- "Sayonara chibi"

 E foi apenas com aquelas duas palavras, que ele se despediu. Quase um mês sem ele, já estava ficando louco, e também eu já estava pondo os outros a loucura. Tudo por causa da saudade.

 Desde que nos conhecemos, nunca fiquei tanto tempo longe do meu amado, mas o fato dele voltar logo hoje, me dar forças para agüentar só mais algumas horas.

(....)

 Ao ouvir o barulho do despertador, acordei com um sorriso no rosto, não reclamei de nada, mesmo estando com sono, me levantei coisa rara que eu não faço em dias normais. Mas esse definitivamente, não é um dia normal!

 Sai do quarto e fui até a janela da sala, fiquei observando por um tempo, quando avistei a janela do prédio vizinho,e por trás daquele vidro, estava ela.

 Sim, ela! A vizinha que em todas as manhãs, ficava lá me provocando, apenas com suas roupas íntimas. Eu apenas ria daquilo tudo. Boba ela achar quem um dia eu fosse me atrair por o que ela tem. Posso até dizer que ela não é de se jogar fora, mas também não é o que eu quero.

 Quando o seu showzinho acabou, fui fazer meu café da manhã. Na verdade, fui apenas esquentá-lo.

- Que coisa! Não vejo a hora do meu  Kai voltar, sem ele não sou nada, nem mesmo sei preparar meu café!

 Peguei um bolo que o Uruha havia me dado na noite anterior, levei ao microondas e coloquei para esquentar.

Havia acontecido uma festa. Não fui por que estava ansioso demais para hoje. Preferi ficar em casa e descansar. Por eu não ter ido, Kouyou deixou um pedaço de bolo da festa! Gostaria muito de saber o que ele estava comemorando.

 Fui ao quarto e escolhi uma roupa, entrei no cômodo, fiquei em frente ao espelho pensando se ele ainda me amaria quando voltasse. Afinal...um mês muda muita coisa ,e pra falar a verdade, eu estava com medo dele me achar diferente, dele não gostar mais de mim.

- Aiin, - suspirei - Pare de besteiras Matsumoto Takanori!

 Falei comingo mesmo bagunçando o cabelo.

 Tirei minha roupa e começei a banhar. Ao olhar para as paredes, lembrava dos momentos em que eu estava alí com meu koi. Nós dois se amando, naquele pequeno espaço.

 Lembrei de loucuras. As lembranças me pareceram tão reais, que até mesmo debaixo da água gelada, comecei a me sentir quente, mas logo me acalmei lembrando que estava sozinho, e ficar assim não ia me render em nada.

 Terminei meu banho e logo vesti minha roupa. Fui até a cozinha e vi que o microondas havia feito o seu trabalho, mas naquela hora não dava mais tempo de provar daquele bolo.

 Olhei a hora no relógio, já se passara o tempo que eu tinha de estar no aeroporto para buscar  o Kai.

 Desci do prédio em disparada, peguei meu carro e sai ao encontro da pessoa mais especial para mim neste mundo.

 Meu coração estava em um ritmo tão forte, que parecia que iria sair do meu peito.

 Depois de alguns minutos dirigindo, depois de passar por várias ruas, cheguei ao meu destino. Sai do carro num grande salto, entrei no aeroporto e falei com a atendente.

- O que?? Como pode o avião ter atrasado??

- Me desculpe, mas atrasou. Não irá demorar muito senhor, se sente e espere.

 Estava puto com aquilo. Minha animação era tão grande e eu ainda teria que esperar.

 Sentando alí, toda minha animação acabara se transformando em sono, e lá mesmo naquele banco, adormecir.

(....)

- Chibi, chibi - acordei com aquela voz em meu ouvido, tão doce, tão carinhosa, tão provocante....  Sem dúvida, era ele - Meu pequenino, acorde! Eu cheguei!

Minha alegria voltou em instantes. Meu coração batia mais forte do que a primeira vez em que estive com ele.

 Me sentei direito na cadeira, e passei as mãos nos olhos, talvez pudesse ser a saudade tentando me pregar uma peça em pleno aeroporto.

Olhei bem e em um só pulo, voei para cadeira ao lado, onde ele estava sentado. Fiquei em seu colo com meus braços em volta de seu pescoço. Para mim, aquele momento poderia ser descrito como... Mágico!

- Kai... Se você viajar mais uma vez e passar tanto tempo longe de mim,morrerei sem.....

Fui interrompido por um beijo. Logo alí na frente de todos.

Mas eu não me importava quem quisesse que paresse para olhar, quem não quisesse, que continuasse andando sem argumentar.

Coloquei meu corpo contra o seu, e aprofundei mais o beijo.

Podia sentir o gosto de sua boca invadindo a minha, nossas línguas dançavam como se tivessem esperando esse momento durante anos e anos.

Mas elas realmente estavam esperando. Não durante anos,mas sim durante um mês.O mais doloroso e sofrido dos meses.