Capítulo 23 – Um novo final.

-Existem duas soluções para o problema de vocês. –disse Wells.

Estávamos todos na grande sala na casa dos Cullen, debatendo nossos futuros, depois de nos despedirmos de nossos amigos e agradecer pessoalmente a cada um deles que haviam estado a nosso lado, fomos para a casa dos Cullen. Todos nós estávamos curiosos sobre os Eréziz e queríamos saber mais sobre eles. Depois de uma breve explicação Raul, o Oráculo, havia trazido à tona o assunto do meu destino e como Wells havia me dito, eu tinha duas escolhas a fazer.

Uma era me tornar uma imortal e viver para sempre ao lado de Edward, mas estava escolha me traria dores que eu não estava disposta a carregar pela eternidade: assistir meus amigos e a minha família morrerem, completando o ciclo natural da vida.

A segunda opção era continuar a ser uma mortal. Eu envelheceria e viveria ao lado de Edward até o dia de minha morte, e logo após a minha morte Edward também morreria, pois um vampiro definhava até a morte depois que seu parceiro morria. E essa era outra opção que eu não estava disposta a enfrentar, saber que Edward um dia iria morrer.

-Porque tudo é tão mais difícil para mim? –questionei bufando. –Tem que haver alguma outra opção!

-Sempre há. –disse Wells. –Mas os preços são bem altos.

-E qual é a outra opção? –perguntou Edward, que acariciava minha mão em pequenos movimentos circulares.

-Na verdade são duas opções. –Wells me olhou. –Você pode escolher tornar seus amigos e familiares também imortais, mas esta não é somente uma decisão sua, e também pode optar por tornar seu parceiro um mortal.

-Como é? –eu, Edward e Hermione exclamamos juntos.

-Existe uma poção que foi inventada por Merlin há muitas eras. –disse ela nos olhando com seus olhos castanhos, seus cabelos cumpridos caindo pelo ombro, seu rosto de pele muito branca e lábios vermelhos estavam contraídos em uma expressão muito séria e compenetrada. –A poção da Vida.

-Nunca ouvi falar. –murmurou Hermione.

-Não, pois até hoje somente os Eréziz tinham esse conhecimento.

-E o que essa poção faz exatamente? –perguntou Harry curioso, ele tinha Gina apoiada em seu peito e a mantinha abraçada a ele.

-Retoma a mortalidade a um imortal. –disse Wells. –Drácula foi o primeiro e único a tomar essa poção quando seu filho Vlad morreu queimado, o processo é muito doloroso pelo que se contam as histórias.

-Como assim doloroso? –perguntei.

-É doloroso pelo fato de que todos os órgãos do vampiro em questão terão que voltar a viver, durante o processo ele tem que receber transfusão de sangue quando seus primeiros órgãos voltam a funcionar, imagine você um coração, e outros órgãos, que há décadas não funcionam de repente começam a bater novamente e não existe sangue suficiente para bombear.

-É o contrário da transformação para um vampiro. –disse Carlisle pensativo e vi Wells afirmar positivamente. –E qualquer vampiro pode tomar essa poção?

-Sim.

-E ele volta a ser um humano normal? –perguntou Rosalie de repente, eu podia ver um desejo feroz ardendo em seus olhos.

-Sim, ele volta a envelhecer a partir do ponto em que parou.

-E quanto tempo leva para a transformação? –perguntou Edward.

-O dobro de tempo que o vampiro em questão levou para se tornar um imortal.

-Seis dias no meu caso... –Edward murmurou tão baixo que seu eu não estivesse ao seu lado não ouviria.

-Você não esta pensando em...

-Sim, eu estou pensando sim.

-Edward você ouviu o que ela falou sobre a dor? –olhei chocada para ele.

-Eu já passei por isso uma vez, posso passar novamente.

-Não. –eu disse séria.

-Mas Bella você já imaginou o que poderia ser de nós se eu voltasse a ser humano? –Edward me olhou com carinho. –Nós poderíamos ter filhos.

-Edward não. –eu disse. –Não vou te deixar passar dor somente para ficarmos juntos... Eu posso pensar em alguma coisa... –respirei fundo. –E a Pedra Filosofal? Eu não posso tomar o Elixir da Vida? –olhei para Wells.

-Poder você até pode, mas infelizmente a ultima pedra foi destruída por Nicolau Flamel.

-Eu quero voltar a ser mortal. –ouvi Rosalie dizer em alto e bom som.

-Eu também. –Emmett a acompanhou e então todos os Cullen fizeram o mesmo.

-Não dá para acreditar numa coisa dessas... –reclamei ao ver Edward se juntar à sua família em suas afirmações.

-Amor... –Edward me olhou com carinho. –Não é só por você que quero fazer isso.

-Não? –olhei surpresa para ele.

-Não. –disse ele. –É por mim também, eu quero viver isso, viver com você todas as experiências que não pude viver porque fui transformado em vampiro... –quando ele me olhava assim e falava comigo com essa voz sedosa, não tinha nada que eu não fizesse por ele.

-Tudo bem, mas teremos que discutir os termos. –olhei para ele que sorriu brilhantemente.

-Por mim parece tudo bem.

Estávamos Edward e eu agora em seu quarto. Meus tios voltaram para casa, junto com meus amigos que iriam em seguida para a Toca. Os Eréziz já haviam voltado para o lugar de que vieram, mas eles prometeram que viriam até nós assim que tomássemos uma decisão definitiva sobre o nosso futuro.

-Quais são os termos? –Edward perguntou.

-Estamos mesmo sozinhos? –perguntei.

-Sim, todos foram caçar longe daqui.

-Ok... –respirei fundo enquanto me sentava na cama, ficando em posição de indiozinho e olhando para Edward, eu senti meu rosto esquentando a cada respiração.

-Bella... –ele se sentou igual a mim e me olhava divertido.

-Me espera criar coragem. –respirei fundo algumas vezes e toda vez que eu olhava para Edward e via seu sorrisinho torto e malicioso estampado eu perdia a coragem...

Qualé! Eu matei um lobisomem e um vampiro... Enfrentei Comensais da Morte e fui junto dos meus amigos em busca das Horcruxes que ajudariam a destruir Voldemort, eu voei em um Dragão, pelo amor de Merlin! Eu sou uma bruxa e vou me graduar na Academia de Aurores, isso tem que valer de alguma coisa...

-Eu só vou aceitar que você se transforme em humano depois da nossa lua de mel! –eu disse bem rápido na esperança de que ele não entendesse, mas minhas esperanças se afundaram quando vi seu sorriso se alargar mais, ele havia entendido, droga de audição de vampiro!

-Isso parece muito bom pra mim. –ele disse com sua voz sedosa. –Mas eu quero saber o porquê disso.

-Por que... Er... Sabe... Eu te quero como um vampiro. –eu disse e o vi erguer as sobrancelhas. –Eu te conheci assim e quero que a nossa primeira noite seja assim também. –pronto falei!

-Você tem fantasias comigo como vampiro então? –ele perguntou com uma risadinha.

-Você é incrivelmente sexy. –falei baixinho, abaixando a cabeça enquanto meu rosto queimava de vergonha, senti seu toque gelado em meu queixo, erguendo meu rosto para encará-lo.

-Você sabe que eu não vou mudar muito não é? -afirmei com a cabeça e ele deu um sorrisinho de lado. –Só vou ser mais quente, vou ficar cansado e vou ter que me alimentar em intervalos regulares.

-Eu sei. –falei baixinho. –Você quer mesmo voltar a ser humano não é?

-Quero. –ele disse. –Eu quero poder ter e dar a você tudo o que eu puder. –ele encarou. –Já imaginou como serão nossos filhos?

-Quantos você quer? –e depois disso nos enredamos em inúmeras discussões sobre o nosso futuro.

Edward queria terminar o Ensino Médio, fazer faculdade e começar a trabalhar. Eu terminaria meu curso para ser uma auror e depois me candidataria para entrar no Esquadrão de Aurores, nós moraríamos na Inglaterra, na antiga casa de meus pais em Godric Rollows...

[...]

Esme, Rosalie e Alice queriam voltar a ser humanas, pois queriam ter seus próprios filhos e construir suas famílias com seus amores. Carlisle, Emmett e Jasper também queriam ser pais; apesar de Emmett dizer que queria estragar seus filhos e ensinar a eles tudo o que ele sabia, Rosalie prontamente o lembrou que ela ainda era vampira e que poderia arrancar um braço seu fora por isso.

O mês seguinte foi destinado aos preparativos. Muitos preparativos na verdade. Os Cullen estavam se reorganizando para poderem voltar a ser humanos, adquiriram novas casas na Inglaterra - pois todos nos mudaríamos para lá no fim do ano, incluindo meus tios. Meu casamento estava sendo organizado por Alice, na verdade parecia que só ela trabalhava nele, ela parecia um pequeno furacão andando aqui e ali entre os preparativos, destilando ordens...

Meu vestido de noiva era do ano 1981 –Alice havia dito que nesse ano ela havia tido uma visão não muito clara que lhe disse que ela precisaria desse vestido num futuro não muito próximo. Outras visões foram explicadas, como uma que ela teve a 18 –quase 19- anos atrás onde uma menininha humana –eu- nascia, e uma visão que ela teve há uns dois anos atrás dela com uma criança no colo...

[...]

O casamento havia sido perfeito e agora todos nós comemorávamos na grande festa que Alice havia organizado. Eu havia sido levada ao altar por meu tio Charlie, havia usado a presilha de cabelo que havia sido de minha mãe e quando vi Edward me esperando no fim do corredor, senti que finalmente eu estava onde devia estar, dizemos as mesmas palavras ditas por milhões de casais anteriormente e nos emocionamos quando dissemos sim um ao outro.

-Feliz Sra. Cullen? –Edward perguntou enquanto rodopiávamos entre os convidados na valsa dos noivos, a nossa volta nossa família e amigos riam e se divertiam juntos.

-Incrivelmente feliz. –respondi sorrindo.

-Com licença. –fomos interrompidos.

-Draco? –olhei curiosa para ele.

-Posso ter uma dança? –ele perguntou, olhei para Edward e ele acenou.

-Tudo bem. –eu disse e então Edward me entregou a ele e logo estava dançando com Esme.

-E você e Tânia como vão? –perguntei.

No dia que era para ser a grande batalha, enquanto todos comemoravam o fim pacifico que tivemos, mais um vampiro –no caso vampira- encontrou seu parceiro. Draco havia vindo conversar com nós e Tânia o viu e bum... Agora lá estavam eles, felizes e apaixonados.

-Estamos muito bem. –ele disse. –Eu queria me desculpar Bella.

-Pelo que? –perguntei.

-Por tudo o que já te fiz passar antes. –ele disse meio tímido.

-São águas passadas. –eu disse enquanto ele me girava em seus braços. –E aí já se decidiram se serão mortais ou imortais? –perguntei.

-Ainda estamos discutindo o assunto. –ele disse fazendo uma cara irritada.

-Me deixa adivinhar... –falei. –Você quer ser imortal e ela não?

-Ao contrário. –ele franziu um pouco o cenho. –Tânia não quer envelhecer e ficar gorda. –ele deu uma risadinha.

-Posso dançar com a noiva? –ouvi a voz de Harry.

-Tudo bem. –Draco me entregou a ele.

[...]

Havíamos voltado de nossa incrível, perfeita e prazerosa lua de mel no Rio de Janeiro, no Brasil, há uma semana. Wells havia enviado um amigo seu, mestre em poções dos Eréziz para supervisionar a transformação de Edward em um humano novamente. Enquanto Edward e eu estávamos na lua de mel, sua família havia sido transformada e quando voltamos, me impressionei ao vê-los todos humanos.

Eles tinham com a pele mais corada, a diferença não era tanta. Emmett continuava grandalhão, Rosalie continuava linda de morrer, Alice continuava a mesma baixinha, mas agora ela voltaria a crescer, Esme, Carlisle e Jasper também continuavam os mesmos e eu mal podia esperar para ver um Edward humano de olhos verdes sorrir para mim.

Havíamos conseguido algumas bolsas de sangue e a gora Edward deitado enquanto pequenas doses da poção da Vida lhe eram dadas para beber em uma colher de hora em hora.

Há quatro dias Edward estava sendo transformado, e a cada dia era uma agonia para mim, vê-lo gemer de dor e não poder ajudar em nada, doses de sangue já estavam sendo administradas em seu sistema e agora era só esperar.

No fim do sexto dia vi Edward acordar e seus lindos olhos verdes brilhando ao me verem.

-Eu te amo. –eu disse pulando em seu colo.

-Também te amo. –ele me abraçou tão forte quanto um humano podia e então ouvi um barulho vindo de sua barriga. –Estou com fome... Isso é estranho. –ele franziu o cenho em uma expressão confusa que me fez rir.

-Bem vindo de volta ao mundo dos humanos. –eu disse rindo da sua cara enquanto seu estômago roncava mais uma vez. –Ok, hora de alimentar o mais novo humano da família Cullen.