01 Nasce o Serviço de Espionagem escrita por Sereny Kyle
Pingos grossos e gelados caiam sem parar, os céus pareciam chorar o triste destino das duas garotas que estavam paradas diante de duas sepulturas.
As irmãs Tay e Kay Kamurato tinham acabado de ficarem órfãs de pai e mãe ao mesmo tempo numa terrível explosão de carro que matara Masakazu e Kia Kamurato.
Kay chorava sem parar, soluçava descontroladamente, ajoelhada na terra lamacenta, arrancando com fúria a grama do chão. Seus olhos estavam inchados, suas mãos sujas, suas roupas encharcadas e ela estava fraca e rouca de tanto gritar.
Tay estava parada ao seu lado, os olhos secos e a aparência bem comportada, ela olhava o horizonte perdida em pensamentos, enquanto a irmã descarregava todo o seu sofrimento.
—- Venha, Kay, vamos embora – Tay ofereceu a mão para ajudar a irmã a se levantar, mas Kay empurrou a mão da irmã com raiva e se ergueu para encará-la ainda chorando.
—- Como pode ficar assim tão controlada? Não percebeu que nossos pais estão mortos? Não vai nem ao menos chorar a perda deles? – Kay berrava furiosamente, quase sem voz.
—- Minhas lágrimas não os trarão de volta! Estou mais preocupada com os vivos que ficaram que com os mortos que partiram. Somos só você e eu agora.
—- Cala essa sua boca maldita! Eu não posso ser assim tão racional! Você não tem coração, Tay.
—- Eu também vou sentir a falta deles, mas você não pode ficar aqui pra sempre, venha, precisamos secar você, ou vai pegar um resfriado – Tay segurou os ombros de Kay, mas esta a empurrou novamente.
—- Eu quero ficar doente! Quero morrer junto com o papai e a mamãe – Kay se jogou no chão de novo e voltou a chorar. – Venham me buscar, eu quero ir com vocês! Não me deixem aqui!
—- Levante-se, Kay, não seja tão infantil.
—- Não! Eu não quero ficar aqui sozinha! Venha me buscar, mamãe!
—- Você não está, Kay, eu estou aqui e não vou a lugar nenhum, querida!
—- Eu não quero você! Você só pensa em si mesma, só o papai e a mamãe sabem cuidar de mim!
—- Kay – Tay ajoelhou-se junto à irmã e a abraçou – eu nunca vou deixar você! Eu vou viver pra você, não importa o que aconteça, você sempre vai poder contar comigo!
—- O que faremos, Tay? – Kay se abraçou à irmã e chorou ainda mais.
—- Nós daremos um jeito, querida – Tay afagou os cabelos da irmã como se afaga os de uma criança assustada.
—- Mas nós não sabemos fazer nada, Tay.
—- Isso não é verdade. Temos habilidades surpreendentes, se lembra?
—- Mas no que isso vai ajudar? No que posso usar minha habilidade de invadir lugares ou de saltar?
—- Serviço de Espionagem.
—- Ser espiã?
—- Isso mesmo. Você topa?
Kay enxugou os olhos e olhou mais uma vez para os túmulos dos pais.
—- Seremos as Kamy Spys! – Kay disse e se levantou, indo se proteger da chuva que piorava.
—- Eu não sei porquê nos deixaram sozinhas, mas se confiaram em mim pra cuidar da Kaká, então é só isso que eu vou fazer. Eu amo vocês – Tay tirou do bolso as alianças dos pais e colocou-as no dedo. – Não me deixem desistir!
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