Skip Beat - a Revolta do Príncipe escrita por Mirytie
Notas iniciais do capítulo
Meu, como este custou a escrever. Descobri que ser romancista não significa que consiga escrever cenas picantes facilmente -.-
Enjoy ^^
Enquanto via o Ren rir como um tolinho à minha frente de joelhos no chão e uma mão na cara, eu pensava como aquela noite tinha sido estranha, mantendo a minha cara de parva. Sem me aperceber, ainda tinha a camisola levantada, mostrando o meu sutiã a quem quisesse ver mas nenhum de nós parecia importar-se no momento.
Devem estar a perguntar-se o que aconteceu para transformar uma noite de ensaios num evento tão estranho como este.
Bem, se não se importarem, enquanto a minha raiva cresce, eu vou explicar-vos. Há trinta minutos, apesar de estar surpresa pelo Ren ter todos os meus trabalhos em casa, tudo parecia normal.
E assim, quando ele saiu do banho, estava preparada para ensaiar.
…
30 Minutos antes
Ren saiu do quarto de banho com aquela atmosfera misteriosa que sempre o envolvia agora com a sensualidade de alguém relaxado, logo depois de voltar do duche. No entanto, toda a atmosfera foi-se quando viu Kyoko à beira do seu rádio com o cd dela na mão e ele apercebeu-se que se tinha esquecido de guardar tudo.
Quando ela olhou para ele com aquela expressão confusa que o deixava sem fala, Ren tentou procurar palavras para construir uma frase.
Ela adiantou-se a ele. – Não sabia que colecionavas este tipo de coisas.
“Só as tuas coisas” pensou ele, mas não conseguiu dizê-lo.
- Estás pronta para começar? – perguntou ele depois de pegar no guião, mudando de assunto.
Aceitando, Kyoko tentou aliviar a tensão que se tinha formado dentro do seu peito. – Mas é claro, Iori-sama.
- Dê-me a honra de começar, Hime. – pediu Ren fazendo uma pequena vénia.
Divertida, ela pousou a caixa do cd, pôs-se em frente a Ren e, como se tivesse um vestido invisível, levantou um pouco as pontas e baixou um dos joelhos. – Vá em frente.
Recompuseram-se depois de rirem um bocado e sentaram-se no sofá com os guiões.
- Neste filme, parece ser a princesa que detém mais poder, não é? – perguntou Ren depois de já terem lido cinco páginas – Apesar de, originalmente, ser o rei que detém todo o poder.
- Não nos podemos esquecer do príncipe. – lembrou Kyoko vendo-o a revirar os olhos – Ele está em terceiro lugar em termos de poder.
- Sabes, eu nem sei como é que ele conseguiu entrar num segundo filme. – comentou Ren obtendo um sorriso de Kyoko – Ele nem sequer é um ator.
- Vá lá, Ren. – disse Kyoko – Não devia ser o mesmo para mim? Não deviam dizer “Como é que ela vai gravar um segundo cd? Ela nem sequer é uma cantora.”?
- Isso é diferente. – protestou Ren. Quantas aulas tinha tido por conta do agente? Quantas vezes ouvira sermões e reclamações tinha ouvido mesmo quando estava a esforçar-se para se portar bem? – Olha, não quero falar dele, agora. – pediu Ren – Porque é que não continuamos.
- Sim. – disse Kyoko – Já viste qual é o nome da princesa? Ileina? Que tipo de nome é esse?
- O filme cria a ilusão da reencarnação e a realeza nasce sempre com o mesmo nome. – explicou Ren – Daí, Ileina. Princesa Ileina.
- Tu chamas-te Iori. – protestou Kyoko com os braços cruzados achando o nome dele muito mais fixe do que o dela – Até o do Sho é Taú.
E achas que Taú é melhor que Ileina? – perguntou Ren tentando conter o riso – Aposto que ele está, neste momento a tentar convencer quem quer que seja a mudar o nome.
Kyoko suspirou enquanto esfolheava as páginas e parava naquelas que Tora tinha sublinhado. Ela achava que o seu agente só tinha marcado aquelas folhas para a irritar já que eram aquelas com cenas mais íntimas.
- Já viste pelo que é que a pobre princesa vai ter que passar? – perguntou Kyoko parando na página que descrevia a tentativa violação – Isto é novo para mim.
- Talvez possas perguntar às tuas amigas. – aconselhou Ren – Acho que a Momose-san já fez uma cena dessas.
Quando não obteve mais nada dela, Ren olhou para Kyoko e viu-a com a cara vermelha e os lábios comprimidos um contra o outro, enquanto lia uma parte do guião. Depois de dar uma espreitadela, foi para a página onde ela estava e sorriu ao ler a cena apaixonada entre Ileina e Iori.
- Isto vai ser interessante. – murmurou Ren lendo cada palavra com demasiada atenção. Depois, olhou para ela e sorriu sedutoramente, sabendo que isso só a ia manter atenta. Quando ela olhou para ele, foi exatamente isso que fez – Lembras-te quando te ensinei a beijar?
- Para, Ren. – disse ela esticando a mão, impondo um espaço entre eles quando ele se inclinou sobre ela – Se tens os meus filmes ali, sabes que já fiz uma cena de cama.
Com o Sho, pensou ele, endireitando-se. Agora, estava irritado com ele próprio por ter trazido o assunto ao de cima, com ela por ter concordado com a cena, e com Sho por ter visto o corpo dela mesmo antes de ele ter essa oportunidade.
- Sabes, não devias mesmo falar nele quando estás comigo. – disse ele, agora calmamente – Eu sou um homem bastante ciumento e, agora, tu és uma mulher.
Kyoko não percebeu mas decidiu evitar o assunto de “Sho” ao pé de Ren porque tinha medo daquela face de imperador da noite. De repente, ao ver a expressão perigosa na cara de Ren, lembrou-se de outro tema.
- Então…Kuon. – disse Kyoko deparando-se com o olhar surpreendido de Ren – Conta-me a tua história.
- Kyoko… - ele inspirou e expirou calmamente, cuidadosamente – Eu acho que ainda é um pouco cedo para isso.
- E se eu admitir que ainda te amo? – o olhar de surpresa na cara de Ren aumentou – O Kuon que eu conheci podia ser solitário e um pouco assustador, às vezes. Mas ele era doce e compreensivo chegando ao ponto de não querer quebrar a fantasia de uma menina que o confundiu com uma fada. Que tipo de rapaz é que faria isso sem ripostar e se sentir ofendido?
- Kyoko, eu não…
- Se fizeste alguma coisa de mal deves ter tido uma razão. – disse Kyoko interrompendo-o – Se te desviaste um pouco…isso é apenas normal.
- E o que é que tu sabes sobre o Kuon que se desviou? – perguntou Ren – O que é que farias se eu te dissesse que matei o meu melhor amigo.
…
- Mataste o teu melhor amigo! Meu Deus! És depravado! Nunca mais te aproximes de mim ou eu chamo a polícia!
E ela sairia pela porta com um estrondo, enquanto ele se enterrava em culpa, miséria e na certeza que nunca mais a veria outra vez.
No entanto, não aconteceu nada desse tipo. Sim, ela paralisou durante alguns segundos, dando-lhe tempo a ele para imaginar todos os tipos de saídas possíveis. A que ela escolheu não estava dentro daquelas que ele imaginara.
Com toda a calma e naturalidade do mundo, ela levantou-se do sofá e colocou-se em frente a Ren que estava à espera de um estalo. Em vez disso, ela esticou os braços e puxou-o até a cabeça dele estar encostada ao peito dela.
- Está tudo bem. – murmurou ela como se ele fosse um bebé – Eu estou aqui.
A dor veio logo depois do espanto. Só não chorou porque já tinha gastado todas as lágrimas no funeral de Rich. Fechou os olhos e concentrou-se no calor dela e no seu cheiro até a dor começar a desaparecer. Suspirou e, finalmente, conseguiu sorrir.
- Sabes, se me manteres assim durante muito tempo, eu não me responsabilizo pelo que acontece a seguir. – disse ele num tom sedutor e atrevido. Quando ela o largou, ele sorriu ainda mais – Queres que te conte a história do Kuon?
- Quando estiveres pronto. – respondeu ela afagando o cabelo dele com cuidado, como se tivesse medo de o partir – Que tal deixarmos o ensaio para amanhã? Está a ficar tarde.
- Hm…tens razão. – concordou Ren aproveitando aquele doce momento. Olhou para cima até estarem com os olhos pregados um no outro, esticou os braços, emoldurou a cara dela com as mãos e sorriu – Eu amo-te.
- Eu sei. – murmurou ela, sorrindo também.
- Convencida. – disse ele brincando – Vem cá.
Ela não se sentou no colo dele, como ele estava a convidar que ela fizesse, mas decidiu ceder um pouco por isso, vergou e beijou-o levemente. Ainda estava com os olhos fechados quando ele a puxou até ela estar sentada no sofá, esperando que pudessem aproveitar um serão como namorados, apenas a trocar toques e beijos. Nunca tinha feito isso com ninguém, nem mesmo no pequeno período em que tinha namorado com Ren há dois anos e estava mais do que disposta a experimentar.
Ele parou um pouco, afastou a franja dela e beijou-lhe a testa, deixando-se estar durante alguns segundos, até a ouvir a suspirar. O coração dela estava aos pulos quando ele aproximou a boca da sua orelha e sussurrou. – Abre um pouco.
Ela corou imediatamente. – O quê!?
Com os olhos nos dela, impedindo-a de se acalmar nem que fosse um pouco, ele passou o polegar pelos lábios dela suavemente.
- Tens que partilhar um bocado. – explicou ele sorrindo.
Ela pareceu confusa durante alguns momentos mas acabou por perceber e, inconscientemente, abriu a boca com o choque do que ele estava a pedir.
Ele engoliu as gargalhadas que estavam a lutar para sair e decidiu aproveitar a reação inocente dela. Pegou no queixo dela, levantou-lhe a face e voltou aos lábios dela. Ela arregalou os olhos e quase o empurrou quando sentiu a língua dele a brincar com a dela dentro da sua boca mas, quando deu por si, já estava praticamente a derreter nos braços dele só com aquele beijo.
E Ren teria continuado de boa vontade se não tivesse notado que ela tinha sustido a respiração.
- És tão inocente. – disse ele com algumas gargalhadas que só mostravam força de vontade.
No entanto, ela continuou séria enquanto levava uma mão ao peito de Ren sentindo, com surpresa, o coração dele a bater tão depressa quanto o dela. Foi a vez dele de ficar de boca aberta.
- Continua. – pediu ela numa voz baixa e envergonhada.
Não tinha uma noção exata do que estava a pedir que ele fizesse mas, naquele momento, ela queria que ele tocasse mais…ela precisava que ele lhe tocasse mais.
Desta vez, quando ele deitou-a no sofá gentilmente e aproximou-se outra vez, fitando-a intensamente antes de fazer alguma coisa, como se estivesse à espera que ela o mandasse parar, ela tentou concentrar-se para manter a respiração estável.
Decidiu que isso era impossível depois de ele a beijar outra vez, agora selvaticamente, para depois acalmar, tentando abrandar-se a ele mesmo. Deixou os lábios dela outra vez, puxou o queixo e passou a língua pelo pescoço dela. Ela cerrou os olhos com força e trincou o lábio inferior com medo que algum som embaraçoso saísse por ali
Enquanto ia depositando beijos pelo pescoço dela e aproveitando o som dos gemidos baixos que ela falhava em conter, deslizou as mãos para baixo para tocar na pele macia da barriga dela.
- Ren! – gritou ela envergonhada ao sentir os dedos dele por baixo da camisola dela, envolvendo-lhe a cintura e, finalmente, apercebeu-se do que tinha pedido. Surpreendentemente, não estava tão assustada como pensava que ia estar.
- Shh. – ele pôs o indicador em frente aos lábios dela – Os vizinhos podem ouvir-te.
Apesar de saber que isso nunca aconteceria ali, Ren apreciou vê-la levar as duas mãos à boca em vez de o empurrar. Contente com a confiança que ela tinha acabado de depositar nele, Ren continuou.
Puxou a camisola dela até ao pescoço e riu-se quando ela, automaticamente, cobriu o peito com os braços.
- Vá lá. – disse ele espalhando beijos pela barriga dela – Só uma espreitadela.
Ele parou tudo e olhou para ela como se estivesse a dizer que não lhe tocava mais até ela tirar os braços da frente.
- Está bem! – gritou ela afastando os braços rapidamente e fechando os olhos ao mesmo tempo que corava. No entanto, não sentiu nada mas não teve coragem de olhar para ver o que se passava.
Só o fez quando ouviu um “Pff” e viu Ren com uma mão à frente da boca para abafar as gargalhadas que não fora capaz de conter.
- Hei! – gritou ela empurrando-o para longe – O que é que foi?
Ele limitou-se a apontar para o sutiã dela, sem sequer olhar ou parar de rir. Ela ficou a vaguear durante alguns momentos mas depois a ideia de “ele deve gostar de seios maiores” veio-lhe à cabeça e os pequenos demónios começaram a sair.
- Queres morrer, Ren? – perguntou ela ameaçadoramente.
Ele parou de rir imediatamente. – O quê? Espera…deves ter percebido mal.
- És um idiota! – exclamou ela antes de correr para o quarto dela e trancar a porta.
Ren ficou imóvel no mesmo sítio, como um brinquedo estragado. Sim, tinha achado graça ao sutiã com bonequinhos e outras figuras animadas mas, principalmente, tinha percebido que ela não passava de uma criança.
E ele não se podia aproximar mais até que ela estivesse pronta.
…
Foi o que aconteceu.
E, agora, enquanto conto as marcas vermelhas que ele deixou pelo meu corpo pergunto-me como vou conseguir esconde-las para o ensaio de amanhã.
Hm…talvez diga que estou doente. Mas, esperem…isto não desaparece de um dia para o outro, pois não? Maldito Ren!
Porque é que o meu corpo está a arder nos sítios onde ele tocou? Para começar, porque é que pedi para ele continuar? Ah! Estou tão confusa!
Maldito Ren!
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E então? Fui muito má por ter parado a meio? ^^ Este foi um capitulo inteiro dedicado apenas ao Ren e à Kyoko...já não fazia um assim há bastante tempo.
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