ensanguentado ao lado. Isso era horrivel e eu estava paralisada. Quem será o monstro que fez isso? Não, Klaus não pode... eu vou matá-lo, juro por tudo na minha vida.

Agora a única coisa que eu conseguia fazer era ir até seu lado e chorar, um choro compulsivo como se ali estivesse uma parte de mim. Elijah se ajoelhou ao meu lado e eu enterrei minha cabeça em seu peito, chorando cada vez mais. Elijah, meu amigo que eu aprendera a ver como um pai. Lea tinha razão, ele era o pai de qualquer vampiro que quisesse.

Nar. Klaus

Um grito. Um grito feminino que eu conhecia muito bem. Ela estava aqui e eu corri até a sala onde haviam os caixões das minhas irmãs.

O corpo de Lea estava no chão e ao seu lado um coração. Katherina levantou o rosto do peito de Elijah e olhou em meu rosto com ódio e repulsa.

-Seu desgraçado, porque fez isso com ela? - parece que havia se esquecido que estava tentando bater em um original e correu para mim com os olhos vermelhos de raiva, tentando me atingir com rápidos e pequenos socos, os quais me desviei sem nenhum problema e me dirigi até Lea.

Ela estava morta e o que nunca aconteceu antes ocorreu: uma lágrima correndo por meus olhos e caindo sobre as lábios dela enquanto a pegava no colo, imóvel, gelada, inerte e deformada. Mesmo assim linda.

-Não fui eu que a matei.

-Há, mas é obvio que vai negar, não é? Quer saber? Pode me matar se quiser, eu não ligo. Vai, me mata! Eu já perdi as minhas duas amigas e agora estou te enfrentando, porque você matou ela! Já não tenho mais medo da morte...- ainda me encarava e eu apenas continuei olhando para o rosto de Lea em meu colo.

-Eu não vou te matar, não fui eu que a matei, e eu poderia muito bem arrumar mais um caixão, colocá-la dentro e levá-la comigo, mas... -meu Deus, o que eu estava fazendo novamente? Lea me deixa desse jeito, ela me faz fazer coisas que eu nunca faria. A entreguei para Elijah e acho que ele entendeu. Sibilou algo e sumiu. Logo Katherina saiu também.

Eu prometo que nunca mais me apaixono, e nunca mais faço coisas que eu fiz por ela, porém não me arrependo de nenhum momento que passei com ela.

Aquela voz de prata dançava pela minha mente como as lembranças:

"-Sim, Klaus, lhe devo explicações, como você me deve também.

Me encarou e ficamos assim por um curto segundo, depois, meio que em câmera lenta, a peguei pela cintura e nos beijamos. Eu nunca havia me esquecido do gosto daquele beijo, e aquilo me rescendeu por dentro."

"-Ai, que susto!

-Não tente esconder o que é belo, querida.

-Não chegue mais perto, Klaus.

-Você sabe como essa situação vai acabar.

-Eu avisei."

"-Olá, Klaus. Se lembre de me amarrar com mais força da próxima vez.

-O que faz aqui?

-Vim negociar minha liberdade.

-Como?

- ' Você sabe como essa situação vai acabar.' "

Tudo é passageiro, tudo muda. Por mais difícil que seja superar essas mudanças nós temos que aceita-las por que elas fazem parte da vida.

Nar. Isabela

Me encontrei com Maddox na estrada perto do bosque.

-Você foi maravilhoso.Ela está morta, mas agora falta a humana, ela deve passar por aqui em mais ou menos 5 minutos. Vá para dentro do bosque e espere que eu a leve para lá, vamos acabar com ela juntos. -sorri. Estava radiante por dentro, parecia que vivia em um sonho.

Ele apenas fez que sim com a cabeça e desapareceu para dentro do bosque. Eu esperava pacientemente atrás de uma árvore à beira da estrada quando a vi passar lutando contra o frio.

-Meredith! -ela se virou e eu a olhei sorrindo. -Prazer, sou Isabela, irmã de Ronaldo.- ela parecia confusa, e isso significa que iria cair como um patinho no meu plano.

-Ronaldo não me disse de você...

-Isso é bom, já esta tarde e eu posso te acompanhar para casa?

-Minha cas... - a interrompi antes que pudesse terminar a frase.

-Legal, a gente pode ir pelo bosque! -a peguei pelo braço. -Venha.

Andamos um pouco pelo bosque até fazer com que ficássemos em um lugar onde ninguém poderia ver nem ouvir o que se passava por lá. Ela continuava andando e eu parei. Assobiei e ela me olhou como se descobrisse que havia caído em uma cilada.

Maddox apareceu por trás dela e ela agachou com as mãos na cabeça, urrando de dor. Me posicionei em sua frente, de modo que a olhasse bem de frente.

-Vai se arrepender de ter se metido com o meu irmão...- ela levantou a cabeça e abriu os olhos. Me assustei. Seus olhos haviam ficado prateados! E eu apenas consegui falar:

-Um anjo...