Uma Nova História, Um Novo Destino escrita por Hawtrey, Ma Argilero


Capítulo 19
Um dia movimentado....


Notas iniciais do capítulo

Mil perdoes pelo atraso novamente, mas é que estou realmente sem tempo. Mas espero que gostem!



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Depois de ter aquela vista maravilhosa e nada confortante dos dragões, sonhei que era torrada por um deles! Que ótimo! Tomara que eu não seja capaz de ver o futuro por meus próprios sonhos ou estarei ferrada. No dia seguinte à essa tranquila noite, eu tinha que ir conversar com o Snape, como eu havia prometido. E agora, aqui estou eu me preparando para encara-lo e receber uma bronca da Aira por estar brigada de novo com o Snape.

— Samantha, seu pai mandou isso — chamou Jenni me entregando um pergaminho enrolado com uma fita preta.

            Eu olhei para o pergaminho, desconfiada, será que a conversa seria tão cedo? Decidi ler de uma vez:

“Filha,

Como você mesma prometeu, irá ter uma conversa séria comigo, para explicar algumas coisas. Conversei com Dumbledore e ele concordou em te deixar livre das aulas pelo resto do dia e eu vou estar livre na maior parte do dia. Então me encontre em meus aposentos depois do café.

                                                        Seu pai.”

— Oh meu Merlin! — exclamei ao acabar de ler. Ele fez mesmo isso?

— O que foi? O que tá dizendo ai? — quis saber Jenni curiosa.

— Ele pediu para o professor Dumbledore me liberar de todas as aulas de hoje, só para conversar comigo — respondi pasma.

— Admito que quero muito um pai desse, mas porque está tão pasma?

— Não consigo esconder nada do meu pai se estou com ele durante poucos minutos, imagine o dia todo com ele! Vou acabar contando todo o futuro!

— Pensa no lado positivo: vai servir como um teste.

— Jennifer!

— Ok. Ok. Então vai logo comer alguma coisa antes que ele ou Aira venham aqui te buscar.

Corri até o salão principal, sem o uniforme, a atraindo os olhares invejosos de alguns e sentei ao lado de Jon, recebendo um olhar mortífero do meu pai.

— Você ainda vai fazer ele me matar — sussurrou Jon percebendo esse olhar.

— Esse é o objetivo — sussurrei de volta, fazendo ele me olhar assustado.

— Qual é Jon! Não seja tão medroso — impliquei rindo.

— Não sou! — guinchou ele atraindo olhares e se arrependendo depois, sussurrando — Mas tenho amor a minha vida e não quero perde-la tão cedo.

— Então acho bom segura-la bem firme, pois quando sairmos de Hogwarts, estaremos sozinhos e desprotegidos — alertei.

— Sei o perigo que corremos ao sairmos daqui e sei que se escaparmos dessa, ainda teremos mais uma grande guerra pela frente. Mas não importa em quantas almas Voldemort esteja dividido, não vou deixa-lo matar nenhum dos meus amigos! — sussurrou Jon com certa fúria na voz direcionada a ninguém mais que Voldemort.

Eu estreitei os olhos, desconfiada, e ele logo se arrependeu de ter explodido por causa de Voldemort. Ele sabia que tinha falado demais e eu sabia que tem tinha algo mais por trás disto. Será que é o que estou pensando? Mas me disseram que eu era a única.

— Jonathan... Como-

— Não é nada, eu só falei demais.

— Mas-

— Mas nada, eu vou indo agora — nervoso, Jon rapidamente pegou suas coisas e saiu, mas antes dele atravessar as portas eu gritei:

— JONATHAN ESPERE!

— O que foi?

— De um jeito ou de outro você vai ter que me contar, se não for por bem...vai ser por mal e esse é sempre mais difícil...

Ele não me deu ouvidos.

— Tudo bem Jon, já que você quer o jeito mais difícil... — ele recuou quando eu saquei a varinha e as pessoas ao meu redor arfaram, mas meu objetivo não era machuca-lo, e sim testa-lo — Quero ver o quanto você sabe.

Passei direto por ele, e fui em direção a Torre de Astronomia. Minha hipótese é que Jon conhece o futuro assim como eu. Então eu vou fazer um teste só para ter certeza... Como eu já sabia, Jon me segui curioso e temeroso ao mesmo tempo, ele me conhece, sabe que quando a situação é grave e estou muito calma, é por que vou aprontar alguma coisa que geralmente pode me matar, bom... nesse caso não era tão diferente, mas nesse eu pretendo ficar viva, pois ainda tenho muitas vida para infernizar, incluindo a dele, mas que havia uma grande chance de eu morrer, há isso havia.

Percebi que Jon não estava sozinho, atrás dele estava Aleny e atrás dela estava Malfoy. Eu não sei o que ele estava fazendo ali, mas eu não podia parar. Comecei a subir a torre e também comecei a ouvir Aleny e Jon me chamarem, a voz os entregava, eles estavam preocupados com a real chance de eu me suicidar, Aleny até ameaçou chamar Dumbledore e meu pai, minutos depois escutei a voz apreensiva de Aira.

Quando finalmente cheguei ao topo, olhei bem ao redor e comecei a passar para o outro lado da grade que impedia as pessoas de caírem livremente, passei primeiro uma perna e depois outra e em seguida já estava sentindo as rajadas do vento frio em todo o meu corpo, sentei na parte mais grossa da grade como se estivesse sentada em um balanço no parque, confesso que não sou muito fã de altura, mas era só não olhar para baixo...

— O que pensa que está fazendo? — Jon exigiu saber.

Graças a ele, eu quase cai de vez daquela maldita torre, o olhei com raiva e percebi que sua expressão demonstrava medo, espanto e hesitação, como se ele não quisesse chegar muito perto, pensando que eu iria me jogar com tal ato (é bom saber legilimência né?) Eu passei a olha-lo naturalmente, como se fosse a coisa mais comum eu estar ali. Quando os outros chegaram, ganharam a mesma expressão que ele, até mesmo Malfoy que ficou muito parecido com um fantasma, se bem que Aleny parecia mais apavorada.

— Saia dai agora Samantha! — ordenou ela.

— Qual é Aleny, só quero ter uma conversinha com Jon — brinquei sabendo que agora eu estava muito parecida com uma louca de verdade.

— Podemos conversar o quanto quiser se você sair dai — Jon apressou-se a dizer.

— Vamos Sam, não faça uma besteira, volta pra cá, por favor — pediu Aira.

— Sinto muito Aira, mas eu quero que Jon me conte a verdade.

— Que verdade!? — apavorou-se Jon tentando chegar mais perto.

— Chegue mais perto e eu me jogo — ameacei, fazendo-o parar.

— Olha Snape, posso não ser seu amigo, mas também não estou a fim de ver você morrer — revelou Malfoy.

— Mas eu te considero como um amigo, apesar de você ser um sonserino detestável — falei sincera.

— Sério?

— Sério.

— McLister conte a ela o que quer que seja, não quero ver minha nova amiga morta.

Eu ri suavemente e me direcionei a Jon:

— Quero que me conte como sabe daquilo que me falou lá no salão.

— Não é importante.

Fiquei em pé.

— Não faça isso!

— Então me diga!

Ele pareceu pensar um pouco.

— Eu escutei uma conversa sua e de Aleny.

— Você não consegue mentir pra mim.

Me inclinei mais para a frente.

— NÃO! — eu parei e o encarei. Jon respirava com dificuldade, enquanto todos o olhavam com certa raiva e confusão ao mesmo tempo — Tudo bem, eu conto, eu conto. Mas só se você sair dai.

— Só saio quando você me disser!

— Mas só vou dizer se você sair!

Me segurei apenas com uma mão.

— OK.OK. EU FALO.  

— Então conte de uma vez!

— Eu-Eu sou que nem você. Eu lembro da história inteira, do que vai acontecer, das mortes, tudo... Do futuro inteiro, assim como você.

Ah meu Merlin! Eu sabia! Tudo se tornou tão nítido desde do momento em que ele disse da partes em que Voldemort é dividido.

— Eu sei de você... — terminou ele me fazendo encara-lo e em seguida olhar para o horizonte.

Ele sabe que eu não vou passar da guerra, que vou morrer.

— Se sabe, então devia me deixar pular logo e adiantar o inevitável... — sugeri sem encara-lo.

— Ainda não está na sua hora, você ainda tem muitas vidas para infernizar... Incluindo a minha — garantiu ele, rindo suavemente.

Eu ri também, ele usou a mesma frase que eu havia usado momentos antes.

— Agora vai sair? — certificou-se ele.

— Vou sim, não vai se livrar de mim tão cedo — confirmei rindo.

Entretanto, quando me posicionei para sair, acabei escorregando e gritando ao mesmo tempo.

— JONATHAN! — chamei enquanto tentava segurar melhor na grade.

Estar a centenas de metros do chão, segurando-se apenas com as mãos, não era um momento muito bom.

Todos correram para tentar me segurar.

— SEGURE A MINHA MÃO — mandou Jon estendendo uma das mãos.

Tentei segura-la, mas tanto como a mão dele, como a minha, estavam suadas e no momento em que eu a segurei, ela escapuliu, me dando o maior susto sendo suspensa com apenas uma mão.

— VAI TER QUE SOLTAR UMA DAS MÃOS — respondeu ele.

Eu neguei freneticamente. Nem pensar que eu ia soltar a outra mão, e se ele me deixasse cair?

— Confie em mim — suplicou tentando me alcançar. Eu olhei, algumas vezes, da minha mão que segurava na grade, para a mão dele.

“Confie nele filha...”, ouvir minha mãe dizer.

Droga! Se eu morrer por causa dele, volto só para leva-lo junto comigo!

Sem outra escolha, com grande rapidez segurei na mão dele, que ainda estava escorregadia.

— NÃO SOLTE! NÃO VOU DEIXA-LA CAIR!

— EU ESPERO! OU TE LEVO JUNTO!

Ele me segurou com mais força, dessa vez com a ajuda de Draco e Aleny que tentavam me puxar pelo braço. Quando me puxaram o suficiente, pisei na grade e me empurrei para dentro, caindo encima de Jon.

— Desculpe — pedi me empurrando para o lado.

— Tudo bem.

Levantei-me e encarei o céu limpo.

— Brilhante! Vou querer fazer de novo qualquer dia desses — exclamei. Mas no momento em que encarei Jon, percebi que tinha feito a coisa errada. Ele me olhava com certa raiva no olhar, sua expressão estava dura, como se estivesse se preparando para brigar, isso não é um bom sinal. A expressão dos outros não eram melhores, mas definitivamente a dele era a pior.

— Jon...

— Me prometa que nunca mais vai fazer isso — exigiu ele se aproximando perigosamente.

— Por quê?

— Me prometa.

— Jon... calma. Eu prometo.

— Não está sendo sincera.

— Sim estou.

— Não, não está.

Em seguida sai correndo, com medo do que ele poderia fazer. Pois ninguém merecia os atos de Jon quando ele está com raiva e eu acho que ele está, pois me seguiu correndo. A maioria dos alunos já estavam indo para as suas devidas aulas, mas pararam para ver mas uma “briga” nossa. Eu nem tentei acalmar Jon, pois eu já estava sem folego e ele é jogador de Quadribol, o que significa que se eu parar por meros segundos, ele vai conseguir me pegar, o que não seria bom.

A ironia sempre está presente na vida não é mesmo? Geralmente sou eu que corro atrás de Jon para castiga-lo, mas dessa vez era ele que estava correndo atrás de mim! Eu já tinha dificuldade de me desviar de tanta gente, já Jon parecia expert nisso. Muito cansada não consegui me desviar de Luna que parecia alheia ao mundo. No mesmo instantes Jon me prendeu em seus braços e caímos na margem do lago negro.

— Ah que ótimo! — reclamei irônica.

Jon colocou uma perna de cada lado do meu corpo e apertou meus pulsos contra o chão, na altura da cabeça.

— Quero que me prometa que nunca mais vai tentar se matar!

— Ah fala sério! Isso é querer demais!

— Me prometa!

— Não posso!

Ele apertou ainda mais meus pulsos.

— Saia dai garoto — ordenou Snape.

— Um minuto professor.

Ele desobedeceu meu pai?

— Samantha, é simples: só me prometa, que seja lá o que eles façam, nunca mais repita aquilo — ordenou, onde eles se referia à Crouch e Voldemort.

— Mas-

— Samantha, eu te conheço melhor do que ninguém e sei do que você é capaz de fazer quando está sobre pressão, então me prometa que nunca mais vai fazer aquilo, nem mesmo tentar,

Ele estava bem mais próximo do que o costume, até podíamos sentir a respiração um do outro. Olhei bem fundo dos olhos castanhos dele e vi o que ele realmente sentia naquele momento: preocupação. Ele estava preocupado comigo, isso não é muito comum, apesar de sermos amigos.

— Eu prometo.

Ele respirou aliviado.

— Se...

Ele me olhou indignado.

Eu respirei profundamente, tentando conter o raro e insensato desejo de abraça-lo. Por Deus! O que estava acontecendo comigo!?

— Se você prometer que não vai me esconder mais nada.

— Sem nenhum segredo?

— Exato.

— Tudo bem, eu prometo e você?

— Eu também. Agora saia de cima de mim antes que Snape te azare e você fique em pedacinhos.

Ele rápida e nervosamente saiu de cima de mim, olhando em volta e se certificando de que ainda estava vivo e em seguida ficou me encarando confuso e questionou:

— Não vai levantar?

— Estou sem folego pra isso — brinquei.

Jon riu e ofereceu ajuda para eu levantar, aceitei sem questionar e tratei de mudar de assunto diante de meu pai:

— Então professor? Já podemos conversar?

— Claro, me acompanhe.

Snape saiu apressadamente e tratei de acompanhá-lo.

— Explique aquela cena no lago — ordenou ele abruptamente.

— Jon só estava me forçando a prometer uma coisa...

— E que coisa seria essa?

— Nada demais, só fiz uma coisa que ele não gostou muito, mas esqueça isso por enquanto.

— Está bem, mas depois conversaremos mais sobre isso. Agora... vamos até Hogsmeade? Lá podemos conversar melhor.

Como?

— Está me convidando para um passeio de pai e filha?

— Não, de professor e aluna. É claro que é de pai e filha, não é a relação que temos? — ironizou Snape revirando os olhos.

— Sério?

— Parece que estou brincando?

— Não.

— Então vamos logo antes que eu me arrependa.

O sol ainda não tinha dado as caras até agora e parecia não querer aparecer, nem todos ligavam em ver o professor Snape e sua filha saindo do castelo, isso até chegarmos em Hogsmead, onde todos nos encaravam como se fossemos anomalias, eu até os entendia, pois é extremamente raro ver Snape fora de Hogwarts, e mais raro ainda ver ele e sua filha dando um pequeno passeio pelo povoado.

— Então? O que vamos fazer? — perguntem ao meu e ignorando os olhares.

— Primeiro vamos ao Três Vassouras e lá você começa a explicar algumas coisas — respondeu ele indiferente.

.

.

— Pode começar — ordenou papai enquanto tomava um gole de cerveja amanteigada e lançando ao redor um abaffiato.

— Vamos fazer o seguinte? Você pergunta e eu respondo com toda a sinceridade possível — sugeri.

— Como quiser. O que Bartô fez com Aira ontem?

— Ele a mordeu.

— Por que!?

— Por que ela pulou encima dele, quando o próprio tentou me levar à força para a sua sala.

Snape fechou os olhos, em sinal de que procurava manter a calma...

— Não entendo por que o aguenta...

— Sabe que não tenho escolha, não posso mudar nada nesse momento.

— Mas ele é perigoso, Samantha, entenda isso de uma vez por todas! Se ele tenta essas coisas enquanto ainda está disfarçado, imagina o que vai fazer quando decidir que o disfarce não será mais necessário!

— Eu tenho consciência do perigo pai, mas não posso fazer nada agora! O plano está praticamente formado, não posso altera-lo!

— Que plano?

— Não posso contar, mas deve saber que depois desse ano, o Mundo Bruxo não será mais o mesmo, coisas horríveis vão acontecer e nem mesmo Hogwarts escapará, muito pelo contrario, ela será o foco principal.

— E o que você está fazendo para mudar isso?

— Comecei tentando mudar coisas simples e acabei entrando no lugar de alguém que iria morrer, portanto eu o salvei, pelo menos por enquanto.

— Do que está falando?

— Quem quer que tenha colocado meu nome no Cálice, planejava me matar, mas acabou me ajudando. Cedrico era o campeão de Hogwarts e não eu, mas se ele entrasse nesse Torneio iria morrer.

— De que forma?

— Voldemort mandaria Rabicho mata-lo.

— Isso quer dizer que você vai morrer no lugar do Digory? — questionou meu pai arqueando a sobrancelha.

— O que o senhor acha?

— Que não. Só me confirma o motivo.

— Para muitos sou tão famosa quanto o Harry, talvez até mais, contudo, Voldemort já deve está atualizado sobre as noticias, então ele deve saber quem eu sou, o que eu sou e de onde eu vim, e já deve me considerar muito valiosa para morrer.

— Vai considerar você mais perigosa que o Potter, vai fazer de tudo para você ficar ao lado dele. Uma aliada desse tipo e o Lord das Trevas pensará ser invencível em uma guerra, pois vai poder usar o futuro a seu favor. Vai precisar ser muito cautelosa e não caia nas armadilhas dele.

— Armadilhas não serão necessárias, vou me aliar a ele antes que pense em ameaças.

— O que!? Ficou maluca? Não pode se aliar ao Lord das Trevas! E sua missão? Não vai cumpri-la?

— É claro que vou pai. Mas como vou fazer isso se não sei exatamente o que Voldemort planeja?

— Não fale o nome dele!

— Os planos dele podem mudar e minha missão pode ir por alguma a baixo se eu não souber com o máximo de detalhes o que ele planeja.

— Então vai se tornar uma Comensal da Morte?

Eu hesitei. Tornar-me uma Comensal não é o planejado, mas se isso for preciso para garantir o fim de Voldemort, eu me torno uma com prazer... eu acho.

— Isso ainda não está decidido... — respondi quase sincera.

— E espero que nunca aconteça, pois acabou com a minha vida e não quero que acabe com a sua — ele retrucou com amargura.

— Pai, quero que tenha a consciência de que vou cumprir minha missão e salvar o máximo de pessoas possíveis, isso é uma promessa que fiz a todos e ao Conselho e vou cumpri-la, mesmo que isso signifique minha morte.

— Acho que você consegue e continua com vida, mas há algo mais que você não me contou, seu maior objetivo aqui, um objetivo que serve como uma motivação para você continuar... — deduziu ele me encarando profundamente.

Fechei os olhos em busca de alguma resposta que pudesse me salvar e não me forçasse para contar a verdadeira resposta, mas minha mente estava vazia, o jeito era enrolar:

— Quero interferir em uma morte que acho muito injusta, e que fiquei muito triste ao saber dela... Toda vez que penso em desistir, eu penso nessa pessoa e digo a mim mesma que ela não merece a morte, seu passado pode ser o mais obscuro possível, mas mesmo assim ela não merece o que o próprio futuro guarda e essa pessoa fez tanta coisa boa, ajudou a tantos...

— E quem é essa pessoa?

— Não posso dizer.

— Homem ou mulher?

Suspirei cansada, que cara teimoso!

— Homem.

— Tem alguma relação com ele?

— Ora, assim já quer saber demais! — exasperei.

— Você sabe que não vai conseguir fazer mudança alguma no futuro sem ajuda, não é?

— Sei... mas ainda não está na hora de todos saberem, entretanto, posso revelar aos poucos, como fiz com o senhor ao contar da morte de Cedrico.

— A guerra vai ser de que forma?

— Um desastre, um caos só, marcado por um derramamento de sangue inocente e por mortes injustas.

— E onde vai ser a “grande batalha”? O maior caos?

Eu o olhei atentamente... Não faria mal contar o lugar, faria?

— Sugiro que sempre olhe Hogwarts como se fosse a última vez...

— Em Hogwarts!? — indignou-se ele horrorizado.

— E onde mais seria? Um dia aquela escola serviu de lar para o Voldemort-

— Não diga o nome dele.

— É comandada pela única pessoa que ele tem medo e é onde seu maior inimigo estuda, sem falar que é o lugar mais seguro. Ele tem mais do que simples motivos para invadir Hogwarts.

— Está defendendo ele? — desconfiou Snape estreitando os olhos.

— Não! Mas não posso dizer que não o entendo e Harry também não!

— Do que está falando? O Lord das Trevas não teve motivos reais para fazer tudo o que fez e nada justifica suas ações!

— É logico que nada justifica, mas ele tem sim motivos, assim como Harry!

— Eles não podem ser comparados!

— É claro que podem! — repliquei sem ligar para a indignação dele — Tiveram o mesmo tipo de infância. Tom Riddle viveu por muito tempo em um orfanato onde todos o achavam estranho e perigoso, onde ninguém o aceitava e quando entrou em Hogwarts descobriu que era especial, um bruxo e a parti dai reconheceu os trouxas como seres inferiores, e os odiava intensamente. Mesmo em Hogwarts ainda era visto como um estranho, um mestiço sem família e Tom adora chamar atenção e não conseguiu naquele tempo, decidiu então deixar sua marca no mundo, fazer com que todos lembrem e temam seu nome.

— E o Potter? Ele é famoso, rico e recebe toda a atenção que quiser e mesmo assim não passa de um fedelho arrogante, egoísta e-

— Acha que ele gosta disso? — perguntei fazendo-o se calar — Acha mesmo que ele gosta de ser o centro das atenções? Ele nem mesmo sabe o por que de você o odiar tanto!

— Ele não demonstra nada disso.

— E desde quando repara no que ele faz ou sente? Nunca — repreendi fazendo-o prestar mais atenção na conversa — O senhor o vê do jeito que quer ver: uma cópia fiel de James Potter.

— E ele é! Exatamente igual, sem tirar nem pôr!

— Na aparência talvez, mas já ouvir falar que “Os olhos são as janelas da alma”? Isso serve muito bem para o Harry.

— O Potter não puxou nada de Lilian, em exceção dos olhos.

— E o senhor por acaso conviveu com ele para saber?

— Não é preciso.

— Então creio que já viu o Harry zombando dos garotos, os levantando no ar, correndo atrás de uma garota, sendo um arrogante, metido e que se acha o dono do mundo, não é? Então me dê apenas um exemplo disso.

Snape ficou em silêncio, claramente pensativo sobre as palavras em que eu praticamente joguei em sua cara. No entanto, não falei mas nada além da verdade, uma coisa que o papai precisava ouvir a muito tempo. Continuei:

— O Harry também pode ser comparada a mais uma pessoa...

— E quem seria esse azarado?

— O senhor.

— Não gosto desse tipo de brincadeira.

— Não estou brincando. O senhor acha que ele é feliz com a vida que tem? Acha que ele gosta de receber tanta atenção e acha mesmo que é ele que corre atrás de problemas só para aparecer nos jornais? Acha que ele gosta de carregar o peso e ser conhecido como “o menino-que-sobreviveu”?

Snape continuou em silêncio. Eu estava começando a ganhar...

— Muito pelo contrario pai. Toda vez que o chamam de “o menino-que-sobreviveu”, Harry lembra que ele sobreviveu e os pais não, do começo de todos esses problemas, e sabe o que ele pensa? Que se ele não tivesse vivido e não tivesse essa maldita cicatriz, nada de mal teria acontecido a ninguém, ou pelo menos ele não veria...

— Isso é egoísmo, muitas pessoas iriam morrer da mesma maneira, a diferença é que ele não veria.

— Ele sabe que é egoísmo, mas nem o senhor e nem ninguém consegue entender o que é ver centenas de pessoas morrerem por você e antes disso gritar para o inimigo: Eu sou leal a Harry Potter. Pessoas morrem todos os dias, simplesmente por serem leais a Dumbledore ou ao Harry, acha que ele gosta disso? Acha que se ele tivesse escolha, ele não trocaria de lugar com Neville?

— Tudo isso também serve para você e nem por isso você é igual a ele, ou pensa essas coisas — retrucou Snape teimoso.

— E quem garante que eu não penso exatamente isso? Tudo o que eu acabei de falar serve para nós dois — repliquei — A diferença é a nossa família: eu fui criada com amor e carinho, como se eu realmente fizesse parte da família Miller; enquanto os Dursley... eles nunca foram carinhosos com Harry, eles o deixavam com fome, sede, deixavam aquele porco que chamam de filho bater em Harry, a sorte é que ele sempre foi rápido, durante onze anos Harry aguentou gozações, brigas, culpas, castigos, punições graves, falta de alimentação, sem nenhum amigo, sem nenhum presente, sem ninguém e sempre aguentou tudo isso calado, pois se retrucasse era pior.

— Eu não imaginava que-

— Eu ainda não terminei — interrompi — E logo em que descobriu que era um bruxo famoso, ele até gostou, era uma fuga do mundo podre em que ele vivia, ele finalmente descobriu a verdadeira causa da morte dos pais e passou a odiar Voldemort, no momento em que ele entrou em Hogwarts foi que começou a ter uma vida de verdade, ganhou amigos e a escola se tornou o verdadeiro lar de Harry, então os problemas começaram: Quirrel carregando Voldemort, o maldito diário de Tom Riddle e a descobrir ser ofidioglota, Sirius e o desgraçado do rabicho, e nesse ano o Torneio, Harry ainda está no quarto ano, mas nunca teve um ano normal e garanto que nunca terá.

— Então eu devia ter pena dele?

— Pena não, mas pelo menos tentar entende-lo — sugeri sincera — Agora raciocina comigo: A única coisa que diferencia Voldemort de Harry, são as escolhas, mais e se Harry escolhesse ir para a Sonserina –o chapéu levou a opinião dele em consideração-, e se ele odiasse os trouxas – motivos ele tinha de sobra -, e se ele se tornasse amigo do Malfoy – uma boa pessoa ele não se tornaria -, ai as chances dele se igualar ao Voldemort seriam muito maiores, já que com certeza ele usaria a fama ao seu favor, coisa que o nosso Harry nunca fez. Então tenta parar de sempre implicar com ele, pois lembre-se o verão sempre vem e nesse dia Harry voltará para os Dursley, ou seja, para o inferno.

— Eu juro que vou tentar — jurou Snape muito sério — Além do mais, vou vê-lo de outra forma agora....

— E posso pedir autorização para fazer uma coisa?

— O que é?

— Posso contar a ele quem realmente você é? Por favor, por favor, por favor.

— Não mesmo, nem pensar!

— A qual é pai! É injusto p senhor saber quase toda a vida dele e ele não saber nada do senhor!

— Não vou permitir!

— Então só dicas! Eu só vou dar dicas à ele, ok?

— Bom... não tantas dicas, por favor.

— Ótimo , isso já basta!


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Notas finais do capítulo

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