Made For You escrita por LolaPotter22


Capítulo 1
Capítulo 1




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Made for You

Tudo ainda estava muito confuso para ser compreendido, acontecera muito rápido, sem que ela conseguisse raciocinar. Mas dizem que isso às vezes acontece, quando se trata de amor.

Já era o sexto ano, e, para sua felicidade, era a monitora do ano, assim como Ron. A reunião com os monitores das outras casas fora surpreendente: Draco Malfoy era o novo monitor. Hermione nunca gostara de Draco, para ela, ele era só um garoto sonserino com ódio à vida.

- Pois é, Granger, vou ter que te aturar como monitora, mas só quero que não se meta na minha vida – cuspiu ele, o que fez com que o ódio que ela sentia aumentasse.

- Pode deixar, Malfoy, o dia que eu me aproximar de você estarei doente – devolveu na mesma moeda, jogando a bolsa por cima do ombro e saindo da sala da monitoria, batendo a porta.

Ele suspirou, observando por onde ela tinha o deixado. Hermione Granger não era a certinha chata que ele pensara que fosse, não mesmo.

Ela estava apaixonada por Ron, mas este nem notava sua presença. As brigas entre eles aumentavam e logo não estavam nem se falando, e isso a machucava muito.

Então Ron passou dos limites, ela o vira engolindo Lavander Brown na sala comunal durante a festa de comemoração quando eles ganharam aquela porcaria de jogo de Quidditch.

Então saiu de lá, irritada, magoada e, principalmente, machucada. Deixou os pés a levarem para onde bem entendessem e acabou parando em frente à Sala Precisa.

- Ah, que ótimo – disse ela, em voz alta, quando a porta não abriu. E, para seu desespero, ouviu passos. Apressou-se em limpar o rosto e, quando viu aquele loiro aguado do Malfoy, parou e suspirou.

- Granger? O que faz aqui? – perguntou e então viu as lágrimas – Está tudo bem?

Hermione deu de ombros.

- O que você faz aqui? – perguntou ela, cruzando os braços.

- Tenho que resolver... coisas. Por que está chorando?

- Não é da sua conta – falou, simplesmente e a onda de lágrimas a atingiu em cheio.

Draco se aproximou o suficiente para tocar seu braço, mas não o fez.

- Foi o idiota do Weasley?

Hermione não respondeu. Ela ficou parada ali, com as lágrimas rolando silenciosamente pelas bochechas. Draco aproximou a mão de seu braço, mas ela se afastou.

- Desculpe, Malfoy, mas você não pode me ajudar.

Dizendo isso, deu as costas ao garoto e foi embora.

Hermione percorreu os corredores e entrou em uma sala de aula qualquer, sentando-se na mesa e abraçando os joelhos, expressando tudo o que havia sentido: raiva, dor, confusão e, uma nova sensação ao ver Malfoy, conforto.

- Hermione?

Ela ergueu a cabeça rapidamente, esperando vê-lo de novo, mas era o só Harry, que se sentou ao seu lado e envolveu seus ombros com o braço e ela permitiu-se chorar no ombro de seu melhor amigo.

Era uma das várias reuniões de monitores e ela estava sentada ali, ao lado de Ron e – pela primeira vez – não prestando a atenção a nada. Olhava para as pernas e sentia o olhar de Draco, mas não se atrevia encará-lo.

- Concorda, Hermione?

Ela ergueu os olhos rapidamente e viu que todos a olhavam. Draco assentiu pra ela imperceptivelmente e Hermione pigarreou:

- Concordo.

Eles voltaram a falar e Hermione suspirou, sorrindo levemente para Malfoy.

- Nos vemos na reunião da semana que vem, então – disse a monitora da Corvinal, se levantando. – Quem fará a ronda hoje?

Por incrível que pareça, Draco Malfoy ergueu a mão e olhou para Hermione.

- Eu faço – disseram os dois.

- Ótimo.

Todos foram se retirando da sala e, quando ela foi fazer o mesmo, Ron segurou seu braço.

- O que você quer? – perguntou ela, seca.

- Não vai fazer a ronda com o Malfoy – falou Ron, baixo e ríspido.

- Você não me diz o que fazer, Ronald – puxou seu braço de sua mão e foi até Draco.

Ele permaneceu quieto até que Ron saísse da sala.

- Tudo bem? – perguntou, encarando-a.

- Agora, sim.

Draco sorriu e segurou a porta para ela e ambos começaram a andas pelos corredores escuros.

- Esses dias atrás vi o Weasley e a Lavander Brown numa situação agradável para desentupidores... – comentou ele e Hermione fechou os punhos – Mas eu fiz um favor de azará-los.

Ela não se conteve e riu.

- Sério? O que você fez?

- Digamos que o Weasley passou a engoli-la de ponta-cabeça – disse simplesmente, fazendo-a rir mais e este a acompanhou.

- Eu queria ter visto isso – falou, depois que conseguiu cessar o ataque.

- Foi interessante.

- Estou te devendo uma.

Draco piscou um olho, Hermione mordeu o lábio e segurou sua mão. Ele ficou rígido e ela, assustada, tentou se soltar, mas se surpreendeu quando Draco segurou sua mão.

Ela o encarou e este apenas sorriu.

Continuaram andando pelos corredores, conversando pouco, mais ainda de mãos dadas.

Quando acabaram a ronda e estavam parados perto da sala comunal da Grifinória, Draco se virou para ela.

- Foi a ronda mais divertida – comentou.

- Foi – concordou ela, sem conseguir evitar um sorriso por estar conseguindo se relacionar com Draco mais fácil do que pensava.

- Você é uma pessoa divertida, Hermione – disse ele e ela se iluminou ao ouvi-lo chama-la pelo nome, e não sobrenome. Corou com a pouca distancia entre eles.

- Obrigada, Draco, você é incrível.

Ficaram em silencio por algum tempo, apenas se encarando, então ela o abraçou. Draco sorriu e retribuiu.

- Boa noite.

Ele beijou sua testa e esperou que ela passasse pelo retrato e desaparecesse por trás dele.

Hermione tomava café junto de Harry e Ginny num dia qualquer, apenas ouvindo os dois programarem o próximo final de semana em Hogsmeade como um casal de pombinhos apaixonados enquanto encarava suas torradas.

- Hum, Draco Malfoy está te encarando da mesa da Sonserina, Mione – disse Ginny e ela ergueu a cabeça rapidamente, olhando por cima do ombro.

- Ah, acho que ele quer falar sobre a monitoria, fazemos a ronda amanhã...

Quando voltou o olhar para Harry e Ginny, eles a encaravam com as sobrancelhas levantadas.

- Que foi? É verdade! – mentiu ela e se levantou – Vejo vocês depois.

Foi até a porta do Salão Principal e Draco a seguiu, alguns segundos depois.

- Oi – cumprimentou, tímida e ele respondeu com um beijo em sua bochecha.

- Bom dia.

- Temos que encontrar uma desculpa convincente, pois a da monitoria não convenceu Harry e Ginny hoje – comentou ela, enquanto andavam.

Draco fez uma careta à menção dos dois nomes.

- Diga a eles que vai à biblioteca, não seria novidade.

Hermione mostrou-lhe a língua e ele riu.

- É mais convincente do que dizer que vai se encontrar comigo para falar da monitoria.

Eles entraram na sala dos monitores e se sentaram diante da mesa ao lado da janela. Estavam começando a se dar bem. Bem demais.

- Não me olhe assim – disse ela, abrindo o livro de História da Magia – Foi você que me pediu ajuda com os deveres.

- Desculpe, só está difícil de me concentrar.

Hermione corou e, quando se deu conta, podia sentir a respiração dele em seu rosto e podia ver com intensidade o cinza de seus olhos. O coração dela disparou quando os dedos dele afastaram uma mecha encaracolada de seu rosto, colocando-a atrás da orelha.

- Nunca precisei de ajuda com deveres – falou e seu hálito de menta preencheu suas narinas, fazendo-a delirar – Só preciso de você.

Ela não conseguiu pensar em mais nada e sentiu os lábios macios e incrivelmente quentes de Draco Malfoy ao encontro dos seus. Sentiu o chão sumir embaixo dos seus pés e os joelhos bambos, mas, ainda assim, retribuiu.

Fora um beijo rápido, mas ele causara um efeito incrível sobre ambos.

Draco encarou-a e esta sorriu. Ele sorriu também e Hermione percebeu que, apesar de raro, seu sorriso era lindo e iluminado.

- Fique comigo, Hermione – pediu, segurando sua mão.

Ela balançou a cabeça, murmurando um trêmulo "fico" e o abraçou. Surpreso, ele retribuiu, beijando o topo de sua cabeça.

Hermione suspirou ao ver que conseguira da sala comunal, após um interrogatório feito por Harry e Ginny, que ela tinha certeza que estavam esperando que ela saísse da sala para recompensar o tempo perdido se agarrando no canto da sala.

- Ufa, achei que nunca iria conseguir sair de lá – ela falou ao chegar na sala onde Draco estava.

Ele segurou a cabeça de Hermione com as mãos e beijou seus lábios, deslizando a mão para entrelaçar na sua e, como sempre, fazendo-a suspirar.

- O Potter ainda está no seu pé?

- Não muito, agora que ele e Ginny começaram a namorar...

Ela permaneceu em silêncio enquanto Draco a levava para a Sala Precisa, para concertar aquele armário que até então ela não sabia o que era ou como raios funcionava.

- Não vai me dizer o que isto é, não é? – perguntou ela, arrastando uma caixa para perto e sentando-se nela.

- Você é tão curiosa.

- Você é tão misterioso.

Ele a encarou com aquele sorriso malicioso, quase derrotado.

- Vou te mostrar o que é e como funciona, se você não fizer mais nenhuma pergunta a respeito, tá?

- Mas por que esse armário é tão importante para consumir todo o seu tempo? – perguntou Hermione, sem conseguir se conter.

- Está com ciúmes de um armário? – perguntou, presunçoso e ela bufou, indignada:

- Ciúmes de um armário? Francamente, Draco, só quero saber porquê esse negócio é importante!

Ele suspirou. Estava tendo uma guerra dentro de si; não sabia se contava ou não para ela. Se contasse, ela iria acabar com tudo e se afastaria dele. Mas, se não contasse, continuaria mentindo e não era assim que funcionava um relacionamento.

Porém, Draco escolheu optar pela mentira, não queria que Hermione ficasse com nojo do que ele virara, não queria perde-la.

- Eu gosto de trabalhar aqui, gosto da sua presença, gosto de você. Então junto tudo.

Como ela percebeu que seria a maior e única resposta que conseguiria, resolveu mudar de assunto.

- Eu não acredito! – exclamou ela, se levantando da cadeira e se afastando dele.

- Por favor – pediu Draco, cobrindo o braço esquerdo com a manga da blusa – Por favor, Hermione, não fique com repulsa de mim!

Nos olhos dela haviam lágrimas, o que ele interpretou como o pior. Ela estava com medo e nojo dele.

- Por que você não me contou antes, Draco? – perguntou, baixinho, com a voz trêmula e o nariz vermelho, como ela ficava sempre que chorava.

- Desculpe não ter contado! – disse, desesperado – Eu fiquei com medo de sua reação, Hermione! No momento em que começamos a nos aproximar, eu quis desistir de tudo, só para ficar com você.

Draco a encarou, os olhos implorando por perdão. Hermione ficou algum tempo sem falar e ele desejou que ela não estivesse pensando em como sair dali e terminar tudo com ele.

Ele só percebeu que estava prestes a chorar quando ela se aproximou e o abraçou. Então Draco permitiu-se chorar no ombro dela, mesmo sendo algo que ele considerava humilhante até algum tempo atrás. Quando ele se acalmou, ambos se sentaram novamente.

- Dói? – perguntou, de repente, olhando para seu braço onde estava a Marca Negra.

- Dói – admitiu, ainda surpreso por ela não ter o tratado do jeito que ele merecia. - Por que decidiu me desculpar? – perguntou, encarando o nada.

- Porque você confiou seu segredo em mim e, mesmo sendo algo ruim, você não fez por... mal. Quero dizer, sua decisão foi péssima – ele suspirou, cabisbaixo, mas ela continuou – Mas eu gosto de você, e muito. E minha mãe uma vez me disse que amar é amar também os defeitos. Então, se você consegue me aturar, sendo irritante como sou, e mesmo não aprovando, irei te aturar também, até você conseguir acabar com essa coisa.

Draco sorriu.

- Agora sei de onde tirou a inteligência e sabedoria.

- Só estou tentando ser sábia num momento difícil – comentou, no seu jeito certinho.

Ficaram em silêncio por algum tempo e ela o abraçou.

- Eu te amo, Draco, acima de tudo.

Ele fechou os olhos, apertando-a junto de si, como se ela pudesse sumir.

- Eu também te amo, Hermione, acima de tudo.

Ela e Draco faziam a ronda aquela noite, de mãos dadas, quando tudo aconteceu. Harry apareceu, carregando um Ron desmaiado com o Prof. Slughorn cambaleando logo atrás.

Hermione soltou a mão dele e correu para ajudar Harry.

- O que houve? – perguntou ela, passando o braço de Ron por cima de seu ombro.

- Longa história, me ajude a leva-lo para a enfermaria e lá eu te explico.

Lançando um olhar significativo para Draco, ela e Harry levaram Ron para a enfermaria. Chegando lá, ele foi posto em uma das camas e Harry explicou para Hermione e Madame Pomfrey o que tinha acontecido.

A enfermeira foi até sua salinha e voltou com um vidro de Poção e disse:

- Vocês podem voltar amanhã, ele não acordará até lá.

Os dois saíram da enfermaria, depois de Hermione segurar a mão de Ron. Dizendo qualquer coisa sobre a monitoria, Harry e ela tomaram rumos diferentes e logo topou com Draco.

- Voltou a gostar do Weasley? – perguntou, com um tom de voz seco e ríspido, que a assustou.

Hermione o encarou, com as sobrancelhas erguidas, mas com culpa nos olhos.

- Draco...

- Espere, eu já entendi, você nunca deixou de gostar dele, não é?

O tom da voz dele aumentava e ela estava prestes a cair em prantos.

- Por favor, Draco...

- E eu, Hermione? Aposto que você nunca me amou de verdade. Só me usou para esquecer o Weasley.

Ela começara a chorar, murmurando coisas para fazê-lo parar, mas Draco não o fez. Estava se machucando fazendo-a chorar deste jeito, mas a raiva tomara conta.

- Você me fez de bobo, Granger – ele cuspiu as palavras – Eu cansei, não quero te ver nunca mais. Acabou.

Virou-se e foi embora.

Era outono, no dia 1º de setembro. E eles estavam atrasados, claro.

Atravessaram a plataforma 9¾ e se dirigiram por ela, procurando por Harry e Ginny.

- Onde eles estão, mãe? – perguntou Rose. Era percebível a aflição em sua voz.

- Vamos acha-los logo, querida – tranquilizou-a Hermione, enquanto Ron e Hugo batiam um papo sobre a Copa de Quadribol.

Não muito tempo depois, acharam Harry Ginny, Albus, James e Lily e começaram a conversar, como duas famílias normais. Ron começou a se gabar, como sempre, de sua facilidade com dirigir e estacionar um carro trouxa.

- Se não for para Gryffindor, te deserdaremos – disse Ron, de repente, para Rose – Mas não estou pressionando ninguém.

Ron!– exclamou ela e todos riram.

E foi quando o viu. Alto, bonito e com um olhar penetrante, Draco Malfoy e seu filho, Scorpius e sua mulher, Astória,estavam do outro lado da plataforma.

Ele percebeu que Harry, Ginny, Ron e Hermione o observavam e deu um breve aceno com a cabeça, olhando diretamente para Hermione, e se afastou,

Porém, antes disso, ela viu seus olhos inundados de tristeza antes de sair de cena, abandonando-a novamente. Como ele mesmo havia dito "Acabou".


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Notas finais do capítulo

N/A: Oi, pessoas! Esta fic foi um desafio feito por Ness Felton Malfoy, espero que tenha gostado, unicórnia! :D Hope you like it ! Beijos!