Um Telefonema escrita por Anny Andrade


Capítulo 1
Um telefonema...




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Sinto sua falta.

Você já é a voz dentro da minha cabeça.

Fazia exatamente três anos que Hogwarts havia acabado. Scorpius estava em Londres aproveitando para conhecer um pouco da vida trouxa que era tanto desconhecida dele.

         No bar tocava uma música que chamou sua atenção. Sobre o efeito de uma vodca forte e de boa qualidade, e observando os casais que aproveitavam o escuro do lugar para esquentarem suas relações, a mente do jovem loiro foi se transportando para épocas que lhe faziam muita falta.

         - Ela é exatamente isso. – A voz de Scorpius estava completamente mole, e era nítido que os dez copos de vodca tinham lhe afetado.

         - Desculpe? – O barman falou um pouco confuso.

         - Isso que a música está dizendo. Ela é isso. – Scorpius repetiu voltando a beber seu liquido quente e forte.

         - Claro... – O barman concordou. Estava acostumado com homens bêbados que lamentavam relacionamentos perdidos. – Ela provavelmente é.

         - Qual o nome dessa canção? – Scorpius perguntou meio tonto.

         - Como? – O barman se assustou. – Não conhece?

         - Não... – Scorpius riu. – Gosto das Esquisitonas, mas não creio que as conheça também.

         - Isso é um grupo? Com esse nome? – O barman riu.

         - Um ótimo grupo. Mas quero o nome dessa música que toca agora. – Scorpius disse cansado.

         - Já que quer saber. O nome da música é I Miss You. – O barman respondeu se afastando.

         - I Miss You. – Scorpius repetiu. – Como a banda se chama? – Gritou com a voz arrastada.

         - Blink 182. – Uma moça respondeu ao seu lado. Ela sorriu e parecia ter gostado do jeito dele.

         - I Miss You – Blink 182. – Scorpius disse para gravar.

         - Gostou tanto da música? – A garota perguntou.

         - É a música da minha vida. Porque eu sempre vou sentir falta dela. – Scorpius disse se levantando com dificuldade e saindo do bar.

         À noite fora do bar é triste e fria. A neblina encobre as ruas desertas e a garoa fina insistia em cair como se fossem gotas de lagrimas. Scorpius puxou a jaqueta de couro para junto do pescoço e em seguida colocou as mãos no bolso. Sua mente insistia em repetir sempre as mesmas palavras. “I Miss You”, essa música significava tudo que ele sentia no momento.

         Tudo que fingia não existir durante o dia, quando o sol era uma companhia agradável e conseguia aquecer seu coração e algumas vezes até mesmo sua alma. Alvo insistia que ele estava se enganando, e mesmo sabendo que sim, era mais fácil se enganar. Difícil era quando a noite chegava, e quando a única coisa capaz de abafar a falta que ela fazia eram os inúmeros copos de diferentes bebidas, e as visitas constantes a diferentes lugares trouxas. Onde saberia que não encontraria ninguém que o fizesse se lembrar dela, como se precisasse de ajuda para isso.

         A vida dele se resumia em dois sentimentos: Sentir Saudades e Sentir Amor.

         Ele poderia aparatar a qualquer momento, se livraria da garoa e do frio, mas preferia andar, enquanto andava se sentia menos sozinho e seus pensamentos acabavam fluindo mais livremente.

         O amor tinha sido tão cruel com ele. Tinha lhe deixado sonhar com um futuro, sonhar com ela ao seu lado todas as noites, com noites acordados fazendo juras de amor. E em um piscar de olhos os sonhos dele foram realizados por outra pessoa, e o futuro se tornou incerto, cheio de aventuras e vazio de sentimentos.

         Sua casa estava vazia, ele se recusara a dividir o apartamento com seu melhor e único amigo de sempre. Alvo sempre levava milhares de diferentes namoradas para o apartamento, e isso fazia Scorpius pensar no que estava perdendo, e no que tinha deixado escapar como água entre os dedos. Por fim, escolheu um apartamento, com poucos moveis e onde poderia ficar sozinho, sentindo a dor da alma, e fingindo ter uma felicidade ilusória.

         A porta bateu as suas costas. A TV permanecia desligada, mas o computador ligado baixava alguma coisa enquanto Scorpius tomava alguma bebida alcoólica que estava perdida em sua geladeira.

         Depois de algum tempo Scorpius brincava com um telefone em suas mãos, e um copo na outra. Em alguns momentos discava números e esperava até ouvir uma voz do outro lado da linha e desligar em seguida.

         O computador apitou avisando que o que ele queria tinha chegado ao fim. E com pouca habilidade Scorpius ligou as caixas de sons e colocou a música para tocar. Ela se repetiu inúmeras vezes, e o loiro já conseguia cantar cada pedaço, e tinha lembranças de todos os momentos bons.

         O relógio marcava 5h da manhã, e Scorpius não tinha dormindo nem por um segundo. Ele voltava a discar um numero, e esperou o telefone tocar por vários minutos até a mesma voz atender.

         - Alô? – A voz masculina parecia aborrecida, sonolenta e grave.

         - Quero falar com ela. – Scorpius disse.

         - É ele! – A voz soou distante. Estava chamando por ela.

XxX

         Ela estava em casa. A noite chuvosa parecia trazer todos os pesadelos de volta. Ela jamais o esqueceria, tinha feito parte da sua vida, tinha feito a sua vida. Tinha um livro aberto sobre os olhos, e estava encolhida no sofá perto da janela. Admirava as gotas que traçavam diferentes caminhos sobre o vidro, suspiros escapavam de sua boca sem que percebesse.

         - Sempre pensando nele. – Um homem alto e moreno se aproximou lhe entregando uma xícara de chocolate quente. – Nunca vai esquecê-lo?

         - Eu tento. – Ela respondeu marcando a página do livro, e pegando a xícara. – Mas em noites como essa parece ser impossível.

         - Eu deveria morrer de ciúmes? – O homem sorriu. – Afinal, sou um namorado apaixonado.

         - Ele acreditou tão fácil nisso. – Ela sorriu com os olhos embaçados.

         - Não entendo porque fez isso. Juro que não entendo.

         - Todos achavam uma loucura. Nós dois? Juntos? – Ela riu. – A história de Romeu e Julieta na versão bruxos.

         - Porque insistem nesse romance antiquado, sem declarações verdadeiras, sem a menor chance de ter sido real?

         - Todos pensam que Romeu e Julieta foi criado por um gênio, mas não foi a primeira história de amores impossíveis que acabam em tragédia. – Ela sorriu. – Temos mitos antigos que falam sobre isso, mitos que envolvem diferentes casais com finais semelhantes.

         - Não conhecia essas histórias de mitos.

         - São tantas... Mas algumas em especial conseguem ser melhores que Romeu e Julieta e parecer mais irreais ainda.

         - Me conte algum. – Ele sorriu. – Quem sabe assim entendo esse amor que você vive sem viver.

         - Posso contar, mas isso vai fazer com que fico ainda mais sem entender essa amor que eu deixei de viver.

         - Melhor deixar as histórias para uma noite mais animada.

         - Boa idéia.

         - Rose...

         - Peter?

         - Por que não lutou?

         - Porque estava cansada de sofrer e de fazê-lo sofrer. – Rose disse tristemente.

         - Um amor tão grande.

         - Ele acreditou rapidamente no nosso suposto amor fulminante. – Rose disse. – Talvez o amor dele não fosse tão grande quanto dizia ser.

         - Ele viu que seria impossível competir com alguém como eu. – Peter riu.

         - Scorpius não sabe o que é modéstia. Ele acreditou naquilo que queria acreditar. – Rose suspirou. – Acreditou que o amor era uma mera ilusão.

         - Bruxos são estranhos. – Peter disse. – No meu mundo, as pessoas lutam mais pelo amor.

         - Não lutam, apenas fingem.

         O barulho do telefone assusta o casal. Peter caminha até o aparelho o atendendo, mas nenhuma palavra vem em resposta e a pessoa do outro lado da linha desliga sem se pronunciar.

         - Quem era?

         - Um idiota. – Peter disse irritando-se.

         Depois de poucos minutos, o telefone volta a tocar, e o mesmo ritual se repete quase durante a noite toda. Quando finalmente cansam de ligar Peter resolve ir dormir, assim como Rose.

         Mas o telefonista misterioso parecia não ter sono, e o telefone tocou novamente. Peter levantou-se irritado. E Rose olhava assustada para o aparelho. Quem estaria fazendo essa brincadeira tão idiota?

         - Alô? – A voz de Peter é irritada, cansada e sonolenta.

         - Quero falar com ela. – A voz é grossa e cheia de significados.

         - É ele! – Peter disse entre ansioso e confuso.

         Rose pareceu confusa, mas pegou o telefone.

        

XxX

         - Alô? – Rose disse insegura.

         - E pensar que muitos acreditam que rosas não falam. – Scorpius disse com um tom brincalhão.

         - E acreditam que escorpiões jamais podem ser gentis. – Rose disse, ela não se lembrava que o coração pudesse bater tão rápido como o dela estava batendo, não se lembrava do que ouvir a voz dele causava nela, não se lembrava que só com a voz tudo se transformava em turbulência.

         - Não perdemos o jeito de utilizar de jogos para se comunicar. – Scorpius disse, como ele gostava de jogar com ela, como a simples voz dela fazia todos os músculos de seu corpo ganhar vida. Uma voz doce, meiga e tão especial que era capaz de trazer de volta o perfume, o olhar, o toque.

         - Algumas coisas nunca mudam. – Rose disse.

         - As coisas que existem de verdade. Aquelas que são reais nunca mudam mesmo. – Scorpius diz com a voz rouca.

         - Malfoy? O que quer? Ligando-me há essa hora? – Rose diz segurando-se para não dizer o quanto ouvi-lo fazia com que ela perdesse a cabeça.

         - Weasley... – Scorpius soltou uma risada. – Como gosto de te chamar de Weasley... Lembro-me de noites em que esses sobrenomes não deixavam alguns vizinhos dormir.

         - Scorpius... – Rose diz corando, enquanto um calor tomava conta dela. – Vá logo ao assunto.

         - Sempre mandona. – Scorpius riu novamente. – Não poderia somente querer ouvir sua voz? Uma voz cheia de traição?

         - Como se você fosse capaz de ligar... – Rose desdenhou. – Há quanto tempo não nos vemos? Três anos? Quase quatro?

         - Desde o fim de Hogwarts, passamos praticamente um semestre juntos, antes de você arrumar o senhor perfeito. – Scorpius disse com raiva. – Como vai à relação estável de vocês?

         - Scorpius... Acredita em palavras com tanta facilidade. – Rose disse sentindo-se as lagrimas tomarem conta de seus olhos. – Só posso dizer que estamos bem. Ligou para isso?

         - Não... – Scorpius disse. – Eu liguei para te mostrar algo.

         - Me mostrar?

         - Apenas escute... – Scorpius disse aproximando o aparelho telefônico próximo as caixas de som do computador.

Hello there,

The angel from my nightmare

The shadow in the background of the morgue

The unsuspecting victim of darkness in the valley

We can live like Jack and Sally if we want

Where you can always find me

And we'll have halloween on Christmas

And in the night we'll wish this never ends

We'll wish this never ends

         - Scorpius... – Rose murmurou ao ver que som tinha sido pausado.

         - Rose... – Scorpius disse com a voz triste. - Olá querida, sabia que você é o anjo do meu pesadelo? A sombra no fundo do necrotério... Ou quem sabe a vítima insuspeita da escuridão no vale... Aquela por quem eu seria capaz de morrer, de ressuscitar e morrer novamente? – Scorpius sorriu. – Você deveria saber.

         Rose tinha os olhos cheios de lágrimas. Ela tinha realmente esperado por isso, mas nunca tinha chegado, não até aquele momento. Ela sentiu o coração batendo mais rápido. Como pode ter deixado Scorpius e fingir que namorava Peter, justamente o único amigo gay que ela tinha. Mas todos haviam acreditado, e quando Alvo tinha lhe dado o endereço de Scorpius na esperança dela ir procurá-lo, Rose apenas guardou, esperando o momento certo de acabar com a mentira. Quem sabe o momento fosse esse.

         - Você deveria saber que eu sempre achei que podemos viver como Jack e Sally se nós quisermos... Deveria saber que sempre me encontrará e que sempre teremos o Halloween no Natal. – Scorpius suspirou. – Como eu sonhei com isso, e sabe o que faríamos? É tão fácil. De noite desejaríamos que isso nunca acabe... Desejaríamos que isso nunca acabe... Eu desejei que nunca acabasse, mas acho que desejava tudo sozinho.

         O silencio por parte de Rose fez com que Scorpius voltasse a tocar a música. Ele tinha que fazer isso até o fim. E era bom ver Rose calada por alguns minutos. Mesmo que sentisse falta da voz dela, dos beijos dela, dela inteira.

I miss you, miss you

I miss you, miss you

         - Rose Weasley, e mesmo eu sendo o único que sonhava com uma história de amor eterna. Mesmo tendo sido passado para trás, adivinha. Eu sinto sua falta, sinto sua falta. Você não sabe o quanto eu sinto a sua falta. Sinto sua falta. – Scorpius diz esperando uma resposta.

         - Scorpius... – Rose respondeu com a voz embargada. Como ela também sentia falta dele. Como ele era o cara perfeito e sempre tinha sido. O que ela estava fazendo? Perdendo a chance da sua vida? Enganando? Magoando? E por quê? Por que Weasley e Malfoy não devem ficar juntos? Por que Rony Weasley e Draco Malfoy nunca chegariam a ser amigos? A culpa não era dela, ela queria só a felicidade, queria só sentir as mãos de Scorpius sobre sua pele novamente, sentir os beijos dele a acordando, queria tê-lo para ela, queria que ele voltasse ser dela, e ela voltasse ser dele.

         - Escuta... – Scorpius disse. – Só escuta... Depois você me fala...

         - Scorpius... – Rose disse, mas a música voltou a tocar.

Where are you and I'm so sorry

I cannot sleep I cannot dream tonight

I need somebody and always

This sick strange darkness

Comes creeping on so haunting every time

And as I started I counted

The webs from all the spiders

Catching things and eating their insides

Like indecision to call you

And hear your voice of treason

Will you come home and stop this pain tonight

Stop this pain tonight

         - Onde você está? Sabe que estou perguntando onde está aquela Rose que eu conheci no primeiro dia de Hogwarts, que passei a amar desde aquele momento, no trem quando dividimos a cabine já que ninguém queria ter um Malfoy, filho de um traidor, ao seu lado. E seu primo me deixou entrar porque sabia o que era ser filho de alguém com fama, mesmo que a fama do pai dele sendo por um bom motivo e a do meu pai pelo pior motivo de todos. Onde está aquela rosa perfumada? Aquela que me enlouquecia com cada palavra, que me fazia perder a cabeça em brigas sem motivo, aquela Rose espontânea que sempre soube de tudo, e que nunca entendeu de nada? – Scorpius sorriu para si mesmo, como ele gostava daquela flor cheia de espinhos, mas a mais perfumada e delicada das flores. – Eu sinto muito, mas eu não consigo dormir, eu não consigo sonhar essa noite... Como eu tentei, tentei, mas eu preciso de alguém e sempre... – Scorpius respira fundo. – E o que eu tenho, você não agüentaria, porque eu preciso ter forças, e você não acreditaria, mas essa doente estranha escuridão vem se arrastando me perseguindo toda hora... Quer saber o que fiz durante essa noite inteira? Quando eu comecei isso tudo? A ouvir essa musica e pensar em nós dois. Bem... Eu... Quando eu comecei, eu contei as teias de todas as aranhas pegando coisas e comendo suas entranhas... Não é uma das atividades mais agradáveis, mas elas sempre estão aqui comigo. Enquanto eu sonho com você elas me vigiam.

         Rose sentia tantas coisas juntas, e ela não era só de sentir, mas de agir, e ela agiria, com toda certeza ela agiria.

         - Passei a noite inteira, como a indecisão em ligar para você e ouvir sua voz de traição... Como foi difícil desligar o telefone todas as vezes que ele atendia, mas dessa ultima vez eu precisava falar. Precisava desabafar. – Scorpius disse. – E sabe o que eu pensava? Pensava: Será que você voltará para casa e parará esta dor à noite? Será que pode fazer parar esta dor à noite? Como eu gostaria que fosse capaz de voltar para a casa, voltar para o meu coração.

Don't waste your time on me you're already

The voice inside my head (I miss you, miss you)

Don't waste your time on me you're already

The voice inside my head (I miss you, miss you)

Don't waste your time on me you're already

The voice inside my head (I miss you, miss you)

Don't waste your time on me you're already

The voice inside my head (I miss you, miss you)

         A música tocou até o fim. E foi a vez de Rose falar. Ela precisava falar, ela queria falar. Ela tinha que dizer uma coisa.

         - Posso falar agora? – Rose perguntou.

         - Claro... – Scorpius suspirou. – Pise em cima do pobre escorpião ferido e desprotegido.

         - Scorpius... Escuta. – Rose disse.

         Um minuto depois a campanhinha do apartamento de Scorpius tocou, ele fingiu não ouvir esperando Rose falar, mas perante o silencio da garota e a insistente campanhinha ele se levantou irritado e abriu a porta.

         - Não perca seu tempo comigo, você já é a voz dentro da minha cabeça... E não sabe o quanto eu sinto a sua falta. Sinto a sua falta. – Rose disse sorrindo.

         Ela jogou os braços sobre o pescoço do loiro e sem avisos ela o beijou lentamente, sua língua implorava pela dele, o sabor de vodca ainda era forte, mas ela não se importou, ela precisava senti-lo com álcool ou sem álcool. E ele deslizava as mãos pelas costas dela e a puxava contra si, sentindo o corpo dela contra o dele e fazendo com que a paixão deles fizesse novamente sentido.

         - Rose... – Scorpius disse enquanto ainda tinha os braços envolvendo a cintura dela.

         - Como você consegue ser o mesmo menino burro que pediu para sentar comigo e com Alvo? – Rose riu.

         - Não estou entendo... – Scorpius disse, mas não deixava de sorrir.

         - Peter é gay, tem um namorado mais alto que você, mais forte que Hugo, e mais charmoso que o Tiago. – Rose riu. – Eu e ele jamais poderíamos ser namorados, e eu disse tudo àquilo para te afastar, para esquecer-se do amor que sinto, para afastar uma Weasley de um Malfoy.

         - Como Romeu e Julieta?

         - Não... – Rose riu. – Os odeio, eles foram fracos, burros e ingênuos, influenciaram muitos casais, e eu me deixei enganar... Por um momento acreditei que aquele amor era real, mas era apenas uma tragédia e jamais aconteceria na vida real. Porque quando o amor é verdadeiro sentimos quando a outra pessoa está viva ou morta... Eu estava morrendo porque você estava morrendo. Mas juntos estamos vivos, ardentes, pulsantes. Eu tentei ser forte...

         - Mas... – Scorpius disse.

         - Quem consegue ser forte ouvindo você e o seu sotaque falando que sente minha falta, que passa a noite sofrendo por mim. Quem consegue ser forte tendo um Scorpius provocando sensações indescritíveis?

         - Rose? Isso quer dizer?

         - Que eu cansei de lutar... Cansei de perder o meu tempo sonhando acordada, relembrando de noites inesquecíveis. Depois de três anos apenas sonhando com você, chegou o momento de te ter.

         - Você sempre me teve... – Scorpius disse sorrindo.

         - Mas somente agora eu percebi isso. – Rose disse fechando a porta a suas costas e o empurrando sobre o sofá. – E agora que você é só meu, eu vou ser só sua novamente.

         - Rose... – Scorpius disse rindo. – Não está sendo precipitada?

         - Scorpius... Cala a boca. – Rose riu. – Escorpiões servem para morder?

         - Rose, ficou burra ou o que? – Scorpius disse. – Servem para picar...

         - Então... Faça o papel de um escorpião... – Rose disse subindo sobre ele e começando a beijá-lo.

         - Como eu senti sua falta...

         - Não perca seu tempo comigo, falando isso, porque você já é a voz dentro da minha cabeça... – Rose disse rindo. – Te Amo.

         - Eu preciso de você, é minha vida, meu veneno. – Scorpius disse enquanto Rose o beijava. – Te amo.  

         Don't waste your time on me you're already

The voice inside my head (I miss you, miss you)

Don't waste your time on me you're already

The voice inside my head (I miss you, miss you)

         O computador continuou ligado repetindo diversas vezes a mesma música, enquanto Scorpius e Rose recuperavam o tempo perdido, e faziam com que a voz de Blink 182 se perdesse em meio a gemidos e gritos de amor.

         Algumas histórias de amor acontecem por um motivo maior, o destino junta almas, e mesmo querendo ninguém consegue separá-las. Scorpius Malfoy e Rose Weasley eram almas gêmeas e nem um sobrenome seria capaz de separá-los. Como Jack e Sally eles sempre teriam um Halloween no Natal.


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