Maré Vermelha escrita por Re_mione


Capítulo 27
CAPÍTULO XXVII – DE VOLTA


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, chegamos a reta final da nossa história e como todo fim que se preze o capítulo de hoje trás explicações, algumas resoluções e expectativa para o final, que apesar de, previsível... a gente sempre fica querendo saber o que vai acontecer. Boa leitura! Mione. =)



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Apesar de ter conseguido um vôo regional que a levou direto para Olympia, as horas dentro do avião pareceram para Renesmee, ter sido as mais longas de sua vida, nunca ela havia ansiado tanto por chegar. Os Cullen haviam conseguido ter o dinheiro devolvido pelos Volturi, compraram uma outra casa em Olympia mesmo e conseguiram arrematar a casa de Forks no leilão com a ajuda de J. Jenks, agora estavam todos radiantes de felicidade,  aguardando o desembarque de Nessie.  O céu nublado pareceu vir reverenciá-los naquela tarde, de modo que, todos puderam estar juntos para recepcionar a caçula, Renesmee esqueceu das malas quando viu sua família no portão de desembarque e correu de braços abertos até eles com o  coração sempre frenético, mas que agora parecia que ia escapar-lhe pela boca, ela estava feliz de vê-los ali e lhe faltou braços para tantos abraços. A alegria transbordava dos olhos e lábios de todos ali. A satisfação de estar de volta em casa era imensa, de ver os seus ali, mais ainda, no entanto algo mais lhe fazia sentir-se tão diferente, era uma felicidade contagiante, que parecia sair pelos poros de sua pele, ela nunca havia se sentido daquela maneira, era intenso, sentia correr nas veias e a impulsionar para frente, uma disposição para viver, ela sabia que tudo aquilo tinha relação com sua decisão, com Jake. Nesse instante ela soube o que precisaria fazer e agarrando Alice pelos ombros, olhou-a fixamente.

- Alice, diz que você pode, diz que você agora pode vê-lo! Eu preciso encontrá-lo tia... – Apesar de entusiasmada, algo na voz de Renesmee revelava medo: e se Alice não pudesse vê-lo, por onde ela iria começar, será que os Quileutes a ajudariam depois de todo sofrimento que viram Jake passar??? Eram tantas as perguntas sem respostas que ela sentia que poderia implodir a qualquer momento. Mas Alice sorriu e isso fez com que Nessie pudesse suportar mais alguns segundos de pausa.

- Você é uma garota de sorte Ness... desde o fim da batalha eu posso vê-los sim, aliás, você é realmente uma garota de sorte ele ainda está em La Push, mas por pouco tempo...

Afobadamente ela voltou-se para Edward.

- Pai preciso ir para La Push, por favor... eu preciso agora...

- Por que será que depois do último telefonema de Renné isso não é surpresa para nenhum de nós?!

- Papaaaai!

- Beijo estalado ou nada feito! Você mal chega e eu já tenho que dividí-la com aquele lobo!

- Quantos você quiser... agora e também depois!

- La Push então... – Emmet gritou!

Nessie olhou assustada... os olhos arregalados e as sobrancelhas em arco.

- Vamos todos??? Mas, “QUE MICO”!!!

- Nem tanto assim filha, prometemos ficar em Forks, você segue até La Push sozinha!

- Já lhe disse que te amo mamãe!

- Já, mas eu adoro ouvir todas as vezes que quiser repetir! – Bella abraçou-a carinhosamente e beijou-lhe a testa.

Edward dirigiu como Nessie queria e como Bella odiava, em menos de uma hora estavam atravessando a fronteira de Forks.

******  

Naquele fim de tarde, em que a temperatura caía vertiginosamente Leah estava recostada na viga de madeira da varanda de uma casinha modesta, mas muito aconchegante que havia alugado bem próxima a de Sue para morar com Nick e dali, observava de longe a dupla que apesar de não serem pai e filho, realmente poderiam ser.

- Hey Embry, será que haverá algum dia em que você trará o Nick para casa em condições menos assustadoras... vocês sempre chegam parecendo que um jacaré mastigou! – Ela gritou, enquanto os via se aproximar.

            - E qual seria a indumentária adequada para quando se chega de um joguinho de bola na praia?! – Embry achava graça das “pegações de pé” de Leah. – Hey “mamãe” pega leve, ok?!

            - Bom no caso dos dois só posso chegar a uma conclusão: vocês é que são a bola!

            Riram, Nick sorriu também... com pouco mais de dois anos ele não entendia tudo o que se passava ainda, mas tinha algo que ele sentia como certo dentro de si, era ver Embry e Leah sorrindo juntos, isso o deixava feliz.

            Dirigindo-se ao garoto que vinha sobre os ombros de Embry bagunçando ainda mais seus cabelos, completamente lotados de areia ela falou com ar de autoridade:

            - Bolinha de areia, para o banho já, depois... jantar!

            Embry que não perdeu a oportunidade de estar por perto, durante todo aquele ano, aproveitou o ensejo:

            - Estou convidado para o jantar também?

- Você não desiste nunca, não é?!

            - Uns tem a força do imprinting com que podem contar, outros, só a persistência mesmo...

            - Força ou maldição?! – Leah virou os olhos, pensando no sofrimento que viu Jake passar naqueles últimos tempos... – Por causa desse imprinting ele... – Embry sabia que ela se referia a Jacob. – ...virou um corpo sem alma!

            Embry se aproximou de Leah, e tocou-lhe os cabelos que já passavam dos ombros, ela desviou o olhar, abaixando a cabeça...

            - Me dá uma chance?! – Ele sustentou o olhar dela, segurando-a no queixo...

            - Desculpe, Embry, não consigo... – Ela foi sincera, seus olhos eram verdadeiros. E para ele isso bastou, se virou em direção à porta, parecendo finalmente derrotado.

            Mas ela precisava contar-lhe tudo, não seria justo que ele não soubesse o que a corroía por dentro, cada vez que o olhava. Então, antes que Embry atravessasse a porta...

            - Afinal, o que me garante que você também não sofrerá imprinting com alguém?!

            Aquelas palavras soaram a Embry como algum tipo de redenção e subitamente ele virou-se, abaixou-se em direção a Nick, que só os observava com seus olhinhos curiosos e levantou-o no ar, gritando...

            - Você ouviu o que ela disse Nick, você ouviu??? Ela está com medo, que eu sofra um imprinting também... sabe o que isso quer dizer rapaz... isso quer dizer que eu tenho uma chance... ela gosta de mim afinal... ela só está com medo!!! – Embry gritava e sorria jogando o garoto ao ar que gargalhava com a brincadeira.

            - Pare com isso Embry, vai deixá-lo cair...

            - Hey Nick, você também adora essa versão “mamãe preocupada” dela tanto quanto eu??? Aposto que sim... ela fica ainda mais linda nesse tipo responsável... – Então beijou o garoto na testa e colocou-o no chão. Depois olhou-a nos olhos novamente e a seriedade pareceu tomar todo o seu corpo naqueles breves segundos, ele procurou tirar de dentro do mais fundo de sua alma, o que de mais verdadeiro havia em si, talvez Leah nunca pudesse vir realmente a sentir o que ele sentia, mas naquele instante ele fez tudo o que estava ao seu alcance para fazê-la entender.

            - Eu amo você Leah Clearwater, é isso o que sinto! E na idade que temos já teria oco... bem, isso para mim já não importa... – Beijou-lhe os lábios com a serenidade de quem tinha a disposição de uma vida inteira para esperar e saiu, em respeito a qualquer decisão que ela pudesse tomar.

            Já no meio da rua, a alguns metros da casa ele pulou, socando o ar.

            - Yuhuuuu! Eu tenho um chance!

            Leah o observava da porta com Nick no colo, balançando a cabeça numa reprovação não muito convincente e sussurrou no ouvido do garoto:

            - Você também adora essa versão “garoto travesso” dele, tanto quanto eu??? Aposto que sim... – Depois falou bem mais alto para que Embry pudesse ouvi-la. – Hey... lobo, se interessa saber, o jantar será servido às oito!

            -Yes! Yes! Yes! – Embry comemorava, ele era só felicidade.

            Pena que esse não fosse o sentimento compartilhado por todos na reserva, e Leah teve certeza disso quando ao sentar Nicholas a mesa para lhe dar o jantar, viu a cara desolada de Seth à porta da cozinha.

            - O que houve com ele? – Ela pôde ler no rosto do irmão que se tratava de Jacob.

            - Foi na madrugada de ontem, estava voltando com o Collin e outros caras do Snooker e nós o vimos transformar-se, eu ainda tentei alcançá-lo, mas sabe como ele é... foi inútil. Acho que não o veremos mais Leah...

            - O que mudou dessa vez?

            Seth ergueu a mão e Leah pôde ver a correia de couro preta, com um R prateado pender na mão do irmão.

            - Ele nunca perdeu isso, dessa vez tampouco, tenho certeza que o deixou para trás.   - Sinto em ter que concordar com você Seth, mas não o veremos mais... – Porém antes que ela tivesse concluído o pensamento, um cheiro amadeirado, misturado a refrescância do aloés invadiu o ambiente.

             - Acho que vou surpreendê-los então...

            - Jake... – foi tudo que os irmãos conseguiram dizer, estavam pasmos com a visão diante deles. Diante deles estava um homem de banho tomado, roupas limpas, barba feita, cabelo penteado, os olhos ainda eram tristes e a fisionomia

            - Acho que não resta muito de mim, nem sei bem se estou vivo ou se estou morto, mas se eu fosse para floresta, não iria sobreviver, eu me deixaria morrer... e sei que não tenho esse direito...

            Os dois continuavam calados, não conseguiam emitir nenhuma palavra, pareciam estar de frente a algum tipo de visão, de alucinação, tinham medo de pronunciar uma letra que fosse.

            - Fiquei pensando que se foi longe suficiente para você, talvez seja para mim também... Você ainda tem aquele apartamento em Fresno, Leah?

            Os irmãos pareciam assombrados com tudo que ouviam, mas secretamente muito mais felizes por pelo menos vê-lo tentar sobreviver.

            - O apartamento é seu, pelo tempo que quiser Jake, mas você sabe que não foi Fresno que me fez esquecer Sam... – Uma pausa... todos ali sabiam o final da frase, mas surpreendentemente, Leah terminou-a de outra maneira. – ...Mas posso entender que você precise tentar de alguma forma. – E dizendo isso, piscou para Embry que estava rígido à porta, ouvindo-a, e apesar de não ter suspirado, foi óbvio o alívio que sentiu.

            - AMO VOCÊ. – Embry articulou as palavras cuidadosamente, mas não as disse em voz alta, de modo que só Leah pudesse ver, ela sorriu.

            - Eu sei...

            - Embry, saia das minhas costas, por favor!

            - Qual é Jake... sou convidado para jantar hoje!

            - É bom mesmo que esteja aqui cara... preciso vender minha parte na sociedade para você e Quil, podem cada um ficar com uma das oficinas ou continuarem dividindo, mas vou embora e não sei quando volto... nem se volto.

            - Nem pensar Jake, você é a alma daquilo lá, não pode sair! A gente faz assim... vai pra Fresno e eu e Quil tomamos conta de tudo por aqui... se um dia achar que dá, você volta e tudo o que é seu, continua seu!

            - Eu não tenho nada irmão... a única coisa que verdadeiramente queria que fosse minha, ontem se tornou de outro! – A sombra da finitude fendeu os olhos castanhos profundos e gentis de outrora, Jake despedaçava-se por dentro em amargura e uma lágrima morreu em seus lábios.

            - Tome, é seu! – Leah que há pouco havia saído retornava com uma chave e um papel, colocando sobre a mão de Jacob. – São as chaves e o endereço, fique o tempo que precisar! Espero que um dia você possa voltar para nós!

            - Você é a Alfa da alcatéia a partir de agora Leah... 

            - Mas Jake... – Ela tentou argumentar, desde a morte de Sam eles haviam se tornado uma alcatéia só, Leah não se achava pronta para liderá-los.

            - Confio em você Leah... sei que pode liderá-los...

            - Hummm... isso é sexy!

            - Pare com as piadas Embry... – Seth condenou o amigo, pois apesar de um lado  estar feliz por Jake ter resolvido não se tornar um lobo entregando-se as suas raízes intintivas, outro sentia que ele não voltaria tão cedo.

            - Deixe-o Seth, ele está feliz!

            - Jacob, eu não posso. – Leah foi categórica.

            - Leah, além de você ser a próxima na sucessão devido a sua linhagem... eu sei que você pode! Preciso ir andando, quero conversar com meu pai e Raquel ainda e depois, pegar alguma roupa e objetos pessoais antes de ir. Pode me levar até o aeroporto Embry?

            - Claro irmão, eu você e Quil, como nos velhos tempos...

http://letras.terra.com.br/rascal-flatts/459653/traducao.html

            Jake partiu, iria tentar uma nova vida... sobreviver, La Push e Forks não lhe serviam mais, ele não podia continuar num lugar onde tudo impiedosamente o fazia lembrar-se dela. Enquanto arrumava as malas, olhando através da janela, tudo no mundo parecia vir de Renesmee, o brilho das estrelas, a brisa que vinha longe do mar e lhe afagava o rosto, a dança das águas que se podia ouvir ondular e morrer na areia da praia, por tudo que a natureza podia lhe revelar, ele sabia que nunca poderia tirá-la de dentro de si, que entre mar e vento, por águas bravas ou serenas ele tentaria apenas dominar a tormenta que lhe invadia o peito, do tormento que se tornou sua vida. As imagens dela se formavam em sua frente, ele podia vê-la sorrindo dos trancos que dera no Rabbit quando aprendeu a dirigir, ele era capaz mesmo de escutá-la rir, uma imagem se dissolvia e outra ainda mais nítida parecia se formar, ela se balançava de olhos fechados ouvindo-o tocar violão, seus cachos acobreados dançavam sobre seus ombros nus, então magicamente Jake quase pôde sentir as gotas molharem-no quando o dia em que correram pela praia banhando-se da chuva, veio-lhe a mente, revelando a mulher por trás da camiseta molhada e transparente... nova imagem, a lembrança de quando se beijaram pela primeira vez lhe tomou, a sintonia que lhes envolveu... tudo parecia ter acontecido há uma vida, mas mesmo assim ele foi capaz de senti-la enroscar os dedos no seu cabelo e seus lábios se aproximarem, o hálito quente no rosto e as línguas se tocando, Jake pôde  sentir de novo o gosto do beijo dela, e lembrou-se de como Nessie abandonou-se em seus braços... mas então tudo se foi e só lhe restou a dor... ela havia se sentido assim por outra pessoa. Doía demais pensar no que poderia ter sido. E novamente ele chorou.  

 (…)

What hurts the most, was being so close - O que mais dói, foi estar tão perto

And having so much to say - E ter tanto pra dizer

And watching you walk away – E ver você indo embora

And never knowing, what could have been - E nunca saber, o que poderia ter sido

And not seeing that loving you - E não ver que amar você

Is what I was trying to do - É o que eu estava tentando fazer

(...)

It's hard to deal with the pain of losing you - É difícil lidar com a dor de perder você

Everywhere I go - Em todo lugar que eu vou

But I'm doing it - Mas eu estou fazendo isso

It's hard to force that smile -  É difícil forçar o sorriso

when I see our old friends And I'm alone - Quando eu vejo nossos velho amigos e estou sozinho

Still harder getting up, getting dressed - Ainda mais difícil, me levantar, trocar de roupa

Living with this regret - Viver com esse arrependimento


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Notas finais do capítulo

O último capítulo vai demorar um pouquinho mais do que geralmente o faço, mas espero que até o próximo domingo ele já esteja disponível para que vcs leiam. Comentem, deixem suas opiniões... adoro saber o que pensam e como se sentem em relação a história. Bjus. Re_Mione =)



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