Capítulo 18 – A visão de Alice.

Meus tios haviam tomado conhecimento sobre o que havia acontecido hoje à tarde, Hermione já havia enviado o relatório para os diretores da Aurores Academy dizendo o que o problema em Forks estava parcialmente resolvido. Eu havia pedido - não pedido não, implorado - para meus tios me deixarem dormir na casa de Edward. Eu precisava dele para não ter pesadelos à noite.

Agora nós dois estávamos deitados em uma cama no quarto de Edward, o que era meio curioso, pois vampiros não podiam dormir. Quando perguntei a Edward o porquê da cama ele me explicou que eles gostavam de se sentir o mais humanos que fosse possível.

–Então... –comecei, eu estava deitada em seu peito e ele tinha os braços a minha volta acariciando a minha nuca. –Como funciona essa coisa de vampiro-companheira? –perguntei, pois eu estava realmente curiosa, nós não havíamos tido tempo para conversar sobre o assunto.

–Hmmmm... –ele murmurou com o rosto em meus cabelos e então ele se sentou de forma que pudesse olhar em meus olhos. –O vampiro reconhece a sua vampira através do cheiro, o cheiro que mais lhe agrada e que mais lhe atrai...

–Então você se sente atraído pelo meu sangue? –perguntei um pouco assustada, eu não queria causar algum tipo de mal a ele.

–Sim, mas não de uma forma ruim, e sim de uma forma boa. –disse ele se inclinando e cheirando a pele do meu pescoço, fazendo com que eu me arrepiasse.

–E o que mais? –perguntei um pouco zonza pelo contato.

–Na verdade não tem mais muita coisa, o vampiro sente o cheiro daquela que será sua eterna companheira e é só, nenhum vampiro poderá se sentir atraído dessa forma por uma companheira ou companheiro de outro vampiro. –ele disse e eu fiquei pensando um pouco no que ele havia me falado. –E nenhum vampiro pode matar a companheira do outro, apesar de alguns tentarem burlar as regras... –ele terminou com um resmungo emburrado.

–Mas Edward... Eu não sou imortal, eu vou morrer um dia e você... –ele deu um sorrisinho misturado entre o malicioso e o tímido.

–Quanto a isso não teremos problemas. –disse ele. –Existe uma forma muito simples para isso mudar, só é mais complicada para nós. –disse ele.

–Qual? –perguntei me sentindo interessada. Ele abaixou a cabeça, era impressão minha ou ele estava constrangido com a minha pergunta. –Edward... –ele suspirou pesado.

–Fazermos amor. –disse ele e eu o encarei, confusa, agora ele deu outro sorrisinho malicioso. –Quando um vampiro faz amor com a sua companheira, ela se torna igual a ele depois que ele a morde...

–Então... –eu corei. –Quando a gente fizer amor eu vou me tornar uma vampira? –eu estava de cabeça baixa super interessada em meus dedos, senti o toque frio de sua mão em meu queixo.

–Sim. –disse ele me olhando nos olhos.

–Então... A gente vai fazer amor? –perguntei corando muito mais, mas eu estava realmente atraída pela idéia de me unir a Edward.

–Não. –disse ele e eu o olhei assustada e inconformada.

–E por que não? Você não quer passar o resto da eternidade ao meu lado? –eu estava magoada agora.

–Não é isso amor. –disse ele num tom desesperado. –É que nunca ouvi falar de algum tipo de relação entre vampiros e bruxos... Eu tenho medo de que no processo eu acabe te fazendo algum mal.

–Você não vai me fazer mal algum. –eu disse subindo em seu colo.

–Bella... O veneno de um vampiro pode matar os lobos Quilleutes só por que eles são híbridos, eu não sei o que pode te acontecer... –eu entendia o ponto dele, mas eu queria ele muito.

–Ok então. –eu disse ainda em seu colo. –Mas nós vamos pesquisar muito sobre o assunto! –eu disse e ele gargalhou alto e me jogou na cama ficando por cima de mim e me beijando de uma forma que nunca havia me beijado antes, segurando em minha perna e acariciando a minha coxa. –Se não vamos fazer nada... –eu ofeguei com seus lábios em meu pescoço. –É melhor não me provocar. –eu disse colocando as mãos em seu peito e empurrando-o um pouco.

–A gente pode curtir um pouquinho. –disse ele voltando a me beijar. Meu vampiro era impossível!

Uma semana havia se passado desde o acontecido no campo de basebol/quadribol. Durante esse tempo eu tentei aprender o máximo possível sobre o mundo de Edward. Ele me contou sobre os lobisomens Quilleutes e eu lhe expliquei que eles não eram lobisomens reais, pois lobisomens de verdade só podiam se transformar e matar em lua cheia, com a exceção de um, mas este já estava morto.

Em Hogwarts eu havia estudado sobre o animagos, e eu expliquei, tanto aos Cullen, quanto aos lobos, Jacob e Leah, que haviam se tornado meus amigos agora, que eles eram parecidos com isso, animagos. Eles podiam se transformar quando bem entendessem, e talvez o sangue deles fosse mágico o suficiente para serem animagos... Mas então Jacob me contou sobre as lendas e sobre os guerreiros espíritos... Dumbledore teria gostado de ouvir todas essas histórias, mas algo me dizia que ele conhecia todas elas tão bem quanto qualquer um, quando disse isso a Harry, Rony e Hermione eles concordaram veemente comigo.

Agora eu passava muito mais tempo na casa dos Cullen do que em minha própria, e para a minha tristeza Edward ainda continuava com medo de se envolver intimamente comigo, eu entendia ele, mas não queria entender... Parece que meus hormônios adolescentes resolveram que era hora de aparecer. Nunca me senti traída por ninguém como me sentia por Edward.

Descobri muito mais sobre a família de Edward durante esse tempo. Alice via o futuro, mas não conseguia ver nem o meu e nem o de meus amigos; Jasper controlava as emoções das pessoas a sua volta, algo como irritar e deixar animado, dependendo de seu humor no momento. Edward tinha o pior e mais temível poder de todos, ele podia ler mentes, e quando me contou isso eu corei tanto mais tanto que ele pensou que eu estivesse sufocando, o que era quase verdade, mas para o meu total alivio ele não podia ler a minha mente e nem a de meus amigos. Eu o questionei sobre isso, mas ele não tinha explicações quanto a isso, já que ele nunca havia conhecido bruxo algum.

Depois da aula eu havia ido até a casa dos Cullen. Eu estava abraçada a Edward sentada no sofá da sala, assistindo TV com ele e seus irmãos. Alice quicava pela sala arrumando os vasos de flores milimétricamente. Eu estava quase caindo no sono quando ouvi um rosnado se formando na garganta de Edward.

–O que foi? –perguntei me levantando confusa. Edward estava sentado reto ao meu lado, os braços me segurando firmemente. –Edward...

–Alice o que é? –vi Jasper se colocar ao lado de Alice, que estava totalmente parada, ainda segurando um vaso de rosas, os olhos focados em nada, então seus olhos voltaram ao normal.

–Victória. –disse ela e me senti retesar de medo. –Ela foi falar com os Volturi sobre as coisas que Bella e seus amigos podem fazer. –disse ela me olhando assustada. –Estão todos vindo para cá! –ela trocou um olhar desesperado com Jasper. –Todos, as esposas, a guarda, sem exceção!

–Impossível! –vi Carlisle descer as escadas ao lado de Esme, ele tinha uma expressão imparcial no rosto. –As esposas nunca saem das torres.

–Quem são os Volturi? –perguntei, ninguém me respondia, toquei o rosto de Edward, ele parecia ter entrado em pânico. –Edward fala comigo. –ele me olhou.

–Os Volturi são como o seu Ministério amor, eles são a nossa realeza. –ele me explicou. –Eles são quem colocam ordem no nosso mundo. –até ai não vi nada demais e entendendo a minha expressão Edward me explicou melhor. –Eles não estão vindo para julgar e sim para matar. –meu coração perdeu o ritmo das batidas.

–Mas nós não fizemos nada! –falei.

–Bella, nenhum vampiro já ouviu falar sobre bruxos, apesar de você me contar que vocês tinham um conhecimento bem ínfimo sobre nós, até hoje não sabíamos nada de seu mundo. Os Volturi devem estar furiosos. –ele suspirou me apertando mais ainda ao seu lado.

–Mas se nós fizermos com que eles nos ouçam...

–Os Volturi não ouvem. –sentenciou Carlisle.

–Vocês não vão fazer nada? –perguntei.

–Não podemos fazer nada. –disse Alice, ela trocou outro olhar com Jasper. –Eles chegam ao fim do mês à lua cheia, na clareira onde matamos James e Laurent.

–Voldemort também não costumava ouvir. –eu disse decidida. –E isso não impediu que eu e meus amigos, e todo o mundo bruxo, tentasse impedi-lo!

–Bella... –Edward disse exasperado. –Imagine um exercito de vampiros sanguinários e imortais, com poderes que estão além de sua compreensão, por favor, compreenda!

–Eu compreendo. –disse com a voz dura. –Mas agora imagine um exercito de Comensais da Morte matando, destruindo e torturando tudo e todos em seu caminho, sem dó nem piedade. –falei. –Eu tenho minhas formas de saber o que se fazer. –eu disse me levantando. –Tenho que ir. –fui indo até a porta.

–Para onde você vai exatamente? –perguntou Edward.

–Eu vou para Hogwarts, só tenho que passar na casa dos meus tios e falar com meus amigos. –falei indo até a porta e pegando a chave do carro.

–Eu vou com você! –eu ia discutir, mas o olhar em seu rosto me impediu de fazer qualquer coisa que fosse.

Cheguei em casa e entrei correndo. Meus amigos me olharam assustados e contei rapidamente sobre a situação. Imediatamente eles se propuseram a ir conosco a Hogwarts, eu sabia onde eu deveria ir e com quem falar, eu só não sabia o que a presença de Edward poderia causar.

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