05 Get Backers Vs Kamy Spys escrita por Sereny Kyle


Capítulo 1
Capítulo 1




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Primeiro Encontro: Get Backers vs. Kamy Spys

 Ginji e Ban estavam no Espelunca esperando por Hevn, que tinha um trabalho pra eles. Não era um serviço grande e nem muito bem pago, mas os Get Backers estavam sem dinheiro nenhum. De novo.
 -- Desculpe a demora, rapazes! – Hevn entrou no Espelunca com mais uma de suas roupas decotadas e um laptop na mão.
 - O que foi roubado, de quem foi roubado e quanto ganharemos recuperando, Hevn? – Ban estava bastante ansioso e já tinha tomado três xícaras de café e fumado sete cigarros esperando.
 -- Muita calma, Ban – Hevn sentou-se à frente dos Get Backers e abriu o laptop. – Meu cliente esperava por um carregamento de titânio que foi interceptado pela máfia. Sabemos que está em um terreno no centro da cidade.
 -- Diga aonde é e traremos de volta! – Ginji levantou sua xícara que tinha o desenho de um gatinho sorrindo e fez o mesmo sorriso.
 -- Acontece que tem um motivo muito importante pra terem chamado vocês para esse serviço! Afinal, é uma recuperação bastante simples até mesmo pra vocês!
 -- Hei!
 -- Que motivo é esse, Hevn? – Ban acendera outro cigarro.
 -- Fontes seguras afirmam que tem um serviço de espionagem trabalhando na mesma área. Só não sabem dizer pra quem estão trabalhando.
 -- Um serviço de espionagem? – Ban não pareciam satisfeito com a notícia. – Quem é, Hevn?
 -- Um dos melhores do ramo: as Kamy Spys!
 Os olhos de Ban saíram de foco e ele tirou o cigarro da boca.
 -- Já ouviu falar delas, Ban? – Hevn percebeu o jeito que ele ficou.
 -- Kamy Spys? É um nome de garota, senhorita Hevn?
 -- É sim, Ginji! As Kamy Spys são duas irmãs: Tay e Kay Kamurato! São o serviço mais competente de espionagem!
 -- Mas se todo mundo sabe quem são elas, como podem ser eficientes sem serem pegas?
 -- É uma boa pergunta, Ginji! As Kamy Spys sempre trabalham disfarçadas e não há um lugar que não consigam entrar.
 -- Bom, mas ainda são duas garotas, não são? Que mal fariam a Ban e eu?
 -- Olhe aqui, Ginji – Hevn mostrou uma foto de uma garota na tela de seu laptop. – Esta é Kay Kamurato. Tem 16 anos.
 -- Ela é uma gracinha...
 -- Não se engane, Ginji – Ban, que tinha ficado calado até então, também olhava a foto da garota – lembra da última garota que achou uma gracinha? Nos trouxe um problemão!
 -- Bom, ela é muito esperta e ninguém sabe dizer de onde vem a facilidade que tem em invadir lugares. O que se sabe é que ela pode controlar o clima e isso sempre é um fator dominante em seu combate! E também comentam que ela tem um salto realmente poderoso.
 -- Puxa vida. Ela é realmente incrível, senhorita Hevn.
 -- É, é sim, Gin. Acontece que sobre Kay há um mito que ela possua um terceiro poder, um terrível poder.
 -- É sério? – Ginji parecia uma criança ouvindo uma história de terror.
 -- O que se diz é que ninguém sobrevive de um confronto que ela use esse poder. Por isso é um mito. Não se conhece quem confirme!
 -- E a outra, senhorita Hevn?
 -- Bom, esta – apareceu outra foto ao lado da de Kay e via-se porque eram irmãs: as duas tinham os mesmos olhos, o mesmo queixo e covinhas nas bochechas muito parecidas – é Tay Kamurato, a mais velha das duas. Se passarem por Kay, ela não será um problema fácil de resolver!
 Nenhum dos Get Backers se pronunciou. Ginji olhava a foto de Tay com uma mistura de terror e admiração e Ban apagara o cigarro.
 -- Ela tem uma velocidade incrível e uma inteligência de combate surpreendente como a de Ban. Mas o que a torna uma perigosa adversária é seu controle sobre o...
 -- Fogo! – Ban terminou a frase por Hevn.
 -- Como você sabia, Ban? Você já a encontrou?
 -- Yamato! Não voltou com uma cara muito bonita depois de ter topado com Tay Kamurato! Desde então, evito encontros com qualquer serviço de espionagem!
 -- Mas, Ban... Você não quer dizer que vamos...
 -- Eu não recusaria trabalho, idiota!
 -- Ótimo! Eu comunicarei ao cliente que vocês aceitaram!
 -- É bom comunicar que temos que ser bem recompensados!
Xxx
 Ginji e Ban tinham recuperado o titânio e fora mais fácil do que esperavam. Porém, a ameaça de encontrar com as Kamy Spys em qualquer travessa os obrigava a dobrar a cautela.
 -- Ban, relaxa! Recuperamos o titânio, vamos receber bem e poderemos comer muita carne! E nem encontramos aquelas duas!
 -- Isso que é suspeito, Ginji. Eu não me descuidaria ainda.
 -- Você se preocupa demais, Ban! – antes que terminasse esta frase, porém, tudo ficou escuro e não podia ver nada.
 -- Ah, que ótimo!
 -- Você quer que eu faça com que a energia volte?
 -- Não Ginji, não sabe o que pode acontecer se mexer com a eletricidade desse lugar! Vamos continuar no escuro mesmo, já estamos quase saindo daqui. Eu acho.
 Eles continuaram, ainda mais atentos a qualquer movimento, qualquer som estranho. Andaram lentamente por uma meia hora sem achar a saída, até que Ban parou abruptamente, fazendo Ginji se chocar com ele.
 -- Ban, mas o que...?
 -- Quieto Ginji. Ouvi alguma coisa!
 E realmente, não muito distante dali, ouvia-se um som estranho, como se alguém estivesse saltando ou correndo. Os dois ficaram parados, em silêncio, camuflados pela escuridão. Ban estava há uma distância de Ginji, mas teve a certeza de quem ou o que quer que estivesse se aproximando, caíra em cima do seu amigo. Depois de poucos segundos, dois gritos ecoaram assustados na escuridão.
 -- Ai, quem está aí? – disse uma voz feminina.
 -- Quem é você? – Ginji tentava ajudar quem o nocauteara e o mantinha no chão.
 -- Sou Kay. Kay Kamurato.
 Ginji soltou a mão da garota que não pareceu notar o seu temor e eles ouviram passos rápidos correndo em sua direção.
 -- Kay? Kay foi você quem gritou? Que aconteceu? – era a voz de Tay que chamava pela irmã e quando ficou perto o bastante, uma labareda surgiu sem destino e iluminou o lugar.
 Os Get Backers puderam ver os rostos das duas irmãs e antes que qualquer uma das duas tivesse alguma reação, Ban desapareceu de seu lugar e avançou pra onde estava Kay e agarrou-lhe o pescoço.
 -- Que está fazendo? – eles ouviram Tay perguntar.
 -- Oh, Ban, não faz isso não!
 Ban desviou a atenção de Kay para Ginji e Tay aproveitou para soltar a irmã. Kay correu pra perto de Ginji massageando o pescoço, os dois ficaram um longo tempo em silêncio olhando o lugar que Ban e Tay estiveram, mas os dois usavam sua supervelocidade e estavam praticamente invisíveis.
 -- Você sabe onde eles estão? – Kay ainda massageava o pescoço que Ban apertara.
 -- Sei lá.
 -- Oi, sou Kay Kamurato! – ela sorria e acenava com a mão que tinha estado em seu pescoço. Não aprecia nem de longe com a pessoa que Hevn tinha descrito.
 -- Sou Ginji Amano! – ele também sorriu pra ela, mas ao ouvir seu nome, Kay pareceu assustada.
 -- O Get Backer? O Imperador dos Raios? – ela gaguejou e recuou um passo.
 -- Ouviu falar de mim?
 -- Claro! Quando recebemos esse serviço, nos alertaram que os Get Backers estavam trabalhando na área e devíamos ter cuidado. Tay então pesquisou um pouco sobre vocês.
 -- Nos avisaram que as Kamy Spys poderiam nos dar problemas porque estavam nessa área!
 Os dois se olharam e riram.
 -- Quer dizer que fomos alertados um contra o outro?
 -- Então esses dois estão lutando sem motivo!
 -- Ban! Pára com isso!
 -- Tay! Eles são amigos!
 Os dois lutando pararam, arfando cansados, um longe do outro, ainda se encarando. Kay e Ginji se apressaram em explicar toda a situação antes que a briga recomeçasse.
 Kay e Ginji saíram andando na frente pra encontrarem juntos a saída. Ban e Tay iam logo atrás, em silêncio, se analisando. Percebiam que uma grande amizade nascia entre seus companheiros.
 -- Tay e eu moramos em um trailer, você pode ir me visitar, Ginji! Quando quiser!
 -- Um trailer? Que legal! Eu nunca entrei num trailer!
 -- E quando for, você vai experimentar a comida da Tay! É a melhor que existe, né Tay? – ela se virou pra irmã que sorriu desatenta e ao mesmo tempo sem graça.
 -- E eu vou te levar lá no Espelunca! Você precisa conhecer o Paul, a Natsumi, a Hevn... Nossa, e ainda tem o pessoal da Fortaleza Ilimitada!
 -- Você conhece gente da Fortaleza Ilimitada, Ginji? – Kay parecia surpresa e assustada.
 -- Eu cresci e morei lá até encontrar o Ban e formarmos os Get Backers, né Ban? – Ginji se voltara para o amigo que imitou o sorriso desatento de Tay.
 -- E onde vocês moram, Ginji?
 -- Bom, Ban e eu não moramos em lugar nenhum, quando a gente precisa descansar a gente dorme na Joaninha mesmo!
 -- Joaninha? – ela perguntou curiosa e divertida.
 -- É! É o carro do Ban! O transporte dos Get Backers!
 -- Puxa, mas... Vocês não têm nem cama, televisão, não tem fogão... Nada?
 -- Ah, seria meio difícil, não tem onde a gente colocar nada disso. Mas não tem problema, não. O pior é quando acaba o dinheiro e a gente não tem o que comer...
 -- Que triste, Ginji. Mas eu acho que eu tô tendo uma idéia...
 -- Que idéia, Kay?
 -- Hei, vocês dois! A saída – Tay apontava para um lugar um pouco distante de onde podia ver as últimas luzes do entardecer.
 Kay segurou Ginji pela mão e os dois saíram correndo. Lá fora ela foi até o local onde tinham deixado o trailer e mostrou ao seu novo amigo. Tay e Ban vinham lentamente até eles, como uma procissão fúnebre. Quando chegaram, Kay se aproximou da irmã e sussurrou:
 -- Podemos convidá-los pra morar com a gente?
 Tay arregalou os olhos e reprimiu um grito de espanto.
 -- O quê?
 -- Tay, você ouviu o Ginji contando. Eles não têm nem um lugar pra dormir.
 -- Você e esse seu coração mole! Passou pela sua cabeça oca que pode ser tudo armação? Eu não acho que seja prudente...
 -- Ah, Tay! Por favor. Eu acho tão injusto, nós morarmos sozinhas no trailer e eles dormirem dentro de um carro!
 -- Tá, então me diz, aonde eles iriam dormir? Você vai dar a sua cama pra eles também?
 -- Eles podem dormir nas poltronas! Elas são bem grandes e fofinhas e se reclinar elas até parecem camas!
 -- E o carro deles? Eles vão abandonar o carro?
 -- Hum... Já sei. A gente pode por naquela cabine que o papai punha os cavalos...
 -- Kay, você acabou de conhecer os dois, um deles tentou te estrangular, ta lembrada? E você já querendo colocá-los dentro de casa! Eles são recuperadores!
 -- Tay, eu sinto que eles são boas pessoas! Dá pra ver!
 -- O Ginji, talvez... Mas o outro... É o cara do Jagan!
 -- Mas, se o Ginji confia nele, Tay...
 -- Ginji parece com você, confia em todo mundo!
 -- Vai, Tay, por favor, por favor, por favor! Eu prometo não invadir mais nada!
 -- Você não consegue!
 -- Eu posso tentar! Vai, por favor!
 -- Ta bem!
 -- Obrigada! Ginji, ela deixou!
 -- O quê? Você já tinha falado com ele?
 Mas Kay não tinha escutado a irmã, foi correndo falar com Ginji.
 -- Ela deixou vocês ficarem! Ai, vai ser tão legal!
 -- É, só que eu preciso convencer o Ban, Kay! Lembra que eu te disse que ele não gosta da sua irmã? Vai ser bem difícil convencer ele a ficar na casa dela!
 -- Ah, Ginji, eu não entendo porque ele não gosta da minha irmã. Ta certo que ela é super mandona e controladora, muito séria pra ser minha irmã, mas acho que isso tem a ver com os nossos pais...
 -- O que tem a ver com os seus pais?
 -- Ah, eles morreram em um acidente de carro. Há dois anos. Tay foi obrigada a cuidar de tudo de repente e acho que foi por isso que ela ficou meio chata. Mas ela é muito sarcástica e se irrita por qualquer coisa!
 -- Puxa, que pena esse lance dos seus pais, Kay.
 -- É, eu sinto muita falta deles, mas eles estão num lugar bem melhor. Eu acho que superei a morte deles muito melhor que a Tay.
 -- Por quê?
 -- Ela não chorou, sabe Ginji? Então eu acho que toda a dor, a saudade e o medo ainda estão ali dentro, entalados na garganta dela. Não me entenda mal, a Tay é uma das pessoas mais generosas e pacientes que existe, ela é meiga, doce e gentil, mas é muito forte e batalhadora, ela é uma muralha! E como me protege!
 -- Você gosta muito dela!
 -- E vocês também vão gostar, eu tenho certeza!
 -- Então me deseje sorte. Eu vou lá convencer o Ban!
 -- Boa sorte!
 Ban estava um pouco longe do trailer, encostado no carro.
 -- E aí? Tá pronto pra ir embora?
 -- Ban... Elas nos convidaram... Pra ficar!
 -- Jantar? Olha eu não sei se...
 -- Não, não pra jantar, Ban. Pra morar aqui. Com elas.
 Ban olhou pra Ginji como se ele tivesse dito algo incompreensível.
 -- Morar com elas? – ele repetiu pra ter certeza de que não ouvira errado.
 -- É! Morar no trailer! Que você acha?
 -- Ginji... Você acabou de conhecer as duas... Elas são espiãs, Ginji, essa raça suga o seu sangue... Será que passou pela sua cabeça oca que pode ser tudo armação? Espiões são a escória da humanidade, você olhou nos olhos delas?
 -- Ah, que isso Ban! Estão sendo gentis! Não tô dizendo pra morarmos de graça, a gente pode ajudar nas tarefas e quando a gente tiver algum dinheiro...
 -- Ginji, e o carro? Eu não vou abandonar a minha Joaninha! Você sabe que ela faz...
 -- É, é, eu sei sim! Elas disseram que tem um espaço pro carro. E Ban, vamos ter onde dormir! E a Kay disse que a comida da Tay é a melhor que existe! Não vamos aumentar nossa conta no Espelunca e vai ser divertido! Elas são legais!
 -- A Kay até pode ser, mas a outra... É a piromaníaca!
 -- Elas são irmãs, Ban, não são diferentes! Kay disse que a irmã só é um pouco fechada, machucada, entende? Elas perderam os pais e tudo mudou! Mas, aposto que um tempo com a gente e ela fica alegre de novo! E aí, Ban, o que você acha?
 -- E o encontro dela com Yamato?
 -- Tenho certeza de que tem uma explicação, Ban! Vai, quando você acha que vai aparecer outra oportunidade dessas?
 Ban olhou para o céu, como se pedisse paciência ou ajuda, e acendendo um cigarro ele concordou.
 Tay e Kay estavam saindo do trailer quando Ginji veio correndo em direção a elas, pegou Kay pela cintura e a girou.
 -- Onde está seu amigo, Ginji? – Tay olhou ao redor procurando Ban.
 -- Tá do outro lado, fumando – Ginji ainda girava Kay e os dois comemoravam. Tay fez um olhar de terrível desagrado.
 -- Que fique bem claro que dentro do meu trailer, ele não vai fumar! – Ban estava se aproximando e ouviu em alto e bom som a ordem dela. Chegando ainda mais perto a encarou e respondeu:
 -- Pode ter certeza disso! – e calados os dois se analisaram com profunda antipatia.

Gente, muita história pela frente ainda.... Reviews são muito bem vindas, senão eu desanimo, né?


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