Need You Now escrita por Marione


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Mais uma!!!!
Beijos



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(http://www.youtube.com/watch?v=1OfsZyYPLoI)

Memórias perfeitas
Espalhadas por todo o chão
Alcançando o telefone porque
Eu não consigo lutar mais
E eu me pergunto se eu já passei pela sua mente
Para mim isso acontece o tempo todo

São 1:15
Estou completamente só e preciso de você agora
Disse que eu não ligaria
Mas perdi todo o controle e preciso de você agora
E não sei como sobreviver
Só preciso de você agora

POV Hermione

Sentada sozinha no chão da sala com uma garrafa de vinho aberta e já pela metade, um cigarro aceso entre os dedo,  rodeada por fotos nossas espalhadas pelo tapete inutilmente encaro o telefone.  As lágrimas rolam sem que eu tenha controle sobre elas, dói demais para tentar segurar. Eu não posso mais fingir que tudo está bem, que não sinto desesperadamente a sua falta.

A todo instante imagino como está, com quem, o que estará fazendo. A figura de seu rosto bonito, seu sorriso franco e os olhos profundos fazem parte contínua de meu pensamento e eu me pergunto isso acontece com você?

Termino de uma golada o restante de vinho na taça e levanto em direção ao telefone. Tiro o fone do gancho, mas o que te dizer?  Respirando fundo, digito o número tão conhecido rezando para que me atenda. Um, dois, três toques...

- Alô? – Meu coração dispara ao som da sua voz.

Outra dose de uísque
Não consigo parar de olhar para a porta
Desejando que você entrasse arrebentando
Da maneira que fazia antes
E eu me pergunto se eu já passei pela sua mente
Para mim isso acontece o tempo todo

São 1:15
Estou um pouco bêbado
E eu preciso de você agora
Disse que não ia ligar
Mas perdi todo o controle e preciso de você agora
E não sei como sobreviver
Eu só preciso de você agora

POV Harry                                                         

Sentado no chão com as costas apoiadas na parede não consigo desviar o olhar da porta querendo que você a abrisse num rompante como costumava fazer. Mais uma dose de uísque, tentando ganhar coragem para te trazer de volta a minha vida.

É assim para você? Estou em sua mente o tempo todo, tomando conta de cada ínfimo pensamento seu? Não consigo te esquecer, continuar...

Sinto-me um idiota, um fraco que não consegue cumprir com sua palavra, mas o amor nos faz isso.  Eu prometi que não ligaria que não a procuraria... Eu te amo.

Eu queria apenas um sinal seu o suficiente para saber que...

Trimmm. Trimmm. Trimmm.

- Alô? – Mal consigo respirar ansioso por ouvir sua voz de fada.

POV Hermione

- Oi. – Não sabia ao que dizer. Tantas emoções passavam por mim ao ouvir sua voz. – Te acordei?

- Não. Aconteceu alguma coisa? Tá tudo bem?

- Não aconteceu nada demais, porém nada está bem. – Eu tentava conter o choro de toda a maneira. – Eu sei que prometi não ligar, mas eu preciso de você agora. Pode me encontrar?

O silêncio na linha me sufocava de angústia. O que devia estar pensando? Será que já existia alguém na sua vida?

- Onde? – Sua voz estava abafada.

- No Silverwood, pode ser? - A ansiedade tingia minha voz.

- Estarei lá em quinze minutos.     

E desligou sem se despedir. Será que era um erro persistir? Eu te amo e contra isso não havia nada que pudesse ser feito. Sem me dar tempo de reconsiderar peguei as chaves do carro e disparei pelas escadas do prédio.

As ruas estavam tranqüilas. Algumas pessoas caminhavam de mãos dadas, outras em grupo conversando e rindo. Um ventinho gelado soprava e me ajudava a clarear as idéias.

Como seria quando te visse? Eu conseguiria pedir perdão por ter agido como uma idiota?

POV Harry

- Estarei lá em quinze minutos.

Dirigi como um lunático, sem prestar atenção em nada além de que estaria vendo você novamente, que poderia sentir seu aroma doce, ganhar um sorriso seu. Era incrível como em apenas falar com você me tirou do inferno e lançou ao paraíso. No rádio tocava uma música antiga que falava sobre segundas chances. Eu estava tendo a minha e não iria desperdiçá-la.

Tentei coordenar meus pensamentos. Mas tudo era intenso demais e eu não tinha tempo de analisar todo o turbilhão de emoções que me dominava, apenas sorria como um bobo enquanto minhas mãos acompanhavam o ritmo da música no volante.

POV Hermione

O Silverwood estava praticamente vazio àquela hora da madrugada. Sentei numa das mesas mais ao fundo não conseguindo desviar o olhar da porta. Talvez eu não devesse ter escolhido aquele café para te encontrar. Tínhamos tantas lembranças ali, as tardes de chuva tomando chocolate quente ou no verão quando dividíamos uma enorme taça de sorvete napolitano.

Perdida em lembranças não notei quando se aproximou da mesa. Olhá-lo era um bálsamo ao meu coração ferido. Os cabelos loiros bagunçados, a pele clara quase translúcida, o corpo alto e musculoso emanando força, o rosto anguloso enfeitado por olhos cor de aço derretido brilhando enigmáticos. Eu apenas conseguia encará-lo, nada passava por meu cérebro a não ser a felicidade de saber que estava perto de mim.

- Posso sentar? – Sua pergunta me tirou do meu estado de topor.

- Claro! – Suspirei o perfume único do seu corpo. – Quer um chocolate quente?

- Seria bom. – Me preparei para buscar, mas ele me interrompeu. – Pode deixar que eu pego.

Fiquei admirando seu andar tão seguro enquanto ia até o balcão. Uma garota de longos cabelos ruivos cruzou com ele ao entrar no café. A garçonete já trazia nossas bebidas e Draco pediu dois pauzinhos de canela, uma tradição nossa. Aquilo me emocionou mais do qualquer outra coisa que ele pudesse ter feito.

Uma pequena lágrima escorreu no momento em que ele virava para a mesa. Sequei rápido, mas mesmo assim ele a viu e franziu o cenho ao caminhar de volta.

Eu tentava reunir toda a minha coragem, mas era tão desconcertantemente prazeroso tê-lo próximo a mim daquela maneira. Mas era algo necessário. Eu me sentia tão estúpida tão burra...

- O que há Jane? – Ele falou tão carinhosamente, só ele me chamava daquela maneira especial.

Eu busquei o contato da sua pele quente pegando sua mão e trazendo de encontro ao meu rosto. Ele não me repeliu, ao contrário, contornou meu rosto com seus dedos longos e afáveis. Meu corpo reconhecia seu toque como se estivéssemos separados há apenas alguns minutos e não semanas inteiras. Eu sentia meu sangue esquentar e circular mais rápido pelas veias era tudo tão bom...

As lágrimas vieram sem que eu pudesse evitá-las. Ele me puxou de encontro ao seu peito, seus braços se fecharam protetoramente a minha volta e seus dedos traçavam carinhos leves sobre as ondas do meu cabelo enquanto sussurrava palavras carinhosas para me acalmar.

- Hei o que ta havendo? – Ele falou baixinho no meu ouvido. Senti-me péssima e tão feliz ao mesmo tempo. Como eu pude desconfiar dele?

- Eu sei que prometi me manter afastada, mas eu não quero isso! Eu sinto desesperadamente a sua falta! Está sendo um inferno estas semanas longe de você... Perdoa-me. – As palavras eram apenas um sussurro, não sabia se ele tinha entendido alguma coisa.

- Vamos sair daqui. – Pegou minha mão e puxou-me para fora do café.

POV Harry

Estava com a mão na porta quando um casal a puxou para saírem do café, um cara loiro alto e uma morena. Entrei e te avistei sentada numa mesa debaixo da janela e olhando para o céu. Tão linda. A boca vermelha e pequena como um botão de rosa, os cabelos caindo como uma cortina carmim pelas costas, a pele suave salpicada de pequenos beijos em formato de sardas, os olhos verdes estavam distantes, pensativos. Aproximei-me devagar para não assustá-la.

- Posso sentar? – Você pareceu se sobressaltar quando falei. Um indefinido misto de emoções me atravessou quando seu sorriso se abriu para mim.

- Claro. Eu pedi dois cappuccinos com creme para gente, tudo bem? – Apesar de sorrir notei que seus olhos não tinham mais o brilho que eu tanto amava.

- Ótimo. Está aqui há muito tempo? – Perguntei para iniciar uma conversa.

- Não muito. – Ela suspirou. – Desculpe ter te tirado de casa a essa hora.

- Eu te agradeço por isso. Se você não tivesse me ligado eu te ligaria. Nada mais tá certo com você longe de mim.  – Ela me olhava com lágrimas nos olhos. – Eu amo você demais, fui um bobo de ter te deixado ir por algo tão pequeno como o ciúme. Fui infantil, imaturo e egoísta. Quero que você me perdoe, você pode me dar uma segunda chance?

Seus olhos brilhavam como dois diamantes e um pequeno sorriso iluminava seu rosto de anjo.

POV Draco

Todas as minhas preces tinham sido atendidas. Hermione tinha voltado, a minha Jane tinha me procurado pedindo perdão. Meu coração exultava com o contato da pele suave de sua mão envolta pela minha.

Eu precisei de toda minha força de vontade para não ir atrás dela durantes as semanas infinitamente longas que nos separaram. E pensar que um mal entendido besta tinha causado tanta dor.

Eu trabalho no escritório de advocacia da família Malfoy e há pouco tempo me tornei sócio majoritário, pois meu pai tinha se aposentado deixando ao meu encargo os negócios. Meus pais promoveram uma festa em minha homenagem na mansão da família, por mim não era necessário nada disso, mas fazia parte do protocolo social.

Hermione ainda não conhecia minha família apesar de já estarmos juntos há três meses e eu achei que a festa seria uma ocasião perfeita para tal. A casa estava lotada de convidados, minha família é muito tradicional na Inglaterra e por isso não podíamos simplesmente fazer uma pequena reunião. Quando Jane chegou não notei, pois estava conversando com alguns clientes nos jardins de trás da casa. Somente a vi quando a mesma tentava escapar pela saída lateral do jardim. A alcancei segundos antes de chegar a porta.

- Jane?!?! – A chamei aflito ao notar lágrimas no seu rosto bonito. – O que houve?

- Pergunte a sua namorada Pansy Parkison. Talvez ela possa esclarecer! – Deu um puxão no braço que eu segurava e saiu furiosa para a rua.

Eu voltei imediatamente para a festa a procura de Pansy. Nós já tínhamos terminado há meses e não era possível que ela ainda dissesse ser minha namorada aos outros. Meu sangue fervia de raiva ao imaginar como Jane deve ter sofrido ao ouvir algo assim. Avistei a cabeleira negra de Pansy na escadaria.

- O que você pensa estar fazendo ao dizer aos outro que ainda somos namorados? – Disse entre dentes com uma raiva mal contida na voz.

- Bom... – Ela me olhou sem graça suplicando para que essa conversa pudesse ser feita num ambiente particular. Apenas arqueei as sobrancelhas demonstrando que não cederia. – Eu sabia que você iria trazer uma qualquer para apresentar aos seus pais hoje, mas não queria te ver feliz se eu também não estava, por isso quando ela apareceu dei a entender que ainda estávamos juntos.

Eu não consegui pronunciar nenhuma palavra tamanha era a fúria que me assolava. Agarrei o braço da mulher que um dia julguei amar e a carreguei diretamente para a saída dando ordens expressas aos seguranças para nunca mais deixá-la entrar em minha casa. Se Pansy queria humilhar alguém conseguiu – ela mesma.

Eu tentei a noite toda falar com a Jane, mas ela estava irredutível. Fiquei sentado horas no corredor de seu prédio de frente para sua porta, mas foi inútil. Liguei insistentemente na primeira semana explicando por telefone toda a situação inutilmente, ela apenas me ignorava.

Então eu resolvi que se fosse realmente importante para ela precisaria esperar. Dar tempo ao tempo para que ela pudesse refletir. E como foi difícil resistir à tentação de procurá-la, de saber que estava bem, que estava feliz.

Mas agora ali com ela em meus braços parecendo tão frágil e desprotegida não tinha mais em que pensar. Meus dedos contornaram os traços perfeitos do de seu rosto delicado, o nariz pequenino e arrebitado, a boca rosada e suave, a pele macia. Seus cabelos tinham cheiro de primavera, algo como jasmim e sândalo. Forcei levemente seu rosto para cima até que seus olhos encontrassem com os meus. Pareciam duas gotas de uísque diluídas em pequenos diamantes que eram suas lágrimas. Sentia-me um bêbado a caça de um conhaque quando meus lábios encontraram a suavidade de sua boca. Toquei com a língua seus lábios pedindo passagem para mais, precisava mitigar a saudade enorme que sentia daquela mulher. Eu sentia todo meu corpo vibrar de prazer, o sangue correndo veloz aquecendo cada pedacinho da minha pele. Ela era a única que me deixava num tal estado de excitação apenas com o olhar, eu precisava de mais – queria devorá-la, e ainda não seria o suficiente para apagar toda a dor da separação. Sem notar eu estava chorando, deixando fluir toda a saudade, angústia, tristeza – não tinha me permitido chorar em todo o tempo. E agora estávamos ali debaixo de uma árvore antiga num parque qualquer de Londres acreditando existir somente a nós no mundo todo.

- Quer casar comigo? – Hermione estava ajoelhada diante de mim com as mãos segurando as minhas, olhando-me impaciente.

A puxei para cima e dei mais um longo e apaixonado beijo na minha futura esposa.

POV Gina

Meu Paizinho do Céu! O Harry me quer de voltaaaaaaaaaaaaaa!!!! Imaginei-me dando pulinhos pelo salão do café! Era possível morrer de felicidade?

- Harry Potter, com certeza você foi imaturo, infantil e egoísta, porém eu também tive minha parcela de culpa.

- Não entendo! – Harry me olhava confuso. Suspirei antes de responder.

- Podemos dizer que eu, hummm... Instiguei o Blaise a me notar. – Minha voz foi sumindo enquanto eu via Harry mudar de cor, do tom pálido para um vermelho escarlate.

 - Como é que é? – Seus olhos verdes esmeralda me fuzilavam. Eu precisava ser completamente honesta se quisesse que nosso relacionamento desse certo.

- Nós estamos juntos há quase três anos e de uns tempos para cá você tem se tornado cada vez mais distante de mim, sempre com compromissos no jornal, buscando incessantemente furos de reportagem e a nossa relação foi inda cada vez mais para escanteio. – O encarei e ele me olhava de boca aberta. – Eu sei que deveria ter tentado conversar abertamente sobre isso com você, mas você tinha tempo para mim? Não, nunca. Então comecei a flertar com Blaise para te fazer ciúmes.

- Foi tudo para chamar minha atenção? – Ele me olhava embasbacado.

- Sim. Eu sei que fui burra e infantil, mas eu amo você e precisava saber se você ainda prestava atenção em mim o suficiente para me amar. – As traiçoeiras lágrimas brilhavam nos meus olhos.

- Ginny. – Ele me chamou carinhosamente, encaixou meu queixo entre seu polegar e o indicador e levantou minha cabeça para que eu pudesse olhá-lo. – Eu amo você! E tenho sido um estúpido em não querer dividir contigo os planos que fazia para nosso futuro.

- Que planos? – Agora ele tinha me pegado desprevenida. Do que ele tava falando?

- Eu tenho trabalhado tanto, pois... – Harry olhou par ao chão depois ternamente para os meus olhos. – Não foi assim que eu imaginei que fosse acontecer. Não neste lugar nem desta maneira, mas acho que o destino nos trouxe até este momento e eu quero que ele seja o mais especial possível...

Harry levantou-se e eu pude me deleitar com a visão do seu bumbum lindo, suas costas largas, seu corpo alto e definido pela natação me fazia suspirar. Foi até a junkebox colocou uma música country e me tirou para dançar.

Quando nossos corpos se tocaram senti como se uma corrente elétrica tivesse passado por meu corpo. O calor suave de suas mãos em minhas costas e cintura enviava ondas de prazer para todo meu corpo e eu me deleitava em passar minhas mãos por seus músculos, seus cabelos negros sempre tão bagunçados, a pequena cicatriz em forma de raio que ele tinha na testa, tudo nele me fazia perder o ar. Ficamos assim juntinhos deixando que nossos corpos matassem a saudade.

Ele me olhou tão intensamente, com tanto amor que meus olhos mais uma vez ficaram cheios de lágrimas. Uma contração na boca do estômago me avisou de que ele me beijaria. Sua boca foi doce e suave num beijo repleto de carinho, mas eu queria mais. Com avidez procurei aprofundar o beijo e Harry me seguiu contente, sua língua enroscou-se na minha úmida e quente, numa dança sensual. Ele então interrompeu muito cedo o beijo e se afastou um passo de mim segurando minhas mãos.

- Virginia Wasley, quer me dar de ser minha esposa? – Harry se ajoelhou aos meus pés e sorria como uma criança travessa.

- Sim, mil vezes simmmm! – Me atirei aos seus braços. – É tudo que eu mais queria!

Acho que prefiro me magoar do que não sentir nada
São 1:15
Estou completamente só e preciso de você agora
Eu disse que não ligaria
Mas estou um pouco bêbado e preciso de você agora
E não sei como sobreviver
Eu só preciso de você agora
Eu só preciso de você agora
Oh, amor, eu preciso de você agora...


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