Skip Beat - a Revolta do Príncipe escrita por Mirytie


Capítulo 4
Capítulo 4 - Ao teu lado


Notas iniciais do capítulo

E entrar pela primeira vez nesta fic...!
Enjoy ^^



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- Ela está a tomar um duche.

A manhã tinha começado há cinco horas e Kyoko tinha acordado há trinta minutos. Brian só tinha acordado por causa do telefone e, mesmo antes de atender, já adivinhara quem era.

- Bem, eu sei que ainda não tens um carro aqui, no Japão. – disse Ren do outro lado da linha – Por isso, eu posso dar-vos boleia, se quiserem.

- Na verdade, eu estava prestes a telefonar-te. – mentiu Brian – Eu tenho uma audição hoje e não posso acompanhar a Kyoko.

Brian achava que a boleia até ao estúdio ia dar-lhes uma boa oportunidade para conversarem e resolverem assuntos inacabados. Entretanto, ele ia passear pela cidade e relaxar na esplanada do primeiro café que visse. Essa era a parte boa de não ser famoso no Japão.

- Oh, então está bem. – disse Ren sem saber muito bem o que dizer – A que horas…

- Daqui a uma hora, seria perfeito. – interrompeu Brian – Bem, até lá.

Satisfeito, Brian desligou. A reunião só começava às nove, o que lhes dava tempo para encontrar um sítio calmo para tomar um bom pequeno-almoço e o sol a mover-se pelo céu, vagarosamente.

- Quem era? – perguntou Kyoko saindo da casa-de-banho com uma toalha enrolada à volta do corpo e outra na cabeça.

- Eu vou encontrar-me com o diretor de uma gravadora importante e não te posso acompanhar. – Brian levantou-se e apontou para uma cadeira em frente a um espelho – Por isso, pedi a um amigo para te dar boleia.

- Oh, não era preciso. – Kyoko sentou-se à frente do espelho e viu Brian tirar-lhe a toalha do cabelo – Eu podia ir a pé.

- Sim, pois. – disse Brian descartando a possibilidade com duas palavra – Como é que queres o cabelo, hoje?

- Diverte-te. – disse Kyoko com um sorriso, sabendo que Brian gostava de brincar com o seu cabelo – E o que é que vais fazer depois de te encontrares com a tal pessoa?

- Acho que vou passear. – Brian não gostava de mentir a Kyoko por isso, pelo menos podia-lhe dizer aquilo como verdade – Não tens que te preocupar comigo.

- Sabes, acho que devíamos arranjar-te um namorado. – ao dizer aquilo, Brian começou-se a rir mas a cara de Kyoko estava séria – Porque é que te ris sempre que eu falo nisto?

- Kyoko, já se passou muito tempo desde que eu estive pela última vez no mercado. – explicou Brian – Estou enferrujado. E, mesmo que eu não seja famoso aqui, tenho sempre um repórter ou dois atrás de mim que vai imediatamente dar notícias de mim à América. Imaginas o escândalo que seria, se descobrisse-se que eu sou gay?

- O que é que estás a tentar dizer, Brian? – perguntou Kyoko, subitamente triste – Que nunca vais ter algum tipo de relação intima por causa da tua profissão? Isso é inadmissível!

- Ouve, eu já resignei-me, está bem? – disse Brian acabando de apanhar o cabelo dela num perfeito rabo-de-cavalo – Não precisas de te preocupar. Esta foi a vida que escolhi.

- Não é justo. – murmurou Kyoko virando a cara para o chão. Brian sorriu porque sabia que aquele amuo não ia durar muito. No entanto, se Kanae estivesse ali, diria que aquilo tinha acabado de começar.

Ser amiga de Brian vinha com o privilégio de ter uma maquilhador experiente, habituado a trabalhar para as duas irmãs mais velhas e a sua irmãzinha pequena. O que também explicava o seu talento com os cabelos.

Mas, o fato de saber falar japonês como se tivesse vivido ali desde sempre, devia-se a diversas férias passadas no japão e ao seu amigo de infância, Tyler.

Pelo que Brian tinha-lhe contado, Tyler tinha nascido e vivido na América até aos oito anos, mas depois tivera que mudar-se para o Japão com a família. Durante as férias que tinham passado juntos, Tyler tinha-se divertido a ensinar japonês a Brian e a mostrar-lhe tudo o que sabia sobre o Japão.

Essas eram as memórias mais preciosas de Brian e, com o tempo, Tyler transformara-se no primeiro amor de Brian.

Kyoko achava isso simplesmente doce. O seu primeiro amor não tinha corrido propriamente bem e, apesar de desejar que o de Brian tivesse corrido, Kyoko achava que isso conectava-os de alguma maneira.

- São quase seis horas. – lembrou Brian – Já tens tudo pronto?

- Sim, só me falta a minha mala. – Kyoko passou a mão pelo cabelo uma última vez e sorriu já que aquele penteado fazia-a sentir-se sexy. Procurou na mala e pôs o coração partido ao pescoço com a ajuda de Brian – Quem é o teu amigo? Conheço-o?

- Pode-se dizer que sim. – murmurou Brian sem querer abordar o assunto antes de Ren chegar. Sabia que ia ouvir um sermão, mais tarde – Ele deve estar quase a chegar, por isso vai buscar o teu casaco. Está a ficar frio lá fora.

- Bem, já estamos no fim de Setembro. – disse Kyoko – Queria mesmo um natal branco, este ano.

- Devias ir ao templo, então. – sugeriu Brian – Podias ir lá, hoje. Ainda tens tempo antes de a reunião começar.

- Mas ir a pé demorava muito tempo. – disse ela abanando a cabeça – E eu não quero chegar atrasada. Vou noutro dia.

- Porque é que não pedes ao meu amigo para te levar lá? – perguntou Brian.

- Não quero incomodar o teu amigo.

- Não ias incomodar nada. – disse Brian com um sorriso na cara quando a campainha da porta tocou, mesmo a tempo – Aí está ele.

Aos saltinhos, Kyoko dirigiu-se à porta, parou, endireitou-se e sorriu antes de abrir a porta. O sorriso desapareceu imediatamente e foi substituído pelo embaraço já que a memória da noite anterior ainda estava fresca.

- Tu és o amigo do Brian? – perguntou Kyoko sem saber o que fazer com as mãos.

- Acho que sim. – respondeu Ren depois de olhar para Brian que anuía com a cabeça, atrás de Kyoko – Vamos?

Apercebendo-se, de repente, que estava a usar o colar que Ren lhe tinha dado, corou e pôs uma mão por cima dele fazendo os dois homens sorrir.

- É melhor irem. – sugeriu Brian – Ou não têm tempo para comer.

Sim e, por muito que Kyoko estivesse chateada com Ren, ainda se preocupava com as refeições dele. Brian achava isso extremamente adorável.

- Eu já comi qualquer coi…

- Eu estou a morrer de fome. – disse Kyoko passando por Ren – Vamos embora. Ainda quero ir ao templo.

Confuso pela conversa do templo, Ren encolheu os ombros e seguiu-a até ao carro. Foi uma viagem silenciosa mas estranhamente confortável.

Ela ia a escrever alguma coisa num papel e, de vez em quando, parava e olhava para Ren e depois voltava a escrever. Finalmente, Ren disse:

- O que é que estás a escrever?

- Coisas. – respondeu ela envolvida na escrita.

- É alguma coisa sobre mim? – perguntou ele vendo-a parar imediatamente e a esconder o papel.

- Viste!? – perguntou ela pondo o bloco dentro da mala.

- Não. – Ren riu-se porque ela não sabia que tinha acabado de responder com a reação dela – É um diário? Desculpa, não estava a tentar intrometer-me.

- É uma música. – disse Kyoko finalmente, depois de um longo suspiro – O Tora disse que tenho que ter uma pronta até a entrevista que tenho na semana que vem.

- E porque é que estavas sempre a olhar para mim? – Ren já sabia o porquê, mas queria espicaçá-la mais um pouco.

- P-p-p-porque…eu não estava a olhar para ti. – mentiu ela – Estava a olhar para a janela atrás de ti.

- A sério? – perguntou Ren – Então posso lê-la, mais tarde?

- Não! – gritou Kyoko afastando-se, como que para proteger o bloco – V-v-vais ter que esperar para ouvi-la, como toda a gente.

Ren deixou que o silêncio tomasse lugar, mais uma vez, até ele estacionar e tirar o cinto.

- Mas eu não sou igual a toda a gente, pois não? – perguntou ele inclinando-se sobre ela – Sou o teu adorado sempai e, pelos vistos… - continuou Ren mostrando-lhe o outro pedaço do coração que trazia por baixo da camisa, enquanto tocava gentilmente no dela – …ainda sou a pessoa que amas.

Ren nunca tinha visto Kyoko corar tanto, por isso não tinha previsto o que aconteceu a seguir. Com a mão a tremer, ela abriu a porta do carro e caiu de costas no chão.

O primeiro pensamento de Ren foi a segurança dela, por isso, saiu o mais rápido possível, deu a volta ao carro e ajoelhou-se.

- Estás bem? – perguntou Ren ajudando-a depois a levantar-se.

Kyoko estava mais envergonhada do que magoada. – Eu estou bem. – o mais depressa que pode, arranjou o cabelo, alisou as roupas e pegou na mala que ainda estava no carro – Já podemos ir.

- Kyoko!

Ao ouvir os gritos, Kyoko apercebeu-se. O restaurante mesmo à frente deles podia ser extremamente exclusivo e privado, com seguranças à porta e salas individuais, mas eles ainda estavam do lado de fora.

- Ren! Kyoko!

Uma multidão começou a juntar-se para ver os dois atores mais famosos do Japão e, claro, os paparazzi que vagueavam por ali atacaram imediatamente.

- Ren, Kyoko! – gritou um deles esticando um gravador em direção aos dois – Isto é um encontro!? Namoram, agora!?

Ela agarrou-se ao braço de Ren e recuou até chocar contra o carro. O que fariam agora?

- Entra no carro e tranca a tua porta. – murmurou Ren esperando que ela o fizesse para fechar a porta com cuidado e depois começar a furar por entre a multidão – Vá lá, pessoal! Estamos só a tentar comer.

Kyoko sentia-se mal por ter deixado Ren sozinho mas não estava à espera de tantas pessoas tão cedo. Quando Ren entrou no carro, ela suspirou de alívio.

- Não te preocupes. – pediu Ren pegando no telemóvel – Estou? Daqui fala o Ren Tsuruga. Estávamos a tentar entrar mas apareceu uma multidão…ok, obrigado.

Rapidamente, cinco guardas saíram do restaurante e começaram a afastar a multidão que protestava sem parar.

- Como é que isto aconteceu? – perguntou Kyoko agora deprimida – Eu costumava ver as celebridades a serem perseguidas na televisão e…agora sou uma delas? Como é que isto aconteceu, Ren?

- Devias estar à espera disto. – disse Ren usando uma dose de verdade para descansá-la – És famosa, agora. Mas não te preocupes, eu vou estar aqui para te ajudar.

Kyoko tinha medo do que lhe esperava para o futuro. Sem o Darumaya na sua vida, ou a possibilidade de andar na rua normalmente, o que seria dela?

- Vá, vamos. – quando Kyoko viu, Ren já estava com a mão esticada para a ajudar a sair do carro e a multidão já tinha sido afastada para uma distância aceitável mas continuavam a gritar coisas que faziam com que ela ficasse desconfortável.

Mesmo assim, tentou caminhar ao lado de Ren, o mais naturalmente possível.

Afinal, ele era a sua pessoa especial.

Era como se fosse um mundo completamente diferente.

A calma e as conversas em sussurro, mesmo estando mais de dez pessoas famosas reunidas no mesmo sítio, não entravam em alvoroço por causa disso.

Simplesmente perfeito, pensou Kyoko quando o empregado levou-os para uma cabina privada com o nome “Tsuruga-sama” à porta.

- Costumo vir cá bastantes vezes. – explicou Ren depois de se sentarem nos luxuosos sofás, em frente a mesas deslocáveis – E, como é um lugar bastante frequentado, decidi reservar uma sala.

Típico do Ren, que não sabia quando parar de gastar e começar a poupar, pensou Kyoko contendo o riso.

- Mogami-sama, Tsuruga-sama. – uma mulher com um kimono branco e cabelo ruivo preso numa bola atrás da cebeça apareceu – O meu nome é Shimizu Akemi e vou servir-vos, hoje. O que vão desejar?

- Um pequeno-almoço tradicional para duas pessoas. – disse Ren, já que Kyoko tinha ficado de boca aberta – Pode ir. – ele virou-se para Kyoko e riu-se – O que é que se passa?

- Eu nunca tinha visto alguém assim. – comentou Kyoko acordando do transe.

- Já conheceste modelos mas estás a dizer que nunca viste uma mulher mais bonita do que a Shimizu-san? – perguntou Ren.

- Não é isso. – corrigiu Kyoko – Ela transmitia uma aura misteriosa muito forte. Só vi um homem com uma aura assim. – ela olhou para Ren transmitindo “És tu” para Ren.

- Bem, deve ter algum mistério porque raparigas tão novas como ela não costumam trabalhar aqui. – disse Ren com um sorriso – Talvez seja a filha renegada do dono.

Ren estava a brincar mas ela levou a possibilidade a sério. O empregado entrou mesmo antes de Akemi para pôr a mesa. Fez uma vénia e ficou assim até acabar de falar.

- Peço desculpa por estar a incomodá-los. – pediu ela ainda vergada – Mas está aqui uma pessoa que gostaria de falar com a Mogami-sama.

- Seja o que for, pode esperar. – disse Ren respondendo por Kyoko – Estamos ocupados.

- Detesto insistir. – reforçou Akemi – Mas, se recusar o pedido, o restaurante vai ter problemas.

- Deixa, Ren. – pediu Kyoko quando Ren ia falar outra vez – Não deve ser nenhum fã louco.

Depois de ter a permissão, Akemi levantou-se e virou-se para a porta, surpreendendo os dois clientes ao dizer o nome do convidado. – Pode entrar, Fuwa-sama.

Sho entrou e encostou-se à parede.

- Então, Tsuruga… – disse Sho com o mesmo sorriso sedutor de sempre – Há quanto tempo.


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Notas finais do capítulo

Então, devo admitir que, na outra fic não dei muita atenção a outros casais a não ser à Kyoko e ao Ren por isso, o que é que acham se fizer isso agora? Talvez faça um especial Kanae e James, um especial Miyuki e Yashiro e um especial do novo casal misterio que se vai juntar nesta fic. Que acham? E, tenho que confessar que sou uma fá de yaoi >.< por isso, porque não fazer um especial do Brian já que toda a gente parece ter-se apaixonado por ele? Vocês é que decidem ^^
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