Skip Beat - a Revolta do Príncipe escrita por Mirytie
Notas iniciais do capítulo
Enjoy ^-^
Kyoko olhava para a câmara digital e os painéis dos lados que disparavam flashes e magoavam-lhe os olhos. Nada disso importava, agora.
Estava a tentar concentrar-se para não corar, enquanto Ren se encontrava atrás de si com os braços à volta da sua cintura e o queixo encostado ao topo da cabeça dela.
A fotógrafa estava terrivelmente vermelha, o que significava que Ren estava a dar aquele tipo de sorriso que matava todos os seus demónios.
- Podem mudar de posição, agora. – murmurou a fotógrafa.
Como pedido, ele largou-a, virou-se para si e abraçou-a com força.
- Podias tentar sorrir um bocado. – sussurrou Ren ao ouvido de Kyoko, enquanto ela continuava concentrada.
Já que ela parecia tão determinada em não sorrir, Ren decidiu brincar um pouco com ela. Continuou a agarra-la junto ao seu corpo com um dos braços e, com a mão livre, puxou o rosto dela para cima e pousou os lábios nos dela, levemente.
Todo o esforço que tinha feito até agora para permanecer relativamente calma falhou. Com os olhos bastante abertos, a olhar para a cara perfeita de Ren, corava quase tanto quanto a rapariga que se encontrava atrás da câmara que se apressava a tirar fotografias.
Quando ele a largou ela conteve-se para não suspirar. Depois ele deu-lhe um beijo na testa e ela não teve outra escolha senão deixar sair o suspiro e fechar os olhos.
- Vês? – perguntou Ren quando ela olhou para cima – Não custou nada sorrir, pois não?
Só depois é que notou que estava, de facto, a sorrir. E, por só ter percebido agora, começou a rir, esquecendo totalmente a câmara.
- Hum…podemos passar para outras posições. – disse a fotógrafa, trazendo Kyoko de volta à realidade. A fotógrafa saiu de trás da câmara e pegou numa guitarra elétrica vermelha que tinha encostado à parede para entregar a Kyoko – Podem fazer algumas poses com isto?
Kyoko aceitou a guitarra e pegou nela como normalmente fazia. Ren pôs-se ao seu lado com um braço à volta da cintura dela e a outra mão no braço da guitarra, ao lado da mão dela.
- Assim chega? – perguntou Ren vendo a fotógrafa anuir com a cabeça rapidamente.
Para deleite da rapariga, Ren baixou-se e depositou um beijo na face de Kyoko e Kyoko sorria com os olhos fechados, mais por causa dos flashes.
- O.k. – disse a fotógrafa, finalmente – Acho que já chega, por aqui. Se passarem para a próxima sala, a repórter vai estar à vossa espera.
E eles assim o fizeram, apesar de ela o ter feito relutantemente. A repórter parecia ser simpática e a sala arejada e livre de câmaras agradou a Kyoko.
Havia apenas um pequeno gravador de som em cima da mesa de café e um bloco de notas na mão da jovem sorridente que os olhava.
- Bom dia. – a rapariga levantou-se, fez uma vénia e voltou a sentar-se – Eu chamo-me Claire. Por favor, sentem-se.
Eles retribuíram a vénia e sentaram-se, lado a lado, no sofá em frente ao da repórter.
- Espero que não se importem que lhes faça umas perguntinhas. – começou Claire pegando num pequeno lápis, já bastante gasto. Ligou o gravador e olhou para eles – Bom dia, Tsuruga-san e Kyoko-san.
- Bom dia. – disseram os dois ao mesmo tempo.
- Como têm corrido as gravações para o novo filme? – perguntou Claire a rabiscar no bloco – Podem-nos dar algumas pistas sobre a história?
- Por enquanto não podemos dizer nada. – respondeu Ren – Mas as filmagens estão a correr bastante bem. Calculo que, no princípio do próximo ano, já poderão vê-lo.
- Oh, estaremos à espera, ansiosamente. – comentou Claire, virando-se para Kyoko, logo a seguir – Kyoko-san, os Billboard Awards estão mesmo ao virar da esquina. O que nos pode dizer sobre a sua participação com o Sho-kun?
- Vai ser realmente uma apresentação entusiasmante e divertida. – respondeu Kyoko. Sentia-se confiante com Ren a seu lado – O Sho é um cantor muito talentoso e estou a aprender muito com ele.
- Diria que ser atriz é muito diferente de ser cantora? – perguntou Claire.
- Sim. Os atores de televisão ou os atores de cinema não têm que estar em palco a enfrentar ao vivo os olhos dos espectadores, se é que me entende. – disse Kyoko – Cantar é um grande desafio para mim. De cada vez que subo ao palco não sei se vou ficar sem voz a meio do show e fazer figura de parva.
- E você, Tsuruga-san? – perguntou Claire sem parar de escrever – O que é que vai estar a fazer na noite dos Billboard Awards?
- Vou estar ao lado dela. – ao dizer isto, ele levantou um dos braço e pousou-o nos ombros dela – Que tipo de namorado seria, se não estivesse?
- É verdade. – concordou Claire, inconscientemente – Mas chegamos ao nosso assunto principal. Vocês namoram mesmo?
- Mesmo. – confirmou Ren com um grande sorriso.
- E o que é que a Kyoko-san tem a dizer sobre a cara chocada que fez quando Tsuruga-san anunciou a vossa relação? – perguntou Claire.
- Não estava à espera que ele o fizesse naquela altura. – confessou Kyoko – Quer dizer, já tínhamos falado sobre o assunto mas, naquele dia, eu estava cansada e ele não me avisou sobre nada daquilo.
- Então já namoravam antes da entrevista…sem ninguém saber? – perguntou Claire, um pouco espantada.
- Fomos cuidadosos. – disse Ren, simplesmente.
- Perdoem o meu espanto. – pediu Claire – Mas duas pessoas como vocês não conseguem esconder com facilidade a vossa vida privada. Houve aquele rumor há um par de anos atrás mas foi tudo posto de parte pelo presidente da LME. Já na altura namoravam?
- É complicado. – disse Kyoko sem saber como responder àquela questão que, inevitavelmente, envolveria a mãe e o tribunal.
- Essa foi a altura em que me confessei. – disse Ren, surpreendendo as duas mulheres.
- Foi o Tsuruga-san que se confessou!? – exclamou Claire – Há tanto tempo!
- Sim. – confirmou Ren, calmamente – Foi engraçado porque ela achou que eu estava a mentir.
- Eras o meu sempai! – protestou Kyoko – Eu nunca pensaria que gostavas de mim, na altura!
- Eu era mau para ela. – Ren riu-se sozinho – Porque o que eu sinto por ela é muito mais forte do que o que alguma vez senti por qualquer outra pessoa.
- Estão oficialmente apaixonados? – perguntou Claire, contente.
- Oficialmente apaixonados. – repetiu Ren, encostando a sua cabeça à cabeça dela.
- Mas, se mo permitem perguntar, porque é que não disseram nada, antes? – perguntou Claire – Foi porque o Tsuruga-san teve que ir para a América?
- No mundo em que eu e a Kyoko vivemos, temos que ter bem a certeza sobre os nossos sentimentos antes de expormos uma relação deste género ao público. – respondeu Ren, omitindo certas partes – Estamos destinados a recebermos atenção massiva dos paparazzi e mentiras expostas nas revistas e nos jornais, tal como “X trai X com X?” ou qualquer coisa do tipo. Aí, se a relação e a confiança não forem fortes o suficiente, acabam por se afastar.
-Não posso negar isso, Tsuruga-san. – concordou Claire – Vemos todos os dias isso a acontecer.
- Tudo o que disseram sobre o Sho, sobre o Brian ou sobre qualquer outra coisa…isso é tudo mentira, porque ela é minha. – finalizou Ren, deixando-as de boca aberta – Mais alguma pergunta?
- Hmm…Ah! Sim! – lembrou-se Claire, endireitando o lápis – Kyoko –san, onde é que vai ser o seu próximo concerto? O seu agente disse que vai fazer uma mini digressão.
- É isso mesmo. – confirmou Kyoko, agora com um sorriso nervoso – Vou fazer uma mini digressão ainda antes dos Billboard Awards e abrir o primeiro show da nova tour do Kiichi-san.
- Oh! Isso é fantástico! – exclamou Claire – E por onde é que vai começar com a sua mini digressão?
- Bem, infelizmente, por causa das gravações, só vou poder cobrir Tókio e algumas áreas aqui perto, por isso decidimos fazer uma mini digressão pelas escolas secundárias e universidades. – informou Kyoko – Ainda estamos a discutir o assunto mas, em principio, começamos pela universidade de Tokyo e acabamos na minha terra natal, em Kyoto.
- Mais alguma novidade? – perguntou Claire.
- Sim. – respondeu Kyoko – Mas o resto vão ter que esperar para ver.
- Para acabar. – disse Claire – Tsuruga-san, que tipo de cenas vai ter com a Kyoko-san, neste filme?
- Cenas interessantes e… - Ren lembrou-se da cena de cama que tinham juntos - …complicadas.
- O diretor a cargo do filme diz-se ser excêntrico. – comentou Claire – É verdade?
- Não diria excêntrico. – negou Ren – Quando ele tem uma coisa em mente não quer que saia de outra maneira por isso, em vez de excêntrico, eu diria exigente.
- Muito bem, ficamos por aqui. – Claire vergou-se e desligou o gravador – Espero que tenhamos ocasião para conversarmos outra vez. Kyoko-san, Tsuruga-san… - Claire fez uma vénia quando eles se levantaram – Desejo-vos sorte.
- Obrigada. – agradeceu Kyoko, fazendo uma vénia, também.
Depois saíram, e Tora já não estava lá.
…
- Acho que ele está um bocado chateado. – comentou Kyoko.
Ren, que ia ao voante, olhou para Kyoko de lado e sorriu. – Eu acho que ele foi simpático. Dou-lhe crédito por isto.
Pelos visto, Tora tivera uma reunião de última hora, o que dera a Ren uma desculpa conveniente para dar boleia a Kyoko.
- Pára com isso, Ren. – pediu Kyoko – Ele é o meu agente que não é tão compreensivo como o teu quando se trata de nós os dois.
- Tem calma. – disse Ren – Eu vou-te dizer uma coisa que te vai animar…as gravações acabam às 17h!
- O porque é que eu devia estar feliz com isso? – perguntou Kyoko, confusa.
- Porque, depois vou-te levar a comer fora. – ele viu o sorriso dela a aparecer e a desaparecer em dois segundos – O que se passa?
- Desculpa, Ren. – pediu Kyoko – Eu prometi à Moko-san e à Chiori-chan que íamos jantar juntas, hoje.
E elas eram as amigas importantes de Kyoko, pensou Ren, por isso ele não podia fazer nada.
- Não faz mal. – disse Ren, enquanto parava em frente ao estúdio onde Yachiro-san esperava-os com um grande sorriso de satisfação na cara – Fica para outro dia.
Outro raro dia em que sairiam ambos mais cedo dos seus compromissos e que poderia muito bem não chegar tão cedo. E foi por estar a pensar nisso, que Kyoko decidiu tentar outra coisa.
- Ren, amanhã, à hora do almoço, eu vou ter o primeiro concerto da mini digressão. – disse ela – Se não tiveres nada para fazer a essa hora, podias acompanhar-me e almoçávamos juntos.
- É claro que sim. – disse Ren, agora muito mais bem disposto por ela ter tomado a iniciativa – Até podemos sair juntos das gravações. – ele agarrou-lhe a mão antes de ela sair – E depois temos que arranjar um dia para fazermos o tal encontro.
Ela sorriu e anuiu a cabeça, com as faces rosadas. Ele levou a mão dela aos lábios e largou-a porque Yachiro estava já com um sorriso de orelha a orelha.
- Vai indo. – sugeriu Ren – Eu vou estacionar noutro sitio. Aqui é o lugar o diretor.
Ela concordou e saiu. Yachiro foi imediatamente ter com ela, tal como Kyoko previra.
- Kyoko-chan. – chamou Yachiro, contente, enquanto dava os últimos passos em direção a ela – Está tudo bem? Como é que foi a sessão fotográfica?
- Foi interessante. – respondeu Kyoko, escolhendo bem cada palavra. Esperava que a fotografia do beijo não fosse exposta – E como é que estão as gravações, lá dentro?
O franzir de sobrancelhas de Yachiro preocupou Kyoko.
- O que é que se passa? – repetiu Kyoko.
- O diretor já encontrou a próxima vítima. – respondeu Yachiro, confundindo Kyoko – Deixa-me explicar. – continuou ele – Sempre que este diretor faz um filme, ele escolhe um ator para descarregar a fúria.
- Isso não é justo. – protestou Kyoko inutilmente.
- Mas é o que ele faz…em todos os filmes. E ninguém se queixa porque os filmes dele alcançam sucesso, sem falha. – confirmou Yachiro – No entanto, a maior parte dos atores “escolhidos” para serem martirizados desistem do filme. Só me lembro de um ator que ficou até ao fim, mesmo sendo brutalmente assediado.
- Quem? – perguntou Kyoko, interessada.
- O Ren. – disse Yachiro, mas não houve muita surpresa na cara de Kyoko – Foi no principio da carreira do Ren e ele ainda não era muito bom a representar. Às vezes ria-se a meio da cena por pensar que a cena era estúpida ou ia buscar o guião porque não se lembrava da fala e começava a ler da folha sem avisar ninguém. Foi a vítima perfeita para o diretor. Mas não desistiu. Acho que foi aí que aprendeu a fazer aquele sorriso brilhante e falso.
Kyoko já começava a imaginar a situação. Instinto de sobrevivência?
- E qual é a vítima, agora? – perguntou Kyoko.
- A princípio era para ser o Sho-kun porque não é um ator mas ele tem vindo a melhorar muito com a ajuda que a Chiori-chan lhe está a dar. – disse Yachiro – Por isso…
- Estão a falar de mim? – perguntou Ren, aparecendo por trás de Kyoko.
- Um pouco. – disse Kyoko olhando para cima, chateada por ele ter interrompido assim – O Yachiro-san estava-me a contar sobre as “vítimas” do diretor.
- Oh, quem é, desta vez? – perguntou Ren, curioso.
- É a Matsunai-san. – respondeu Yachiro, dando espaço para eles passarem.
- A Ruriko-chan? – agora sim, Kyoko estava surpreendida – Mas ela é uma boa atriz.
- Sim, é. – concordou Ren, percebendo a razão pela escolha do diretor – Mas antes de te conhecer, ela era muito picuinhas e mimada. O diretor sabe disso e deve estar a espicaçá-la.
Kyoko abanou a cabeça mas sabia que não podia fazer muita coisa para mudar a situação. Quando entrou no estúdio de gravações, a primeira coisa que ouviu foram os gritos.
O diretor estava em frente a Ruriko a gritar sobre alguma cena que ela tinha desempenhado mal e as pessoas à volta não se afastavam mas também não faziam nada.
Ruriko tinha lágrimas nos olhos e o lábio inferior quase a tremer mas o resto do seu corpo estava em posição de ataque. Queixo erguido, mãos nas ancas e corpo inclinado para a frente. Ruriko nunca tinha sido do tipo de se rebaixar a ataques daqueles.
Mas seria tão forte quanto Ren?
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
-.- Parece que já passou tanto tempo desde que escrevi pela última vez.
Comenasai
Comentários?