Push escrita por Bea


Capítulo 3
III - It's gonna take the both of us




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Booth e Brennan desceram o elevador em silêncio. Ela via tudo muito claro e de modo óbvio. Buscava na memória por meios de condenar logo Neal Caffrey. Booth pensava em Neal, mas não como assassino. O Agente pensava seriamente como um ex-ladrão profissional pôde ter-se tornado uma das pessoas mais "confiáveis" do FBI.
- Sabe quem vai gostar de tudo isso? - Questionou Brennan, quebrando o silêncio.
- Sweets¹. - Booth responde automáticamente, poucos segundos antes da porta de abrir. - Sabe Bones, eu não entendo como o Agente Burke pode confiar em Caffrey.
- Talvez ele tenha mudado.
- Pessoas não mudam, Bones.
Brennan abaixou a cabeça e disfarçou o gesto arrumando o relógio no pulso. O Celular dela toca.
- Brennan.
- Ah, por favor, diga para mim que vocês vão trazer ele!
- Vamos sim, Angela. - Brennan abaixou o telefone, tapando-o com a mão enquanto se dirigia para Booth - Angela está contente que Caffrey vá conosco.
- Claro, ele é o maior ladrão de arte, não é o que a ficha dele diz? - Booth desligou o alarme do carro e entrou.
- Oi Angela, novidades?
- Ah sim, Fisher decobriu a causa da morte.
- Por que não é a Cam que está me informando isso? - Brennan também entrou no carro - Ela pode me dar mais informaçãos.
- A vítima teve rompimento da C1 com a C2. - Angela apena informou, ignorando a pergunta de Brennan - Ela teve a cabeça forçada para trás.
- Já fez a reconstrução da cena?
- Estou finalizando, só queria te passar a informação.
- Certo.
Brennan desligou e olhou para Booth, que encarava a rua com certa raiva.
- O que foi? - Ela perguntou.
- Não estou gostando da ideia de levar Caffrey. Viemos aqui só para não fazer ele tirar aquele localizador.
- Você realmente acreditava que ele ia conseguir um álibe ou alguma coisa assim?
- Não. - Ele olhou rápidamente para Brennan, mas logo voltou a olhar para a rua. - Ele é um solitário, Bones. Nunca queira ter uma vida como dele.
- Sou antropóloga, não ladra. Apesar de que eu seria uma ótima ladra.
- Eu sei, eu seria um ótimo ladrão também, não acha?
Os dois se olharam, aproveitando que o sinal estava fechado, e riram do que tinham acabado de falar.

Quando Booth e Brennan sairam da sala onde tinham conversado com Neal, Peter o fuzilou com o olhar. Neal prendeu a respiração meio assustado e tocou no seu chapéu que estava sobre a mesa.
- Neal, pelo amor de Deus. O que você fez agora? - Ele falou muito sério.
- Eu fiz nada, Peter. Você sabe disso.
- Neal, eu sei que vocês não matou essa garota, eu confio em você, mas é que...
- Que o quê? - Neal estava um tanto ansioso para ouvir o que Peter tinha para falar.
- Você me disse que tinha ficado o dia inteiro em casa.
- Quinta feira é o meu dia de ficar em casa, Peter. Não preciso ficar falando se eu fui à padaria ou não.
- Mais ontem você foi?
- Eu não sei, caramba! - Neal levantou-se e começou a andar de um lado para o outro. - Isso tudo é uma loucura, ta? Eu fiz nada, eu matei ninguém!
Peter soltou o ar e olhou para o relógio verificando que seu horário já tinha terminado à 20 min.
- Neal, sente-se aí e me conte tudo que você lembra do dia de quita feira.

A antropóloga e o agente do FBI viam-se novamente no silêncio em um elevador, enquanto subiam para o andar em que ficavam seus quartos, no hotel. A porta se abriu e os dois saíram juntos.
- Ainda acho que deveríamos ir para Washington hoje. - Dessa vez foi Booth quem quebrou o silêncio.
- Você quer? Eu posso dirigir um pouco quando você se cansar.
- Seria ótimo, mas acho que... Acho que vai ser bom para mim ficar um pouco longe de lá, você sabe, sempre as mesmas coisas...
- Isso foi irônico? Pois seu trabalho não condiz com uma cotidiado tedioso e repetitivo.
- Você não entenderia, Bones.
- Então me explique.
Brennan parou na frente dele, de braços cruzados. Ele a encarou por um instante e então a ignorou, andando em direção ao lado direito do corredo.
- Booth. - Brennan o chama.
- O que foi? - Ele para e vira.
- Seu quarto é para o outro lado.
Ela conteu o riso o máximo que pôde, mas quando o próprio Booth riu, ela ri.
- O que seria de mim sem você, Bones? - Ele passa por ela dando um leve cumprimento com a cabeça.
- Não deixe Sweets ouvir isso!

Brennan ficou observando Booth ir para o quarto e depois ela se encaminhou para o seu próprio.
Neal estava sozinho em casa, deitado no sofá da sala e no escuro. Pensava em como iria escapar dessa e como iria elaborar uma mentira. Não queria a ajuda de Mozzie. Não queria a ajuda de Peter. Os dois iriam oferecer diferentes ajudar, mas Neal iria recusar todas. A culpa era dele de estar sendo acusado de um assassinato. Respirou fundo e trocou de posição. Demorou mais meia hora para conseguir dormir.
Despertou com a campainha da porta. Não tinha ideia de que horas eram. A janela denunciava que tinham recém saído da madrugada. Neal se levantou e esticou os braços e então houve uma série de batidas na posta, ansiosas. Ele foi atender.
- Ow! - Ele piscou os olhos para ter certeza do que via à sua frente. - Elizabeth, eu estou... surpreso.
- Por que você não me contou?
- Eu não ia contar, tem nada haver com você.
- Claro que tem! - Ela falou entre os dentes, o empurrando para dentro e depois fechando a porta. - Eu estava com você no Jewtone na quinta passada!
- Calma Lizzie, você não será envolvida com a polícia.
- E acha que estou preocupara com a polícia?! - Ela começava a falar alto e Neal não sabia o que fazer. - É claro que você não matou ninguém, você passou a tarde comigo!
- Eu fiquei a tarde inteira com você aqui depois que viemos do Jewtone. Eu fiquei a tarde inteira em casa. Essa é a verdade.
- Neal, presta atenção no que eu estou falando! - Ela segurou o rosto dele em suas mãos, mas não carinhosamente - Se você perder o apoio de Peter, eles não vão nem investigar, eles te mandarão direto para onde você deveria estar.
- Eles não são assim. - Ele se desvencilhou das mãos de Elizabeth - Eu conversei com eles. Agente Booth e a Drª Brennan têm mais problemas do que o nosso "triângulo amoroso".
Neal fez as aspas com as mãos enquanto falava e se jogou no sofá. Passou suas mãos pelo rosto, exausto.
- Você sabe o que acontece agora... - Elizabeth falou, baixo, sentando-se ao lado de Neal.
- Sei. Eles me levam para Washington D.C. e eu vou ter que ser um bom mentiroso.
Elizabeth abaixou a cabeça e procurou a mão de Neal.
- O que nós fizemos é errado, é muito errado. Mas agora não dá para voltar atrás. Já está feito. E vou ter que concordar com você agora, não podemos contar ao Peter.
- Terei que pensar em algo perfeito. Posso não ter matado a mulher, mas posso ser detido por ter mentido em um depoimento de uma investigação federal. E você iria junto como cúmplice.
- Não fizemos nada de errado. - Elizabeth sussurra, inconformada. - Não nesse sentido.
Neal olha para ela e sorri de lado. O sorriso foi aumentando aos poucos e ele começou a rir. Ela o observou  com certa curiosidade, então o acompanhou na risada.

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Notas finais do capítulo

¹ Lance Sweets: Psicólogo do FBI que ajuda Booth e Brennan com perfis psicológicos de acusados e vitimas. Também é o "terapeuta" de Booth e Brennan. Sweets defente avidamente que Booth e Brennan são apaixonados um pelo outro. Os dois negam, apesar de já terem confessado esses sentimentos anteriormente em diferentes tempos/temporadas.

Queria lembrar que essa história passa no final de 2013. No caso de Booth e Brennan, ambas confissões foram feitas há um certo tempo. Booth em Abril de 2010 e Brennan em Julho (Mês de exibição do episódio [dezembro] + 7 meses em que eles ficam sem trabalhar juntos) de 2011. Nesta fanfic, Booth e Brennan não ficaram juntos, mesmo depois das declarações.



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