Skip Beat - a Revolta do Príncipe escrita por Mirytie


Capítulo 15
Capítulo 15 - Especial: Brian e Tyler parte IV


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^^



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Só depois de ter combinado tudo para o jantar a quatro é que se lembrou que tinha combinado com Brian ir ver o Tyler…não só com o Brian mas também com a Akemi.

Por isso, decidiu dizer aos outros que ia chegar um pouco atrasada, não desmarcar nada com Brian e não se preocupar muito por Chiori lhe ter perguntado se podia levar uma companhia. Sim, Kanae também tinha perguntado se podia levar James mas não esperava que Chiori também levasse um acompanhante. E quem seria?

Kyoko suspirou e decidiu-se concentrar nos nervos que sentia por ir falar com alguém tão importante. Se algum dos seus amigos ou colegas estivessem ali, ter-lhe-iam dito que ela era uma das atrizes mais famosas do país e cantora respeitada por todo o mundo pois Kyoko parecia esquecer-se com frequência que era famosa! Mas, naquele momento, ela só conseguia ver uma simples rapariga vinda de Kyoto a impor-se ao futuro herdeiro de uma cadeia de hospitais famosa em todo o mundo.

Imaginava que Ren diria que ela estava a exagerar e rir-se-ia, tal como se ria quando ela fazia alguma coisa extremamente tola mas inocente e, apesar de ele lhe ter dito que tinha sido isso que tinha acontecido naquela noite intima em que ele a vira sem camisola…agora Kyoko lembrava-se de ver alguma frustração na cara dela. Depois lembrou-se que agora eram namorados e decidiu pensar noutra coisa.

Acenou a Brian e Akemi que estavam em frente à sucursal dos hospitais Satori com óculos de sol e Brian estava com uma gabardina com as lapelas para cima. Pensou que, se alguma fã visse Brian naquele momento, desmaiaria de certeza.

Mas ele tinha feito isso para não ser reconhecido e achou estúpido e ao mesmo tempo, adorável, que Kyoko estivesse a andar pela rua normalmente, sem pressas ou preocupações.

Akemi abanou simplesmente a cabeça porque não via a graça nas ações descuidadas de Kyoko.

- Desculpem. – pediu Kyoko – Atrasei-me, mas estou bastante nervosa.

- Nervosa? – repetiu Akemi mas, como Brian não disse nada, ela também decidiu não o fazer – O Tyler ainda deve estar a trabalhar mas se não o apanharmos agora, não o faremos hoje. Depois ele vai para casa e não sai do quarto por nada.

- É agora! – concordou Kyoko dando uma palmada nas costas de Brian que o fez expelir o ar que tinha nos pulmões – Queres que entre contigo?

- Não. – respondeu Brian calmamente, mas o seu coração estava aos pulos – Tenho que fazer isto sozinho. – olhou para Kyoko e viu que ela estava preocupada – Eu sei que consigo.

E a única coisa que Kyoko pôde fazer enquanto ele lhe virava as costas, foi vê-lo ir e desejar-lhe sorte.

,,,

Primeiro teve dificuldades em entrar no andar dos escritórios quando disse que era um amigo de infância de Tyler mas depois alguém o reconheceu como o cantor, Brian e deixaram-no passar, mesmo sem avisar o presidente.

Nesse aspeto, Brian tinha tido sorte por a rapariga que o atendeu ser nova e inexperiente…e ter uma quedinha por ele.

Passou facilmente pelos outros andares mas, quando chegou aos escritórios, as pessoas começaram a olhar para ele de lado, até que alguém se aproximou dele.

Era uma mulher na casa dos quarenta que, apesar de parecer reconhecê-lo, a sua expressão ficou intacta. Com cabelos brancos entre os sedosos fios loiros apanhados num puxo, a mulher meteu medo a Brian. – Senhor, não devia estar aqui.

- Desculpe. – disse Brian de uma maneira profissional – Mas eu tenho uma marcação com o senhor Anston.

A mulher ficou espantada ao ouvir o último nome de Tyler mas viu a mentira tão facilmente como um contabilista faz uma conta de 1+1.

- Eu sou a secretária do senhor Anston e ele não tem nenhuma marcação para hoje. – disse a mulher imediatamente vendo Brian engolir em seco – Agora, por favor, pode-se reti…

Mas antes que ela pudesse terminar a frase, o elevador privado que ia dar ao último andar – reservado ao presidente e ao seu neto – abriu-se e revelou um Tyler bastante pálido, com olheiras, um grande sorriso e olhos brilhantes.

A primeira coisa em que tinha reparado era que reparado era que ele tinha crescido desde a última vez que o tinha visto e estava, agora, maior do que ele. Os cabelos pretos, herdados da mãe, e os olhos verdes, herdados do pai continuavam a dar-lhe um ar exótico mas a pele cuidada estava maltratada, talvez devido ao stress e ao cansaço que estava estampado na sua cara.

Mesmo assim, quando viu Brian, o seu sorriso brilhante aumentou. Começou a andar rapidamente, para atravessar a extensa sala cheia de secretárias dentro de cubículos e abriu os braços, surpreendendo Brian, quando o abraçou com força.

- Não acreditei quando a recepcionista me disse que estavas aqui. – disse ele como um menino que tinha reencontrado a mãe depois de muito tempo – Mas estás mesmo aqui. – Tyler afastou-se de Brian e ficou a olhar para ele durante uns longos cinco segundos sem dizer nada. Depois limitou-se a sussurrar – Estás mesmo aqui.

- Tyler, eu… - Brian tentou dizer alguma coisa mas não conseguiu, depois daquele ato inesperado.

- Vem, Brian. – disse Tyler empurrando para o elevador casualmente, como se nunca se tivessem separado – Vamos falar.

Brian não conseguia tirar os olhos dele, mesmo que Tyler estivesse a falar, ele não conseguia ouvir nada a não ser os seus pensamentos e o seu coração a bater depressa. Ele tinha mudado tanto e ao mesmo tempo, tão pouco. E, ao aperceber-se que ainda estava apaixonado por ele, tão perdidamente como da primeira vez que descobrira, as quatro palavras desapareceram totalmente da sua cabeça.

- E agora és famoso. – terminou Tyler alegremente, acordando Brian.

- Sim…sim! – respondeu Brian com mais convicção depois de hesitar um bocado – Também me espantou a mim.

Tyler ficou a ver, enquanto Brian ria, com mais nervos do que vontade.

- Sabes, tive saudades tuas. – disse Tyler, surpreendendo Brian – Porque é que desapareceste? Porque é que demoraste um ano para me visitar depois de te mudares para o Japão?

- Eu não me mudei para o Japão. Tenciono voltar para a América não tarda nada. – justificou Brian, mas sabia que isso não era desculpa por isso decidiu contar uma meia verdade – Tenho andado ocupado.

- Sim. – disse Tyler tristemente – E tens andado a trabalhar com aquela atriz bonita.

Brian suspirou e preparou-se para o que vinha a seguir, enquanto as portas do elevador se abriam para o silencioso e luxuoso hall com duas portas.

- Tyler, preciso de falar contigo.

Depois de passar o hall frio com paredes de mármore, uma secretária que devia ser da mulher carrancuda que Brian tinha encontrado e duas portas que sustentavam duas placas com os nomes “Satori-sama” e “Mr. Anston”, Brian entrou no amplo escritório de Tyler.

As paredes, as cortinas, as cadeias e os sofás eram todos acolhedores mas, a primeira coisa em que Brian reparou foi a estante com garrafas de vários tipos bebidas alcoólicas e no copo meio vazio com whiskie na secretária de Tyler.

Decidiu ignorar isso e a culpa latente de poder piorar o vício dele depois de dizer o que lhe ia dizer.

- Bem, do que é que queres falar? – perguntou Tyler sentando-se à sua secretária e apontando para as cadeiras almofadas à sua frente – Senta-te.

Brian assim o fez mas, quando viu que ele ia pegar no copo, Brian adiantou-se e bebeu o resto do conteúdo numa só golada, surpreendendo Tyler.

Brian sorriu. – Estava com sede.

Tyler sorriu também. – Não te preocupes, tenho muito mais de onde esse veio.

Brian não tinha dúvidas disso mas agarrou antes que ele tivesse oportunidade de reabastecer. – Agora, preciso mesmo de falar contigo, Tyler. – decidiu que se desse uma desculpa para estar a insistir tanto seria menos estranho, por isso, decidiu usar a Kyoko – Tenho uma amiga à espera, lá em baixo.

- Oh, porque é que não lhe disseste para entrar também? – perguntou Tyler sentando-se novamente – As tuas amigas são minhas amigas.

Brian decidiu não mencionar que Akemi também estava lá em baixo e concentrou-se nas palavras que tinha ensaiado. No entanto, não conseguiu encontra-las e desejou ter a capacidade de decorar frases de um ator.

- Ok! – Brian suspirou e decidiu ser o mais direto possível – Eu…Eu sou…gay.

A expressão de surpresa em Tyler veio e foi-se em dois segundos sendo substituído por um sorriso amigável. – Era só isso? Isso não é nada demais. – Tyler riu-se – O que esperavas que eu dissesse? Esperavas que eu te enxotasse do meu escritório e dissesse que nunca mais te queria ver? Isso não vai acontecer.

Brian sorriu mas sabia que a pior parte ainda estava para vir. – Sim, realmente, esperava que reagisses de uma maneira muito diferente.

- Hei, apesar de termos estados separados há algum tempo, somos amigos há anos. – disse Tyler – Agora, porque é que não convidas a tua amiga e vamos os três jantar fora? Eu pago.

Brian percebeu que Tyler ainda tinha o reflexo de pensar que era mais rico do que amigo mas, para além dele, Brian pensou que Kyoko podia pagar bem a comida que comia. Sorriu ao pensar nela e no amigo como opostos. Enquanto Tyler ainda pensava que era mais rico que ele, Kyoko ainda se via como a menina pobre que tinha vindo de Kyoto. Era quase anedótico.

Lembrou-se do jantar que Kyoko tinha organizado e pensou que ela não se importaria se mais duas pessoas se juntassem a ela, mas hesitou. – Sim, podemos fazer isso…se ainda quiseres fazê-lo depois do que te tenho a dizer.

Tyler franziu as sobrancelhas e o peito apertou-se-lhe porque, inconscientemente, tinha uma ideia do que Brian lhe queria dizer. – Ainda não acabaste?

- Deixa-me contar-te como descobri que era gay. – disse Brian e viu Tyler a começar a dizer que não era preciso, mas Brian abanou a cabeça – Foi no Verão dos meus treze anos…tinha vindo visitar-te e… - Brian hesitou e viu que Tyler ainda estava com as sobrancelhas franzidas, mas agora com uma aura quase perigosa, à volta dele.

Mas Tyler não estava chateado. Por alguma razão, não gostava da ideia do amigo ter-se apaixonado por um japonês qualquer. Queria dizer-lhe para acabar com o homem porque, quem quer que ele fosse, não era suficientemente bom para Brian mas não o fez, e continuou a ouvir.

- Eu já tinha notado antes mas… - murmurou Brian – Mas só então é que eu…

- Cospe lá! – gritou Tyler impacientemente, arrependendo-se logo depois.

- Foi então que descobri… - continuou Brian depois de alguns segundos de silêncio - …que te amava.

A reação de Tyler foi a que Brian esperava. Ele ficou de boca caída e olhos arregalados e, lentamente, começou a ficar pálido de tal maneira que Brian pensou que ele podia desmaiar a qualquer momento.

Por isso, procurou uma garrafa de água no meio de todas aquelas bebidas espirituosas e deu-lha.

- Tem calma. – pediu Brian quando viu as mãos de Tyler a tremer, enquanto bebia água – Eu não te vou fazer nada. Não te vou atacar e violar-te só porque sou gay e gosto de ti.

A culpa apoderou-se de Tyler. – Não, não estou a dizer isso. – disse imediatamente. Levantou-se e pôs as mãos em cima dos ombros de Brian – Só fiquei surpreso, nada mais.

Brian estava a prestes a perguntar-lhe o que é que ele tencionava a fazer sobre o assunto mas lembrou-se que aquela informação devia ser demais para ele.

- Não tens que te sentir obrigado a dizer nada. – lembrou Brian – Consegui conter os meus sentimentos por ti durante anos e vou continuar a fazê-lo. Vim aqui dizer-te que quero voltar a ter a relação que tínhamos antes de nos afastarmos…pelo menos enquanto estiver no Japão.

- O quê? – a cabeça de Tyler estava prestes a explodir.

Mas tudo o que Brian viu foi desconforto na cara de Tyler por isso, decidiu mentir. – Não te preocupes, Tyler. Eu já tenho um namorado e não tenciono traí-lo.

- O quê!? – Tyler olhou-o nos olhos – Não! Acaba com ele!

- O quê?

- Ele não te merece. – disse Tyler imediatamente.

- O que é que estás a dizer, Tyler? – perguntou Brian confuso – Tu nem sequer o conheces.

- Espera. – pediu Tyler desviando o olhar depois de se afastar – Não sei o que estou a dizer. Isto é tudo tão repentino para mim!

- Como eu disse…

- Não! Não vou deixar que mais ninguém te toque! – as palavras saíram antes de Tyler conseguir pensar no que estava a dizer mas não se arrependeu de as dizer – Dá-me tempo.

- Tyler, eu não estou a pedir-te que comeces uma relação comigo só porque tens pena do teu melhor amigo. – explicou Brian – Eu estou bem assim.

- Sai! – gritou Tyler virando-se de costas para Brian – Preciso de ficar sozinho!

Brian apenas anuiu com a cabeça e saiu, deixando Tyler sozinho.

Na cabeça de Tyler, não havia um pingo de raiva ou algo parecido mas, se não o tivesse mandado embora, tinha medo de fazer alguma coisa que no fim magoasse os sentimentos de Brian.

Agora, restava-lhe pensar.

Brian não demorou muito tempo a chegar a Kyoko e a Akemi que falavam alegremente como se fossem amigas há mais tempo do que eram.

Quando o viram, pararam imediatamente.

- Então, como correu? – perguntou Kyoko aproximando-se de Brian – Disseste-lhe?

- Sim. – respondeu Brian – Falamos e discutimos e ele pediu-me para sair.

- O quê!? – Kyoko estava disposta a entrar e a confrontar Tyler mas Brian parou-a.

- Parece mais grave do que foi, dito da maneira que eu disse. – continuou Brian – Ele disse que precisava de tempo para absorver a ideia mas, como eu insisti e ele disse-me para sair.

Gritou-lhe, pensou Brian, mas não disse nada.

- Não tens que ir jantar? – perguntou Brian a Kyoko – O Ren deve estar à tua espera à porta do restaurante.

Kyoko sabia que isso era possível, e conseguia imaginá-lo por isso anuiu com a cabeça mas não estava satisfeita com aquela situação.

- Vai lá. – disse Akemi –Eu fico com ele.

Mais descansada, Kyoko foi mas decidiu que tinha que falar com Tyler, pessoalmente.


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Notas finais do capítulo

Agora é convosco. Posso continuar com a história do Brian e Tyler desta maneira ou esta pode ser a última parte ^^ digam-me.Comentários?



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