Eterno Amor

 Ed e Winry estavam mais uma vez sentados sobre a grama, recebendo diretamente os raios solares quentes da manhã. Ele abraçava a cintura dela e os dedos das mãos dos dois estavam enlaçados.
 -- Winry, você me ama? – não era uma simples pergunta, que um namorado faz pra ganhar um beijo. Ed estava sério e não encarava nada além das nuvens.
 Winry debruçou-se sobre o peito dele e encarou-o para entender o que ele queria saber. Ed baixou os olhos e fixou-os nos de Winry. Ele não sorria, mas suas feições estavam leves. Sempre foi difícil ler as expressões dele.
 -- Por que essa pergunta? – Winry deslizou a palma da mão pelo eito de Ed.
 -- Escuta – ele trouxe a cabeça dela e deitou-a sobre o peito. Winry ouviu o coração dele batendo forte. – Nunca fez isso antes.
 Ela sorriu pra ele, seu sorriso foi correspondido com as faces de Ed corando gravemente.
 -- Bate como se eu nunca tivesse vivido antes – ele disse, voltando a olhar o céu. – Então, você me ama?
 -- Se eu disser que sim, pode soar falso.
 -- Ah – ele respondeu tristemente.
 Winry levantou e puxou-o para que se levantasse também. Os dois foram andando em silêncio de volta pra casa. Não havia ninguém por perto quando os dois entraram, Winry segurou a mão de Ed mais forte e o fez subir as escadas e entrar no quarto dela.
 Ed sentou-se na cama de Winry e ela lhe empurrou um caderno no colo. Ed olhou-a interrogativo, Winry encarava os próprios pés com as faces coradas.
 Ele abriu o caderno e na primeira folha estava escrito com a letra dela pensamentos, lembranças e sentimentos de Winry Rockbell.
 Pelo caderno, Ed encontrou fotos dele com Winry e Al, folhas de árvores, flores secas, papéis de balas e bombons, uma foto em que ela pendurava-se no pescoço dele e lhe dava um beijo na bochecha, onde ele estava claramente envergonhado segurando a flor que ele encontrara antes. Encontrou figuras de guarda-chuvas e bolos em passagens da infância dos três, uma foto da boneca que ele e Al fizeram pra ela, tudo o que ela sentira quando os pais morreram, o dia em que Trisha morrera, quando Ed e Al foram estudar alquimia, o dia que tentaram reviver a mãe, quando fora embora e queimaram a casa, a carta que Ed lhe mandara contando que era um Alquimista Federal... E em todas as páginas no final tinha uma anotação sobre como Ed estava no dia. Quase próximo do fim tinha uma página pintada de cor-de-rosa, cheia de desenhos de corações aonde ela escrevera bem grande o dia que eles começaram a namorar.
 Ed fechou o caderno e pôs de lado. Segurou a mão de Winry, que permanecera em silêncio o tempo todo. Ele sentou-se mais perto dela, passou o braço por sua cintura e segurou seu rosto para beijá-la.
 -- Eu sempre te amei – ela sussurrou pra ele.
 Ed encostou-se na parede e os dois ficaram abraçados em silêncio, ele acariciando o rosto dela com as costas da mão, ela agarrada em seu pescoço.
 -- Eu quero te pedir uma coisa – ele disse, mais uma vez sério e ela o encarou, atenta. – Quero que me espere só mais uma vez.
 Winry não pareceu entender o que ele quis dizer, Ed beijou sua testa e abraçou sua cintura, fazendo-a deitar a cabeça sobre seu ombro.
 -- Al e eu iremos numa missão daqui três dias e não sei quando voltaremos.
 Ela fechou os olhos, entristecida, ele estava lhe dizendo adeus mais uma vez, de uma maneira estranha.
 -- Provavelmente ficaremos um bom tempo separados, Winry e eu não sei como vou suportar isso, por isso, quero que seja a última vez que espere que eu retorne aqui em Rezembu. Quando eu voltar, quero que se case comigo.
 Winry abriu os olhos surpresa, soltou-se do abraço dele e virou-se para encará-lo. Ed estava com um sorriso maroto no rosto, quase malicioso. Ela piscou os olhos várias vezes pra ver se não se enganara, se não estava sonhando.
 -- O que você me diz? Você aceita? Não me deixa na expectativa, Winry.
 Ela sorriu e balançou a cabeça afirmativamente.
 -- Que legal! – ele exclamou, como se estivesse falando de um passeio no lago. – Então, acho que você deve usar isto – ele tirou do bolso uma caixinha e a abriu, revelando um reluzente anel de brilhantes, que ele pegou e colocou no dedo de Winry, dando um beijo em sua mão e depois puxando seu rosto e dando-lhe um beijo intenso e profundo, apaixonado como uma jura de amor eterno.
 Winry pegou seu caderno, abriu na próxima página em branco e escreveu depois da data Sra. Winry Rockbell Elric. Ed pegou a caneta da mão dela e escreveu: para a dona do meu coração, o grande amor da minha vida, minha protética preferida e minha futura esposa. Edward Elric.