A Páscoa do Passado. escrita por Val-sensei


Capítulo 2
Eu ainda me lembro.




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Depois de observar o céu límpido e azul por um tempo eu voltei a olhar aquela lápide fria e prossegui.

— Até hoje eu não acredito que fiquei distribuído chocolates para crianças órfãs antes mesmo de a Bra nascer, o Trunks virar um rapaz e a Bra virar uma moça. Era incrível ver aquelas crianças tão felizes por receber ovos de chocolate— Eu disse com o meu típico sorriso de canto, cabeça encostada na lápide.

— Vou te confessar uma coisa Bulma... - Eu mantenho essa tradição que você criou. Hoje à noite eu vou ao orfanato levar os ovos de chocolate para as crianças sem pai e mãe.

Eu respirei fundo e uma breve lagrima escorreu pelos meus olhos negros e alguns fleches vieram em minha mente.

*

— Vegeta, Vegeta! - Ela me procurava.

— O que você quer mulher? - Eu disse a assustando-a.

— Eu quero um favorzinho seu - disse ela fazendo charminho passando a mão no meu tórax com um biquinho nos lábios.

— Grsss. Lá vem você me fazer de ridículo para os outros de novo - Eu disse a ela com cara de poucos amigos e mãos na cintura.

— Vegge, não faz essa cara. Eu só quero que você vá comigo comprar ovos de páscoa e também quero que se vista de coelhinho para a Bra.

— Eu me vestir de coelhinho, nem aqui nem no planeta Vegeta, pode ir tirando seu cavalinho da chuva. – Eu estava muito nervoso e empinava o corpo um pouco para frente. - Eu sou um príncipe não vou me rebaixar a isso. Ir com você eu até posso pensar no seu caso, mas de coelhinho não, eu não vou me humilhar assim.

— Nem para a sua princesinha Vegge._ Ela disse fazendo beicinho e alisando meu tórax.

— Grsss. Não sei como você consegue fazer um príncipe como eu mudar de idéia. Grsss... Ta eu visto._ Eu disse com a cara mal humorada.

Ela me deu um beijo terno.

*

Eu sai da minha lembrança e voltei me novamente no meu monologo solitário.

— A Bra ficou tão feliz em me ver vestido daquele jeito, a Pan também. Eu via o brilho nos olhos das garotas de tanta felicidade. Depois que elas comeram os ovos de páscoa, ela foram dormir e Kakaroto chegou para mim e disse:

— Você está ótimo de coelhinho Vegeta, só a Bulma mesmo para conseguir essa façanha - Ele disse sorrindo e com aquele ar de tonto que ele tinha.

— Cale-se verme - Eu disse irritado e tirando a fantasia.

— Vou te contar ouro segredo Bulma... - Eu sinto falta do tonto do Kakaroto, ele sempre foi um rival, mas depois se tornou um amigo. – Minhas lembranças viajaram em um passado tão distante e sorri de canto de novo ouvi os pássaros cantarem ai por perto, então voltei ao monologo.

— Aquela aula sobre a páscoa e coelhos foi realmente irritante, você tentava me explicar como funcionava esse costume terráqueo bizarro, como todos os outros também eram para mim da mesma forma, bizarros. – Passei a mão no chão gramado. - Sabe Bulma eu daria tudo pra te ver me irritando de novo com todas aquelas idiotices que você me metia. Era cada uma pior que a outra e eu um príncipe guerreiro me submetendo a minha princesa como sempre fiz, mesmo sobre todo aquele orgulho, aquela carranca, grosso e rude, eu fazia por você.

— Quando foi que eu comecei a te amar em? – Me perguntei, me respondendo. - Eu nem me lembro mais, quando percebi, eu não parava mais de pensar em você, naquela época você parecia uma terráquea maldita que me enfeitiçou. Incrível não é como você realmente fez isso, me enfeitiçar, com o seu jeito vulgar, irritante, corajoso, destemido e doce de estar ao meu lado e tirando a minha solidão, me dando amor, carinho e uma linda família, uma que eu nunca tive.

Nesse momento eu não aguentei, senti as lagrimas escorrerem pelos meus negros olhos.

Fiquei um tempo olhando o horizonte com o meu olhar perdido e marejado. Senti o vento quente tocar meu rosto, meus olhos foram pesando e eu acabei adormecendo sobre o seu túmulo.

Quando acordei novamente vi o sol alto e quente sobre minha pele, mais uma vez olhei aquele lugar tão vazio e triste. Era exatamente como eu estava me sentindo.

— Sabe Bulma nesse tempo que eu estive aqui ao seu lado eu me lembrei de uma coisa realmente bizarra. - Sorri de canto novamente e prossegui. – Você se lembra daquela fantasia de coelho? Eu a encontrei em uma caixa muito bem guardada, eu te perguntei: - Bulma que fantasia é essa? Você respondeu:

— A essa fantasia ai eu vesti há alguns anos atrás, quando o Goku e eu buscávamos as esferas do dragão na nossa juventude. Eu te olhei com um olhar malicioso e disse para você:

— Na próxima páscoa você vesti-la e lembrara o ridículo que você me fez passar. Você ficou tão vermelha, mas concordou. Logo a páscoa chegou e como você havia prometido se fantasiou de coelhinha. A fantasia ainda cabia perfeitamente em você e ficou extremamente linda nela. Naquele dia eu me segurei varias vezes para não te puxar para o nosso quarto.

— Eu queria ter estado ao seu lado no lugar de Kakaroto na sua adolescência, nas suas aventuras e andanças por ai atrás das esferas do dragão – Sentia o sol quente da tarde sobre a minha pele. - Pelas histórias que você me contava parecia ridículas, mas hoje noto que são muito divertidas e foram divertidas todas as circunstância que você me meteu também acabaram se tornando divertidas com o passar dos anos – Lagrimas ainda escorriam pelos meus olhos negros. - Agora você não está aqui ao meu lado para me pedir para fazer aqueles papeis ridículos que você sempre me fazia passar - Mas uma vez olhei o horizonte esperando algo que não ia acontecer.

— Bulma, enquanto eu estava aqui dormindo eu sonhei com você. – Me levantei e olhei para estatua. - Quer saber o que eu sonhei? - Perguntei como se eu soubesse a resposta e prossegui. - Como você sempre foi curiosa tenho a certeza que quer saber o que eu sonhei... - Bom no meu sonho você vestia um vestido vermelho bem colado ao seu belo corpo, aquela cor sempre realçava seus olhos e sua pele branca... - Nós estávamos indo a um lugar, mas só fui ver quando chegamos lá. Foi até engraçado, porque era um lugar cheio de chocolate, tinha um rio de chocolate, vários coelhos de chocolate, a grama era de chocolate e nos dois corríamos nesse vale todo achocolatado... - Depois nos deitamos e você me abraçou tão forte, sua aparência era a mesma de quando nós conhecemos. Depois você me beijou docemente e me pediu pra continuar a ajudar aquelas crianças mais carentes, mas eu continuo viu - Eu parei mais uma vez e olhei mais uma vez toda aquela solidão, todos as túmulos ali quietos e algumas pessoas visitando seus entes queridos.

— Eu vou continuar distribuído os ovos nos orfanatos como eu fazia com você antigamente. Não se preocupe, eu continuarei com essa tradição que você inventou - Dei um leve sorriso de lado e prossegui. – Você não comemorava só a páscoa, mas também a ressurreição de Kami-sama. – Coloquei a mão no bolso e olhei as flores sobre a pedra no chão. - Você sempre dizia que era o amor de Kami-sama que unia os seres da terra. Acho que foi por esse motivo que você deve estar no paraíso.

— E toda a páscoa era assim, alegre e você sempre me convencia a fazer algo que eu não queria, me obrigava a ficar junto com os seus amigos vermes de sempre, mas depois me recompensava tão bem. Sabe Bulma, você poderia estar aqui nesta páscoa, Bra e Trunks estão preparando algo especial para nossos netos, seria uma surpresa para você de estivesse aqui. – Outra vez senti as lagrimas escorrer nos meus olhos. - Comemoraríamos a páscoa brincando e brigando como sempre. - Eu disse com um leve sorriso de canto encostando a minha cabeça na lapide sentindo o vento bater nos meus cabelos levemente esbranquiçados quando ouvi uma voz ao longe.

— Vovô eu estava procurando você. - Disse Kelly, minha netinha filha de Bra.

— O que você quer garota? Como me achou aqui? Não vê que eu estou ocupado? - Eu disse cruzando os braços fechado meu semblante e a olhando.

— E que o tio Trunks disse que estaria aqui e pediu para o senhor não demorar muito.

— Grsss. O que ele quer? - Eu disse nervoso mais ainda sentado.

— Ele disse que não é para atrasar com as entregas dos ovos de páscoa aos orfanatos. - Ela disse me olhando e aproximou da lapide e prosseguiu. – Vovô o senhor está com saudades da vovó? - Ela disse me olhando com aqueles olhos azuis iguais os da mãe e os da avó, mas seus cabelos eram lilás como o do tio.

Eu a olhei em silêncio e voltei meus olhos negros aquele túmulo e finalmente disse com certa dificuldade.

— Sim... Nessas datas eu sinto falta da sua avó. Agora vamos antes que seu tio venha me buscar pessoalmente, apresado do jeito que ele é. - Eu disse com meu jeito de sempre.

Nós levantamos voou e eu olhei o tumulo de Bulma e a vi olhando pra mim. Eu a ouvi dizer:

— Eu estarei sempre com vocês meu amor, mesmo do outro mundo e esperarei ansiosa por você aqui no céu. Eu te amo Vegge.

“Eu também estou ansioso para te ver, eu também te amo.” Eu pensei enquanto olhava.

— Vovô está tudo bem.

— Claro Kelly. - Eu disse com um leve sorriso de lado e prossegui. – Esse ano eu vou comer todos os seus chocolates.

— Há mais não vai mesmo. - Ela disse voando mais rápido.

Continua...

 


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