- Eu estou nervosa. – eu disse segurando a mão dele. Já estávamos na fila de primeira classe voando. Ele beijou meus dedos.

- Vai dar tudo certo. – afirmou ele. Olhei para os lados e me aproximei dele.

- Eu sei que vai. – eu disse mostrando o metal da arma. Ele arregalou os olhos.

- Onde conseguiu? – perguntou ele.

- Eu tenho meus contatos. – disse piscando para ele. Scorpius engoliu em seco e olhou para frente. Eu ri do medo fingido dele e me aconcheguei no seu ombro.

            Chegamos no hotel. É estranho voltar tudo de novo. Tudo continuou absolutamente igual. O taxista olhou no espelho retrovisor e falou.

- Ei, eu me lembro de vocês. – disse. Sorri para ele e apertei a mão de Scorpius. – Fico feliz que estejam juntos. Como vai o seu bebê, ruivinha? – perguntou.

- Foi seqüestrado e trazido para cá. – eu disse. Vi que ele ficou tenso.

- Sabem em que quarto?

- Não. – respondeu Scorpius.

- Se precisarem abrir uma porta para achar-lo, usem um...

- Eu sei como se abre uma porta trancada. – disse Scorpius contrariado abrindo a porta e saindo dali. Suspirei.

- Obrigada por tudo. – eu disse. Ele sorriu para mim.

- Boa sorte. – disse ele. Agradeci com um sorriso e segui Scorpius.

- Senhor não podemos. – disse um balconista. Abaixei a blusa fazendo meu decote aumentar.

- Meu filho está aqui em algum lugar. – disse ele nervoso. Iria dar merda.

- Senhor... – começou o homem impaciente.

- Com licença. – eu disse. Me debrucei no balcão. Os olhos do homem se focaram em mim rapidamente. Sorri com uma doçura incrível. – Eu gostaria de saber se tem pessoas nos quartos 615 e 645.

- Eu não posso lhe dar esta informação. – ele disse. Respirei fundo e vi que os olhos dele desceram.

- Eu apenas gostaria de receber um sim ou não. – eu disse.

- 615 ocupado. – disse ele. Sorri e pisquei. Segurei na mão de Scorpius e o puxei para o elevador.

- Você vai para o seu quarto e eu para o meu. – eu disse.

- Não mesmo. – ele disse negando com a cabeça. – Se acontecer alguma coisa com você, eu nunca vou me perdoar. – ele disse para mim.

- Não vai acontecer nada com nós. – eu disse. – Eu prometo querido.

- Eu te amo. – ele disse. Sorri, adoro ouvir isso. Puxei ele para um beijo.

            O barulho do elevador indicando que havíamos chegado, fez aquele beijo maravilhoso terminar. Dei um selinho nele e fui para o meu quarto. A arma sendo segurada firmemente na minha mão. Estava nervosa.

            Fui andando e relembrando de tudo. Vi a máquina de doces, as portas e a lembrança de estar neste exato lugar quando vi Chad, o presente de Scorp. Ia em passos rápidos e silenciosos para o meu ex-quarto. O homem da recepção disse que o de Scorpius era o que estava ocupado, mas eu queria ter certeza.

            Bati na porta e tapei o olho mágico para a pessoa não me ver. Silêncio. Peguei um grampo e abri a porta, é maravilhoso ser parente de detetives, eles te ensinam cada truque...

            Abri a porta silenciosamente e entrei no quarto, como nos filmes. A arma apontada para todos os lugares. Nada. Fui no banheiro, armários, embaixo da cama... Nada. Nenhum sinal de que alguém estivera ali. Respirei fundo e guardei a arma. Fui para a sacada.

            A mesma que eu vi Scorpius pela primeira vez. Olhei em volta. Tudo continuava igual. Arvores, piscina, os quartos. Olhei para onde Scorpius estava na primeira vez que o vi. Onde meu mundo começou a dar voltas rápido de mais. Olhei e meu coração saltou. Ele estava ali, sentado. Tomando sorvete tranquilamente. Olhei para frente e vi que Scorpius estava na sacada me olhando. Sorri para ele e olhei para meu filho sentado.

            Saí dali e desci as escadas, nem esperei pelo elevador. Ouvi passos atrás de mim, Scorpius me acompanhava. Meu coração estava mais leve, lágrimas saltavam dos meus olhos. Finalmente. Finalmente aquele pesadelo iria acabar.

            Cheguei no andar que ele estava e fui correndo para a rua. Abri a porta e não o vi ali. Deus, será que foi imaginação? Não... Scorpius olhou Chad e eu também. Scorpius segurou no meu ombro.

- Vamos para o saguão. – disse ele. Assenti e descemos. O elevador soltou o tradicional barulho e então eu vi. Algo cresceu dentro de mim. Iria sacar a arma, Scorpius deve ter percebido. Sua mão segurou a minha rapidamente.

            Os dois olharam para nós. Olhei para Chad e o homem. Era o mesmo homem dos meus sonhos. Corremos em direção deles. Puxei Chad para longe e o abracei. Vi Scorpius prensar o homem barbudo na parede. Eles falavam alguma coisa. Olhei para o meu filho.

- Oi mãe. – disse ele me abraçando. Merlin, era tão bom sentir ele me abraçar.

- Oi meu bem. Você está bem? – perguntei olhando todas as partes do corpo dele.

- Estou sim. – disse.

- O homem te fez alguma coisa? – perguntei preocupada. Olhei para Scorpius e vi que o homem tinha desaparecido. Vi que o loiro veio na minha direção.

- Eu adorei ele. – disse ele com uma ingenuidade super infantil. – Ele me deu sorvete e andamos em vários brinquedos.

- Ele te machucou? – perguntou Scorpius se agachando do meu lado.

            Sem perceber, eu mordi o lábio inferior nervosa, não sabia qual seria a reação de Chad. Chad olhava para o pai sem interrupção.

- Não senhor. – disse ele. Chad parou de olhar Scorpius e passou a me olhar. – Ele disse que se eu viesse para cá, você e papai iriam voltar. – ele disse. Chad coçava a cabeça, parecendo... Constrangido. – Ele não me machucou nem nada. Adorei ele! – disse ele procurando o homem. Olhei para Scorpius.

- Filho... – chamei ele. Chad me encarou com aqueles olhos cinza. – Este é Scorpius Malfoy. – disse apontando para ele. – E... Bem... Ele é o seu pai querido. – disse. Chad olhou para Scorpius

- Por que nunca me procurou? – perguntou ele.  – Você não gosta de mim nem da mamãe?

- Eu amo a sua mãe e te amo muito. – disse Scorpius vermelho. – Sua mãe não me avisou que estava te esperando.

- Vamos ser uma família agora? – perguntou Chad para mim. Suspirei. Já sabia o que devia fazer.

- Querido, você viu algo na lojinha? – perguntei querendo distrair ele.

- Eu vi, mas você disse que já comprou meu presente. – disse ele. Sorri de lado.

- Eu não comprei presente para os seus 10 aniversários. – disse Scorpius com a sobrancelha erguida.

- Espere. – eu disse. Olhei para Scorpius. – Onde o homem está?

- Ele sumiu. – disse ele. Engoli em seco. Assenti para Chad que foi correndo para a lojinha.

            Me levantei e vi que Scorpius ainda estava ajoelhado.

- Rosa. – começou ele. – O que eu vou te dizer, eu devia ter dito enquanto estávamos aqui. – disse ele colocando a mão no bolso. Tirou uma caixinha. – Quer casar comigo? – perguntou ele. Sorri e meu dia não podia ficar melhor. Assenti, me ajoelhei e o puxei para um beijo.

- Não tivemos a privacidade que queria. – eu disse me lembrando de quando Al pediu Belle em casamento. Ouvimos uma salva de palmas.

- Não queria. – disse ele me beijando.

- Scorpius... – comecei. – Eu quero compensar-lo por não ter dito que estava grávida. – eu disse.

- Como... Como assim? – perguntou ele.

- Eu estou grávida. – eu disse. Ele sorriu e me beijou.

            Nos levantamos e fomos para a lojinha buscar Chad. Tudo estava bem. Chad comigo, Scorpius comigo e eu com eles. Todos juntos, como uma família. Uma pequena intrusa iria vir, mas isso nos acostumamos. Não pode ficar melhor. Ri. Pensar que eu queria evitar tudo isso, as lembranças, agora... Eu não quero mais evitar. Tudo aconteceu aqui na Disney.

            A frase da Disney “onde seus sonhos viram realidade” é verdade. Conheci o amor da minha vida, tive o bem mais precioso, tive idéia para o Best selller, e aqui, fui pedida em casamento e falei que estava esperando uma menina, torcia que fosse uma.

            Tudo aconteceu aqui, na Disney. Nosso ponto de origem. ”